Translate

domingo, 26 de julho de 2020

XVII Domingo do Tempo Comum

Dom José Aparecido
ADM. APOST. ARQUIDIOCESE DE BRASÍLIA
O REINO DE DEUS É COMO UM TESOURO ESCONDIDO

Neste Dia do Senhor, a mesa da Palavra desvenda aos olhos do discípulo o mistério da oração que funciona. Salomão pede sabedoria e a graça de bem governar o reino deixado por seu pai Davi. “Dá, pois, ao teu servo um coração compreensivo, capaz de governar o teu povo e de discernir entre o bem e o mal” (1 Rs 3, 9).
Esta oração feita com fé e humildade agradou tanto a Deus que lhe deu o coração sábio e inteligente que pedira e, em acréscimo, os bens que não havia pedido. Reconheceu-se pequeno e Deus o tornou grande. O salmista revela a origem da sabedoria: “vossa Palavra, ao revelar-se, me ilumina, ela dá sabedoria aos pequeninos” (Sl 118,130).
A sabedoria não se reduz a dotes intelectuais. Ela é fruto da contemplação da vontade de Deus. Para percorrer o caminho da sabedoria, da consciência reta, “devemos examinar a nossa consciência de olhos postos na cruz do Senhor”. Somos frágeis, mas sabemos que “somos assistidos pelos dons do Espírito Santo, ajudados pelo testemunho e pelo conselho dos outros e guiados pelo ensino autorizado da Igreja” (DH, 14).
A experiência mostra que são muitos os males que nos afligem ao longo da existência. A sabedoria divina dá serenidade para arrostar os sofrimentos, porque “sabemos que tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados para a salvação, de acordo com o projeto de Deus” (Rm 8,28).
No evangelho (Mt 13,44-52) Jesus compara o Reino de Deus a um tesouro escondido no campo e às pérolas preciosas encontradas por um comprador. Para reconhecer o tesouro ou a pérola preciosa é preciso saber “contar os nossos dias”, discernir entre o bem a abraçar e o mal a rejeitar. Só então, cheio de alegria, o homem vende tudo o que tem para comprar o campo ou a pérola. Esta sabedoria consente olhar para os pobres e ver o Senhor. Santo Agostinho, meditando sobre o juízo final, coloca estas palavras na boca de Jesus: «Eu tinha posto para vós os meus pobrezinhos, Eu, Cabeça deles, estava no céu sentado à direita do Pai – mas na terra os meus membros tinham fome: o que vós tivésseis dado aos meus membros, teria chegado à Cabeça. Quando Eu coloquei os meus pobrezinhos na terra, constituí-os vossos portadores para trazerem as vossas boas obras ao meu tesouro “» (Sermão 18).
A mensagem do Juízo final apresentada por Jesus é um apelo à conversão, enquanto Deus dá ainda aos homens «o tempo favorável, o tempo da salvação» (2 Cor 6, 2). Ela inspira o santo temor de Deus, empenha na justiça do Reino de Deus e anuncia a feliz esperança do regresso do Senhor, que virá «para ser glorificado nos seus santo, e admirado em todos os que tiverem acreditado» (2 Ts 1, 10).
Peçamos ao Senhor o auxílio de Maria, a Sede da Sabedoria, para sermos dóceis à vontade do Senhor, com a consciência sempre aberta à verdade e sensível à justiça (Bento XVI).
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF