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terça-feira, 30 de junho de 2020

O que os católicos entendem por “sucessão apostólica”

AQUILEIA BASILICA
Wolfgang Sauber /CCBY-SA 3.0

Sucessão apostólica é a transmissão da missão e do poder dos apóstolos aos seus sucessores, os bispos

Você já deve ter ouvido a expressão “sucessão apostólica”. Mas sabe o que isso quer dizer?
Uma breve introdução a esse conceito é encontrada no Compêndio do Catecismo da Igreja Católica:
“A sucessão apostólica é a transmissão, mediante o sacramento da Ordem, da missão e do poder dos Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino de Cristo na terra”(176). 
Para simplificar, a sucessão apostólica se refere à crença de que os bispos da Igreja Católica são sucessores diretos dos apóstolos.
Isto pode ser visto principalmente através da linha ininterrupta de papas, começando com São Pedro Apóstolo e continuando até hoje, com o Papa Francisco.
Por extensão, esse ministério dos apóstolos também é dado aos bispos, que têm uma “linhagem” semelhante, baseada em sua ordenação episcopal e na conexão com o Santo Padre.
Essa crença apóia a conexão da Igreja moderna às origens apostólicas do cristianismo, evidenciando o vínculo direto do catolicismo com Jesus Cristo.
Aleteia

Dos Sermões de Santo Agostinho, bispo

VaticanNews
(Serm. 47,12-14, De ovibus: CCL 41,582-584)                 (Séc.V)

Se quisesse agradar aos homens,
não seria servo de Cristo
            É esta a nossa glória: o testemunho de nossa consciência. Há homens de juízo temerário, detratores, maldizentes, murmuradores, suspeitosos do que não veem, procurando acusar o que nem mesmo suspeitam.Contra gente assim, o que nos resta a não ser o testemunho de nossa consciência? Mas, irmãos, também em relação àqueles a quem queremos agradar, não procuramos nossa glória nem a devemos buscar, mas a salvação deles, de modo que não se extraviem aqueles que nos seguem, se andarmos bem. Sejam nossos imitadores, se o formos de Cristo. Se não formos imitadores de Cristo, que eles o sejam! Pois o Senhor apascenta o seu rebanho e junto com todos os bons pastores, ele é o único, porque todos estão nele.
            Por isso, não temos em vista nosso proveito quando buscamos agradar aos homens, mas queremos alegrar-nos com eles, alegrarmo-nos por sentirem prazer com o bem, para vantagem deles, não para nossa honra. Claramente se percebe contra quem disse o Apóstolo: Se quisesse agradar aos homens, não seria servo de Cristo. Também se percebe a favor de quem ele disse: Agradai a todos em tudo, assim como também eu lhes agrado em tudo. Ambas as coisas puras, ambas sem perturbação. Quanto a ti, come e bebe tranquilamente; mas não pises os pastos, nem turves as águas.
            Na verdade, também ouviste nosso Senhor Jesus Cristo, o Mestre dos apóstolos: Brilhem vossas obras diante dos homens, para que vejam o bem que fazeis e glorifiquem vosso Pai que está nos céus. Ele vos fez assim: Nós, gente de suas pastagens e ovelhas de suas mãos. Louvor a ele que te fez bom, se és bom, e não a ti que, por ti mesmo só poderias ser mau. Por que queres torcer a verdade, de modo que quando fazes algum bem, queres ser elogiado e, quando fazes o mal, queres que o Senhor seja criticado? De fato, aquele que disse: Brilhem vossas obras diante dos homens, é o mesmo que, na mesma exortação, declarou: Não façais vossa justiça diante dos homens. Como no Apóstolo, também no Evangelho estes ditos te parecem contraditórios. Se, porém, não turvares a água de teu coração, aí encontrarás o acordo das Escrituras e terás paz também com elas.
            Esforcemo-nos, pois, irmãos, não apenas para sermos bons, mas ainda para convivermos bem com os homens. Não procuremos apenas ter uma boa consciência, mas, na medida em que permitirem nossas limitações, vigilantes sobre a fragilidade humana, empenhemo-nos em nada fazer que levante dúvidas para o irmão mais fraco. Não aconteça que, comendo ervas boas e bebendo águas límpidas espezinhemos as pastagens de Deus e as ovelhas fracas comam a erva pisada e bebam a água turva.

Hoje a Igreja celebra os Santos Protomártires de Roma, vítimas da mentira de Nero

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Jun. 20 / 05:00 am (ACI).- “A esses homens que levaram uma vida santa, veio juntar-se uma grande multidão de eleitos que, por causa dos ciúmes, sofreram todo o tipo de maus tratos e suplícios e deram um magnífico exemplo entre nós”, assinalava em uma carta aos Coríntios o Papa São Clemente I.

Com o anúncio da Boa Nova dos Apóstolos, o número de fiéis foi crescendo cada vez mais. No entanto, o Senado romano rejeitou esta nova religião, que era contrária às tradições de Roma, e a declarou ilegal até o ano 35 d.C.
Mais tarde, para escapar da acusação de ter incendiado Roma, Nero culpou os cristãos, acusando-os de ser uma religião maléfica, que praticava o canibalismo, ao não entender o sentido da Eucaristia, e difamando-os como incestuosos, pelo costume que tinham de chamar-se irmãos e dar o beijo da paz.
Foi assim que desencadeou uma série de perseguições na qual milhares de cristãos deram suas vidas para proclamar e crer no verdadeiro amor de Deus que Jesus Cristo ensinou.
O Martirológio Jeronimiano é o primeiro a comemorar o martírio de mais de 900 pessoas nos tempos de Nero, com data de 29 de junho, o mesmo dia de São Pedro e São Paulo.
Atribui-se a São Pio V a primeira menção no Martirológio Romano desses protomártires com data de 24 de junho. Atualmente, a Igreja os celebra em 30 de junho.
ACI Digital

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Maria é Virgem por regra bíblica, não por um capricho da Igreja Católica


Apologética

– Sempre que um Anjo anunciou o nascimento de uma criança, as mães que receberam tal anúncio tiveram apenas “um filho”.
A virgindade da Santíssima Virgem Maria pode ser provada e comprovada de múltiplas formas através da Bíblia. Hoje nos ocuparemos de uma dessas formas: a virgindade de Maria por regra bíblica, segundo o agir de Deus ao longo da História.
Se nós católicos insistimos na virgindade de Maria, é porque a Bíblia insiste frequentemente em apontá-la. Você sabia que, na Bíblia, sempre que um Anjo anuncia o nascimento de uma criança, a mãe que recebe tal anúncio não dá à luz, no resto de sua vida, a ninguém mais além de um filho?
Não se trata pois de um capricho da Igreja Católica, mas é o que ensina a Bíblia e, o mais importante: trata-se da verdade!
AGAR, MÃE DE ISMAEL
  • “Disse-lhe também o anjo do Senhor: ‘Eis que concebeste, e darás à luz um filho, e chamarás o seu nome ‘Ismael’; porquanto o Senhor ouviu a tua aflição'” (Gênesis 16,11).
  • “E Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que Agar tivera: Ismael” (Gênesis 16,15).
SARA, MÃE DE ISAAC
  • “E disse: ‘Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho’. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele” (Gênesis 18,10).
  • “E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha falado” (Gênesis 21,2).
A MÃE DE SANSÃO
  • “Porém disse-me: ‘Eis que tu conceberás e terás um filho; agora pois, não bebas vinho, nem bebida forte, e não comas coisa imunda; porque o menino será nazireu de Deus, desde o ventre até ao dia da sua morte'” (Juízes 13,7).
  • “Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de ‘Sansão’; e o menino cresceu, e o Senhor o abençoou” (Juízes 13,24).
ISABEL, MÃE DE JOÃO BATISTA
  • “Mas o anjo lhe disse: ‘Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de ‘João”” (Lucas 1,13).
  • “E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho” (Lucas 1,57).
MARIA, MÃE DE JESUS CRISTO
  • “E, entrando o anjo aonde ela estava, disse: ‘Salve, agraciada; o Senhor é contigo; bendita és tu entre as mulheres’. E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras, e considerava que saudação seria esta. Disse-lhe, então, o anjo: ‘Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus. E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de ‘Jesus”” (Lucas 1,28-31).
  • “E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem” (Lucas 2,7).
Todas estas mulheres – sem exceção alguma – tiveram apenas 1 (um) filho, tal como lhes anunciou um Anjo a todas e a cada uma delas. A ação de Deus foi exatamente a mesma em todos os casos, pois Deus é um Deus de ordem, não de confusão:
  • “Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos” (1Coríntios 14,33).
É verdade que a Bíblia menciona várias vezes os “irmãos do Senhor”, mas não existe um só téxto que afirma que sejam “filhos de Maria”. Não é a mesma coisa, nem tampouco é igual. Os meus irmãos não são necessariamente filhos da minha mãe. E a Bíblia sempre faz uma diferenciação entre Maria, a mãe de Jesus, e os “irmãos do Senhor”. Observe-se que a Escritura nunca fala, jamais, que Maria seja mãe de alguém mais além de Jesus:
  • “Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?” (Mateus 13,55).
  • “Chegaram, então, seus irmãos e sua mãe; e, estando fora, mandaram-no chamar” (Marcos 3,31).
  • “E foram ter com ele sua mãe e seus irmãos, e não podiam aproximar-se dele, por causa da multidão” (Lucas 8,19).
  • “Depois disto desceu a Cafarnaum, ele, e sua mãe, e seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias” (João 2,12).
  • “Todos estes perseveravam unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com seus irmãos” (Atos 1,14).
Ainda que seja certo que a Bíblia nos apresenta ensinamentos de forma explícita e implícita, no entanto não há nada no texto que nos leve a pensar algo que não está escrito em lugar nenhum. A Sagrada Escritura chama apenas Maria de “mãe de Jesus” e ninguém mais. Um texto famoso bastante usado pelos protestantes, mas que não compreendem, afirma que não devemos julgar a partir do que NÃO está escrito, ou seja, não ir além do que está escrito:
  • “Portanto, nada julgueis antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de Deus o louvor. E eu, irmãos, apliquei estas coisas, por semelhança, a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro” (1Coríntios 4,5-6).
Visto que não devemos emitir um juízo indo além do que diz a Bíblia, consideremos a título de exemplo um texto empregado por grupos gnósticos, ateus e até satânicos, que é usado para afirmar que Jesus Cristo era um pecador, empregando o sistema protestantes de interpretação que eles aplicam para os versículos que falam dos irmãos do Senhor:
  • “E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: ‘Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela'” (João 8,7).
E como ninguém apedrejou a adúltera, incluindo o próprio Jesus, deduzem essas pessoas que Jesus era um pecador, que não estava livre do pecado. Tal interpretação poderia ser válida ainda que jamais 100% segura e sem margem a dúvidas, se não fosse pelo fato de outros textos da Bíblia afirmarem claramente que Cristo não tinha pecado, como, p.ex.:
  • “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado” (Hebreus 4,15).
Mesmo assim, os textos que falam dos irmãos do Senhor, hipoteticamente falando, poderiam ser interpretados como se fossem filhos de Maria, ainda que jamais com 100% de segurança, se não existissem textos que mencionam quem eram os supostos “irmãos”: Tiago, José, Simão e Judas, mencionados em Mateus 13,5r como filhos de uma outra Maria, parente de Maria, a mãe de Jesus, e que demonstram que os famosos “irmãos” não eram irmãos em razão da mesma mãe, mas primos de Jesus Cristo:
  • “Entre as quais estavam Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago e de José, e a mãe dos filhos de Zebedeu” (Mateus 27,56).
  • “E também ali estavam algumas mulheres, olhando de longe, entre as quais também Maria Madalena, e Maria, mãe de Tiago, o menor, e de José, e Salomé” (Marcos 15,40).
  • “E junto à cruz de Jesus estava sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria mulher de Clopas, e Maria Madalena” (João 19,25).
A Bíblia mostra três Marias:
  1. Maria, a mãe de Jesus;
  2. Maria, a irmã [parente] de Maria, a mãe de Jesus, e que é mãe dos irmãos do Senhor, ou seja, quase com certeza seus primos; e
  3. Maria Madalena.
De modo que Maria é virgem:
  1. Por regra bíblica;
  2. Porque assim o demonstra a Bíblia;
  3. Porque Deus assim o anunciou pelo Anjo Gabriel; e
  4. Porque esta é a verdade.
Aqui, com efeito, nem capricho da Igreja Católica, nem caprichos protestantes. Estes são os fatos, não meras palavras.
Veritatis Splendor

Quem poderá nos salvar? O cristianismo em tempos de raiva e medo

MOURN
Shutterstock | Tomas Ragina

Francisco Borba Ribeiro Neto

Para o cristianismo, um momento como esse, seja ou não mais difícil que tantos outros da história, carrega dois perigos

É lugar comum dizer que a pandemia traz ansiedade e medo. Também eleva o nível de ressentimento e raiva na sociedade. Tendemos a ter raiva daquilo que nos amedronta e, pior ainda, muitas vezes – em nossa ânsia por encontrar culpados – voltamo-nos contra inocentes.
O clima político brasileiro não ajuda em nada: são anos de escândalos de corrupção, sinais de irresponsabilidade, desinteresse pelo bem comum, desrespeito à vida e à dignidade da pessoa que tornam ainda mais dolorosos os problemas do momento.
Esse contexto alimenta e é alimentado por partidarismos extremados, numa espécie de grande bola de neve. A esquerda acusa a direita, a direita acusa a esquerda, Com certeza, os dois lados têm acertos e erros, pessoas bem e mal intencionadas – pois assim somos nós, seres humanos, sempre falíveis e contraditórios, por mais que procuremos o bem.
Em tempos de medo e ressentimento, o mundo nos parece ainda mais ameaçador. Os valores em que acreditamos, nossas famílias, a felicidade de nossos filhos, nosso direito de dizer o que pensamos, nossa liberdade individual e nossa própria vida… Tudo parece estar em risco. Não só por causa do coronavírus, mas também pelas maquinações dos poderosos, sejam eles grandes capitalistas ou políticos populistas, globalistas ou nacionalistas, grandes jornais ou disseminadores de fake news. Ironicamente, aqueles que um lado considera os defensores do povo, o outro acusa de manipulações e desrespeitos à dignidade da pessoa e ao bem comum.

A falta de fé e a pretensão neopelagiana
Para o cristianismo, um momento como esse, seja ou não mais difícil que tantos outros da história, carrega dois perigos. O primeiro, mais evidente, é a falta de fé e de esperança, sobre a qual já refletimos em outro artigo. O segundo, mais sutil, mas não menos perigoso, é – com o desespero e a desilusão – confiarmos apenas na força e na coerência (nossa ou de algum líder poderosos) para nos salvar – uma velha heresia à qual o Papa Francisco se refere ao falar do neopelagianismo, na Evangelii Gaudium (EG 93ss).
Deus quer nossa colaboração para salvar tanto o gênero humano quanto cada um de nós pessoalmente. Contudo, quer que trabalhemos sempre à luz da Sua graça. Como dizia Santo Inácio de Loyola, lembrado por Bento XVI: “Age como se tudo dependesse de ti, mas consciente de que na realidade tudo depende de Deus”. Mesmo na hora mais escura, mais cheia de incertezas, Ele pode nos salvar. Mesmo quando temos o poder e o mundo parece seguir nossos valores e desígnios, acabamos por servir ao Mal, se não é Ele quem edifica (cf.  Sl 127).
A assiduidade a uma vida espiritual humilde, que busca sempre a comunhão com Cristo e sua Igreja, é sempre a melhor resposta ao neopelagianismo. Mas o lobo muitas vezes se veste de cordeiro e nós também nos enganamos mesmo que com boas intenções. No Evangelho, Jesus nos exorta a sermos “”prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas” (Mt 10, 16), mas – quando somos consumidos por essa pretensão de salvar, com nossas próprias forças, a nós mesmos, a Igreja e o mundo – agimos como serpentes, tendo a inteligência de pombas…

Três sinais a evitar
O sinal mais inequívoco da tentação neopelagiana é acreditar que ter o poder é a condição para salvarmos o mundo. Se as coisas vão mal, é porque os nossos adversários têm o poder, se nós ou nossos amigos estão no poder, tudo automaticamente nos parece bom. Como diz o Papa Francisco, na Laudato si’: “Tende-se a crer que toda a aquisição de poder seja simplesmente progresso, aumento de segurança, de utilidade, de bem-estar, de força vital, de plenitude de valores, como se a realidade, o bem e a verdade desabrochassem espontaneamente do próprio poder […] A verdade é que o homem moderno não foi educado para o reto uso do poder […] A liberdade [do ser humano] adoece, quando se entrega às forças cegas do inconsciente, das necessidades imediatas, do egoísmo, da violência brutal” (LS 105).
Um segundo sinal é a raiva e a violência. O poder, por si só, faz muitas coisas, mas não consegue nos conduzir ao caminho do bem e da verdadeira realização pessoal. Assim, ficamos cada vez mais frustrados e tendemos a culpar cada vez mais os outros pelos nossos infortúnios. Gente que não tem nada a ver com nossa vida passa a ser culpada pelos nosso problemas e frustrações. Em tudo vemos ideologias nefastas (que podem até estar presentes, mas não podem ser a única coisa para as quais olhamos) e só em nós mesmos e em nossos amigos vemos a bondade e a beleza (que cada vez são mais uma falsa bondade e uma falsa beleza, construída a nossa imagem, e menos aquelas nascidas do coração de Deus). 
E, por último, perdemos a capacidade de construir, pois não agimos mais segundo a lógica da caridade. Não paramos de denunciar o mal, mas não conseguimos edificar o bem. É a tragédia de tantos que denunciam, com toda a justiça, os males do mundo, mas não apontam um caminho novo de construção do bem.
Nesses tempos de medo e raiva, que nossa vida seja definida pelo Amor que constrói um mundo melhor e não pela violência que só denuncia o mal, impotente para construir o bem.
Aleteia

7 chaves para entender por que São Pedro e São Paulo são celebrados juntos

São Pedro e São Paulo, de Peter Paul Rubens/ Twitter Museu do Prado
REDAÇÃO CENTRAL, 28 Jun. 20 / 06:00 am (ACI).- A Igreja celebra a Solenidade de São Pedro e São Paulo juntos em 29 de junho, mas no Brasil é  transferida para o domingo. Entretanto, há algumas dúvidas sobre as verdadeiras razões do motivo da festa de ambos os apóstolos ser celebrada no mesmo dia.
A seguir, 7 chaves que permitem entender isso:
1. Santo Agostinho de Hipona expressou que eram “um só”
Em um sermão do ano 395, o Doutor da Igreja, Santo Agostinho de Hipona, expressou que São Pedro e São Paulo, “na realidade, eram como um só. Embora tenham sido martirizados em dias diferentes, deram o mesmo testemunho. Pedro foi à frente; Paulo o seguiu. Celebramos o dia festivo consagrado para nós pelo sangue dos apóstolos. Amemos a fé, a vida, os trabalhos, os sofrimentos, os testemunhos e as pregações destes dois apóstolos”.
2. Ambos padeceram em Roma
Foram detidos na prisão Mamertina, também chamada Tullianum, localizada no foro romano na Roma Antiga. Além disso, foram martirizados nessa mesma cidade, possivelmente por ordem do imperador Nero.
São Pedro passou seus últimos anos em Roma liderando a Igreja durante a perseguição e até o seu martírio no ano 64. Foi crucificado de cabeça para baixo, a pedido próprio, por não se considerar digno de morrer como seu Senhor. Foi enterrado na colina do Vaticano e a Basílica de São Pedro está construída sobre seu túmulo.
São Paulo foi preso e levado a Roma, onde foi decapitado no ano 67. Está enterrado em Roma, na Basílica de São Paulo Extramuros.
3. São fundadores da Igreja de Roma
Na homilia de 2012 na Solenidade de São Pedro e São Paulo, o Papa Bento XVI assegurou que “a sua ligação como irmãos na fé adquiriu um significado particular em Roma. De fato, a comunidade cristã desta Cidade viu neles uma espécie de antítese dos mitológicos Rómulo e Remo, o par de irmãos a quem se atribui a fundação de Roma”.
4. São padroeiros de Roma e representantes do Evangelho
Na mesma homilia, o Santo Padre chamou esses dois apóstolos de “padroeiros principais da Igreja de Roma”.
“Desde sempre a tradição cristã tem considerado São Pedro e São Paulo inseparáveis: na verdade, juntos, representam todo o Evangelho de Cristo”, detalhou.
5. São a versão contrária de Caim e Abel
O Santo Padre também apresentou um paralelismo oposto com a irmandade apresentada no Antigo Testamento entre Caim e Abel.
“Enquanto nestes vemos o efeito do pecado pelo qual Caim mata Abel, Pedro e Paulo, apesar de ser humanamente bastante diferentes e não obstante os conflitos que não faltaram no seu mútuo relacionamento, realizaram um modo novo e autenticamente evangélico de ser irmãos, tornado possível precisamente pela graça do Evangelho de Cristo que neles operava”, relatou o Santo Padre Bento XVI.
6. Porque Pedro é a “rocha”
Esta celebração recorda que São Pedro foi escolhido por Cristo – “tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” – e humildemente aceitou a missão de ser “a rocha” da Igreja e apascentar o rebanho de Deus, apesar de suas fragilidades humanas.
Os Atos dos Apóstolos ilustram seu papel como líder da Igreja depois da Ressurreição e Ascenção de Cristo. Pedro dirigiu os apóstolos como o primeiro Papa e assegurou que os discípulos mantivessem a verdadeira fé.
Como explicou em sua homilia o Sumo Pontífice Bento XVI, “na passagem do Evangelho de São Mateus (...), Pedro faz a sua confissão de fé em Jesus, reconhecendo-O como Messias e Filho de Deus; fá-lo também em nome dos outros apóstolos. Em resposta, o Senhor revela-lhe a missão que pretende confiar-lhe, ou seja, a de ser a ‘pedra’, a ‘rocha’, o fundamento visível sobre o qual está construído todo o edifício espiritual da Igreja”.
7. São Paulo também é coluna do edifício espiritual da Igreja
São Paulo foi o apóstolo dos gentios. Antes de sua conversão, era chamado Saulo, mas depois de seu encontro com Cristo e conversão, continuou seguindo para Damasco, onde foi batizado e recuperou a visão. Adotou o nome de Paulo e passou o resto de sua vida pregando o Evangelho sem descanso às nações do mundo mediterrâneo.
“A iconografia tradicional apresenta São Paulo com a espada, e sabemos que esta representa o instrumento do seu martírio. Mas, repassando os escritos do Apóstolo dos Gentios, descobrimos que a imagem da espada se refere a toda a sua missão de evangelizador. Por exemplo, quando já sentia aproximar-se a morte, escreve a Timóteo: ‘Combati o bom combate’ (2Tm 4,7); aqui não se trata seguramente do combate de um comandante, mas daquele de um arauto da Palavra de Deus, fiel a Cristo e à sua Igreja, por quem se consumou totalmente. Por isso mesmo, o Senhor lhe deu a coroa de glória e colocou-o, juntamente com Pedro, como coluna no edifício espiritual da Igreja”, expressou Bento XVI em sua homilia.
ACI Digital

S. PEDRO APÓSTOLO, PADROEIRO DA CIDADE DE ROMA

s. Pedro
S. Pedro  (© Biblioteca Apostolica Vaticana)

Seu nome era Simão e foi Jesus quem o chamou Pedro. Natural de Betsaida, vivia em Cafarnaum e era pescador no Lago de Tiberíades. O Mestre o convidou a segui-lo, juntamente com seu irmão André; com Tiago e João, testemunharam alguns acontecimentos importantes: a ressurreição da filha de Jairo, a Transfiguração, a agonia no Horto das Oliveiras.
Caminhando ao lado do Messias, Pedro emerge como um homem simples, irrequieto e, às vezes, até impulsivo. Vez por outra, fala e age em nome dos Apóstolos; não hesita em pedir a Jesus explicações e esclarecimentos sobre a sua pregação ou parábolas, como também o interroga sobre várias questões.
Foi o primeiro a responder ao Mestre, diante da pergunta aos discípulos: “Também vocês querem ir embora?”. O Mestre fez esta pergunta depois de falar na Sinagoga de Cafarnaum, suscitando transtorno entre os discípulos; de fato, muitos deles, daquele momento em diante, decidiram não segui-lo mais. Então, Simão Pedro respondeu: “Senhor, para quem iremos? Somente tu tens palavras de vida eterna; nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus” (Jo 6,67-68).

A confissão de Pedro
Em Cesareia de Filipe, quando Jesus pergunta aos seus “E vós, quem dizeis que eu sou?”, Pedro afirma: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16,16). E Jesus lhe disse: “Eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. (Mt 16,18-19).
Eis o encargo que Pedro recebeu: governar a Igreja. Os Evangelhos revelam que Jesus quis confiar a sua Igreja a um pescador instintivo e com pouca instrução, que, às vezes, não sabia ver a vontade de Deus: ele protestou quando Jesus falou sobre a sua Paixão; não queria que Jesus lhe lavasse os pés na Última Ceia, por ser um gesto tão humilde por parte do Mestre; negou, por três vezes, conhecer Jesus, depois de ser capturado.
No entanto, os Apóstolos reconhecem a função que Jesus lhe confiou e ele toma diversas iniciativas. Na manhã de Páscoa, informado por Maria Madalena que o corpo do Mestre tinha desaparecido do sepulcro, foi lá, às pressas, com outro discípulo. Mas, este, chegando antes que ele, deixa, por respeito, que Pedro entre por primeiro.

A missão de Pedro
Após a Ressurreição, os Apóstolos se reuniam em cenáculos, onde o Mestre, às vezes, lhes aparecia. Cada um retoma a própria vida diária; Pedro, volta a se ocupar da sua barca e redes. Foi precisamente depois de uma noite inteira, sem pescar, que o Mestre lhe aparece mais uma vez (Jo 21,3-7); pede-lhe para apascentar seu rebanho e lhe prediz com qual morte seria glorificado (Jo 21, 15-19).
Depois da Ascensão, Pedro torna-se o ponto de referência dos Apóstolos e dos primeiros seguidores de Cristo; começa a falar em público, a pregar e a fazer curas. Foi convocado, preso e solto, diversas vezes, pelo Sinédrio, obrigado a aceitar a autoridade, com a qual falava; e o povo, entusiasta em torno a ele, aumentava cada vez mais.
Pedro começa a ir, de cidade em cidade, transmitir a Boa Nova. Mas, volta sempre a Jerusalém; ali, certo dia, aparece Paulo a ele e aos outros Apóstolos, falando sobre a sua conversão.
Pedro e Paulo tomam, depois, estradas diferentes, sem poupar esforço nas várias viagens. Porém, ambos sempre se cruzam pelas ruelas de Jerusalém. Pedro confronta-se muito com Paulo, aceita suas observações e considerações; com ele discute também sobre as orientações a serem adotadas pela Igreja nascente. Por fim, os dois Apóstolos voltam a se encontrar em Roma.

Bispo de Roma
Pedro confirma a fé da comunidade cristã e a dirige. Durante a perseguição de Nero, foi preso e, depois, crucificado de cabeça para baixo, por seu desejo. No entanto, Paulo foi condenado à morte e decapitado pelo Tribunal romano. Segundo a tradição, o martírio dos dois pilares da Igreja deu-se no mesmo dia: 29 de junho do ano 67. Pedro morreu no Circo de Nero, na colina Vaticana, e Paulo na Via Ostiense. Sobre suas sepulturas surgiram a Basílica de São Pedro e a Basílica de São Paulo extra Muros.


Vatican News

S. PAULO APÓSTOLO, PADROEIRO DA CIDADE DE ROMA

S. Paulo, escola pós-bizantina
S. Paulo, escola pós-bizantina  (© Musei Vaticani)

Saulo, judeu de Tarso, na atual Turquia, era um cidadão romano, culto, instruído na escola judaica, continuada em Jerusalém, - formado pelo rabino Gamaliel, - tinha uma boa formação cultural Greco-helênica, portanto conhecia o grego e o latim. Filho de um tecedor de cortinas, ele aprendeu também esta arte manual paterna. Como muitos judeus da época, Saulo tinha um segundo nome greco-latino: Paulo, escolhido por simples assonância com seu nome. Era perspicaz, corajoso e audaz; tinha uma boa capacidade dialética. A sua personalidade emerge dos Atos dos Apóstolos e das suas treze Cartas.
Ele não conhecia Jesus e, por isso, foi um dos primeiros a perseguir os cristãos, que pensava fizessem parte de uma seita perigosa, que devia ser debelada.
Foi mencionado nas Escrituras, pela primeira vez, na narração da lapidação de Estêvão – primeiro mártir cristão – em Jerusalém. Brioso sustentador da tradição Judaica, Saulo “assolava a Igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão” (At 8,3). Os discípulos o temiam e, para fugir da perseguição, alguns se espalharam em várias cidades, entre as quais Damasco.

A caminho de Damasco
Saulo pediu autorização ao sumo pontífice para processar os fugitivos de Jerusalém. Em sua viagem, quando se aproximava de Damasco, de repente brilhou ao seu redor uma luz vinda do céu. Ele caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que você me persegue?” Saulo perguntou: “Quem és tu, Senhor?” Ele respondeu: “Eu sou Jesus, a quem você persegue. Levante-se, entre na cidade; alguém lhe dirá o que você deve fazer”. “Saulo levantou-se do chão e, abrindo os olhos, não conseguia ver nada» (At 9,3-6). Então foi acompanhado a Damasco, onde, por três dias, transtornado pela ocorrência, “não comeu nem bebeu”. No terceiro dia, apresentou-se a ele um homem, chamado Ananias, ao qual, durante uma visão, Deus pediu para procurar Saulo e impor-lhe as mãos para que recobrasse a visão. E revelou a Ananias: “Este homem é meu instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e seus reis, e perante o povo de Israel. Mostrarei a ele o quanto deve sofrer pelo meu nome”.
Paulo foi batizado, entrou em contato com a pequena comunidade cristã local, apresentou-se na Sinagoga e deu testemunho do que lhe havia acontecido. Assim, começou seu apostolado: agregou-se aos discípulos de Damasco e iniciou a pregar com entusiasmo. Depois, foi a Jerusalém, onde conheceu Pedro e outros apóstolos que, com certa difidência, o acolheram e lhe falam longamente sobre Jesus. Paulo os ouviu, aprendeu os ensinamentos deixados pelo Mestre e fortificou sua fé. Assim, prosseguiu a sua pregação, mas se deparou com a hostilidade de muitos judeus e a perplexidade de vários cristãos. Deixou Jerusalém e regressou para Tarso, sua cidade natal, onde retomou seu trabalho de tecedor de cortinas, mas, ao mesmo tempo, continuou a evangelização.
Alguns anos mais tarde, junto com Barnabé, - um dos primeiros judeus convertidos, - Paulo chegou a Antioquia, onde instaurou um íntimo contato com a comunidade cristã local.

As viagens apostólicas
Após um breve período de permanência em Jerusalém, Paulo prossegue sua missão em outros lugares, começando por Antioquia, entre o judeus e, sobretudo, pagãos – chamados “gentios” -. Ele fez três grandes viagens: na primeira, ancora em Chipre e em diversas cidades da Galácia, onde funda diversas comunidades; a seguir, regressa novamente para Antioquia e Jerusalém, para debater com os Apóstolos a questão dos convertidos do paganismo: se deviam ou não respeitar os preceitos da tradição judaica.
Na segunda viagem, dirige-se para o sul da Galácia, depois à Macedônia e, por fim, à Grécia. Detém-se em Corinto por mais de um ano e, a seguir, vai a outras cidades como Éfeso e, novamente, a Jerusalém e Antioquia.
Dali, Paulo parte para a sua terceira viagem: permanece três anos em Éfeso, depois vai à Macedônia, Corinto e outras cidades; visita ainda as comunidades, que o haviam acolhido antes, e, enfim, volta para Jerusalém. Ali, confronta-se com Tiago sobre as tensões surgidas entre as comunidades que havia fundado e os judeu-cristãos, a respeito de algumas normas da lei judaica.

Rumo ao martírio
Acusado pelos judeus - de pregar contra a sua lei e de introduzir no Templo um pagão convertido - foi preso: sob processo, Paulo – como cidadão romano – fez apelo ao imperador e foi transferido para Roma. Após sua prisão, visita diversas cidades, fazendo etapa em Cesareia e em outras localidades.
Em Roma, onde se encontra também Pedro, entra em contato com a comunidade cristã. Livre, por falta de provas, prossegue a sua missão. Mas, foi preso, outra vez, sob o império de Nero: foi condenado à morte pelo Tribunal romano e decapitado na Via Ostiense, enquanto Pedro era crucificado na colina Vaticana.
Segundo a tradição, o martírio de Pedro e Paulo ocorreu no mesmo dia: 29 de junho do ano 67. Sobre suas sepulturas surgiram a Basílica de São Pedro e a Basílica de São Paulo extra Muros.


Vatican News

domingo, 28 de junho de 2020

Solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo

Dom José Aparecido
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília

A solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos é antiquíssima. Estando na origem da fé da Igreja, eles permanecerão definitivamente como seus patronos e guias. A verdadeira grandeza da Roma se deve mais a Pedro e Paulo, que lá derramaram o sangue, do que aos césares. Quem são estes homens?

Simão, nato em Betsaida às margens do lago de Tiberíades, foi introduzido pelo irmão André entre os discípulos de Jesus. Simão e André, juntamente com os dois filhos de Zebedeu, foram convidados pelo Senhor a abandonar as redes para se tornarem “pescadores de homens”. Jesus deu a Simão o nome de Pedro e o constituiu fundamento da Igreja e detentor das chaves do reino dos céus.

Com Tiago e João, Pedro foi testemunha da transfiguração do Salvador no Tabor e da angústia de Jesus no Getsêmani. Na última ceia Jesus lhe confiou a missão de confirmar na fé os irmãos. Durante a paixão de Cristo, renegou o seu Mestre, mas imediatamente chorou amargamente a traição. O Ressuscitado, ao ouvir de Pedro a tríplice confissão de amor, confiou-lhe o supremo pastoreio de toda a grei cristã.

Depois de Pentecostes governou por algum tempo a Igreja de Antioquia e depois a Igreja de Roma. Sob a perseguição de Nero, ele e Paulo obtiveram a coroa do martírio.

Paulo, antes chamado Saulo, nasceu em Tarso da Cilícia. Em Jerusalém foi discípulo de Gamaliel e tornou-se um zeloso doutor da lei e fariseu. Tomou parte como testemunha da morte de Estêvão e foi implacável perseguidor dos discípulos de Jesus.

A caminho de Damasco, a experiência de encontro com o Ressuscitado o transformou num apaixonado pregoeiro do Evangelho. Após alguns anos de solidão e silêncio, chamado por Barnabé, foi acolhido em Antioquia. De lá partiu para inúmeras viagens missionárias, viagens estas que deram vida a muitas Igrejas de cristãos provenientes dos gentios. Preso muitas vezes, arrostou fadigas e perigos com fortaleza e amor ardente. Combateu o bom combate da fé até a efusão do sangue sob Nero.

A missa do dia testemunha a confiança da Igreja na intercessão “destes Apóstolos que nos deram as primícias da fé” (Coleta). O Evangelho evidencia singular missão de Pedro na Igreja. Jesus anuncia que o novo povo de Deus tem o seu fundamento na Rocha que, após a Sua Ascensão aos céus, será Pedro. A ele confia as chaves: Tu és Pedro…! Esta missão de Pedro será transmitida aos seus sucessores, os Papas. O Papa Francisco é o sucessor de Pedro, o primeiro dos Apóstolos, mas também de Paulo, apóstolo das gentes. Princípio visível de unidade como Pedro e testemunha da universalidade da mensagem de Cristo, como Paulo.

Confiando na intercessão dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, a Igreja no Brasil celebra o dia do Papa, atendendo ao constante pedido do Santo Padre Francisco: “Rezem por mim”.

Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasilia

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF