7 de nov de 2025 às 15:55
O papa Leão XIV elogiou o trabalho missionário da Igreja no
México inspirado ao longo da história pela mensagem de Nossa Senhora de
Guadalupe e pelo exemplo do beato Juan de Palafox y Mendoza.
Numa mensagem aos participantes do XVII Congresso Nacional
Missionário do México, que ocorre em Puebla, México, entre hoje (7) e domingo
(9), o papa disse que o maior privilégio e dever dos missionários é "levar
Cristo ao coração de cada pessoa".
Para aprofundar o trabalho missionário, Leão XIV propôs a
parábola do fermento do Evangelho de são Mateus: “O Reino dos Céus é semelhante
ao fermento que uma mulher misturou com uma grande quantidade de farinha, até
que toda a massa ficou fermentada” (cf. Mt 13,33).
À luz desse versículo, o papa disse que o “fermento do
Evangelho” chegou ao México nas mãos de alguns missionários: “Eram as mãos da
Igreja, que começariam a amassar o fermento que traziam consigo — o depósito da
fé — com a farinha nova de um continente que ainda não conhecia o nome de
Cristo”.
Ele disse que o Evangelho “não apagou o que encontrou, mas o
transformou”, até que “criou raízes nos corações [dos habitantes] e floresceu
em obras de santidade e beleza únicas”.
As pegadas de Nossa Senhora de Guadalupe e do beato Juan
de Palafox y Mendoza
Leão XIV disse que a mensagem de Nossa Senhora no monte
Tepeyac é “um sinal de perfeita inculturação” que Deus deu à Igreja, e que a
mensagem de Guadalupe “tornou-se um impulso missionário” para os primeiros
evangelizadores, que “assumiram com fidelidade a tarefa de fazer o que Cristo
ordenava”.
O papa também destacou a figura do beato Juan de Palafox y
Mendoza, sobre o qual disse ser um "pastor e missionário que entendeu seu
ministério como serviço e fermento".
Leão XIV falou sobre sua visita a Puebla como prior-geral da
Ordem de Santo Agostinho, onde — disse ele — a figura do beato “permaneceu viva
na memória de Puebla”.
“A paternidade dele deixou uma marca tão profunda que ainda
hoje é percebida na fé simples dos fiéis”, disse o papa.
Segundo Leão XIV, o exemplo do bispo Juan de Palafox desafia
os pastores de hoje, "porque ensina que governar é servir, que educar
seriamente é evangelizar e que toda autoridade, quando exercida segundo os
critérios de Cristo, torna-se fonte de comunhão e esperança".
O papa disse também que Palafox mostra, na vida e nos
escritos dele, que “o verdadeiro missionário não domina, mas ama; não impõe,
mas serve; e não instrumentaliza a fé para obter vantagens pessoais”.
“Precisamos estar dispostos a sujar as mãos no mundo!”
Olhando para o presente, Leão XIV lamentou que "as
divisões sociais, os desafios das novas tecnologias e os desejos sinceros de
paz continuam sendo triturados como novas farinhas que correm o risco de
fermentar com o fermento ruim (cf. Mt 16,12)".
Assim, ele disse que os missionários de hoje são chamados a ser "as mãos da Igreja que colocam o fermento do Ressuscitado na massa da história, para que a esperança volte a fermentar".
“É preciso estar disposto a colocar as mãos na massa do
mundo! Não basta falar da farinha sem sujar as mãos; é preciso tocá-la”, disse
o papa. “Assim crescerá o Reino, não pela força nem pelo número, mas pela
paciência daqueles que, com fé e amor, continuam amassando junto com Deus”.
No fim de sua mensagem, Leão XIV disse que a Igreja no
México "se esforça para viver plenamente esse chamado de Cristo" e,
por isso, agradeceu aos missionários pela dedicação deles.
“Que o Senhor Jesus torne frutíferas todas as vossas
iniciativas e que Nossa Senhora de Guadalupe, Estrela da Evangelização, vos
acompanhe sempre com a ternura materna dela, mostrando-vos o caminho que conduz
a Deus”, concluiu o papa.
*Almudena Martínez-Bordiú é uma jornalista espanhola
correspondente da ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, em Roma e no
Vaticano, com quatro anos de experiência em informação religiosa.

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