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domingo, 3 de maio de 2020

IV DOMINGO DA PÁSCOA - Ano "A":BOM PASTOR E PORTA

Dom Sérgio da Rocha
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília
O quarto Domingo da Páscoa é conhecido como “Domingo do Bom Pastor”. Nele, sempre se proclama um trecho do capítulo 10 do Evangelho segundo João, que apresenta Jesus como o Bom Pastor. No mesmo dia, somos convidados a rezar por aqueles que se dedicam ao cuidado pastoral do rebanho de Cristo. Por isso, o Domingo do Bom Pastor é também o Dia Mundial de Oração pelas Vocações.
No início do capítulo 10 de João, encontramos ressaltada a imagem da “porta”, além da figura do “pastor”, ambas muito significativas no ambiente pastoril da época. Por duas vezes, neste breve trecho, Jesus afirma: “Eu sou a porta das ovelhas” (v. 7 e 9). Quem entrar no redil por meio da “porta”, que é Jesus, “será salvo” (v.9). É preciso passar por essa “porta” para chegar à pastagem que traz vida.
Quanto à imagem do “pastor”, neste ano, contemplamos Jesus como o Bom Pastor que: a) “chama cada uma de suas ovelhas pelo nome”, o que denota relacionamento pessoal e proximidade; b) “caminha à frente das ovelhas”, indicando-lhes o caminho a seguir; c) e que veio para que as suas ovelhas “tenham vida e a tenham em abundância”. Quanto às ovelhas, aquelas que lhe pertencem, o seguem e escutam a sua voz. Em contraposição à figura do pastor, está a do “ladrão” que não passa pela porta, mas sobe por outro lugar, e que vem para “roubar, matar e destruir”.
A segunda leitura também nos apresenta Jesus como “o Pastor e guarda” da vida de cada um de nós. Ao recordar os sofrimentos de Cristo, a Primeira Carta de Pedro nos exorta a seguir os seus passos, suportando os sofrimentos por fazer o bem, jamais retribuindo o mal com o mal. (1Pd 2,20-25).
A nossa reposta diante do Bom Pastor deve ser de escuta fiel de sua voz e de conversão sincera, conforme nos pede o livro dos Atos dos Apóstolos: “Convertei-vos!” (At 2,38). Ao mesmo tempo, nós somos chamados a colocar a nossa interira confiança no Pastor que nos conduz e nos leva para as águas repousantes (Salmo 22).
Celebramos, hoje, o aniversário da primeira missa em Brasília, bendizendo a Deus pela fé que tem sido celebrada, vivida e testemunhada desde os primórdios da nova capital federal, que nasceu sob o signo da cruz de Cristo. Cabe a nós, hoje, a missão de continuar a transmitir a fé em Jesus Cristo que recebemos dos que nos precederam. Continuemos a rezar pelos que mais sofrem com a pandemia, de modo especial pelos enfermos e por suas famílias, pelos profissionais da saúde e por todos os que se dedicam ao cuidado dos doentes, pelos que faleceram e por seus familiares. Permaneça unido à Igreja, em oração, e procure ser solidário com os que mais sofrem.
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

sábado, 2 de maio de 2020

São José Operário

Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora (MG)
No dia primeiro de maio celebramos o dia de São José operário ou São José trabalhador. Com este dia lembramos de todos os trabalhadores para que tenham todos os seus direitos trabalhistas garantidos. Ninguém deve ser explorado em seu trabalho tendo que ter que trabalhar muitas horas num sistema de escravidão. Esta celebração surge justamente após a revolução industrial, onde os trabalhadores reivindicaram os seus direitos trabalhistas e dizem não ao trabalho escravo e reivindicar cumprir uma jornada de trabalho digna para todos, onde principalmente mulheres que trabalhavam nas indústrias “dias e noites” e se cansavam muito e até acidentes aconteciam não eram dignamente remuneradas.
No dia 19 de março celebramos o dia de São José como “Patrono Universal da Igreja”, o São José “Pai adotivo de Jesus”. E no dia 1º de Maio o São José trabalhador, carpinteiro, que trabalhava duro em sua carpintaria para levar o sustento digno para a sua família. E isto que pedimos neste dia que todos as pessoas tenham acesso ao trabalho e que possam levar um sustento digno para as suas famílias.
Estamos atravessando um momento muito difícil no mundo todo com um vírus invisível, onde muitas pessoas se encontram desempregadas devido ao Corona vírus, muitas lojas, industrias, empresas fechando as portas e mandando funcionários embora, não conseguindo meios de honrar com seus compromissos e não podendo segurar os seus funcionários. Mas assim como foi no tempo da revolução industrial no século XVIII em que muitas pessoas recorreram a São José para conseguirem os seus direitos trabalhistas. Peçamos a Intercessão dele neste momento para que possamos passar por essa fase difícil e aqueles que estão desempregados logo possam ser recolocados no mercado de trabalho.
Neste dia de São José Operário peçamos uma vez mais por aqueles que tem emprego, para que possam se manter firmes em seus empregos e levando o pão de cada dia para os seus familiares de maneira digna e assim sustentar os seus; como São José operário fazia e pedir por aqueles que não tem emprego, para que logo possam conseguir. Neste dia não rezamos tão somente por aqueles que estão empregados, mas por quem está desempregado também.
Rezemos de maneira especial neste ano pelos profissionais da saúde que estão na linha de frente do combate ao coronavírus que estão se doando completamente pelos outros, dobrando a sua jornada de trabalho incansavelmente. Rezemos por aqueles que contraíam o vírus enquanto estavam cuidando dos outros para que tenham logo um pronto restabelecimento. Elevemos uma prece especial a todos os operadores dos hospitais e casas de saúde neste dia, porque sem a presença deles nos hospitais as coisas poderiam ser piores. Aos profissionais da saúde que se encontram desempregados que logo consigam uma recolocação e assim ajudem a combater esse vírus.
Rezemos também pelos professores de escolas, universidades, cursos e afins que estão se desdobrando para ministrar aulas online para os seus alunos. Para que tenham paciência para enfrentar esse momento e que tão logo estarão na sala de aula com seus alunos.
Neste momento pedimos paciência aos pais que estão em casa com seus filhos neste tempo de pandemia e que na medida do possível entre um afazer e outro consigam estudar junto com seus filhos e transmitir o conhecimento adquirido a eles, juntamente com aquilo que a escola manda.
Este ano a celebração de São José Operário será de maneira diferente, não poderemos ir até a Igreja física enquanto templo, mas poderemos acompanhar as celebrações das Missas por meio da Internet, mídias sociais, TV e Rádio. De uma forma ou de outra estaremos unidos, uns rezando pelos outros, de suas casas, pedindo assim a manutenção dos empregos para quem está empregado e pedindo o emprego para quem se encontra desempregado. Neste momento de Pandemia em que estaremos em casa impossibilitados de ir na “Igreja”, peçamos com Fé a intercessão de São José para a nossa vida e de nossa família.
A Igreja, nesta festa do trabalho, idealizada pelo grande Papa Pio XII, deu um lindo parecer sobre todo esforço humano que gera, dá a luz e faz crescer as obras produzidas pelo homem: “Queremos reafirmar, em forma solene, a dignidade do trabalho, a fim de que inspire na vida social as leis da equitativa repartição de direitos e deveres.”
São José, que na Bíblia é reconhecido como um homem justo, é quem revela com sua vida que o Deus que trabalha sem cessar na santificação de Suas obras, é o mais desejoso de trabalhos santificados: “Seja qual for o vosso trabalho, fazei-o de boa vontade, como para o Senhor, e não para os homens, cientes de que recebereis do Senhor a herança como recompensa… O Senhor é Cristo” (cf. Cl 3,23-24).
Portanto, aqueles que tem trabalho devem agradecer muito por estarem empregados e que seja qual for o trabalho, seja feito de coração aberto, com boa vontade, e que estamos ali não para satisfazer a minha vontade ou das pessoas ao redor, mas para satisfazer a vontade de Deus.
Que o Senhor nos ajude e fortaleça neste momento e que São José Operário interceda por nós, pelos trabalhadores e por todos os desempregados. Que Deus nos abençoe!
CNBB

Santo Atanásio de Alexandria

Santo Atanásio de Alexandria (Wikipédia)

                Nascido c. 296, falecido em 2 de maio de 373.
O século IV, a idade de ouro da literatura cristã, nos oferece em seus umbrais a figura gigantesca de Atanásio de Alexandria, o homem cujo gênio contribuiu para o engrandecimento da Igreja muito mais que a benevolência imperial de Constantino. Seu nome está indissoluvelmente unido ao triunfo do Símbolo de Nicéia»1, que ainda hoje rezamos.
«Há nome mais ilustre que o de Santo Atanásio entre os seguidores da Palavra da verdade, que Jesus trouxe à terra? Não é este nome símbolo do valor indomável na defesa do depósito sagrado, da firmeza do herói face às mais terríveis provas da ciência, do gênio, da eloqüência, de tudo o que pode representar o ideal de santidade de um Pastor unido à doutrina do intérprete das coisas divinas? Atanásio viveu para o Filho de Deus; Sua causa foi a de Atanásio. Quem estava com Atanásio, estava com o Verbo eterno, e quem maldizia o Verbo eterno maldizia Atanásio»2, comenta Dom Guéranger, o admirável autor eclesiástico do século XIX.
É esse grande Santo que comemoramos no dia 2 deste mês (Maio) 

1. Arianismo: heresia devastadora

Deus nosso Senhor permitiu que houvesse várias heresias logo no início da Igreja. Com isso, ao refutá-las, os doutores foram explicitando a verdade católica a partir da Revelação e estabelecendo assim os fundamentos básicos sobre os quais se firmasse a verdadeira doutrina.
Uma das heresias que mais dano causou à Igreja, a partir do século III, foi o arianismo, devido ao apoio que encontrou da parte de muitos bispos e imperadores.
Na segunda metade do século III, Melécio, Bispo de Lycopolis, rompeu com São Pedro de Alexandria, provocando um cisma que dividiu o patriarcado de Alexandria. Melécio caiu em cisma (ou seja, provocou uma divisão) por ter discordado da indulgência do Santo ao receber de volta à Igreja cristãos arrependidos que, por fraqueza, haviam oferecido incenso aos ídolos para evitar a morte.
Ário, homem intrigante, habilidoso, persuasivo, vindo da Líbia, juntou-se aos cismáticos. Elevado ao sacerdócio pelo primeiro sucessor de São Pedro de Alexandria, ambicioso e buscando preeminência, Ário começou a pregar uma nova doutrina, que negava a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Santo Alexandre, novo Patriarca de Alexandria, condenou-a como herética. 

2. Atanásio: sustentáculo anti-ariano

«Jamais, talvez, nenhum chefe de heresia possuiu em mais alto grau que Ário as qualidades próprias para esse maldito e funesto papel. Instruído nas letras e na filo dos gregos, dotado de uma rara fineza de dialética e de linguagem, ele conseguia dar ao erro o aspecto e o atrativo da verdade. Seu exterior ajudava a sedução. Seu orgulho se disfarçava sob uma simples vestimenta, sob um olhar modesto, recolhido, mortificado, que lhe dava um falso ar de santidade, e ao qual ele sabia aliar um trato gracioso e um tom doce e insinuante»3. Isso lhe abriu a porta dos grandes e poderosos do mundo. Eusébio de Cesaréia lhe concedeu asilo e o protegeu. Eusébio de Nicomédia tornou-se seu mais forte defensor. Por isso sua heresia estendeu-se séculos afora, provocando grande mal à Igreja.
O crescimento e o tumulto da nova heresia preocupou o Imperador Constantino, que enviou o mais venerado Prelado da época, Ósio de Córdoba, a Alexandria, para tentar fazer cessar a "epidemia". Este, estando com Santo Atanásio, reconheceu logo sua ortodoxia; bem como a má-fé e erro de Ario. Por isso, aconselhou o Imperador a convocar um concílio em Nicéia, para condenar a nova heresia. Neste foi composto o famoso Credo de Nicéia, que alguns heresiarcas assinaram constrangidos, e outros, recusando-se a fazê-lo, foram exilados.
Foi ali, na grande assembléia, que um pequeno grande homem, secretário de Santo Alexandre, se fez notar pelo fogo de suas palavras, eloqüência e amor à ortodoxia católica. Era ele Atanásio. 

3. Moldador dos acontecimentos

«Atanásio era uma dessas raras personalidades que deriva incomparavelmente mais de seus próprios dons naturais de intelecto do que do fortuito da descendência ou dos que o rodeiam. Sua carreira quase personifica uma crise na história da Cristandade, e pode-se dizer dele que mais deu forma aos acontecimentos em que tomou parte do que foi moldado por eles»4. A esta descrição psicológica devemos acrescentar sua fé profunda e inabalável, a serviço da qual colocou suas qualidades naturais.
De estatura abaixo da média (pelo que foi objeto de debique por parte do apóstata Juliano), segundo seus biógrafos, era de compleição magra, mas forte e enérgico. Tinha uma inteligência aguda, rápida intuição, era bondoso, acolhedor, afável, agradável na conversação, mas alerta e afiado no debate.
A História não guardou o nome de seus pais. Pela alta formação intelectual que ele demonstra ainda jovem, julga-se que pertencia à classe mais elevada. 

4. Jovem Patriarca de Alexandria

Ainda adolescente, foi notado e apreciado por Santo Alexandre, que o tomou sob sua proteção e, com o tempo, o fez seu secretário. No Concílio de Nicéia ainda não havia recebido a ordenação. Mas, cinco meses depois, Santo Alexandre, ao falecer, designou-o como seu sucessor na Sé de Alexandria. Atanásio tinha apenas trinta anos de idade.
Triste herança recebeu o jovem bispo. Durante seus primeiros anos de episcopado, os melecianos e arianos juntaram-se para tumultuar o povo e lançar o espírito de revolta, de que se alimentam as heresias. Pois o arianismo, se bem que tivesse um suposto fundamento religioso, era mais um partido político de agitadores, como muitos movimentos da esquerda católica de hoje em dia. Não havia calúnia, difamação e ardil que os arianos não inventassem contra Atanásio, para minar sua autoridade.
O Imperador Constantino, perdendo sua mãe Santa Helena, ficou sob a influência de sua irmã Constância, conquistada pela heresia. A pedido dela, fez voltar do exílio os hereges exilados em Nicéia, enquanto perseguia os católicos ortodoxos. 

5. A astúcia dos santos

Apenas retornado do exílio, Eusébio de Nicomédia convoca um concílio em Cesaréia, sede do outro Eusébio ariano, para condenar Santo Atanásio. Este é intimado a comparecer em Tiro — para onde o concílio havia sido transferido — a fim de responder às acusações assacadas contra ele.
Fizeram entrar uma mulher de cabelos desgrenhados que, com altos gritos, acusou o Santo de ter dela abusado. Um dos padres de Atanásio, percebendo o jogo, levantou-se e foi até a impostora, exclamando: «Como! Então é a mim que imputas esse crime?!» Ela, que não conhecia Atanásio, replicou: «Sim, é a ti. Eu bem te reconheço». Houve uma gargalhada geral, e a miserável fugiu cheia de confusão.
Mas isso não desarmou os impostores. Mostrando uma mão ressequida, afirmaram pertencer a um tal Arsênio, que havia tempos desaparecera, e certamente fora esquartejado por Atanásio para efeitos de magia. Atanásio faz entrar na sala o próprio Arsênio, que descobrira na solidão do deserto. Mostrando-o, disse aos acusadores: "Vejam Arsênio, com suas duas mãos. Como o Criador só nos deu duas, que meus adversários expliquem de onde tiraram essa terceira". Os hereges, confundidos, provocaram verdadeiro tumulto e suspenderam a sessão. 

6. Exílio causado por amor à ortodoxia

Com calúnias e outros artifícios, os hereges, que gozavam do prestígio do poder imperial, conseguiram que o Santo fosse exilado cinco vezes.
O primeiro exílio, em Treveris, durou cinco anos e meio, terminando em 337 quando, com a morte de Constantino, seu filho do mesmo nome chamou Atanásio para ocupar novamente sua Sé. No ano anterior, Ário, sentindo-se mal quando era levado em triunfo pelos seus partidários, teve que retirar-se a um lugar escuso, onde morreu com as entranhas nas mãos.
Entretanto, morto o heresiarca, não morreu a heresia, que em 340 conseguiu impor um bispo herege em Alexandria, tendo Atanásio que fugir para o exílio em Roma. Foi bem acolhido pelo Papa, que condenou o intruso.
Atanásio passou três anos em Roma, onde introduziu os monges do Oriente. Publicou na Cidade Eterna grandes obras contra os hereges arianos. Em 343 foi exilado para a Gália.
A década de 346 a 356 foi o período de ouro para Atanásio na Sé de Alexandria. Pôde dedicar-se inteiramente ao ministério episcopal, instruindo o clero e o povo, dedicando-se aos necessitados e favorecendo a vida monástica. Sobretudo fortaleceu na fé os católicos fiéis.
Em um novo concílio, em Milão, em 356, os arianos obtiveram que Santo Atanásio fosse mais uma vez exilado. Ele retirou-se então para o deserto do alto Egito, levando uma vida de anacoreta durante os seis anos seguintes, vivendo com os monges e dedicando-se a seus escritos. 

7. Perseguição inclemente ao Santo

Com a subida de Juliano, o Apóstata, ao trono imperial, Atanásio pôde voltar, em 362, a Alexandria. Mas, pouco depois, ciumento do prestígio do Santo, o ímpio imperador mandou exilá-lo de novo. Não foi por muito tempo, pois Juliano faleceu no ano seguinte, depois de ter tentado restaurar no Império o paganismo. O novo imperador, Joviano, anulou o exílio de Atanásio, que voltou mais uma vez a Alexandria.
Favorecido com a boa vontade do novo Imperador, o patriarca pensava desta vez poder dedicar-se inteiramente às suas ovelhas. Joviano, entretanto, faleceu no ano seguinte, e Atanásio foi mais uma vez exilado. Conta-se que teve de refugiar-se durante quatro meses no túmulo de seu pai.
O povo de Alexandria não podia passar sem seu zeloso pastor. Recorreu nessa ocasião a Valente, irmão do Imperador ariano Valentiniano, e obteve que Atanásio pudesse voltar em paz à sua igreja.
Assim, depois de uma vida tão tumultuada e de tantos perigos, Santo Atanásio, como ressalta o Breviário Romano, "morreu em paz em seu leito", no dia 18 de janeiro de 373. Havia governado, com intervalos, durante 46 anos, a igreja (diocese) de Alexandria. 

8. O grande iluminador

«No caráter de Atanásio» — disse Bossuet — «tudo é grande. Toda sua vida é a revelação de uma energia prodigiosa, que só encontramos em épocas decisivas. Indiscutivelmente, sua grandeza como homem o coloca na primeira linha dos caracteres mais admiráveis que produziu o gênero humano. Como escritor e Doutor, pôde ser chamado o grande iluminador, e coluna fundamental da Igreja». 
Ecclesia

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Doutrina bíblica sobre os Anjos

Aleteia
Por Pe. Casemiro Biesek
Eis aqui, como na SUMA TEOLÓGICA, Santo Tomás de Aquino - na Questão 108, Artigo 5 - ensina sobre as ordens hierárquicas dos Espíritos Celestes. E já que Hierarquia é um termo grego que significa "poder sagrado", Dionísio esclarece que esses Espíritos se assemelham 'a forma divina - o quanto possível - lembrando, porém, que sua semelhança divina não lhes cabe por natureza e sim por graça de Deus.
Pois bem, o Doutor Angélico defende sua classificação hierárquica pelo Antigo e Novo Testamentos, como a seguir veremos.
Ele inicia pelos SERAFINS, lembrados em Isaías ( 6, 2); os QUERUBINS , referidos pelo profeta Ezequiel (10, 15 e ss); os TRONOS constam na Carta de S. Paulo aos Colossenses (1, 16); e, em Efésios (1,21) - o Apóstolo lembra : DOMINAÇÕESVIRTUDESPOTESTADES e PRINCIPADOS; dos ARCANJOS nos fala a Carta Canônica do Apóstolo São Judas. Enfim, os ANJOS perpassam do primeiro livro bíblico ao último - o Apocalipse de São João Evangelista.
Sendo assim, diz São Tomás que é dos próprios nomes dos nove Coros dos Espíritos Celestes que nascem as suas características, ou seja, pelas designações desses Santos Espíritos se deduzem as funções a que Eles são destinados pelo Criador, junto a nós.
Para concluir qual seria a característica e especialidade de cada uma das nove ordens de Anjos, devemos considerar três aspectos dessas catalogações:
1. Quanto à propriedade de alguma coisa, em relação à sua finalidade e se ela se ajusta ou seja proporcional à sua natureza;
2. Por certo excesso, quando a atribuição é menor do que a função, a exemplo de um sargento que executasse o trabalho de um cabo;
3. Por participação, quando aquilo que se atribui a alguém, não lhe condiz plenamente, mas com certa impropriedade, como chamar aos santos homens de deuses; ou chamar ao homem de substância intelectual, em vez de substância racional, porque a primeira é a designação própria dos Anjos, a quem se atribui, como propriedade; ao passo que, somente por participação ou excesso, no segundo exemplo.
Há discrepância, entretanto, na ordenação dos Espíritos Celestes, entre Dionísio que discrimina esses seres pelas suas perfeições espirituais; ao passo que Gregório os classifica considerando mais os ministérios, serviços exteriores ou atividades. Assim, o último os denomina Anjos, porque eles anunciam acontecimentos menores; enquanto os Arcanjos revelam fatos mais relevantes; as Virtudes porque por esses recursos eles operam milagres; as Potestades, porém, por esses poderes repelem seus adversários e os Principados, enfim, dirigem todos os bons Espíritos.
Assim, pela hierarquia, em forma ascendente, temos:
1 - Os ANJOS, isto é, Mensageiros. E desta forma, todos os Espíritos Celestes são nomeados ANJOS, enquanto são Anunciadores das vontades divinas. Mas aqueles que gozam de certa excelência, nessas manifestações, pertencem a graus superiores. Ora, os menores anjos são denominados como Ordem dos Anjos, simplesmente, porque eles se comunicam com os homens, diretamente, sem intermediários.
2 - VIRTUDES, porque estes constituem o meio-termo entre essência e operação; e assim, todos os Espíritos Celestes também se dizem Virtudes Celestes. De outra forma, e porque ostentam certo excesso de força, por isso são classificados, como Ordem das Virtudes. Nesse sentido, São Jerônimo ensina que o nome de Virtudes significa uma certa fortaleza viril e imbatível, especialmente em todas as operações divinas. E mais, estão prontos a receber todas as inspirações divinas e sem temor levá-las a efeito: o que caracteriza a fortaleza de ânimo ou virtude destemida.
3 - DOMINAÇÕES: - Segundo Dionísio - Dominação é um louvor a Deus, por uma espécie de exagero e participação do poder divino desses Anjos: é que a palavra de Deus chama-lhes DÓMINOS (Dominadores), porque por seus grandes predicados, eles lembram o Senhorio de Deus e assim iluminam seus subordinados, através desses mesmos dons. Ora, São Jerônimo explica o nome Dominações, cujo sentido é: a) - Certa liberdade, isenta da condição servil e livre também de sujeição que a plebe sofre pela tirania, a qual atinge até classes superiores; b) - Certa liderança inflexível que não se rende a qualquer ato de subserviência nem tolera outros atos de servilismo ou opressão, provenientes de tiranos; c) - Um anseio e participação de autêntico Domínio que é exclusivo de Deus. - Do mesmo modo, o nome de qualquer hierarquia significa igualmente participação do que emana de Deus. Assim, as Virtudes porque representam a Força de Deus. E por sua vez, Dominações, porque só o "Dóminus" (Senhor) pode ordenar o que deve ser feito no mundo. Daí diz também Gregório que certas legiões de Anjos estão simplesmente subordinadas à obediência e chamam-se por isso Dominações.
4 - POTESTADES, no entanto, têm uma conotação de toda forma de poder. É por esse motivo que Paulo, na Carta aos Romanos (13, 2) diz: "Quem resiste ao Poder, resiste à ordenação de Deus". E, em vista disso, completa Dionísio, que o vocábulo Potestade soa como uma ordem e acatamento às disposições divinas mediante as quais os Superiores atuam sobre os súditos, conduzindo-os para o alto. Portanto, à ordem de Potestades, cabe comandar aos subalternos, no que eles devem fazer.
5 - PRlNCIPADOS, vêm de Príncipe ou aquele que, entre os demais, é o primaz e como tal deve ser também o primeiro, na execução do que for mandado pelo Príncipe. Principados são, portanto, os que conduzem com ordem sagrada - segundo São Jerônimo. Nesse sentido, os que conduzem os outros Anjos, sendo os primeiros entre todos, podem ser chamados de Príncipes, como reza o Salmo 67. 26: -". A frente vieram os Príncipes, seguidos pelos que salmodiavam."
6 - ARCANJOS - conforme Dionísio - são os que medeiam, entre os Principados e os Anjos. Assim, os Arcanjos são como que PRÍNCIPES - ANJOS, já que em relação aos Anjos, eles são Príncipes; porém, em confronto com os Principados, ficam sendo só Anjos. E, São Gregório acrescenta: - "Chamam-se eles Arcanjos porque eles só presidem aos Anjos, anunciando grandes eventos." Todavia, são eles igualmente Principados, uma vez que presidem a todas as Virtudes Celestes que cumprem as ordenações divinas.
7 - SERAFINS - nome que procede não só da Caridade, mas da superabundância da Caridade que lhes advém do ardor ou inflamação desse Amor, visto que Dionísio traduz o nome SERAFINS pelas propriedades de fogo, donde emana o excesso de calor. É que no fogo três características sobressaem: a) - Movimento continuado e para o alto ou seja para Deus; b) - O Poder de ser quente e ativo, pois, não só é inerente ao fogo, como atuante com penetração, entranhando-se no interior com ardente calor; assim, os Anjos excitam o fervor nos seus protegidos e os purificam integralmente pela sua incandescência; c) - Produz ainda claridade luminosa e dessa forma os Anjos, com sua luz inapagável, iluminam perfeitamente os outros seres.
8 - QUERUBINS - cujo nome nasce do excesso de sua ciência ou plenitude de saber e, segundo Dionísio, apresentam quatro aspectos:
a) Levam à perfeita visão de Deus;
b) Recebem a plenitude da luz divina;
c) Contemplam no próprio Deus a [...]
c) As restantes ordens localizou-as, na terceira hierarquia, porque as designações deles conduzem à execução.
Explicitando esses três critérios de hierarquização dos Espíritos Celestes, convém discernir 3 aspectos, quanto ao fim:
a) Visar a finalidade;
b) Compreender perfeitamente esse fim;
c) Fixar nosso intento no próprio fim.
Sendo que o segundo item se completa com o primeiro e o terceiro integra-se a ambos. E como Deus é o fim último da Criação, como o Marechal é o último posto da hierarquia do exército, pode acontecer o mesmo nas relações humanas: pois, poucos têm esse algo de dignidade, para que possam, por si mesmos, achegar-se ao Rei ou Chefe; outros ainda têm algo mais, de modo que tenham acesso aos segredos do Rei; e que outros, enfim, vivem em tomo dele, como seus adidos e assistentes. E por essa linha de raciocínio, podemos aceitar a disposição das ordens da 1a. hierarquia. É que os Tronos se elevam tanto, a fim de receberem de Deus, familiarmente, em si mesmos e por essa razão, nele podem conhecer, diretamente, as razões últimas das coisas:- privilégio esse cabível também a toda 1a. hierarquia.
Entretanto, os Querubins conhecem os segredos divinos, supereminentemente.
Os SERAFINS, porém, ultrapassam, no aspecto máximo, entre todos, como seja, unir-se ao próprio Deus, de tal modo que o que é comum a toda a hierarquia número 1, chame-se Ordem dos Tronos, à semelhança do que ocorre com aquilo que é comum a todos os Espíritos Celestes e assim os nominemos de Ordem dos Anjos.
Quanto ao aspecto de governança, temos também 3 aspectos:
a) Definir aquilo que deve ser feito: caracteriza DOMINAÇÕES;
b) Fornecer os meios de execução: é o atributo das VIRTUDES;
c) Caracterizar como os mandatos ou missões devam ser executados: eis ai o papel das POTESTADES.
Quanto à execução dos desempenhos dos Anjos: o principal é a anunciação das coisas divinas. Entretanto, na execução de quaisquer atos, acontecem procedimentos iniciais, seguidos dos decisivos, como no coral que é regido pelo maestro e, numa batalha, a execução é dirigida pelo comandante; e ambos dirigem e conduzem os outros.
E essa é a missão dos PRINCIPADOS.
Outros simplesmente só executam, como fazem os ANJOS.
Outros, no entanto, ficam no meio-termo: e esses são os ARCANJOS.
Parece, pois, correta essa classificação das Ordens Angélicas: é que há sempre afinidade do mais categorizado Anjo da ordem inferior, com a última da superior. - como animais de última categoria se assemelham a plantas da mais alta estirpe.
A primeiríssima ordenação existe entre as Divinas Pessoas que termina com o ESPÍRITO SANTO, o qual é AMOR procedente. Com esta Divina Pessoa, com a qual tem afinidade, a ordem suprema da primeira hierarquia - os SERAFINS - inflamados pelo incêndio de Amor, como do Amor recíproco do PAI e do FILHO, procede o Espírito Santo.
A menor ordem da Primeira Hierarquia são os TRONOS, quer dizer, conforme Gregório: ''Por eles Deus executa os seus Juízos"; recebem, no mais, iluminações divinas para esclarecer a Segunda Hierarquia , à qual pertence a dispensação dos divinos ministérios.
A ordem das POTESTADES, no entanto, tem afinidade com a ordem dos PRINCIPADOS, já que às POTESTADES, assiste o direito de ordenar aos subordinados e esta mesma ordem logo se resume em PRINCIPADOS, que são os primeiros na execução dos divinos ministérios, ou seja, são os prepostos ao império dos povos e reinos, atributo número I, entre os divinos ministérios. E como diz Aristóteles : -"O bem do povo é mais divino do que o bem de um homem só". Assim, também o profeta Daniel diz: - "O príncipe do reino dos persas resistiu a mim".
Todavia, a disposição gregoriana tem lá sua importância e pertinência. É que por serem as DOMINAÇÕES as que definem e mandam, nas coisas que pertencem aos divinos ministérios, os hierarcas que lhes são sujeitos devem se conformar com as determinações daqueles que executam os ministérios divinos. A propósito Santo Agostinho ensina: - "Os corpos são regidos por determinada ordem: - os inferiores pelos superiores e todos pela criatura espiritual e até o mau espírito, pelo espírito bom."
A primeira hierarquia, após as DOMINAÇÕES, chama-se a dos PRINCIPADOS, que presidem aos bons Espíritos.
A seguir, as POTESTADES pelas quais são expulsos os maus espíritos, do mesmo modo que os poderes terrenos subjugam os malfeitores, como bem afirma São Paulo aos Romanos (13, 3-4): ''Porque os governantes não metem medo em vista das boas obras, mas pelas perversas. Ora, queres não temer a Autoridade? Faze o bem e receberás dela elogios. É que o Poder é para ti instrumento de Deus e meio pelo qual te impulsiona para o bem. Se, entretanto, praticas o mal, treme, porque não é à toa que ele empunha uma espada. É realmente o instrumento de Deus para aplicar justo castigo àquele que opera o mal."
Depois vêm as VIRTUDES, que têm poder sobre a Natureza corporal, na operação de milagres.
E pela ordem, enfim, ficam os ARCANJOS e ANJOS que anunciam aos homens coisas altas ou acima da razão; ou então as pequenas, que a nossa razão alcança e compreende.

Conclusão:

Estas são as informações que os Padres e Doutores da Igreja antiga nos oferecem sobre os HIERARCAS CELESTES, distribuídos pelas suas Nove Denominações bíblicas, com seus desempenhos junto ao povo de Deus e o próprio DEUS.

Em tempos de Pascom

Neste período da Pandemia do COVID-19, estamos vivenciando experiências singulares jamais imaginadas pela nossa geração.
Neste período da Pandemia do COVID-19, estamos vivenciando
experiências singulares jamais imaginadas pela nossa geração.  (ANSA)
Graças a generosa dedicação dos nossos agentes da Pascom, foi possível levar, através dos vários meios de comunicação, “a Igreja” às casas. Com eles “redescobrimos e evidenciamos a necessidade do cuidado mútuo e de proteger os nossos vínculos como cidadãos e colaboradores do bem comum, não como indivíduos isolados, mas como membro de uma família”.

Padre Arnaldo Rodrigues

O Decreto sobre o apostolado dos leigos Apostolicam Actuositatem (18 nov. 1965), do Concílio Vaticano II, nos recorda vivamente a importância da participação ativa dos leigos na vida e ação da Igreja, de modo particular, colaborando com os pastores no apostolado para o bem dos membros todos do Povo de Deus. “A sua ação dentro das comunidades eclesiais é tão necessária que, sem ela, o próprio apostolado dos pastores não pode conseguir, a maior parte das vezes, todo o seu efeito. Porque os leigos com verdadeira mentalidade apostólica, à imagem daqueles homens e mulheres que ajudavam Paulo na propagação do Evangelho (cfr. At. 18, 18, 20; Rom. 16, 3), suprem o que falta a seus irmãos e revigoram o espírito dos pastores e dos outros membros do povo fiel (cfr. 1 Cor. 16, 17-18)”[1].

Neste período da Pandemia do COVID-19, estamos vivenciando, nos diversos âmbitos (social, familiar, religioso, etc.), experiências singulares jamais imaginadas pela nossa geração. Para muitos, essa nova realidade pode ser apenas um acontecimento negativo e fatal na própria história da humanidade. Obviamente, existe o drama do sofrimento causado pelo aumento de vítimas fatais, pelo aumento do número de pessoas hospitalizadas, pelo risco de contaminação daqueles que estão na linha de frente (médicos, enfermeiros, policiais, motoristas dos transportes públicos, funcionários de farmácias e supermercados etc.), e pelos que vivem sozinhos sem nenhum auxílio ou por simplesmente viverem sozinhos e com medo. Não obstante os problemas, mirando o olhar no Ressuscitado, somos convidados em meio ao caos, a termos atitudes de esperança e fé, atitudes verdadeiramente humanas e solidárias.

Dentre as diversas manifestações de solidariedade em benefício do Povo de Deus, destaco o trabalho e missão dos agentes da Pastoral da Comunicação (PASCOM). Graças a generosa dedicação dos nossos agentes, foi possível levar, através dos vários meios de comunicação, “a Igreja” às casas. Com eles “redescobrimos e evidenciamos a necessidade do cuidado mútuo e de proteger os nossos vínculos como cidadãos e colaboradores do bem comum, não como indivíduos isolados, mas como membro de uma família”[2].

Diante da preocupação dos pastores de não deixar faltar aos fiéis os bens espirituais da Igreja, principalmente os auxílios da Palavra de Deus e dos sacramentos (cf. can. 213), observa-se um volume sem precedentes de conteúdos religiosos e litúrgicos nas redes. As iniciativas são inúmeras: algumas mais simples e outras mais estruturadas, mas todas com o mesmo objetivo: manter os fiéis interligados entre si e unidos como comunidade orante. Por um lado, mais do que fornecer uma plataforma de conteúdo, a necessidade inicial foi de criar vínculos de forma virtual. Por outro, embora já existente, começaram a ser potencializados os ambientes para as formações cotidianas.
As transmissões das celebrações litúrgicas, dos momentos de adorações ou orações do rosário, das meditações e também das ações sociais em favor da população mais frágil, foram realizadas graças a dedicação e disponibilidade dos nossos irmãos e irmãs da PASCOM. O Documento de Aparecida – retomando a Exortação Apostólica Evangelii nuntiandi do Papa Paulo VI – afirma que os meios de comunicação “[colocados] a serviço do Evangelho, [...] oferecem a possibilidade de difundir quase sem limites o campo da audiência da Palavra de Deus, fazendo chegar a Boa Nova a milhões de pessoas”[3].

Antes e durante a Semana Santa, foram inúmeras as transmissões realizadas pelos meios de comunicação convencionais (Rádio e TV) e pelas redes sociais (FacebookInstagramYoutube e Twitter). Quão importante foi o auxílio dos agentes da PASCOM aos sacerdotes durante as celebrações litúrgicas e ações sociais. Este apostolado possibilitou que os fiéis permanecessem “conectados” entre si e com sua paróquia. Milhares de agentes por todo o Brasil, não mediram esforços para que milhões de fiéis, juntamente com seus familiares e amigos, pudessem acompanhar e “participar” das missas, dos momentos de adoração, dos terços e tantos outros instantes espirituais e formativos. De modo inovado, ajudaram as “Igrejas domésticas”, a celebrar os mistérios da vida de Cristo.

Neste ínterim de isolamento domiciliar, as respostas dos que acompanharam e rezaram por meio das transmissões, foram inúmeras manifestações de carinho e agradecimento. Fotos, áudios, vídeos e textos, preencheram, e continuam a preencher, os feeds de notícias e comentários. Esta resposta positiva no tocante ao apostolado dos agentes da PASCOM, nos recorda a mensagem do Papa Francisco sobre a cultura do encontro proporcionada pelos meios e comunicação: “Neste mundo, os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos”[4].

Infelizmente, nem todos os agentes são recordados por este belo apostolado que possibilita o fiel continuar participando, de modo singular, da vida da sua comunidade, mesmo estando em sua casa. Quantos fiéis, nem mesmo sabem da existência destes agentes e de suas contribuições. Isto não deve desmotivar-nos. Pelo contrário, pois nunca foi tão essencial este empenho pastoral da PASCOM em nosso país como agora. Neste tempo de desafios, podemos com muita boa-vontade, paciência, criatividade e alguma técnica, obter bons resultados na evangelização e fazendo com que a mensagem de Cristo chegue, através dos meios de comunicação, a um número cada vez maior de pessoas. Diante disto, é muito importante o nosso agradecimento aos agentes da PASCOM por toda dedicação, por colocarem em prol da Igreja os dons recebidos por Deus.

Comunicação é relacionamento, encontro e histórias, principalmente no modo de comunicar cristão, é testemunho como nos recorda o próprio Papa Francisco: “E a nossa comunicação deve ser testemunho. Se quiserdes comunicar apenas uma verdade sem bondade e beleza, parai, não o façais. Se quiserdes comunicar uma verdade aproximativa, mas sem vos envolverdes, sem testemunhardes com a própria vida, com a própria carne, parai, não o façais. Há sempre a assinatura do testemunho em cada coisa que fazemos. Testemunhas. Ser cristão significa ser testemunha, ‘mártir’. Esta é a dimensão ‘martirial’ da nossa vocação: sermos testemunhas”[5]. Desta forma, reforçamos o nosso apelo aos agentes da PASCOM, continuem incansavelmente este apostolado de “ser presença” na vida das pessoas, irradiando “ações próprias do campo da comunicação com o sentido pastoral”.[6] Avante e Coragem!
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[1] Cf. Decreto Apostolicam Actuositatem, n. 10. In: Compêndio do Vaticano II. Constituições, Decretos, Declarações, Petrópolis: Ed. Vozes 1968, 527-564.
[2] Dom Orani João Tempesta (Card.), Discurso ao clero. https://drive.google.com/file/d/1W5UoddTrUZK6ItKRCTyOSUCjmAtjdPHO/view
[3] Conselho Episcopal Latino-Americano, Documento de Aparecida, 2a ed., Brasília-São Paulo 2007, n. 485.
[4] Papa Francisco, Mensagem para o 48o Dia mundial das comunicações sociais. [Acesso: 15.04.2020], http://www.vatican.va/content/francesco/pt/messages/communi>
cations/documents/papa-francesco_20140124_messaggio-comunicazioni-sociali.html
[5] Papa Francisco, Discurso aos funcionários do Dicastério para a comunicação. [Acesso: 15.04.2020], http://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2019/septe>
mber/documents/papa-francesco_20190923_dicastero-comunicazione.html
[6] https://pascombrasil.org.br/pascom/

Vatican News

Hoje começamos maio, mês dedicado a Maria

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Mai. 20 / 07:00 am (ACI).- Maio é o mês que a Igreja Universal dedica à Mãe de Deus, a Bem-aventurada Virgem Maria. Este tempo é uma oportunidade para renovar o amor de todos os batizados pela Mulher que Deus, da eternidade, escolheu para dar à luz cuidar Dele.

A Santíssima Virgem Maria é para sempre a Rainha do Céu e da Terra, não há santidade sem Maria porque toda Ela leva a Cristo.
Maria, a mais humilde entre as mulheres, é precisamente o modelo de toda mulher, como assinalou o Papa Francisco em abril de 2014, em uma mensagem a mais de 20 mil jovens reunidos em Buenos Aires, Argentina.
“Para vós existe um único modelo: Maria, a mulher da fidelidade, aquela que não entendia o que acontecia, mas obedecia. Aquela que, quando soube do que a sua prima precisava, foi depressa ter com ela; a Virgem da Prontidão!”.
O Papa assinalou ainda que Maria é “aquela que fugiu como refugiada para um país estrangeiro a fim de salvar a vida do seu Filho. Aquela que ajudou o seu Filho a crescer, que o acompanhou e, quando o seu Filho começou a pregar, seguiu-o. Aquela que padeceu tudo o que acontecia com o Menino, com o Jovem. Aquela que permaneceu ao lado do seu Filho, e lhe indicava os problemas que surgiam: 'Olha, não têm vinho!'. Aquela que, no momento da Cruz, estava com Ele”.

Por que maio é o Mês de Maria?


REDAÇÃO CENTRAL, 01 Mai. 20 / 08:00 am (ACI).- Durante vários séculos a Igreja Católica dedicou todo o mês de maio para honrar a Virgem Maria, Mãe de Deus. A seguir, explicamos o porquê.
A tradição surgiu na antiga Grécia. O mês de maio era dedicado a Artemisa, deusa da fecundidade. Algo semelhante ocorreu na antiga Roma, pois maio era dedicado a Flora, deusa da vegetação. Naquela época, celebravam os ‘ludi florals’ (jogos florais) no fim do mês de abril e pediam sua intercessão.
Na época medieval abundaram costumes similares, tudo centrado na chegada do bom clima e o afastamento do inverno. O dia 1º de maio era considerado como o apogeu da primavera.
Durante este período, antes do século XII, entrou em vigor a tradição de Tricesimum ou “A devoção de trinta dias à Maria”. Estas celebrações aconteciam do dia 15 de agosto a 14 de setembro e ainda são comemoradas em alguns lugares.
A ideia de um mês dedicado especificamente a Maria remonta aos tempos barrocos – século XVII. Apesar de nem sempre ter sido celebrado em maio, o mês de Maria incluía trinta exercícios espirituais diários em homenagem à Mãe de Deus.
Foi nesta época que o mês de maio e de Maria combinaram, fazendo com que esta celebração conte com devoções especiais organizadas cada dia durante todo o mês. Este costume durou, sobretudo, durante o século XIX e é praticado até hoje.
As formas nas quais Maria é honrada em maio são tão variadas como as pessoas que a honram.
As paróquias costumam rezar no mês de maio uma oração diária do Terço e muitas preparam um altar especial com um quadro ou uma imagem de Maria. Além disso, trata-se de uma grande tradição a coroação de Nossa Senhora, um costume conhecido como Coroação de Maio.
Normalmente, a coroa é feita de lindas flores que representam a beleza e a virtude de Maria e também lembra que os fiéis devem se esforçar para imitar suas virtudes. Em algumas regiões, esta coroação acontece em uma grande celebração e, em geral, fora da Missa.
Entretanto, os altares e coroações neste mês não são apenas atividades “da paróquia”. Mas, o mesmo pode e deve ser feito nos lares, com o objetivo de participar mais plenamente na vida da Igreja.
Deve-se separar um lugar especial para Maria, não por ser uma tradição comemorada há muitos anos na Igreja ou pelas graças especiais que se pode alcançar, mas porque Maria é nossa Mãe, mãe de todo o mundo e porque se preocupa com todos nós, intercedendo inclusive nos assuntos menores.
Por isso, merece um mês inteiro para homenageá-la.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF