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sábado, 5 de maio de 2018

6º Domingo da Páscoa: Deus é Amor!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Deus é amor! (1Jo 4,8). Deus ama a todos, não faz distinção entre as pessoas (At 10,34). Deus nos amou primeiro! Assim, a Liturgia da Palavra nos apresenta quem é Deus e como ele nos ama. Numa época em que há diferentes modos de se compreender o amor, é importante recordar em que consiste o amor de Deus: “não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou e enviou o seu Filho” (1Jo 4,10). Deste modo, é ressaltada a gratuidade do amor, isto é, amar antes de ser amado, amar sem exigir recompensa, tomar a iniciativa de amar, amar os que não nos amam ou que não retribuem o amor recebido. Deus ama a todos, de graça; seu amor é graça!
Assim, também nós somos chamados a amar, segundo o mandamento que Jesus nos deixou, recordado pelo Evangelho: “amai-vos uns aos outros, como eu vos amei” (Jo 15,12). Para entender bem o seu significado, é preciso ter presente o contexto em que Jesus fala: a última ceia, véspera de sua paixão e morte na cruz. Nela, Jesus nos deixa a eucaristia e realiza o gesto do lava-pés. A doação da própria vida, fazendo-se servidor dos irmãos, é sinal do amor de Cristo e do amor na vida de cada cristão. Jesus nos amou doando a sua vida “para que tenhamos vida por meio dele” (1Jo 4, 9). Há muita gente que se doa cotidianamente para que os outros tenham a vida, testemunhando o novo mandamento. Dentre tantos, podemos destacar os que se dedicam generosamente ao serviço dos enfermos, dos pobres e dos que mais sofrem, assim como, os que entregam a própria vida como missionários, anunciadores do Evangelho, para que todos tenham a vida e a tenham em abundância.
Os Atos dos Apóstolos testemunha o amor de Deus oferecido a todos, sem acepção de pessoas. Causava admiração aos fiéis de origem judaica o fato do Espírito Santo ser derramado também sobre os pagãos.  O próprio Cornélio, convertido vindo do paganismo, em cuja casa Pedro se encontrava com um grupo de fiéis, era sinal e testemunha do amor de Deus manifestado a todos.
Por isso e pelos inúmeros sinais do amor de Deus entre nós, a Igreja tem proclamado ao longo dos séculos, com o Salmo 97: “O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações”.  Neste Tempo Pascal, seja testemunha do amor de Deus no dia a dia, a começar de sua família e do seu ambiente de trabalho, jamais ofendendo ou menosprezando as pessoas, filhos amados do Pai celeste, a serem amados por nós como verdadeiros irmãos.
O Povo de Deus/Arquidiocese de Brasília

Dos Comentários sobre os salmos, de Santo Agostinho, bispo

Santo Agostinho
(Ps 148,1-2:CCL 40,2165-2166)        (Séc.V)

O aleluia pascal
        Toda a nossa vida presente deve transcorrer no louvor de Deus, porque louvar a Deus será também a alegria eterna de nossa vida futura. Ora, ninguém pode tornar-se apto para a vida futura se, desde já, não se prepara para ela. Agora louvamos a Deus, mas também rogamos a Deus. Nosso louvor está cheio de alegrias, e nossa oração, de gemidos. Foi-nos prometido algo que ainda não possuímos; porém, por ser feliz quem o prometeu, alegramo-nos na esperança; mas, como ainda não estamos na posse da promessa, gememos de ansiedade. É bom perseverarmos no desejo, até que a promessa se realize; então acabará o gemido e permanecerá somente o louvor.
        Assim podemos considerar duas fases da nossa existência: a primeira, que acontece agora em meio às tentações e dificuldades da vida presente; e a segunda, que virá depois na segurança e alegria eterna. Por isso, foram instituídas para nós duas celebrações: a do tempo antes da Páscoa e a do tempo depois da Páscoa.
        O tempo antes da Páscoa representa as tribulações que passamos nesta vida. O que celebramos agora, depois da Páscoa, significa a felicidade que alcançamos na vida futura. Portanto, antes da Páscoa celebramos o que estamos vivendo; depois da Páscoa celebramos e significamos o que ainda não possuímos. Eis porque passamos o primeiro tempo em jejuns e orações; no segundo, porém, que estamos celebrando, deixando os jejuns, nos dedicamos ao louvor de Deus. É este o significado do Aleluia que cantamos.
        Em Cristo, nossa cabeça, ambos os tempos foram figurados e manifestados. A paixão do Senhor mostra-nos as dificuldades da vida presente, em que é preciso trabalhar, sofrer e por fim morrer. A ressurreição e glorificação do Senhor nos revelam a vida que um dia nos será dada.
        Agora, pois, irmãos, vos exortamos a louvar a Deus. É isto o que todos nós exprimimos mutuamente quando cantamos: Aleluia. Louvai o Senhor, dizemos nós uns aos outros. E assim todos põem em prática aquilo que se exortam mutuamente. Mas louvai-o com todas as vossas forças, isto é, louvai a Deus não só com a língua e a voz, mas também com a vossa consciência, vossa vida, vossas ações.
Na verdade, louvamos a Deus agora que nos encontramos reunidos na igreja. Mas logo ao voltarmos para casa, parece que deixamos de louvar a Deus. Não deixes de viver santamente e louvarás sempre a Deus. Deixas de louvá-lo quando te afastas da justiça e do que lhe agrada. Mas, se nunca te desviares do bom caminho, ainda que tua língua se cale, tua vida clamará; e o ouvido de Deus estará perto do teu coração. Porque assim como nossos ouvidos escutam nossas palavras, assim os ouvidos de Deus escutam nossos pensamentos.
www.liturgiadashoras.org

terça-feira, 1 de maio de 2018

Hoje começamos maio, mês dedicado a Maria

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Mai. 18 / 05:00 am (ACI).- Maio é o mês que a IgrejaUniversal dedica à Mãe de Deus, a Bem-aventurada Virgem Maria. Este tempo é uma oportunidade para renovar o amor de todos os batizados pela Mulher que Deus, da eternidade, escolheu para dar à luz cuidar Dele.

A Santíssima Virgem Maria é para sempre a Rainha do Céu e da Terra, não há santidade sem Maria porque toda Ela leva a Cristo.
Maria, a mais humilde entre as mulheres, é precisamente o modelo de toda mulher, como assinalou o Papa Francisco em abril de 2014, em uma mensagem a mais de 20 mil jovens reunidos em Buenos Aires, Argentina.
“Para vós existe um único modelo: Maria, a mulher da fidelidade, aquela que não entendia o que acontecia, mas obedecia. Aquela que, quando soube do que a sua prima precisava, foi depressa ter com ela; a Virgem da Prontidão!”.
O Papa assinalou ainda que Maria é “aquela que fugiu como refugiada para um país estrangeiro a fim de salvar a vida do seu Filho. Aquela que ajudou o seu Filho a crescer, que o acompanhou e, quando o seu Filho começou a pregar, seguiu-o. Aquela que padeceu tudo o que acontecia com o Menino, com o Jovem. Aquela que permaneceu ao lado do seu Filho, e lhe indicava os problemas que surgiam: 'Olha, não têm vinho!'. Aquela que, no momento da Cruz, estava com Ele”.
ACI Digital

sábado, 28 de abril de 2018

5º Domingo da Páscoa: Permanecei em Mim!

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
As palavras de Jesus narradas pelo Evangelho (Jo 15,1-8) deste domingo da Páscoa se situam no contexto da ceia de despedida, na véspera de sua morte na cruz.
Jesus utiliza a rica imagem da videira, dos ramos e dos frutos, conhecida do Antigo Testamento.  A videira ou a vinha eram símbolos do Povo de Deus, que não tinha produzido os frutos esperados. Jesus é a verdadeira videira, da qual somos os ramos, formando o novo Povo de Deus. Para produzir frutos, os ramos necessitam estar sempre unidos a videira. “Permanecei em mim”, repete Jesus. A unidade é condição para produzir frutos. Sem estar unido a videira, o ramo seca. A divisão, os conflitos e o isolamento provocam esterilidade.
Quais são os frutos que Deus espera de nós? A primeira Carta de João (1 Jo 3,18-24) ressalta que é preciso crer em Jesus e amar “de acordo com o mandamento que ele nos deu”. A fé em Cristo e o amor ao próximo são atitudes que expressam a união com Cristo e a comunhão entre os ramos da videira. Num mundo marcado por tantas divisões e conflitos, o testemunho de comunhão se torna ainda mais necessário. Torna-se, cada vez mais, uma exigência indispensável da evangelização, para que o mundo  creia, conforme a palavra de Jesus, suplicando ao Pai a unidade para todos os que nele crerem.
Para enfrentar os muitos desafios que passamos, necessitamos caminhar unidos, valorizando a Igreja e dela participando. Os Atos dos Apóstolos (At. 9,26-31) testemunha o esforço de Paulo em procurar a comunidade de Jerusalém. Ele “procurava juntar-se aos discípulos” (v. 26). Após a sua conversão, Paulo foi acolhido na comunidade dos discípulos, em Damasco, contando com a ajuda de Ananias. Na passagem narrada na primeira leitura, ao chegar em Jerusalém, ele teve a ajuda de Barnabé para ser acolhido fraternalmente na comunidade, superando a desconfiança inicial motivada pelo seu passado de perseguidor dos cristãos.
Hoje, necessitamos cada vez mais de comunidades acolhedoras, que testemunham a fé através da vivência do mandamento do amor dado por Jesus, que é condição para ser reconhecido como seus discípulos: “nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35).
Contando com a graça de Deus e participando da vida da comunidade, vamos crescendo sempre mais no testemunho da fé e do amor ao próximo, ajudando outros irmãos a permanecerem unidos a Cristo para produzir frutos dignos da vida cristã. Sejamos discípulos missionários que testemunham corajosamente a alegria de permanecer unidos a Cristo e aos irmãos!
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Bispo de Formosa afirma inocência e diz ter sido acusado sem provas

Dom José Ronaldo / Foto: Diocese de Formosa
GOIÂNIA, 24 Abr. 18 / 11:30 am (ACI).- Após passar um mês preso acusado do desvio de R$ 2 milhões de recursos das paróquias da Diocese de Formosa (GO), Dom José Ronaldo Ribeiro declarou que ele e demais sacerdotes detidos foram vítimas de um plano para os desmoralizar, sendo “acusados sem provas”.
“Fomos massacrados, acusados sem provas, com um método de condenar, prender e apurar”, declarou o Prelado em uma entrevista a ‘O Estado de S. Paulo’.
Dom José Ronaldo e outros 5 sacerdotes da Diocese de Formosa foram presos em 19 de março na Operação Caifás, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, acusados de desviar R$2 milhões e usar dinheiro das paróquias para a compra de uma fazenda de gado e uma casa lotérica.
O Prelado permaneceu cerca de um mês na prisão, tendo sido liberado na última semana, após a concessão do habeas corpus em 17 de março pelo Tribunal de Justiça de Goiás. Após ser solto, seguiu para a residência episcopal de Formosa, em vez de seguir conselhos para que se hospedasse na Casa do Clero, para padres idosos e doentes.
“Vim para cá, porque esta é minha morada. Eu ainda sou o bispo de Formosa, embora afastado”, afirmou.
Segundo Dom José Ronaldo, ele foi vítima de um plano arquitetado para o “desmoralizar e tirar do governo da Diocese”.
“É um grupo bem articulado com um plano e, nesse plano, vi claramente que usaram o anonimato e abriram quatro frentes para nos denegrir, nos desmoralizar: a mídia, redes sociais, Ministério Público e Nunciatura”, citou.
O Bispo assinalou que tal grupo teria armado “esse esquema há anos”, desde sua passagem pela Diocese de Janaúba (MG), de onde foi transferido para Formosa, em 2014. Além disso, indicou que na Diocese mineira, a armação teve início depois que ele acolheu ex-dependentes de drogas dos quais cuidava no trabalho pastoral, tendo ficado com sua conta negativa para ajudá-los.
“Lá (Janaúba), fui vítima de uma situação semelhante. Quando fui nomeado Bispo de Formosa, alguns padres e leigos foram às redes sociais e acessaram essa mesma campanha que fizeram contra mim lá. Então, eles já tinham uma ideia pré-concebida a meu respeito”, afirmou o Bispo em vídeo publicado por ‘O Estado de S. Paulo’.
Dom Ronaldo assinalou que este grupo que o acusa é formado também por sacerdotes de Formosa “que estavam acostumados a estar na liderança de tudo aqui na Diocese”, mas que, com sua chegada, não foram privilegiados em “posições de destaque na Diocese”, o que teria gerado “uma insatisfação”.
“Inclusive os nomes deles estão arrolados como testemunhas de acusações, pelo menos uns oito estão ali identificados e são os que sempre fizeram oposição a mim, ao meu governo pastoral”, declarou no vídeo.
De acordo com o Bispo, estes sacerdotes se opuseram a ele e ficaram insatisfeitos ao ver que, “apesar da oposição que estavam fazendo, estava avançando”.
Em relação às acusações de desvio de recursos, Dom José Ronaldo disse: “Sou inocente, tenho certeza de que nada fiz de errado”. Além disso, afirmou que a compra da fazenda de criação de gado e da lotérica foi feita por Padre Moacyr Santa, com recursos próprios, o que não caracteriza crime.
Quanto à situação da Diocese de Formosa, por enquanto, segue sob o governo do administrador apostólico nomeado pelo Papa Francisco em 21 de março, o Arcebispo de Uberaba (MG), Dom Paulo Mendes Peixoto.
Recentemente, durante a 56ª Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, Dom Paulo falou com a imprensa sobre a situação da Diocese de Formosa, ressaltando que a visita apostólica já estava decidida antes da prisão de Dom José e dos padres, devido a queixas levadas à nunciatura, e que a existência da mesma não significa que a Santa Sé já tenha feito um juízo antecipado dos fatos ou dos envolvidos.
Na mesma ocasião, o Bispo Auxiliar de Brasília (DF), Dom José Aparecido, perito em Direito Canônico, afirmou que vão acompanhar e averiguar fatos pastorais para que a Santa Sé tome conhecimento e dê as orientações necessárias.
Por sua vez, Dom José Ronaldo, que fica afastado do governo diocesano até uma decisão final sobre o caso, assinalou que, se o Papa permitir, pretende retomar suas funções, embora admita reavaliar a intenção.
ACI Digital

segunda-feira, 23 de abril de 2018

Papa Francisco completa 45 anos como jesuíta

Sacerdote jesuíta Jorge Mario Bergoglio (hoje Papa Francisco) / Foto: Companhia de Jesus (Argentina)
REDAÇÃO CENTRAL, 22 Abr. 18 / 06:00 am (ACI).- O Papa Francisco comemora neste dia 22 de abril 45 anos de profissão religiosa. Em 22 de abril de 1973, Jorge Mario Bergoglio fez sua profissão perpétua na Companhia de Jesus, aos 36 anos de idade anos.
O primeiro Papa latino-americano da história foi ordenado em dezembro de 1969 e depois continuou sua formação na Espanha entre 1970 e 1971. Dois anos mais tarde, realizou sua profissão perpétua como jesuíta.
Entre os anos 1972 e 1973, foi professor de noviços na Argentina, na localidade portenha de San Miguel, onde também atuou como professor da Faculdade de Teologia, consultor provincial da Ordem e Decano do Colégio. Em 31 de julho daquele ano, foi eleito Provincial dos jesuítas na Argentina. Tinha então 37 anos.
O dia 22 de abril é uma data clássica em que os jesuítas professam seus últimos votos religiosos, ao final de um longo período de formação religiosa. Nesse dia, em 1542, Santo Inácio de Loyola – fundador da Companhia de Jesus – e seus primeiros companheiros fizeram a profissão solene em Roma, depois da aprovação do Papa Paulo III da nova ordem nascente.
Santo Inácio de Loyola e seus companheiros fizeram sua profissão diante de uma imagem da Virgem Maria, na Basílica de São Paulo Extramuros de Roma, naquele tempo era a Basílica Papal, pois São Pedro ainda estava sendo construída.
O Papa Francisco rezou diante dessa mesma imagem no final da Missadurante sua primeira visita à Basílica, em 14 de abril de 2013, uma semana depois de ter tomado posse como Bispo da diocese de Roma.
ACI Digital

Virgem Santa Maria, Mãe da Companhia de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 22 Abr. 18 / 05:00 am (ACI).- Desde 22 de abril de 1541, celebra-se todos os anos a festa da Mãe da Companhia de Jesus, dia em que os primeiros jesuítas fizeram os votos solenes diante da imagem da Virgem Santa Maria, na Basílica romana de São Paulo Extramuros.

Santo Inácio narrou toda a experiência: “Quando chegamos a São Paulo, os seis nos confessamos, uns aos outros. Decidiu-se que Íñigo dissesse missa na igreja, e que os outros recebessem o Santíssimo Sacramento de suas mãos, fazendo seus votos da seguinte forma: Inácio dizendo missa e antes da comunhão, segurando um papel com a fórmula dos votos, se voltou para seus companheiros que estavam ajoelhados, e pronunciou as palavras dos votos”.
“Depois de dizê-las, comungou recebendo o Corpo de Cristo. Quando terminou de consumir, colocou as cinco hóstias consagradas na patena e se voltou para seus companheiros. Cada um tomou o texto dos votos em sua mão e disse em voz alta as palavras. Quando o primeiro terminou, recebeu o Corpo de Cristo. Em seguida, por turnos, os demais fizeram o mesmo. A missa aconteceu no altar da Virgem, no qual estava reservado o Santíssimo Sacramento”.
“Quando acabou a missa, depois de rezar diante dos outros altares, regressaram ao altar maior, onde todos se aproximaram de Íñigo. Deram-lhe um abraço e o beijo da paz, com muita devoção, sentimento e lágrimas; assim, finalizaram a cerimônia dos votos e deram início a sua vocação”.
Em 27 de setembro de 1540, meses antes que Santo Inácio de Loyola e os cinco companheiros (Salmerón, Laínez, Broet, Jay e Codure) fizessem os votos de pobreza, castidade e obediência, o Papa Paulo III aprovou a Fórmula da Companhia de Jesus e concedeu licença para fazer suas Constituições.
ACI Digital

domingo, 22 de abril de 2018

4º Domingo da Páscoa: Domingo do Bom Pastor

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília

O 4º Domingo da Páscoa é denominado Domingo do Bom Pastor, pois nele sempre se proclama um trecho do capítulo 10º do Evangelho segundo João, que nos apresenta Jesus como o Bom Pastor. A cada ano, são destacados traços do Bom Pastor que nos motivam a colocar nele a nossa fé, deixando-nos por ele conduzir, e a segui-lo fielmente, escutando a sua voz. O trecho, hoje proclamado (Jo 10,11-18), retrata Jesus, o Bom Pastor, destacando as seguintes características: a) Ele dá a vida por suas ovelhas, fazendo isso, livremente e não obrigado ou por interesse, como faz o mercenário; b) Ele defende o seu rebanho do “lobo” que ameaça devorá-lo; c) Ele conhece as suas ovelhas; d) sai em busca das ovelhas que não estão no redil; e) reúne as suas ovelhas formando um só rebanho. A doação da vida do Bom Pastor se manifesta, de modo especial, na cruz. Neste Tempo Pascal, nós estamos celebrando a vitória do Pastor - Cordeiro imolado, que vence a morte e nos dá a vida. Nós voltamos o nosso olhar e o nosso coração para Ele, com confiança, procurando escutar a sua voz e imitar as suas atitudes.
As ovelhas do rebanho de Cristo deixam-se conduzir por ele, pois confiam naquele que dá a vida para que todos tenham a vida. Entretanto, não se pode pertencer ao rebanho aceitando apenas o Pastor. Aqueles que seguem o Bom Pastor devem aceitar também as demais ovelhas do rebanho, os outros discípulos, como irmãos a serem amados. O discípulo e ovelha do rebanho deve ser sempre discípulo em comunhão. Por isso, valorize a sua comunidade e participe da vida da Igreja, especialmente, neste Tempo Pascal.
No Domingo do Bom Pastor, nós somos convidados a rezar especialmente por aqueles que colaboram no pastoreio do rebanho de Jesus, o Bom Pastor, prolongando a sua presença e missão através do sacerdócio e da vida religiosa. Por isso, a cada ano, neste Domingo, celebramos a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas.  Lembremos, hoje, que o cultivo das vocações sacerdotais e religiosas é dever da inteira comunidade dos fiéis, a começar pela oração permanente pelas vocações. Agradecemos a todos os que se dedicam ao serviço vocacional em nossa Igreja, especialmente, aos formadores, aos animadores da Pastoral Vocacional e aos que contribuem para a Obra das Vocações Sacerdotais. Necessitamos de maior ajuda espiritual e material, especialmente, na sustentação de nossos Seminários. Nesta Jornada Mundial de Oração, rezemos pelos nossos padres, religiosos, seminaristas e vocacionados, para que sejam fiéis, seguindo o exemplo de Jesus, o Bom Pastor, e deixando-se por Ele conduzir.
Arquidiocese de Brasília

quarta-feira, 18 de abril de 2018

Como distinguir os verdadeiros profetas dos falsos? o Papa explica

Papa na Missa. Foto: Vatican Media
VATICANO, 17 Abr. 18 / 11:30 am (ACI).- O profeta sempre é um homem de esperança que “arrisca a própria pele”. Isso foi indicado pelo Papa Francisco na missa que presidiu na capela da Casa de Santa Marta, onde ele deu algumas pistas para distinguir os verdadeiros profetas dos falsos.
Francisco recordou a figura de Estevão, que foi apedrejada depois de falar ao povo e anunciar a verdade. “Arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo”, disse.
“Quando o profeta chega à verdade e toca o coração, ou coração se abre ou o coração torna-se mais pedra, desencadeando a raiva, a perseguição”. “Assim acaba a vida de um profeta”.
Ao mesmo tempo, reconheceu que “os profetas sempre tiveram estes problemas de perseguição por dizer a verdade”.
“Mas para mim, qual é o teste de que um profeta, quando fala forte, diz a verdade? É quando este profeta é capaz não somente de dizer, mas de chorar sobre o povo que abandonou a verdade. E Jesus, por um lado repreende com aquelas palavras duras: ‘geração perversa e adúltera’. Por outro, chora sobre Jerusalém. Este é o teste”.
“Um verdadeiro profeta é aquele que é capaz de chorar por seu povo e também de dizer as coisas fortes quando for necessário. Não é morno, é sempre assim, direto”.
O Pontífice acrescentou que “abrir portas, curar as raízes, curar a pertença ao povo de Deus para seguir em frente. Não é por ofício um repreensor. Não, é um homem de esperança. Repreende quando é necessário e abre as portas olhando o horizonte da esperança. Mas o verdadeiro profeta, se desempenha bem a sua missão, arrisca a própria pele”.
“A Igreja tem necessidade dos profetas. E diria mais: tem necessidade de que todos nós sejamos profetas. Não críticos, isto é outra coisa. Uma coisa é sempre o juiz crítico, ao qual nada lhe agrada, nenhuma coisa lhe agrada.: “Não, isto não está certo, não está bem, não está bem, não está certo, isto deve ser assim…” Este não é um profeta. O profeta é aquele que reza, olha para Deus, olha para seu povo, sente dor quando o povo erra, chora – é capaz de chorar pelo povo – mas é também capaz de arriscar a própria pele para dizer a verdade”.
ACI Digital

domingo, 15 de abril de 2018

III Domingo da Páscoa – Ano B

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Respingos da Graça
TEMA
Jesus ressuscitou verdadeiramente? Como é que podemos fazer uma experiência de encontro com Jesus ressuscitado? Como é que podemos mostrar ao mundo que Jesus está vivo e continua a oferecer aos homens a salvação? É, fundamentalmente, a estas questões que a liturgia do 3° Domingo da Páscoa procura responder.
O Evangelho assegura-nos que Jesus está vivo e continua a ser o centro à volta do qual se constrói a comunidade dos discípulos. É precisamente nesse contexto eclesial – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviço – que os discípulos podem fazer a experiência do encontro com Jesus ressuscitado. Depois desse “encontro”, os discípulos são convidados a dar testemunho de Jesus diante dos outros homens e mulheres.

EVANGELHO – Lc 24,35-48
Naquele tempo,
os discípulos de Emaús
contaram o que tinha acontecido no caminho
e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto,
Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco».
Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus:
«Porque estais perturbados
e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo;
tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos,
Como vedes que Eu tenho».
Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração,
não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes:
«Tendes aí alguma coisa para comer?» Deram-Lhe uma posta de peixe assado,
que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes:
«Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco:
‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’».
Abriu-lhes então o entendimento
para compreenderem as Escrituras
e disse-lhes:
«Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia,
e que havia de ser pregado em seu nome
o arrependimento e o perdão dos pecados
a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».
AMBIENTE
o episódio que Lucas nos relata no Evangelho deste domingo situa-nos em Jerusalém, pouco depois da ressurreição. Os onze discípulos estão reunidos e já conhecem uma aparição de Jesus a Pedro (cf. Lc 24,34), bem como o relato do encontro de Jesus ressuscitado com os discípulos de Emaús (cf. Lc 24,35).
Apesar de tudo, o ambiente é de medo, de perturbação e de dúvida. A comunidade, cercada por um ambiente hostil, sente-se desamparada e insegura. O medo e a insegurança vêm do facto de os discípulos não terem, ainda, feito a experiência de encontro com Cristo ressuscitado.
Nesta última secção do seu Evangelho, Lucas procura mostrar como os discípulos descobrem, progressivamente, Jesus vivo e ressuscitado. Ao evangelista não interessa tanto fazer uma descrição jornalística e fotográfica das aparições de Jesus aos discípulos; interessa-lhe, sobretudo, afirmar aos cristãos de todas as épocas que Cristo continua vivo e presente, acompanhando a sua Igreja, e que os discípulos, reunidos em comunidade, podem fazer uma experiência de encontro verdadeiro com Jesus ressuscitado.
Para a sua catequese, Lucas vai utilizar diversas imagens que não devem ser tomadas à letra nem absolutizadas. Elas são, apenas, o invólucro que apresenta a mensagem. O que devemos procurar, neste texto, é algo que está para além dos pormenores, por muito reais que eles pareçam: é a catequese da comunidade cristã sobre a sua experiência de encontro com Jesus vivo e ressuscitado.
MENSAGEM
A ressurreição de Jesus terá sido uma simples invenção da Igreja primitiva, ou um piedoso desejo dos discípulos, esperançados em que a maravilhosa aventura que viveram com Jesus não terminasse no fracasso da cruz e num túmulo escavado numa rocha em Jerusalém?
É, fundamentalmente, a esta questão que Lucas procura responder. Na sua catequese, Lucas procura deixar claro que a ressurreição de Jesus foi um facto real, incontornável que, contudo, os discípulos descobriram e experimentaram só após um caminho longo, difícil, penoso, carregado de dúvidas e de incertezas.
Todos os relatos das aparições de Jesus ressuscitado falam das dificuldades que os discípulos sentiram em acreditar e em reconhecer Jesus ressuscitado (cf. Mt 28,17; Mc 16,11.14; Lc 24,11.13-32.37-38.41; Jo 20,11-18.24-29; 21,1-8). Essa dificuldade deve ser histórica e significa que a ressurreição de Jesus não foi um acontecimento cientificamente comprovado, material, captável pela objectiva dos fotógrafos ou pelas câmaras da televisão. Nos relatos das aparições de Cristo ressuscitado, os discípulos nunca são apresentados como um grupo crédulo, idealista e ingénuo, prontos a aceitar qualquer ilusão; mas são apresentados como um grupo desconfiado, crítico, exigente, que só acabou por reconhecer Jesus vivo e ressuscitado depois de um caminho mais ou menos longo, mais ou menos difícil.
O caminho da fé não é o caminho das evidências materiais, das provas palpáveis, das demonstrações científicas; mas é um caminho que se percorre com o coração aberto à revelação de Deus, pronto para acolher a experiência de Deus e da vida nova que Ele quer oferecer. Foi esse o caminho que os discípulos percorreram. No final desse caminho (que, como caminho pessoal, para uns demorou mais e para outros demorou menos), eles experimentaram, sem margem para dúvidas, que Jesus estava vivo, que caminhava com eles pelos caminhos da história e que continuava a oferecer-lhes a vida de Deus. Eles começaram a percorrer esse caminho com dúvidas e incertezas; mas fizeram a experiência de encontro com Cristo vivo e chegaram à certeza da ressurreição. É essa certeza que os relatos da ressurreição, na sua linguagem muito própria, procuram transmitir-nos.
Na catequese de Lucas há elementos que importa pôr em relevo:
1. Ao longo da sua caminhada de fé, os discípulos descobriram a presença de Jesus, vivo e ressuscitado, no meio da sua comunidade. Perceberam que Ele continua a ser o centro à volta do qual a comunidade se constrói e se articula. Entenderam que Jesus derrama sobre a sua comunidade em marcha pela história a paz (o “shalom” hebraico, no sentido de harmonia, serenidade, tranquilidade, confiança, vida plena – verso 36).
2. Esse Jesus, vivo e ressuscitado, é o filho de Deus que, após caminhar com os homens, reentrou no mundo de Deus. O “espanto” e o “medo” com que os discípulos acolhem Jesus são, no contexto bíblico, a reacção normal e habitual do homem diante da divindade (vers. 37). Jesus não é um homem reanimado para a vida que levava antes, mas o Deus que reentrou definitivamente na esfera divina.
3. As dúvidas dos discípulos dão conta dessa dificuldade que eles sentiram em percorrer o caminho da fé, até ao encontro pessoal com o Senhor ressuscitado. A ressurreição não foi, para os discípulos, um facto imediatamente evidente, mas uma caminhada de amadurecimento da própria fé, até chegar à experiência do Senhor ressuscitado (vers. 38).
4. Na catequese/descrição de Lucas, certos elementos mais “sensíveis” e materiais (a insistência no “tocar” em Jesus para ver que Ele não era um fantasma – verso 39-40; a indicação de que Jesus teria comido “uma posta de peixe assado” – verso 41-43) são, antes de mais, uma forma de ensinar que a experiência de encontro dos discípulos com Jesus ressuscitado não foi uma ilusão ou um produto da imaginação, mas uma experiência muito forte e marcante, quase palpável. São, ainda, uma forma de dizer que esse Jesus que os discípulos encontraram, embora diferente e irreconhecível, é o mesmo que tinha andado com eles pelos caminhos da Palestina, anunciando-lhes e propondo-lhes a salvação de Deus. Finalmente, Lucas ensina também, com estes elementos, que Jesus ressuscitado não está ausente e distante, definitivamente longe do mundo em que os discípulos têm de continuar a caminhar; mas Ele continua, pelo tempo fora, a sentar-Se à mesa com os discípulos, a estabelecer laços de familiaridade e de comunhão com eles, a partilhar os seus sonhos, as suas lutas, as suas esperanças, as suas dificuldades, os seus sofrimentos.
5. Jesus ressuscitado desvela aos discípulos o sentido profundo das Escrituras. A Escritura não só encontra em Jesus o seu cumprimento, mas também o seu intérprete. A comunidade de Jesus que caminha pela vida deve, continuamente, reunir-se à volta de Jesus ressuscitado para escutar a Palavra que alimenta e que dá sentido à sua caminhada histórica (vers. 44-46).
6. Os discípulos, alimentados por essa Palavra, recebem de Jesus a missão de dar testemunho diante de “todas as nações, começando por Jerusalém”. O anúncio dos discípulos terá como tema central a morte e ressurreição de Jesus, o libertador anunciado por Deus desde sempre. A finalidade da missão da Igreja de Jesus (os discípulos) é pregar o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os homens e mulheres, propondo-lhes a opção pela vida nova de Deus, pela salvação, pela vida eterna (vers. 47-48).
Lucas apresenta aqui uma breve síntese da missão da Igreja, tema que ele desenvolverá amplamente no livro dos Actos dos Apóstolos.
ATUALIZAÇÃO
• Jesus ressuscitou verdadeiramente, ou a ressurreição é fruto da imaginação dos discípulos? Como é possível ter a certeza da ressurreição? Como encontrar Jesus ressuscitado? É a estas e a outras questões semelhantes que o Evangelho deste domingo procura responder. Com a sua catequese, Lucas diz-nos que nós, como os primeiros discípulos, temos de percorrer o nem sempre claro caminho da fé, até chegarmos à certeza da ressurreição. Não se chega lá através de deduções lógicas ou através de construções de carácter intelectual; mas chega-se ao encontro com o Senhor ressuscitado inserindo-nos nesse contexto em que Jesus Se revela – no encontro comunitário, no diálogo com os irmãos que partilham a mesma fé, na escuta comunitária da Palavra de Deus, no amor partilhado em gestos de fraternidade e de serviçoD É nesse “caminho” que vamos encontrando Cristo vivo, actuante, presente na nossa vida e na vida do mundo.
• É que Cristo continua presente no meio da sua comunidade em marcha pela história. Quando a comunidade se reúne para escutar a Palavra, Ele está presente e explica aos seus discípulos o sentido das Escrituras. Não sentimos, tantas vezes, a presença de Cristo a indicar-nos caminhos de vida nova e a encher o nosso coração de esperança quando lemos e meditamos a Palavra de Deus? Não sentimos o coração cheio de paz – a paz que Jesus ressuscitado oferece aos seus – quando escutamos e acolhemos as propostas de Deus, quando procuramos conduzir a nossa vida de acordo com o plano de Deus?
• Jesus ressuscitado reentrou no mundo de Deus; mas não desapareceu da nossa vida e não se alheou da vida da sua comunidade. Através da imagem do “comer em conjunto” (que, para o Povo bíblico, significa estabelecer laços estreitos, laços de comunhão, de familiaridade, de fraternidade), Lucas garante-nos que o Ressuscitado continua a “sentar-se à mesa” com os seus discípulos, a estabelecer laços com eles, a partilhar as suas inquietações, anseios, dificuldades e esperanças, sempre solidário com a sua comunidade. Podemos descobrir este Jesus ressuscitado que se senta à mesa com os homens sempre que a comunidade se reúne à mesa da Eucaristia, para partilhar esse pão que Jesus deixou e que nos faz tomar consciência da nossa comunhão com Ele e com os irmãos.
• Jesus lembra aos discípulos: “vós sois as testemunhas de todas estas coisas”. Isto significa, apenas, que os cristãos devem ir contar a todos os homens, com lindas palavras, com raciocínios lógicos e inatacáveis que Jesus ressuscitou e está vivo? O testemunho que Cristo nos pede passa, mais do que pelas palavras, pelos nossos gestos. Jesus vem, hoje, ao encontro dos homens e oferece-lhes a salvação através dos nossos gestos de acolhimento, de partilha, de serviço, de amor sem limites. São esses gestos que testemunham, diante dos nossos irmãos, que Cristo está vivo e que Ele continua a sua obra de libertação dos homens e do mundo.
• Na catequese que Lucas apresenta, Jesus ressuscitado confia aos discípulos a missão de anunciar “em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todos os povos, começando por Jerusalém”. Continuando a obra de Jesus, a missão dos discípulos é eliminar da vida dos homens tudo aquilo que é “o pecado” (o egoísmo, o orgulho, o ódio, a violência e propor aos homens uma dinâmica de vida nova.
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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF