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terça-feira, 2 de setembro de 2025

A surpreendente história da fonte de São Miguel Arcanjo construída em Paris

Ivan Mateev / Shuttertock

Loo Burnett - publicado em 10/09/23 - atualizado em 02/09/25

Ela é considerada por muitos como a fonte mais relevante de toda a França.

Quando encontramos um monumento erguido em honra ao Arcanjo Miguel, pode apostar que por trás da construção sempre haverá uma história surpreendente. Este é o caso da Fonte de São Miguel Arcanjo, localizada no Quartier Latin em Paris. Considerada a fonte mais importante da cidade – há quem diga ser a mais relevante da França - tem a imagem do arcanjo derrotando Satanás, e intriga turistas, fiéis e curiosos.

Trata-se de uma escultura a céu aberto, ao lado esquerdo do rio Sena e a exatos quinhentos metros da Catedral de Notre-Dame. O fontanário, projetado pelo arquiteto Gabriel Davioud, foi esculpido pelo artista Francisque-Joseph Duret e inaugurado em 1860. 

Mas, por que a escolha do Arcanjo Miguel como figura central? Sob o governo de Napoleão III a proposta do arejamento urbano da cidade fora encomendada pelo barão de Haussmann, o então prefeito de Paris. A obra a ser realizada para dar acabamento a uma fachada predial receberia uma escultura de Napoleão I. Devido a insistência da junta municipal, que desejava homenagear uma afamada capela dedicada a São Miguel - que outrora fizera parte da região -, a decisão teria sido unânime: honrar o príncipe dos anjos. O bairro Quartier-Latin, prestigiado por consideráveis universidades como a Universidade Paris-Sorbonne, conta com a belíssima fonte de São Miguel.

Fonte de São Miguel em Paris retrata o triunfo do bem contra o mal | Loo Burnett.

A simbologia da Fonte

Há quem pare em frente da fonte para obter imagens fotográficas como registro de viagem, mas há que junte as mãos em oração diante de tão poderosa criatura celeste. Inspirada no quadro do pintor Raffaello Sanzio - Saint-Michel terrassant le démon (1518), o fontanário do Arcanjo oferece inúmeros significados. O triunfo do bem sobre o mal, representado pelo anjo suplantando o inimigo aos seus pés, é o tema universal da iconografia micaélica. São Miguel vence o inimigo, como na prova dos anjos e como será no fim, segundo o Livro do Apocalipse 12:7-12.

O arcanjo posiciona-se com os braços ao alto; a mão direita porta a espada flamejante enquanto a esquerda aponta o indicador ao céu. Esta ação revela que o poder vem do alto e que para aniquilar Satanás é necessário contar com a força e a permissão divina. As asas entreabertas estão mostrando que ele ainda não descansou na batalha contra as forças do mal;  há muito o que se fazer. Em frente ao monumento encontramos duas quimeras aladas – criaturas mitológicas composta por partes de diversos animais - que se portam em postura de guarda.

No conjunto da obra e sobre Miguel, quatro estátuas retratam as virtudes cardinais: prudência, força, justiça e temperança. As imagens das virtudes estão dispostas em duplas e separadas por querubins e dois brasões com as iniciais SM, ajuntados a colares de concha. O brasão é um símbolo da mais alta Ordem da cavalaria francesa, a Ordem dos Cavaleiros de São Miguel, instituída no século XV pelo rei Luís XI.

São Miguel, ao longo dos séculos, conquistou inúmeros devotos franceses, de santos a imperadores, tanto que Carlos Magno consagrou seu império ao arcanjo para ser o patrono da França. Não faltam santos, reis e nobres para testemunhar, através de obras hagiográficas, templos e monumentos, os grandes feitos do Arcanjo Miguel. A Fonte de São Miguel em Paris é mais uma expressão de amor e gratidão à inestimável proteção do anjo mais importante do Céu.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2023/09/10/a-surpreendente-historia-da-fonte-de-sao-miguel-arcanjo-construida-em-paris/

O báculo e a cruz: símbolos de proximidade

O Báculo Episcoral (Pílulas Litúrgicas)

O BÁCULO E A CRUZ: SÍMBOLOS DE PROXIMIDADE 

02/09/2025

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR) 

Assinar este artigo em diálogo com o livro Coração de Pastor, de Dom João Bosco Óliver de Faria, é deixar-se guiar por páginas que são, ao mesmo tempo, memória e profecia. O autor não escreve como teórico distante, mas como quem viveu com intensidade o ministério episcopal e o traduziu em testemunho espiritual. Sua obra é um espelho no qual cada bispo pode rever-se e, ao mesmo tempo, ser interpelado. 

Entre as imagens mais belas e fortes que encontrei está a do báculo. Dom João Bosco afirma que essa insígnia só tem sentido se houver rebanho, razão pela qual bispos auxiliares ou que exercem funções diplomáticas não o utilizam. Isso devolve ao báculo a sua dignidade original: não se trata de um bastão decorativo, mas de instrumento de proximidade. O bispo não conduz a distância, mas caminha à frente, com o báculo na mão, sustentando os fracos, corrigindo os que se perdem, amparando os cansados. 

Essa reflexão remete diretamente à imagem do saudoso papa Francisco quando pedia que o pastor “tenha cheiro das ovelhas”. O báculo, símbolo exterior, só adquire verdade quando acompanhado da presença concreta, do contato com a vida do povo. Quantas vezes, em minha própria caminhada, percebi que não era o discurso mais elaborado, mas a mão estendida ou a visita inesperada que revelava ao povo o verdadeiro sentido do pastoreio. O livro de Dom João Bosco insiste nisso: o bispo pertence ao povo, sua vida e seu tempo não são seus, mas daqueles que lhe são confiados. 

A Cruz Peitoral (Pílulas Litúrgicas)

Outra frase que me impressionou está ligada à cruz do bispo: “O Domingo de Ramos dura pouco na vida de um Bispo”. É uma síntese realista, fruto de uma vida inteira. O ministério episcopal não é sustentado por aplausos, mas pela cruz. Há momentos em que a aclamação dá lugar à solidão, e é justamente nesse espaço que se revela a autenticidade do chamado. O báculo sem cruz se reduz a poder humano; a cruz sem báculo pode tornar-se isolamento estéril. Mas báculo e cruz, juntos, recordam que o pastor guia e se sacrifica, conduz e oferece a vida. 

Esse realismo pastoral salva o episcopado da tentação de ser mera administração. Quantas vezes se corre o risco de reduzir a missão a números, relatórios ou planejamentos? O livro nos recorda que não somos executivos, mas pastores; não somos gestores de uma empresa, mas servidores de um rebanho. O báculo é instrumento de guia; a cruz é o preço do amor. 

Ao longo das páginas, percebi que Dom João Bosco une símbolos e vida concreta. Ele não trata o báculo como objeto, mas como extensão da missão. Não fala da cruz como metáfora, mas como experiência cotidiana. É essa unidade que me impressiona e que me faz dizer que sua obra é, de fato, uma catequese sobre o episcopado. 

Concluo sublinhando que Coração de Pastor é uma leitura obrigatória para quem deseja compreender o que significa ser bispo na Igreja sinodal e missionária que hoje vivemos. O báculo e a cruz continuam a nos recordar que somos chamados a estar próximos, conduzir, sustentar e oferecer a vida. É um testemunho que nos convida a renovar cada dia a nossa entrega, com a certeza de que o verdadeiro pastor não vive para si, mas para o rebanho que Deus lhe confiou. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

A "Moreneta" brasileira dos Papas

Leão XIV reza diante da imagem de Nossa Senhora de Montserrat (Vaticam Media)

Doada em 1963 ao Papa Paulo VI, a escultura de madeira setecentista da Madonna de Montserrat há 15 anos participa das principais celebrações pontifícias no Vaticano. Goza de ótima saúde graças aos dois check-ups anuais realizados pelos restauradores dos Museus Vaticanos.

Paolo Ondarza – Cidade do Vaticano

Há quatorze anos uma “paciente” especial visita regularmente o Laboratório de restauração de pinturas e materiais de madeira dos Museus Vaticanos. Trata-se de uma estátua ligna que reproduz a Virgem de Montserrat do século XV, padroeira da Catalunha, conhecida como Moreneta ou Virgem Negra de Montserrat. No verão de 1963, por ocasião de sua eleição ao sólio pontifício, foi doada ao Papa Paulo VI pelo então presidente do Brasil, João Goulart. A imagem foi esculpida no país sul-americano ainda no século XVIII e recriava em madeira de castanheira a imagem da Virgem.

Stefania Colesanti com a imagem de Nossa Senhora de Montserrat (Vaticam Media)

A pele mais clara

Ao contrário da imagem original da Virgem de Montserrat, conhecida pela pele escura, o exemplar hoje no Vaticano tem a pele clara. Está vestida com uma roupa ricamente decorada e inflada pelo vento. Originalmente usava também um colar e brincos. Os olhos, muito delicados, são feitos de pasta vítrea. Nos braços, segura o Menino Jesus que abençoa com a mão direita enquanto segura um globo  com a esquerda. Papa Montini, grande admirador de esculturas de madeira, mandou colocá-la na antessala pontifícia.

A estátua na época em que estava nos aposentos pontifícios (Vaticam Media)

De Paulo VI a Bento XVI

Desde 2011, por vontade de Bento XVI, a escultura acompanha as principais celebrações pontifícias na Basílica Vaticana ou na Praça de São Pedro. Para manter inalterada a sua notável beleza, esta obra preciosa, sujeita a movimentações frequentes, recebe três lustres aos cuidados de Stefania Colesanti, mestre restauradora do Laboratório dos Museus Vaticanos.

“Há quase trinta anos me ocupo de esculturas de madeira: é uma paixão minha”, explica ela, sem esconder um vínculo especial — profissional, afetivo e espiritual — com a Madonna de Montserrat. “Quando ela chegou aqui em 2011 apresentava problemas de conservação: além de depósitos consistentes de poeira, uma mão havia se desprendido. Então restauramos a estrutura de madeira e limpamos a peça.”

Detalhe da mão da Virgem de Montserrat (Vaticam Media)

Uma obra preciosa

A técnica decorativa que caracteriza esta obra é conhecida como “estofado de ouro”: o artista brasileiro recobriu a superfície de madeira com uma preparação de gesso e cola, ou seja, aplicou o chamado bolo armênio, que então recebeu a folha de ouro e, em seguida, a cor a por meio da técnica de têmpera. “Os forros internos do manto são prateados”, observa a restauradora, “a parte externa, por sua vez, apresenta uma maravilhosa decoração floral bastante bem conservada. Originalmente tinha um verde-esmeralda com reflexos dourados, que infelizmente se perdeu”.

O uso de Posidonia na restauração (Vaticam Media)

O restauro e a conservação

A última intervenção de conservação foi realizada com recurso a técnicas experimentais, inovadoras e sustentáveis. Do laser ao uso da “posidonia”: “uma planta marinha com a qual realizei uma reintegração muito natural da madeira”. Graças aos dois “check-ups” anuais aos quais é submetida, a Madonna de Montserrat do Papa goza de boa saúde. “No início eu também acompanhava a imagem em seus deslocamentos. Depois, como o trabalho era muito, eu não pude mais fazê-lo”, confessa a restauradora. “Estou sempre em contato com ela. Informo-me constantemente sobre o estado da película, do suporte, das condições gerais...”. É por isso que, apesar da idade, a Moreneta de pele clara continua a “trabalhar” o ano inteiro.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

EXPOSIÇÕES: Retornando às nossas origens

A inauguração da exposição no Palazzo della Cancelleria de Roma em 14 de setembro de 2001; a partir da esquerda, Arcebispo de Tarragona Lluís Martínez Sistach, Cardeal Paul Poupard (Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura), Arcebispo de Barcelona Ricardo María Carles Gordó, Presidente Jordi Pujol e Cardeal Zenon Grocholewski (Prefeito da Congregação para a Educação Católica) | 30Giorni.

Arquivo 30Dias nº 10 - 2001

Catalunha no Vaticano

Retornando às nossas origens

A exposição itinerante "Germinabit. Expressão religiosa em catalão no século XX" foi inaugurada no Palazzo della Cancelleria, em Roma. Isso não foi coincidência, dada a tradição romana da Igreja Catalã. Estas páginas apresentam as palavras de abertura do Presidente do Governo Catalão e dos Arcebispos de Barcelona e Tarragona.

por Jordi Pujol

Há quatro meses, apresentamos o terceiro e último volume do Dicionário de História Eclesiástica da Catalunha no Palácio da Generalitat de Barcelona , ​​em uma cerimônia que contou com a presença de um grande número de bispos das oito dioceses sediadas na Catalunha. Hoje, em clara continuação do evento de junho, nos reunimos neste palácio renascentista romano para inaugurar a exposição "Germinabit", cujo objetivo principal é destacar o dinamismo da Igreja Católica na Catalunha durante o século XX.

De fato, o Dicionário foi a contribuição da Generalitat da Catalunha para o Conselho Provincial de Tarragona de 1995, que representa o renascimento de uma rica e antiga tradição conciliar. E a exposição "Germinabit: Expressão Religiosa em Língua Catalã no Século XX" é uma iniciativa que complementa o trabalho histórico sob uma perspectiva educativa. Foi ideia dos diretores das quatro bibliotecas organizadoras: a da Abadia de Montserrat, a Biblioteca de Balmes, a Biblioteca Borja de Sant Cugat del Vallès e a Biblioteca Pública Episcopal do Seminário de Barcelona, ​​quando decidiram buscar o apoio da Generalitat da Catalunha para levar a cabo esta iniciativa.

O governo da Generalitat respondeu afirmativamente ao seu pedido. Foi uma resposta que se inscreveu na linha de colaboração que o nosso governo, desde a sua reintegração em 1977, no âmbito da transição política espanhola, tem procurado manter com a Igreja Católica na Catalunha.

A Catalunha não existiria como povo sem o papel vital desempenhado pelo cristianismo e pela Igreja. Os bispos catalães recordaram isso em 1986, num documento coletivo intitulado Raízes Cristãs da Catalunha . Recordaram isso à Catalunha e recordaram isso à própria Igreja.

Estas raízes remontam a mais de 1200 anos. Ao longo destes séculos, a Catalunha moldou e defendeu a sua identidade sempre que necessário. Como mencionei, os valores defendidos pela Igreja contribuíram enormemente para isso.

Essa contribuição foi particularmente importante no século XX. Foi um século de renascimento da Catalunha, após um longo período de declínio e, muitas vezes, de perseguição.

Um século caracterizado pela criatividade, em todas as esferas, da econômica à artística e cultural. Foi um século de recuperação catalã. Mas também um século de convulsões, conflitos e tensões. Ao longo desse tempo, a Igreja acompanhou solícitamente o povo catalão, nos bons e maus momentos, nos tempos de esplendor e nos tempos de perseguição. Perseguição da Catalunha e até da Igreja. Grandes eclesiásticos como o Bispo Torres i Bages e os Cardeais Vidal i Barraquer, Albareda e Vives i Tutó, movimentos apostólicos, renovação litúrgica e piedade popular garantiram que a Igreja estivesse sempre presente.

A Catalunha é um país que sempre buscou basear sua identidade não em questões étnicas ou estritamente políticas, mas na cultura. Na cultura, na língua, na arte, no direito. É por isso que nos identificamos tão fortemente com as palavras do Papa João Paulo II, quando em 1980 falou à UNESCO sobre o direito dos povos à sua própria cultura e língua, ou quando o reiterou em Tóquio em 1981, ou quando falou dos direitos e deveres das nações em 1989, ou nas Nações Unidas em 1995. Quando falou da necessidade de pontes entre as línguas, quando falou de identidade e diálogo, que, segundo o Santo Padre, significa liberdade e solidariedade. E quando falou de respeito pelas minorias.

Hoje, a Catalunha vive uma fase de progresso econômico e social e está alcançando um reconhecimento que não desfrutava há séculos. Um reconhecimento político e cultural, e obviamente linguístico. Duas línguas coexistem pacificamente e positivamente: o catalão nativo da Catalunha, que lhe confere personalidade própria, é oficial ao lado do castelhano (que por sua vez, especialmente desde a imigração no século XX, se tornou a língua familiar de alguns cidadãos da Catalunha). E uma das razões da autoestima catalã é justamente a capacidade de integrar tantas pessoas do exterior e alcançar um bom nível de convivência. A Igreja também contribuiu para tudo isso. E contribuiu significativamente. E somos muito gratos. Nesse sentido, não esqueçamos que hoje toda a nossa sociedade enfrenta um desafio semelhante com novos movimentos migratórios. Esperamos que, todos juntos, consigamos superá-lo também desta vez.

Portanto, como Presidente do Governo da Catalunha, tenho todos os motivos para estar feliz por estar presente na inauguração desta exposição. Porque é um reconhecimento do trabalho da Igreja ao longo do século XX.

Um reconhecimento e também um gesto de afirmação. A exposição não só expõe publicações e obras artísticas, como também presta homenagem ao tecido eclesial que surgiu na Catalunha durante o século XX, na forma de instituições de todos os tipos que realizaram uma infinidade de projetos educativos, culturais, beneficentes e sociais. E este reconhecimento, este gesto de afirmação, será feito em todas as dioceses catalãs; mas é apropriado que comece em Roma, para seguir a tradição romana da Igreja Catalã.

Não vou falar em detalhes sobre toda a exposição, seu conteúdo, publicações ou obras de arte. Ela fala por si. Em última análise, é um exemplo claro da fusão de fé e cultura, arte e linguagem, religiosidade e criatividade.

Em vez disso, para concluir, gostaria de fazer um desejo. Vivemos em uma era em que os valores espirituais, em geral, estão sendo postos à prova. Vivemos em uma era, por assim dizer, de cansaço em nossas sociedades.

A mesma coisa, mais ou menos, está acontecendo em toda a Europa. E isso é sério, porque precisamos de uma certa tensão moral, de valores sólidos, de algo em que basear nossa confiança e esperança.

Toda a história europeia nos lembra que esses valores, em grande parte, nos foram dados pelo cristianismo. Foi assim na Catalunha, foi assim na Espanha, foi assim na Europa. Com esta exposição, expressamos nosso desejo e confiança de que assim será sempre. E assim será na medida em que todos soubermos propor. Deus nunca nos dá as coisas prontas.
Resta-me agradecer sinceramente a todas as instituições organizadoras, a começar pelas quatro bibliotecas por sua iniciativa, e aos diretores do Dicionário de História Eclesiástica da Catalunha por sua tenacidade. E gostaria de agradecer especialmente a Dom Agostino Cacciavillan e Dom Claudio Maria Celli, presidente e secretário, respectivamente, da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, por sua sensibilidade. E, claro, a todas as pessoas que trabalharam com entusiasmo durante meses para tornar "Germinabit" uma realidade hoje.

Fonte: https://www.30giorni.it/

A dor do Papa pelas tragédias no Sudão e no Afeganistão

Deslizamento de terra no Sudão (Vatican News)

A dor do Papa pela tragédia no Sudão: deslizamento de terra matou mais de mil pessoas

Leão XIV expressa em um telegrama sua proximidade com todas as pessoas afetadas pela tragédia que atingiu uma aldeia no centro do Sudão, destruída por um deslizamento de terra. O balanço sobre o número de vítimas ainda é provisório.

Andrea De Angelis – Vatican News

Dor, proximidade e orações: é o que o Papa Leão XIV assegurou a todas as pessoas afetadas pelo deslizamento de terra que atingiu a aldeia de Tarasin, na região central de Darfur, no Sudão. Em um telegrama assinado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, e endereçado ao bispo de El Obeid, dom Yunan Tombe Trille Kuku Andali, lê-se que o Pontífice “assegura a todos aqueles que foram atingidos por esta tragédia sua proximidade espiritual. Rezando em particular pelo descanso eterno dos falecidos, por aqueles que choram a sua perda e pelo resgate das muitas pessoas ainda desaparecidas”, o Papa “dá o encorajamento às autoridades civis e à equipe de emergência em seus contínuos trabalhos de socorro”. Leão XIV, então, conclui a mensagem invocando ao país consolo e bênção divina.

O deslizamento de terra

Haveria apenas um sobrevivente, segundo informações de um grupo rebelde que controla a área em Darfur, na parte ocidental do Sudão, onde na noite desta segunda-feira (01/09) ocorreu um enorme deslizamento de terra que causou mais de mil vítimas e destruiu parte de uma região conhecida pela produção de frutas cítricas.

“Uma tragédia humanitária para todo o país”

O governador de Darfur, Minni Minnawi, aliado do exército, definiu o deslizamento de terra como uma “tragédia humanitária que transcende as fronteiras da região” e pediu às organizações humanitárias internacionais “que intervenham com urgência e prestem apoio e assistência neste momento crítico, pois a tragédia é mais do que o nosso povo pode suportar”.

A guerra esquecida no Sudão

Grande parte de Darfur permanece inacessível às ONGs, incluindo a área afetada pelo deslizamento de terra, devido aos combates que limitam gravemente o fornecimento de ajuda humanitária. A guerra no Sudão começou em abril de 2023 e causou até agora mais de 40 mil mortes e pelo menos 13 milhões de deslocados. Há duas semanas, a ONU denunciou que, todos os dias, no campo de refugiados de Abu Shouk, dezenas de pessoas morrem de fome e desnutrição todas as semanas.

Terremoto no Afeganistão (Vatican News)

O pesar do Papa pelas vítimas do terremoto no Afeganistão: mais de 800 pessoas morreram

O balanço é parcial de uma tragédia que já fez quase 3 mil feridos devido a um terremoto de magnitude 6.0 que atingiu a província de Kunar, no leste do país, uma região de difícil acesso das equipes de resgate. É um dos piores desastres naturais da história do país. Em telegrama assinado pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, Leão XIV disse estar "profundamente entristecido" e rezar fervorosamente pelos falecidos, feridos e por aqueles que ainda estão desaparecidos.

Andressa Collet - Vatican News

"Profundamente entristecido pela significativa perda de vidas", o Papa Leão XIV enviou nesta segunda-feira (01/09) um telegrama ao Afeganistão onde equipes de resgate trabalham no resgate de vítimas sob os escombros de um terremoto de magnitude 6.0 que atingiu a província de Kunar, no leste do país, com histórico de tremores e enchentes, e numa região de difícil acesso. A mensagem do Pontífice foi assinada pelo secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin.

O Papa disse rezar fervorosamente pelas almas dos falecidos, pelos feridos e por aqueles que ainda estão desaparecidos, confiando ao Senhor todos os atingidos pelo desastre registrado na noite deste domingo (31/08). Segundo informações das agências de notícias, mais de 800 pessoas morreram e quase 3 mil ficaram feridas. Leão XIV ainda expressou "sincera solidariedade, em particular, àqueles que choram a perda de entes queridos e às equipes de emergência e autoridades civis envolvidas nos esforços de resgate e recuperação. Neste momento difícil para a nação", finalizou o telegrama, o Pontífice invocou "sobre o povo afegão as bênçãos divinas de consolo e força".

Um dos piores desastres do país

O que aconteceu às 23h47 deste domingo (31/08), com um terremoto de magnitude 6.0 e epicentro a 27 quilômetros a nordeste da cidade de Jalalabad, é um desastre natural de proporções inimagináveis e de peso praticamente insustentável para o Estado liderado pelo Talibã, que já enfrenta várias situações de crise humanitária, entre as quais, a gestão de milhões de refugiados expulsos do Irã e do Paquistão. O porta-voz do Ministério da Saúde, Sharafat Zaman, lançou um apelo pedindo ajuda da comunidade internacional para enfrentar o desastre causado pelo terremoto.

Resgates difíceis

Os socorristas têm dificuldade em chegar às áreas afetadas nessas regiões montanhosas na fronteira com o Paquistão, isoladas de qualquer tipo de comunicação. O Ministério da Saúde informou que já mobilizou todos os recursos disponíveis para tentar levar socorro e bens de primeira necessidade às pessoas afetadas. As imagens divulgadas pela agência de notícias Reuters Television mostram helicópteros fazendo o transporte de ida e volta aos hospitais. As equipes de resgate militares estão reduzidas ao mínimo, anunciou o Ministério da Defesa, que conseguiu realizar cerca de 40 voos para transportar um total de 420 mortos e feridos.

Situação humanitária extremamente grave

Este é o terceiro terremoto catastrófico no Afeganistão desde que os talibãs voltaram ao poder em 2021, após a retirada das forças internacionais e o corte do financiamento governamental. O financiamento humanitário também caiu. As agências humanitárias internacionais denunciam a crise esquecida do Afeganistão, onde mais da metade da população precisa de ajuda urgente. Até o momento, segundo o Ministério das Relações Exteriores do país, nenhum governo se prontificou a garantir a ajuda necessária para socorrer a população afetada.

Em uma postagem na rede social X, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, declarou que os funcionários da ONU presentes no Afeganistão estão trabalhando para fornecer assistência inicial. Também em uma postagem na plataforma social, o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, expressou esperança 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Evento no DF reúne juventude para celebrar canonização de Carlo Acutis

Foto: O papa Leão XIV marcou a canonização de Carlo Acutis para 7 de setembro - (crédito: divulgação/Site Carlo Acutis)

Intitulado de "Jovens a Caminho da Basílica", o evento contará com presença do arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa.

Por Correio Braziliense

Postado em 01/09/2025

Um dos maiores eventos que reúne a juventude católica vai ocorrer no domingo (7/9), das 7h às 17h, na Basílica Santuário São Francisco de Assis. A atividade vai celebrar canonização de Carlo Acutis, conhecido como "padroeiro da internet". Haverá exposição de relíquia de 1º grau dele.

Segundo os organizadores, será um dia inteiro de música, adoração, bate-papo, confraternização, alegria, louvor e um "verdadeiro caminho para a Santidade". 

Intitulado de Jovens a Caminho da Basílica, o evento contará com presença do arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa. Os jovens poderão ouvir, dialogar e partilhar experiências de fé com o arcebispo. Além disso, os ministérios Nova Primavera e Jovem da Comunidade Shalon são algumas das atrações confirmadas.

Os participantes poderão vivenciar experiências inspiradas no chamado "Kit Santidade" criado por Carlo Acutis. Este "circuito" contará com cinco espaços rotativos, estimulando a vivência prática dos seguintes valores: ir à Santa Missa, confissão, adoração eucarística, oração do Santo Rosário, leitura da Bíblia, devoção ao anjo da guarda e obras de misericórdia.

"Uma caminhada de fé que promete momentos de encontro com Deus e muita espiritualidade", disse a Basílica Santuário São Francisco de Assis. A entrada é gratuita mediante doação de 1kg de alimento, ou objetivos e roupas para campanha social. 

Quem é Carlo Acutis?

Carlo Acutis nasceu em 3 de maio de 1991 em Londres, na Inglaterra, e morreu aos 15 anos, em 12 de outubro de 2006 em Monza, na Itália, após ser acometido por uma leucemia classificada como fulminante. 

Ele usou a tecnologia para evangelizar. Apaixonado pela eucaristia, o jovem criou um site com os principais milagres eucarísticos do mundo. A Basílica Santuário São Francisco de Assis destaca que Carlo viveu uma fé simples, alegre e profunda, mesmo enfrentando a doença. 

Inicialmente, a canonização de Carlo Acutis havia sido marcada para 27 de abril, na Praça de São Pedro, como parte das celebrações jubilares dedicadas aos adolescentes. Com a morte do papa Francisco, em 21 de abril, logo após o domingo de Páscoa, a data foi alterada. O papa Leão XIV marcou a canonização de Carlo Acutis para 7 de setembro.

Programação do evento “Jovens a Caminho da Basílica”

  • 7h - Bênção e abertura dos espaços do Kit Santidade
  • 10h - Conversa com o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa
  • 11h - Santa Missa
  • 12h Almoço (leve o seu ou compre no local)
  • 16h30 - Bênção final com o Santíssimo
  • 17h - Encerramento
  • * Além disso, haverá apresentações de bandas católicas e pregações com temáticas voltadas para o público jovem. Para maior comodidade, serão oferecidas opções de alimentação no local, com almoço e lanches a preços acessíveis.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/09/7238787-evento-no-df-reune-juventude-para-celebrar-canonizacao-de-carlo-acutis.html

Por que um adolescente não deve ingerir bebidas alcoólicas

alkoholizm | Shutterstock

Javier Fiz Pérez - publicado em 08/03/19 - atualizado em 01/09/25

Pesquisas mostram que o álcool causa mais danos ao cérebro em desenvolvimento dos adolescentes do que se acreditava.

Pesquisas recentes podem ajudar a explicar por que as pessoas que começam a beber em idade precoce correm um grande risco de se tornarem alcoólatras.

De acordo com os resultados de uma pesquisa realizada nos EUA com 43.093 adultos e publicada em 3 de julho na revista Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine, 47% das pessoas que começam a beber antes dos 14 anos desenvolvem uma dependência em algum momento sua vida, em comparação com 9% daqueles que esperam pelo menos até os 21 anos de idade. A correlação é mantida mesmo quando os riscos genéticos do alcoolismo são levados em conta.

Entre todos os processos de desenvolvimento durante a adolescência, há dois que são de interesse especial.

O primeiro é a melhora sináptica, que ocorre gradualmente ao longo do período da adolescência. Refere-se ao aperfeiçoamento de sinapses ou conexões entre as células cerebrais. Ao nascer, cada célula do cérebro está conectada a outras dez mil, mas nem todas essas conexões serão necessárias. Assim, dependendo do tipo de atividade em que a pessoa está envolvida, as conexões desnecessárias desaparecem e o restante é aperfeiçoado. Assim, o córtex cerebral e a massa cinzenta experimentam uma redução no final de uma adolescência saudável.

O segundo é a mielinização da substância branca. Os axônios são extensões dos neurônios através dos quais o impulso nervoso circula para ativar o processamento da informação no cérebro. Esses axônios são cobertos com uma substância chamada mielina, que favorece que a informação seja processada de forma mais eficiente dentro do cérebro.

Durante a adolescência, muitos desses processos de desenvolvimento ocorrem, estando localizados principalmente na região dos lobos frontais. Se tudo evolui normalmente durante a adolescência, o cérebro ganha efetividade em termos de transmissão de informações com vistas à maturidade.

Problemas de atenção e velocidade

O que acontece então se o álcool é introduzido no corpo durante este período de desenvolvimento significativo?

Os níveis de atenção são significativamente mais baixos em adolescentes que bebem bebidas alcoólicas. Além disso, devido à sua fase de desenvolvimento, o fígado de um menino ou uma menina não está pronto para metabolizar o álcool até os 18 anos. E quanto ao sistema imunológico, o álcool o enfraquece, o que torna o organismo mais vulnerável ​​a todo tipo de doença.

Há também evidências de deterioração na velocidade dos testes de processamento de informações. Esses resultados coincidem com outras investigações, que descrevem uma deterioração no desempenho ao processar informações rapidamente e manter a atenção.

Sinais de alarme

Vejamos alguns dos sintomas para reconhecer se um adolescente está com problemas com álcool.

– Mudanças súbitas no comportamento sem motivo aparente.

– Muito tempo sozinho ou trancado no quarto.

– Chegadas tardias. Atrasos a ausências não justificadas.

– Mudanças significativas no desempenho escolar.

– Falta de interesse em amigos, esportes, entretenimento.

– Perda de apetite.

– Comportamento depressivo.

– Hiperatividade ou fadiga.

– Negligenciar a maneira de vestir ou a higiene pessoal.

– Escapa de casa.

A chave para tudo está nos pais

A presença dos pais é de importância crucial.

Você tem que estar presente. Ouça os adolescentes. Saiba o que eles fazem, onde estão e com quem. Definir limites significa cuidar. Os limites são necessários. Eles permitem diferenciar entre o bem e o mal, o que precisa ser feito e o que não deve ser feito. Sem limites, há vazio, solidão e confusão.

Os pais devem ser as referências em que as crianças e os adolescentes podem se sentir seguros, valorizados e apreciados. A autoridade é valorizada quando expressa com carinho, ternura, abraços e decisões firmes, com a garantia de que amanhã nossos filhos irão apreciar muito a nossa forte presença nos seus anos de crescimento e desenvolvimento.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2019/03/08/por-que-um-adolescente-nao-deve-ingerir-bebidas-alcoolicas/

O ministério do catequista: vocação e serviço à Palavra

Ministério de Catequista (CNBB)

O MINISTÉRIO DO CATEQUISTA: VOCAÇÃO E SERVIÇO À PALAVRA

01/09/2025

Dom Anuar Battisti
Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

A Igreja, ao longo dos séculos, sempre reconheceu e valorizou a missão de homens e mulheres que, movidos pela fé e pelo amor a Cristo, dedicam-se ao anúncio da Palavra de Deus e à formação dos irmãos na caminhada cristã. Entre esses, estão os catequistas, cujo ministério ocupa lugar de destaque na vida eclesial e missionária. 

O catequista é chamado a ser testemunha viva do Evangelho e colaborador no processo de iniciação à vida cristã. Sua missão não se restringe a transmitir conteúdos doutrinais, mas a conduzir os catequizandos a um encontro pessoal e transformador com Jesus Cristo. Assim, o catequista é, antes de tudo, um discípulo missionário, alguém que se deixa formar pela Palavra e pela Eucaristia para, depois, formar outros. 

O saudoso Papa Francisco, ao instituir oficialmente o ministério do catequista em 2021, recordou que estes são “homens e mulheres chamados a expressar sua competência no serviço da transmissão da fé, que se desenvolve através de diferentes etapas e modalidades”. Esse reconhecimento oficial não é apenas honorífico: ele confirma o valor eclesial e missionário desse serviço, que está no coração da missão da Igreja. 

Ser catequista exige um coração apaixonado por Deus e pelo próximo. O catequista é alguém que acolhe, escuta, acompanha e orienta. Ele se torna presença amiga e referência de fé para crianças, jovens e adultos que buscam aprofundar a vida cristã. Sua missão é particularmente importante em um tempo marcado pela indiferença religiosa, pelo relativismo e pelas crises de sentido que atingem tantas famílias. 

A catequese, no entanto, não pode ser reduzida a um curso ou a uma simples preparação para os sacramentos. Ela é um itinerário de fé, que introduz a pessoa na vida comunitária, na oração e na missão. O catequista é mediador: ajuda o catequizando a compreender e a viver a fé em todas as dimensões da existência. Por isso, deve se esforçar para que cada encontro seja uma verdadeira experiência de Deus, e não apenas uma lição a ser decorada. 

Nesse sentido, o catequista deve cultivar três atitudes fundamentais: 

Ser testemunha – mais do que falar de Jesus, viver como Jesus. Sua vida deve ser coerente com o Evangelho que anuncia. 

Ser servidor da Palavra – meditar diariamente a Sagrada Escritura, buscar formação contínua e abrir-se à ação do Espírito Santo. 

Ser missionário – não se limitar à sala de catequese, mas ajudar as famílias a se tornarem verdadeiras “igrejas domésticas”, onde a fé é partilhada e celebrada. 

O Diretório Geral para a Catequese recorda que a catequese deve estar intimamente ligada à liturgia, à caridade e à vida comunitária. Por isso, outro aspecto essencial é a integração da catequese na vida da paróquia. O catequista é chamado a trabalhar em comunhão com o pároco, com outros agentes de pastoral e com os pais, primeiros educadores da fé. Essa colaboração fortalece a comunidade e torna a catequese mais fecunda. 

Na realidade atual, os catequistas enfrentam desafios grandes: a falta de tempo das famílias, a competição com as tecnologias digitais, a secularização e, muitas vezes, a desvalorização do próprio ministério. Ainda assim, é precisamente nesse cenário que o testemunho do catequista se torna mais necessário. Ele deve ser criativo, perseverante e cheio de esperança, para anunciar Cristo de forma fiel e atraente. 

Não podemos esquecer que o ministério do catequista é também um ato de esperança. Quem se dedica a ensinar a fé acredita que a semente lançada dará frutos, mesmo que não veja imediatamente os resultados. O catequista trabalha com paciência evangélica, confiante na promessa do Senhor: “A Palavra que sair da minha boca não voltará para mim vazia” (Is 55,11). 

Por fim, é importante recordar que a catequese não é uma tarefa individual, mas uma missão eclesial. O catequista não fala em nome próprio, mas em nome da Igreja. Por isso, precisa estar em comunhão com os pastores e com toda a comunidade. Seu serviço não é apenas voluntariado, mas uma vocação específica, um chamado de Deus para ser instrumento de evangelização e de formação de discípulos. 

Rezemos para que nunca faltem à Igreja catequistas generosos, comprometidos e cheios de ardor missionário. Que cada comunidade saiba acolher, formar e valorizar esses servidores da Palavra, que dedicam tempo, dons e vida à semeadura do Evangelho. 

Como recorda São Paulo: “Ai de mim se eu não evangelizar!” (1Cor 9,16). Que essa exortação ressoe no coração de cada catequista, para que sua missão, vivida com humildade e amor, continue sendo fonte de esperança e vida nova para a Igreja e para o mundo. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Sonho profético de são João Bosco celebrado em Brasília completa 142 anos

Santuário dom Bosco, em Brasília | Monasa Narjara | ACI Digitak.

Por Monasa Narjara*

30 de ago. de 2025

O “sonho-visão” ou sonho profético do fundador dos salesianos, são João Bosco, com uma "terra prometida" localizada entre os “paralelos 15 e 20” do globo terrestre fez 142 anos em 30 de agosto. A visão de dom Bosco aconteceu em 1883, dá exatamente a latitude em que está localizada Brasília, que só foi inaugurada em 21 de abril de 1960 durante o governo do então presidente Juscelino Kubitschek. 

A profecia de dom Bosco, co-padroeiro de Brasília, diz que “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago” e “uma voz repetidamente” disse a ele: “Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

Segundo o escrito dos salesianos, “toda profecia” de dom Bosco “é, por si só, obscura em seu enunciado, usando em sua expressão termos genéricos e linguagem imaginosa, figurativa”, mas, “mesmo sob este ponto de vista, é admirável notar como dom Bosco situou nitidamente no tempo e no espaço o objetivo de sua previsão”.

Sonho profético de dom Bosco

A profecia de são João Bosco foi relatada por ele durante uma “reunião da Assembleia Geral da Congregação Salesiana, no dia 4 de setembro” do mesmo ano, enquanto o padre salesiano, Lemoyne “recolhia as memórias do santo”, transcrevendo o relato e “submetendo-o à correção de dom Bosco. “Este o examinou com atenção, acrescentando e modificando”, narra as Memórias biográficas de são João Bosco, publicada em 1935.

Dom Bosco contou que "na noite que precedia a festa de santa Rosa de Lima, 30 de agosto”, teve “um sonho”:  “Percebi que estava dormindo e parecia-me, ao mesmo tempo, correr a toda velocidade, a ponto de me sentir cansado de correr, de falar, de escrever e de esforçar-me no desempenho das ocupações costumeiras. Enquanto hesitava se tratava de sonho ou de realidade, pareceu-me entrar em um salão, onde se achavam muitas pessoas, falando de assuntos vários".

“...Nesse interim, aproximou-se de mim um jovem de seus dezesseis anos, amável e de beleza sobre-humana, todo radiante de viva luz, mais clara que a do sol...".

Segundo os salesianos, este jovem que “se apresenta como amigo seu e dos salesianos” acompanhou dom Bosco “durante toda a misteriosa viagem” e “vem, em nome de Deus, dar-lhe um pouco de trabalho”.

São João Bosco relata que este jovem pede que ele “sente-se” a uma mesa que está no meio de um salão, “sobre a qual estava enrolada uma corda” e pede que ele “puxe” esta “corda”. O santo conta que viu “que essa corda estava marcada com linhas e números, como se fosse uma fita métrica” e percebe, “mais tarde, que aquele salão estava situado na América do Sul, exatamente por sobre a linha do Equador, correspondendo os números impressos na corda aos graus geográficos de latitude...".

"Observo que então via tudo de conjunto, como que em miniatura. Depois, como direi, vi tudo em sua real grandeza e extensão. Foram os graus marcados na corda correspondendo exatamente aos graus geográficos de latitude, que me permitiram gravar na memória os sucessivos pontos que visitei, viajando na segunda parte do sonho. Meu jovem amigo continuava: “Pois bem, estas montanhas são como balizas: são um limite. Entre elas e o mar está a messe oferecida aos Salesianos. São milhares, são milhões de habitantes que esperam o seu auxílio: aguardam a fé”, disse dom Bosco destacando que “aquelas montanhas eram as Cordilheiras da América do Sul e aquele mar o Oceano Atlântico...".

Ao escutar a moção do jovem, dom Bosco disse que ia pensando: “Mas para se conseguir isto, vai ser preciso muito tempo” e exclamou em voz alta: “Não sei mais o que responder”. Mas o jovem, lendo seus pensamentos disse: “Isto acontecerá antes que passe a segunda geração”.

“E qual será a segunda geração?”, perguntou o santo. “A presente não se conta. Será uma outra, depois outra”, respondeu o jovem. “E quantos anos compreende cada geração dessas?”, indagou o salesiano. “60 anos”, disse o moço. “E depois?”, perguntou novamente dom Bosco. “Quer ver o que sucederá depois? Venha cá”, falou o jovem.

“E sem saber como, encontrei-me numa estação de estrada de ferro. Havia muita gente. Embarcamos. Perguntei onde estávamos. Respondeu o moço: “Note bem! Observe! Viajaremos ao longo da cordilheira. O senhor tem estrada franqueada também para leste, até o mar. É outro dom do Senhor". Assim dizendo, tirou do bolso um mapa, que mostrava assinalada a diocese de Cartagena (Colômbia). Era o ponto de partida”, relatou o santo dizendo que, “enquanto olhava o mapa, a máquina apitou e o trem se pôs em movimento” e ao longo da viagem aprendeu “coisas belíssimas e inteiramente novas sobre astronomia, náutica, meteorologia, sobre a fauna, a flora e a topografia daqueles lugares, que ele me explicava com maravilhosa precisão...”

Ele também contou que ao olhar “através das janelas do vagão”, via “variadas e estupendas regiões”, com “bosques, montanhas, planícies, rios tão grandes e majestosos que não era capaz de os acreditar assim tão caudalosos, longe que estavam da foz...”. “Meus olhos tinham uma potência visual maravilhosa, não encontrando obstáculos que os detivessem de estender-se por aquelas regiões. Enxergava nas vísceras das montanhas e no subsolo das planícies. Tinha debaixo dos olhos as riquezas incomparáveis daqueles países, riquezas que um dia serão descobertas. Via numerosos filões de metais preciosos, minas inexauríveis de carvão, depósitos de petróleo tão abundantes como nunca se encontraram até então em outros lugares, pontuou o santo.

Mas segundo dom Bosco, isso “não era tudo”, “entre o grau 15 e o 20, havia uma enseada bastante extensa, que partia do ponto onde se formava um lago. Disse então uma voz repetidamente: Quando se vierem cavar as minas escondidas em meio a estes montes, aparecerá aqui a terra prometida, que jorra leite e mel. Será uma riqueza inconcebível".

E continuando sua viagem, ao longo da cordilheira, ele também passou pelas “margens do Uruguai". Segundo o santo, já no fim da viagem, “o jovem guia tirou do bolso uma carta geográfica de incrível beleza” e perguntou a ele se queria “ver a viagem” que ele tinha feitos, “as regiões percorridas?”. E ao dizer que sim, o moço “desdobrou então o mapa, em que se desenhava com admirável exatidão toda a América do Sul”.

“Ademais, já estava representando tudo o que existia, que existe, e haverá de existir naquelas regiões, sem confusão de espécie alguma, pelo contrário, com tal nitidez que, de um só relance, se abrangia tudo. Compreendi tudo no instante, mas, pela multiplicidade das circunstâncias, durou pouco tal clareza, cedendo lugar à completa confusão que ora me ocupa a mente. Enquanto observava aquele mapa, esperando que o rapazinho acrescentasse ainda alguma explicação, agitado que estava-pela surpresa de tudo quanto vira, pareceu-me que soassem as Ave-Marias, ao alvorecer. Despertando, percebi que eram os sinos da paróquia de são Benigno. O sonho durara a noite inteira", finalizou a profecia.

“Embora o objeto” da visão de dom Bosco “não seja exclusivamente nem mesmo explicitamente Brasília, podemos afirmar que dom Bosco viu, em 1883, o que hoje, em parte, é realidade”, diz o escrito enfatizando que isso “reforça” a narração do santo: "Quando vierem explorar as riquezas escondidas neste planalto, surgirá aqui a terra prometida, onde jorrará leite e mel. Será uma riqueza inconcebível". “Ora, a maior repercussão não obteve nenhuma outra descoberta, em outros pontos da referida faixa continental”, frisou os salesianos.

*Monasa Narjara é jornalista da ACI Digital desde 2022 e foi jornalista na Arquidiocese de Brasília entre 2014 a 2015.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64319/sonho-profetico-de-sao-joao-bosco-celebrado-em-brasilia-completa-142-anos

A esperança na voz de São Paulo Apóstolo

Praça São Pedro - Estátua de São Paulo (Vatican News)

O tema do Jubileu, "A esperança não decepciona", também serve como um chamado para um mundo em busca de paz e renovação. É um convite para que as pessoas se voltem para Deus, encontrem a esperança em sua fé e a compartilhem com o mundo, promovendo fraternidade, solidariedade e um mundo melhor."

Jackson Erpen* - Cidade do Vaticano

Na teologia paulina, a esperança ocupa um lugar central como virtude que sustenta o cristão no caminho da fé. Para São Paulo, não se trata de mero otimismo humano, mas da certeza enraizada na promessa de Deus e na ressurreição de Cristo. Ela projeta o crente para o futuro definitivo, mas atua também no presente, dando forças para enfrentar tribulações. Assim, a esperança é dom do Espírito que alimenta a perseverança e mantém a confiança de que “a glória futura” supera os sofrimentos do agora.

Além disso, Paulo apresenta a esperança como parte inseparável da tríade fé–esperança–caridade. Ela não isola o indivíduo, mas o integra na comunidade, pois é no corpo de Cristo que essa expectativa encontra seu sentido. O apóstolo recorda que a esperança “não decepciona”, porque se apoia no amor de Deus derramado nos corações. 

Depois de "A esperança na boca dos Salmistas" e  "A esperança na boca dos Profetas", Pe. Gerson Schmidt* nos propõe hoje "A esperança na voz de São Paulo Apóstolo":

"Para São Paulo, não crer na ressurreição dos mortos é estar “sem esperança” (1Tess 4,13; 1Cor 15,19; Ef 2,12). Ele mesmo diz que se não cremos na Ressurreição, é vã a nossa fé. O apóstolo dos gentios diz assim: “Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança” (1Tess 4,13). E continua a dizer aos que esperam somente nessa vida terrena: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem” (1Cor 15,19). Diz mais: “Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos aos convênios da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo. Mas agora em Cristo Jesus, vós, que dantes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto”. Paulo alerta para uma realidade nova, a partir da fé em Cristo, para viver uma esperança nova. Com Cristo, há uma nova criatura que não vive mais sem esperança e sem Deus no mundo. Para São Paulo, um batizado já está ressuscitado. Vemos isso na Carta ao Romanos, quando o apóstolo diz: “Sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos mais ao pecado. Pois o morto foi justificado do pecado. Sabemos que Cristo, tendo ressuscitado dos mortos, já não morre; a morte já não tem poder sobre ele” (Rm 6,1-7). O verdadeiro cristão já possui nesse mundo o penhor da Vida Eterna e a sua esperança pode assim superabundar. Na mesma carta do apóstolo aos Romanos (15,13) lemos assim: "Que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz na fé que vocês têm, para que transbordem de esperança pelo poder do Espírito Santo". Este versículo expressa um desejo para os cristãos, pedindo que Deus, a fonte de esperança, os preencha com alegria e paz através da fé, resultando em uma abundância de esperança fortalecida pelo Espírito Santo. Esse cumprimento em Cristo da esperança de Israel, na espera da promessa de seu ungido e escolhido para salvação do Povo, é a revelação plena do motivo da esperança cristã.

Pode então o cristão esperar verdadeiramente tomar parte na herança prometida. Ele pode e deve como Abraão “esperar contra toda a esperança” em razão de sua fé nas promessas (Rm 4,18-25). E da sua confiança na fidelidade de Deus que garantirá a fidelidade do homem desde o seu chamamento e vocação até à Glória (Rm 8,28-30). Por isso, as esperança mais legítimas humanas, em São Paulo, perdem seu valor, diante da realidade nova de Cristo. "Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi todas as coisas e as considero como refugo, como lixo, para que possa ganhar a Cristo". Esse trecho da Carta aos Filipenses (3,8), Paulo declara que considera tudo como perda em comparação com o "supremo valor" de conhecer Jesus Cristo. Ele afirma que considera suas conquistas anteriores e posses como "lixo" para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele. A esperança de São Paulo é estar com Cristo, na expectativa de receber o prêmio, pois guardou a fé (Fp 3,14). A tradução bíblica, direta do grego, na Carta a Timóteo afirma assim: “Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda” (2Tm 4,8).

Não poderíamos de falar, sobre a esperança na voz de São Paulo com o lema do Jubileu da Esperança 2025. A frase "a esperança não decepciona" é uma citação bíblica, encontrada em Romanos 5,5, que se refere à esperança cristã, baseada no amor de Deus derramado nos corações pelo Espírito Santo. Ela expressa a ideia de que a esperança em Deus não nos frustrará, mesmo diante de dificuldades e incertezas. O tema do Jubileu de 2025, proclamado pelo Papa Francisco, é "Peregrinos de esperança" e enfatiza a importância da esperança como dom e mensagem central para o tempo presente.

A esperança, nesse contexto, não é apenas um sentimento otimista, mas uma atitude de confiança e expectativa no bem, fundada em Deus. Ela nos fortalece nas tribulações, nos encoraja a perseverar e nos leva a buscar um futuro melhor, mesmo em meio a desafios. A esperança cristã não é uma ilusão, mas uma certeza baseada na promessa e fidelidade de Deus.

O tema do Jubileu, "A esperança não decepciona", também serve como um chamado para um mundo em busca de paz e renovação. É um convite para que as pessoas se voltem para Deus, encontrem a esperança em sua fé e a compartilhem com o mundo, promovendo fraternidade, solidariedade e um mundo melhor."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF