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segunda-feira, 8 de abril de 2024

Santa Júlia de Billiart

Santa Júlia de Billiart (A12)
08 de abril
Santa Júlia de Billiart

Maria Rosa Júlia Billiart nasceu em Cuvilly, região da Picardia, norte da França, em 1751. Era uma dos nove filhos de camponeses pobres e muito religiosos, que a batizaram no mesmo dia do seu nascimento. Fez a Primeira Comunhão aos sete anos; a partir deste dia, milagrosamente, a Eucaristia passou a ser o seu único alimento.

Aos 13 anos, com sérios problemas de saúde, acabou paraplégica, uma situação que durou por 30 anos. Ao longo deste tempo, aprofundou-se na oração e na contemplação, vivendo experiências místicas: Jesus lhe revelou mistérios da Salvação, dos sofrimentos no Calvário, da luz divina que ilumina os católicos e da Glória Celeste. Mas também procurou sempre ajudar na catequese paroquial, preocupando-se com a educação dos pobres.

Cultivava a amizade com familiares, religiosos, irmãs carmelitas que lhe davam auxílio espiritual, e mesmo com damas da nobreza, que a ajudavam com donativos. Desenvolveu uma pedagogia própria, e aprendeu também com os acontecimentos da Revolução Francesa, as guerras de Napoleão e com as autoridades com quem conviveu. Em 1794, conheceu Maria Luísa Francisca Blin de Bourdon, Viscondessa de Gézaincourt, no castelo desta família em Amiens. Tornaram-se amigas e acabaram por fundar a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora, futura Congregação das Irmãs de Notre Dame de Namür, dedicada à educação das crianças e à catequese, com a formação de bons e santos educadores.

Em fevereiro de 1804, Júlia, Maria e Catarina Duchâtel fizeram seus votos religiosos. Júlia lutou para que a nova congregação obtivesse independência da esfera diocesana, e conseguiu, sendo então eleita superiora geral. Ingressas algumas candidatas, iniciaram-se aulas noturnas de catequese, e foi aberto um orfanato: Júlia estava atenta para o pequeno número de sacerdotes em contraste com o grande número de crianças sem formação, e com a sua fundação se dispunha a ajudá-los.

Em 1 de junho de 1804, após 30 anos de enfermidade e 22 anos de paralisia, Júlia foi milagrosamente curada durante uma novena ao Sagrado Coração de Jesus, de Quem era devota. Com saúde, expandiu a obra, inaugurando novos conventos em Namür, Gante e Tournai; abriu uma primeira escola gratuita em Amiens e outras mais pela França e Bélgica, além de pensionatos, diante da situação de miséria da época. O que era ganho com os pensionatos era utilizado para a fundação das escolas gratuitas. Júlia não aceitava doações que interferissem na independência da Congregação. Injustamente perseguida pelo bispo de Amiens, que chegou a afastá-la da Congregação, foi para Namür na Bélgica com as Irmãs, onde a Congregação se firmou.

 Faleceu ali em 8 de abril de 1816, enquanto recitava o Magnificat.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nas palavras de Santa Júlia de Billiart, “A educação é caminho da plenitude da vida”. Particularmente a educação religiosa e espiritual. Por isso, a começar pelo clero, todos os católicos que se dedicam a algum tipo de ensino, e na verdade todos os batizados, que têm a missão de ensinar por atos e palavras a verdadeira Fé, devem se preparar com exemplar empenho no conhecimento da Doutrina da Igreja, e se destacarem pela competência nas suas áreas particulares de ensino. Não se trata de vaidade ou ambição, mas sim de coerência e fidelidade, pois se não ensinamos a Verdade, pecamos por ignorância culposa (sem dedicação correta ao que somos obrigados primeiro a conhecer bem para depois ensinar) ou omissão. E isto, atualmente, é tanto mais grave quanto maiores se tornam as mediocridades e falsidades espirituais, ideológicas, filosóficas, nos centros de ensino, na mídia, na cultura em geral. Só é possível amar e servir ao que se conhece; e Se Cristo e a cultura que Dele emana não é ensinada, ou é distorcida, quão imensa é a responsabilidade dos que o permitem, e qual o prejuízo, espiritual e material dos que são “ensinados”, ou antes, treinados no erro! Gravíssimas serão as consequências para todos, nesta e na vida infinita que teremos.

Oração:

Deus Todo-Poderoso, que nunca nos deixais sem a orientação da Verdade, e continuamente nos alertais para as nossas responsabilidades nesta vida e para o que teremos por nossas obras no futuro infinito, concedei-nos pela intercessão e ensinamentos de Santa Júlia Billiart a graça de não ficarmos paralisados na mediocridade do que devemos aprender, na indiferença sobre os males que são ensinados, e na omissão sobre o que devemos instruir, para que, nos empenhando na cura da enfermidade de ignorância acerca de Vós e do que desejais, pratiquemos a maior das caridades, que é a Vos levar ao conhecimento dos irmãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, e Nossa Senhora. Amém.


Fonte: https://www.a12.com/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF