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quarta-feira, 17 de agosto de 2022

JMJ 2023: hino marca a caminhada dos jovens até à Jornada

Padre João Paulo Vaz, autor do hino JMJ 2023 

O padre João Paulo Vaz é o autor da letra do hino da JMJ Lisboa 2023 e em entrevista à Agência Ecclesia sublinhou a importância do hino para as vivências dos jovens que participam no encontro.

Rui Saraiva - Portugal

Na preparação para uma Jornada Mundial da Juventude (JMJ) o hino é um elemento aglutinador e ferramenta essencial no trabalho de animação no contacto com os jovens.

A Agência Ecclesia, num trabalho da jornalista Sónia Neves, entrevistou o padre João Paulo Vaz, o autor da letra do hino da JMJ Lisboa 2023. O sacerdote afirmou que na escrita da letra do hino procurou fazer a “ponte temática “entre a Jornada do Panamá e a de Lisboa aprofundando a inspiração mariana comum aos dois encontros.

O sacerdote da diocese de Coimbra salientou também que o hino é “uma marca importante em cada edição” influenciando “todas as etapas” e fazendo recordar toda a caminhada de preparação para a JMJ.

“A música tem o condão de marcar memórias: se ouço uma música lembro-me do momento que marcou, traz a memória do coração, as recordações e vivências, sendo um hino da JMJ e toda a envolvência, com toda a preparação que é um crescendo, é acompanhado sempre pelo hino” – explicou o sacerdote.

O padre João Paulo Vaz participou em seis edições da JMJ, mas recorda a Jornada de Paris em 1997 com especial carinho, destacando a “envolvência e sentido de universalidade” aquando da participação num “cordão ininterrupto de cerca de 800 mil jovens à volta de Paris”.

A um ano da edição de Lisboa, o padre João Paulo Vaz, na sua entrevista à Agência Ecclesia, defende a necessidade de entusiasmar os jovens para este grande evento que é a JMJ.

O encontro está marcado com os jovens de todo o mundo e com o Papa Francisco e terá lugar de 1 a 6 de agosto de 2023 na capital portuguesa.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa. Foi instituída por João Paulo II, em 1985. A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, e desde então a JMJ já passou pelas seguintes cidades: Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).

No dia 27 de janeiro de 2019, na conclusão da JMJ do Panamá, foi anunciado que a escolha para seguinte edição seria Lisboa. 

A Rádio Vaticano e o Vatican News continuam a acompanhar a preparação da Jornada Mundial da Juventude que decorrerá em Lisboa em agosto de 2023.

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Guerra na Ucrânia já destruiu 162 edifícios religiosos

@donbass.pravoslavniy
Por Francisco Vêneto

"Tentam destruir a nossa memória para que não reste nada que nos conecte com as nossas raízes. Infelizmente, isso acontece quase todos os dias."

A guerra na Ucrânia já destruiu 162 edifícios religiosos até 11 de agosto de 2022, de acordo com levantamento divulgado pelo Ministério da Cultura e Política de Informação do país.

Segundo o relatório do ministério, foram registrados até essa data 464 episódios considerados crimes de guerra perpetrados pela Rússia contra o patrimônio cultural ucraniano. O porta-voz do ministério, Oleksandr Tkachenko, acusa as forças russas:

“Eles lutam contra a nossa identidade e atacam deliberadamente o patrimônio cultural. Tentam destruir a nossa memória para que não reste nada que nos conecte com as nossas raízes. Infelizmente, isso acontece quase todos os dias”.

De acordo com a contagem do mesmo ministério ucraniano, as tropas russas já destruíram ou danificaram gravemente 139 patrimônios culturais, dos quais 23 são monumentos de importância nacional e 109 de importância local.

Os ataques também destruíram ou danificaram 361 edifícios ou monumentos de importância cultural, artística ou religiosa, sendo os alvos religiosos os mais numerosos: foram 162 edifícios, somando igrejas, conventos, seminários ou instalações especificamente religiosas como casas paroquiais e outros lugares administrativos. Seguem-se 70 casas de cultura e outras instituições de arte, 51 monumentos memoriais, 44 bibliotecas e 34 museus.

Os crimes foram registrados em 15 regiões da Ucrânia, principalmente nas de Donetsk e Kharkiv.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

terça-feira, 16 de agosto de 2022

São João Francisco Régis

S. João Francisco Régis | arqusp
16 de agosto

São João Francisco Régis

Francisco Régis nasceu, em 31 de janeiro de 1597, numa pequena aldeia de Narbone, na França. Filho de um rico comerciante, foi educado num colégio dirigido por sacerdotes jesuítas desde pequeno. Nada mais natural que entrasse para a Companhia de Jesus quando, em 1616, decidiu-se pela vida religiosa. Desejava, ardentemente, seguir o exemplo dos jesuítas missionários que evangelizavam em terras pagãs estrangeiras.

Tornou-se rapidamente respeitado e admirado pela dedicação na catequização que fazia diretamente ao povo, auxiliando os sacerdotes, assim como nas escolas que a Companhia de Jesus dirigia. Aos trinta e três anos, ordenou-se sacerdote, tomando o nome de João Francisco. Só então o seu contagiante trabalho disseminou-se pela cidade, por meio das obras dedicadas aos marginalizados, necessitados e doentes. Essa era a missão importantíssima que o aguardava lá mesmo, na sua terra natal: atender aos pobres e doentes e converter os pecadores.

Entre os anos 1630 e 1640, duas epidemias de pestes assolaram a comunidade. Francisco Régis era incansável no atendimento aos doentes pobres e suas famílias. Nesse período, conscientizou-se de que a França precisava da sua ação apostólica e não o exterior. Assim, tornou-se um valente missionário jesuíta, e o mais freqüente sacerdote visitador de cárceres e hospitais. Os registros relatam às centenas os doentes que salvou e os pagãos que converteu ao mesmo tempo.

Bispos de seu tempo relataram que ele era dotado de um carisma muito especial. Onde pregava os ensinamentos de Cristo, as pessoas, invariavelmente, se convertiam. Conseguiu, com o auxilio da Virgem Mãe, como ele mesmo dizia, converter aldeias inteiras com o seu apostolado. Foram dez anos empregados nesse fatigante e profícuo trabalho missionário.

Francisco Régis foi designado para chefiar a missão enviada à La Louvesc, na diocese de Dauphine. Antes de iniciar a viagem, quis despedir-se dos companheiros jesuítas. Percebera, apesar da pouca idade, que sua morte estava muito próxima. A viagem até lá foi um tremendo sacrifício. Além de atravessar altas montanhas, o caminho foi trilhado debaixo de um rigoroso inverno.

Chegou a La Louvesc doente e perigosamente febril. Mas, como havia uma enorme multidão de fiéis que desejavam ouvir seus sermões, pregou por três dias seguidos. Os intervalos de descanso foram utilizados para o atendimento no confessionário. Finalmente, abatido por uma enorme fraqueza, que evoluiu para uma pneumonia fulminante, faleceu no dia 31 de dezembro de 1640, aos quarenta e três anos de idade.

O papa Clemente XII canonizou-o em 1737. São João Francisco Régis, ou apenas são Francisco Régis, como era chamado, teve sua festa marcada para o dia 16 de agosto.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Nossa Senhora não teve outros filhos. Entenda

jorisvo | Shutterstock
Por Vanderlei de Lima

São dois os argumentos que sustentam esta verdade.

Maria Santíssima não teve outros filhos além de Jesus, conforme veremos nos dois argumentos apresentados neste artigo. 

O primeiro argumento diz que os “irmãos” de Jesus seriam filhos de São José de um primeiro matrimônio seu antes de desposar-se com a Virgem Maria. Esta é uma antiga tradição, embora escrita em estilo deveras fantasioso, registrada no Protoevangelho de Tiago, apócrifo cristão do ano 150 mais ou menos (cf. cap. VIII e IX). Ela merece atenção por defender, já nos princípios do Cristianismo, que os “irmãos” de Jesus não eram filhos de Nossa Senhora, a sempre virgem, mas apenas de São José.

Os contestadores da perpétua virgindade de Maria apresentam, no entanto,textos do Novo Testamento que tratam dos “irmãos de Jesus” (Mc 6,3; 3,31-35; Jo 2,12, 7,2-10; At 1,14; Gl 1,19 e 1Cor 9,5) a fim de sustentarem que Maria teve outros filhos além de Jesus. Aqui entra o segundo argumento com a afirmação do Papa São João Paulo II ao dizer ser “preciso recordar que, tanto em hebraico como em aramaico, não existe um vocábulo particular para exprimir a palavra ‘primo’ e que, portanto, os termos ‘irmão’ e ‘irmã’ tinham um significado muito amplo que abrangia diversos graus de parentesco. Na realidade, com o termo ‘irmãos de Jesus’ são indicados ‘os filhos de uma Maria discípula de Cristo (cf. Mt 27,56) designada de modo significativo como ‘a outra Maria’ (Mt 28,1). Trata-se de parentes próximos de Jesus, segundo uma expressão conhecida do Antigo Testamento’ (Catecismo da Igreja Católica, n. 500)” (A Virgem Maria: 58 catequeses do Papa sobre Nossa Senhora. 2ª ed. Lorena: Cléofas, 2001, p. 83).

Em suma, podemos dizer que os próprios Evangelhos deixam claro que os chamados “irmãos de Jesus” não eram filhos de Maria. Com efeito, em Lc 2,41-52, vê-se que Jesus é filho único. Sim, José e Maria não teriam feito a viagem a Jerusalém deixando, em casa, filhos pequenos. Em Jo 19,26-27, ao morrer na Cruz, Jesus entrega sua Mãe aos cuidados de João, filho de Zebedeu. Ora, isso seria impossível se Maria tivesse outros filhos. Esses dois argumentos têm grande valor. Mais: o Novo Testamento nunca fala de “filhos de Maria e de José”. Ao contrário, Jesus é apresentado como “filho (adotivo) de José” (Lc 3,23) e “ofilho de Maria” (com artigo, cf. Mc 6,3) quando deveria usar, para ser mais natural, a expressão “filhos de Maria”, em vez de “irmãos de Jesus”, caso fossem realmente irmãos, como entendemos hoje em português (cf. Mc 3,31; At 1,14).

Ainda: o fato de Maria aparecer, nos Evangelhos, sempre em companhia dos “irmãos de Jesus” (= parentes) pode se explicar do seguinte modo: José terá falecido no início da vida pública de Jesus; daí os parentes dele se tornaram solidários para com Nossa Senhora e, por isso, sempre a acompanhavam publicamente. Vê-se, assim, que Tiago, José, Judas e Simão eram primos de Jesus e sobrinhos de Maria por parte de São José. Sim, eles eram filhos de Maria de Cléofas (não de Maria, a Mãe de Jesus). Já Cléofas (ou Alfeu, em aramaico) era irmão de José.

Resta, pois, um ponto a ser resolvido: por que há essa confusão, quando se poderia dizer “primos” (= anepsiós, em grego), em vez de “irmãos de Jesus”? – Porque a tradução grega do Novo Testamento supõe o fundo aramaico. Desse modo, o termo irmãos (= adelphói, em grego) vem do vocábulo ah hebraico e designa tanto irmãos filhos do mesmo pai e mãe, como primos e sobrinhos, conforme se vê, por exemplo, em passagens do Antigo Testamento: Abraão diz que seu sobrinho Lot é seu irmão (cf. Gn 13,8); Jacó se declara irmão de Labão, quando, na verdade, é seu sobrinho (cf. Gn 29,12-15); Labão e seus irmãos (= parentes) foram ao encalço de Jacó (cf. Gn 31,23) entre outras passagens tais como 1 Cr 23,21-23; 15,5; 2Cr 36,10; 2Rs 10,13; Jz 9,3; 1Sm 20,29 etc. (cf. Dom Estêvão Tavares Bettencourt, OSB. Curso de Diálogo Ecumênico. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1989, p. 91-93).

Acrescenta Bernard Sesboüé, SJ, ser “impossível, portanto, provar historicamente que Jesus teve irmãos em sentido estrito, isto é, filhos de Maria sua mãe” (Os sinais da salvação: séculos XII a XX. 2ª ed. São Paulo: Loyola, 2013. Tomo 3 da coleção História dos dogmas).

Eis argumentos em defesa da maternidade virginal de Nossa Senhora.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Leigos rejeitam o Caminho Sinodal e dizem a bispo: "Isso não une as pessoas, divide!"

O bispo de Limburg e presidente da Conferência Episcopal Alemã, Georg Bätzing
/ EpiskopatNews Flickr (CC BY-NC-SA 2.0)

BERLIM, 15 ago. 22 / 01:36 pm (ACI).- Numa carta aberta publicada pela iniciativa Maria 1.0, leigos alemães criticaram o Caminho Sinodal Alemão: "Isso não une as pessoas, divide!"

O Caminho Sinodal Alemão se descreve como um processo que reúne os bispos da Alemanha e leigos selecionados para debater e aprovar resoluções sobre o modo como o poder é exercido na Igreja, moral sexual, o sacerdócio, e o papel das mulheres, temas sobre os quais manifestaram várias vezes e publicamente opiniões contrárias à doutrina da Igreja.

Na carta aberta, o grupo de leigos também pediu ao bispo de Limburgo dom Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, que encerre a cooperação com a presidente do Comitê Central dos Católicos Alemães (ZdK), Irme Stetter-Karp, que exigiu em julho que o aborto esteja disponível em toda a Alemanha.

O ZdK organiza o Caminho Sinodal Alemão junto com a Conferência Episcopal Alemã. Como presidente do comitê leigo, Stetter-Karp é copresidente do processo sinodal alemão, ao lado de Bätzing.

"Para nós, signatários desta carta, seria insuportável pensar que um dia o sr. poderia viajar para Roma ao lado de Stetter-Karp representando a Igreja Católica Alemã ou inclusive como copresidente do processo sinodal", diz a carta aberta publicada na quinta-feira (11).

A carta já havia sido enviada diretamente a dom Bätzing em 3 de agosto, mas até agora não houve resposta.

“Vossa Excelência, pedimos ao sr. e a seus irmãos bispos, que em sua ordenação prometeram propagar a fé da Igreja transmitida pelos apóstolos de forma pura e integral, que terminem sua colaboração com Stetter-Karp se ela não estiver disposta a rever publicamente sua posição e voltar ao ensinamento da Igreja sobre a proteção da vida nascituro”, exige a carta aberta.

A carta aberta também criticou fortemente o Caminho Sinodal, que já foi rejeitado por 100 cardeais e bispos de todo o mundo.

“Mesmo sob sua liderança, Excelência, o Caminho Sinodal corre o risco de cair na 'armadilha do fora de jogo', que segundo o papa Francisco é 'que uma das primeiras e maiores tentações no campo eclesiástico é acreditar que as soluções aos problemas presentes e futuros só podem ser resolvidos reformando as estruturas, organizações e administração, mas que, em última análise, não tocam em pontos vitais que realmente requerem atenção'”, alertaram os signatários.

"Dom Bätzing, nos dirigimos a este organismo eclesiástico 'modernizado', liberal e politicamente correto que o papa Francisco adverte que permanecerá sem alma e sem o frescor do Evangelho", continua a carta

Segundo os leigos, eles guardaram "silêncio sobre tudo isso há muito tempo".

“Esfregamos os olhos com descrença quando o Estudo MHG sobre o abuso de crianças e jovens inocentes – que condenamos e queremos que seja resolvido tanto como o sr.! – foi usado como o impulso para uma tentativa de reestruturar nossa Igreja de tal forma que nós, como cristãos católicos romanos, não nos reconheceríamos mais como tal se não fosse por Roma e pela Igreja universal”.

Isso é “orquestrado pelo mesmo punhado de professores de teologia alemães que aparentemente estão se preparando para substituir o Magistério Episcopal”, continua a carta.

“Além disso, não pense que nós (e alguns bispos também) não notamos as muitas pequenas ou grandes violações deliberadamente colocadas (inclusive pelos bispos) contra instruções específicas de Roma ou do Magistério. Isso não une, Excelência, divide!”, acrescenta a carta.

Entre os signatários está a diretora de Maria 1.0, Clara Steinbrecher, renomados professores católicos como Elmar Nass, Manfred Spieker e Berthold Wald.

Há também o historiador Michael Feldkamp; a editora de Media Maria Verlag, Gisela Geirhos; e Timothy Flanders, editor de OnePeterFive nos EUA.

Muitos outros católicos assinaram a carta aberta.

Os membros do Caminho Sinodal se reunirão para a quarta sessão de 8 a 10 de setembro em Frankfurt am Main. Alguns textos já poderão ser aprovados oficialmente como resoluções do Caminho Sinodal.

Fonte: https://www.acidigital.com/

O Papa Francisco: Magnificat, "o cântico da esperança"

Papa Francisco no Angelus  (Vatican Media)

No Angelus desta segunda-feira, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, que no Brasil celebraremos no próximo domingo, o Papa explicou o significado do Magnificat, o canto da Mãe de Jesus que nos foi transmitido pelo Evangelho de Lucas, que narra a obra de Deus na história e também anuncia uma inversão de valores, profetizando o que Jesus dirá.

Silvonei José – Vatican News

“A Virgem Maria profetiza: profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus desta segunda-feira, Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, e que no Brasil celebraremos no próximo domingo.

O Evangelho – disse Francisco - nos propõe o diálogo entre Maria e sua prima Isabel. “Quando Maria entra em casa e saúda Isabel, diz-lhe: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre". Estas palavras, cheias de fé, alegria e encanto, passaram a fazer parte da "Ave Maria". Cada vez que recitamos esta oração tão bonita e familiar, fazemos como Isabel: saudamos Maria e a bendizemos, porque ela nos traz Jesus. Maria acolhe a bênção de Isabel e responde com o cântico, um presentes para nós, para toda a história, o Magnificat. é um canto de louvor, que poderíamos definir como "o cântico da esperança".

É um hino de louvor e exultação pelas grandes coisas que o Senhor realizou nela, mas Maria vai mais longe:

“Contempla a obra de Deus em toda a história do seu povo. Diz, por exemplo, que o Senhor "derrubou do trono os poderosos, exaltou os humildes, saciou de bens os indigentes e despediu de mãos vazias os ricos".

Pequena e humilde

Mas quer nos dizer algo de mais importante”, destaca o Papa Francisco:

Ela, pequena e humilde, foi elevada e – festejamos hoje – levada à glória do Céu, enquanto os poderosos do mundo estão destinados a permanecer de mãos vazias. Nossa Senhora, em outras palavras, anuncia uma mudança radical, uma inversão de valores. Enquanto fala com Isabel tendo Jesus no ventre, antecipa o que seu Filho dirá, quando proclamará bem-aventurados os pobres e humildes e advertirá os ricos e os que confiam na sua própria autossuficiência.

A Virgem, portanto, profetiza que a ter o primeiro lugar não é o poder, o sucesso e o dinheiro, mas o serviço, a humildade e o amor. "Olhando para ela na glória, compreendemos que o verdadeiro poder é o serviço e que reinar significa amar. E que este é o caminho para o céu".

Francisco destaca que a inversão profética anunciada por Maria toca a vida de cada um de nós se acreditamos “que amar é reinar e servir é poder. Que a meta do meu viver é o Céu, o paraíso? Ou me preocupo somente com coisas terrenas, materiais? E ainda, observando os acontecimentos do mundo, deixo-me tomar pelo pessimismo ou, como a Virgem, sei perceber a obra de Deus que, com mansidão e pequenez, realiza grandes coisas?

Maria canta a esperança

“Maria hoje canta a esperança e reacende em nós a esperança: nela vemos a meta do caminho: ela é a primeira criatura que com tudo de si, de corpo e alma, chega vitoriosa à meta do Céu”.

Maria - continuou o Papa -, “mostra-nos que o Céu está ao alcance da mão, se também nós não cedermos ao pecado, louvarmos a Deus com humildade e servirmos aos outros com generosidade.

Não ceder ao pecado. Mas, alguém pode dizer: "Mas, padre, eu sou fraco" - "Mas o Senhor está sempre perto de você, pois é misericordioso". Não se esqueçam qual é o estilo de Deus: proximidade, compaixão e ternura. Sempre perto de nós com seu estilo.

O Papa Francisco concluiu afirmando que Maria, nossa Mãe, “toma-nos pela mão, acompanha-nos à glória, convida-nos a regozijar-nos pensando no paraíso. Bendigamos Maria com a nossa oração e peçamos-lhe um olhar profético, capaz de vislumbrar o Céu na terra”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Arquidiocese lança a ação PARTILHA BRASÍLIA

Foto: Setor de Comunicação - Arquidiocese de Brasília

Arquidiocese lança a ação PARTILHA BRASÍLIA

Na manhã desta segunda-feira (15/08), o auditório Cardeal José Freire Falcão, na Cúria Metropolitana de Brasília, ficou lotado de empresários, agente públicos, autoridades, presidentes e coordenadores de ONG’s, bem como, de padres e fiéis atuantes em diversas realidades pastorais para o lançamento da ação PARTILHA BRASÍLIA.

O evento contou com a presidência do Arcebispo da Capital federal, Dom Paulo Cezar Costa e teve, ao seu lado, o Bispo Auxiliar, Dom José Aparecido, além do Vigário Geral, Padre Eduardo Peters, e o responsável pela organização da solenidade, Frei Rogério Soares, O. de M. , Vigário Episcopal para a promoção humana e obras sociais da Arquidiocese de Brasília.

Frei Rogério Soares iniciou a apresentação da proposta da ação PARTILHA BRASÍLIA, fazendo memória das ações sociais que a Arquidiocese de Brasília sempre realizou desde sua fundação, em 1960, recordando que, na gênese de sua existência, o primeiro Arcebispo, Dom José Newton, já criara a OASSAB, hoje conhecida como Obras Sociais da Arquidiocese de Brasília. Falando da motivação para esta iniciativa, partilhou que, ao saber da situação do mapa da fome no Distrito federal, Dom Paulo Cezar instigou o seu governo arquidiocesano a pensar numa forma de colaborar para que esta situação triste que uma parcela significativa da população passa, pudesse ser olhada com mais atenção pela Igreja e por parceiros os quais pudessem colaborar com a diminuição do sofrimento de tantos.

Foto: Setor de Comunicação - Arquidiocese de Brasília

Em seguida, o Vigário Episcopal para as Obras Sociais apresentou algumas ações que já começam a ser realizadas a partir do lançamento da PARTILHA BRASÍLIA. Inicialmente, o cartão de contatos. Este cartão contém os endereços e contatos dos centros referenciais de ajuda e acolhimento que estarão abertos para realizar este primeiro contato com aqueles que necessitarem: Sede da OASSAB, 601 sul, Paróquia Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, 615 sul e Santuário São Francisco de Assis, 915 norte. Estes locais estarão ornados com pessoas capacitadas para realizar o processo de escuta, acolhimento e encaminhamento daqueles que procurarem ajuda da PARTILHA BRASÍLIA.

A segunda ação imediata é o programa de microcrédito que está sendo organizado para incentivar o empreendedorismo, dado que, além da ajuda financeira e caritativa, é interesse da Arquidiocese, através de seus parceiros, que as pessoas sejam formadas para conseguirem manter-se, com dignidade, através do próprio trabalho. Também, a ação imediata da entrega de cestas básicas para aqueles que se apresentaram em situações limítrofes, lembrando do lema adotado para o lançamento da ação: “tive fome e me deste de comer.”

Após a apresentação, Dom Paulo Cezar discursou sobre a importância da ação PARTILHA BRASÍLIA e as motivações que levaram ao início dela. “Na celebração de Corpus Christi, refletimos juntos que não dá para celebrar a Eucaristia com a consciência tranquila enquanto tantos irmãos e irmãs estão passando fome.” E continuou: “A Igreja Católica presente em Brasília, envolvendo a sociedade, quer acolher e escutar a história de cada pessoa para ajudá-la a sair da situação de pobreza e exclusão; ajudar a se transformarem em sujeitos da própria história. Queremos ser uma Igreja missionária onde todos sejam tocados pela presença de Jesus Cristo.”

O Arcebispo ainda destacou que “os novos problemas exigem soluções para o hoje. Os problemas mudaram, as respostas também devem mudar para resolver as dificuldades. Esse projeto quer nos tirar da indiferença para com o outro”, e sobre o lugar do próximo, Dom Paulo relembrou da importância de saber escutar, destacando a parábola do samaritano: “é preciso encontrar o outro através de uma escuta qualificada para sair da indiferença em relação aos pobres e excluídos, como o evangelho mostra na parábola do samaritano.”

Foto: Setor de Comunicação - Arquidiocese de Brasília

Após a fala de Dom Paulo Cezar, Frei Rogério Soares fez a leitura da carta de intenções que foi assinada pelo Arcebispo e pelos parceiros iniciais da ação: Embaixada da Taiwan no Brasil, SESC, SENAC, FECOMÉRCIO, FIBRA, SESI, SENAI, Centro Universitário UNIEURO, Mercados BIGBOX/ULTRABOX, Campeão da Construção, Secretaria de Trabalho do DF, Secretaria de Justiça do DF, Programa Providência, Obras Sociais da Arquidiocese de Brasília, Programa Coração Aberto e Serviço Fraterno Santa Dulce dos Pobres.

Para mais informações sobre a ação PARTILHA BRASÍLIA, entre em contato com o Vigário Episcopal para a promoção humana e obras sociais, Frei Rogério Soares:

(61) 9 8348-8879

Ou com as Obras Sociais da Arquidiocese de Brasília

Telefone: (61) 3223-8431

Endereço: SGAS 601 Módulo 3, conjunto Bom Jesus – Asa Sul – Brasília – DF

E-mail: oassab@terra.com.br

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Envelhecer: Fracasso? Sabedoria? (Parte 2)

Guadium Press

Envelhecer: Fracasso? Sabedoria? (Parte 2)

 POR PROF. FELIPE AQUINO

De resto, a juventude psicológica é mais importante do que a juventude biológica ou etária.

Quem se habitua, na idade juvenil, a vier para um grande ideal ou para as causas nobres, enfrentando corajosamente os desafios que daí resultam, pode entrar na velhice com o espírito jovem e conservar uma perene juventude; seja durante a vida inteira fiel aos seus nobres propósitos e alimente o destemor necessário para cultivá-los, e terá o essencial da juventude, mesmo dentro das limitações físicas impostas pela idade senil. É jovem o ancião que procura recuperar-se prontamente de suas feridas e que faz dos obstáculos trampolim para ser magnânimo e generoso,… aquele que, apesar das suas misérias, não deixa de recomeçar diariamente… Ao contrário, é velho quem, na década dos vinte anos, se entrega ao pessimismo e ao desânimo.

Com outras palavras: não envelhece tão facilmente aquele que pensa em servir mais do que em ser servido,… aquele que se mantém na atitude de disponibilidade que tinha em suas primeiras décadas de vida. Essa disponibilidade duradoura está ancorada no amor de Deus e ano amor a Deus que cada cristão deve trazer dentro de si. Diz S. Agostinho: “Quem é amado por Deus, não envelhece, pois traz dentro de si Aquele que é mais jovem do que todos”.

São precisamente estas verdades que os trechos subsequentes, publicados à guisa de Apêndice, procuram ilustrar.

A propósito recomenda-se ROMANO GUARDINI, As idades da Vida. Ed. Quadrante, Rua Iperoig 604, 05016 São Paulo (SP).

Apêndice

À guisa de complemento, acrescentamos dois belos textos atinentes ao assunto.

Permanecer Jovem
(Anônimo)

Ninguém é velho unicamente por ter vivido um certo número de anos. Só é velho quem abandona o seu ideal. Os anos enrugam a pele do rosto. Mas renunciar ao ideal enruga a alma. O aborrecimento, a dúvida, a falta de segurança, o temor, a falta de objetivos claros e o desespero ao lado do desânimo fazem inclinar e soçobrar o espírito.

A juventude não é um período da vida. É um estado de espírito. Consiste ele numa certa forma da vontade, disposição da imaginação, força das emoções, uma preponderância da coragem sobre a timidez e a sede da aventura sobre o amor à comodidade.

Ser jovem é guardar aos 40, 50, 60, 70 e mais anos o amor ao maravilhoso, a admiração pelas coisas extraordinárias e os pensamentos brilhantes, o desafio intrépido lançado aos acontecimentos, o apetite insaciável da criança (para quem tudo é novo), o senso do lado feliz e alegre da existência.

És jovem, se voltas de teus trabalhos e saídas, calmo, tranquilo, com os olhos inundados de luz, com os ouvidos cheios de melodias e o coração mais dilatado, mais atento aos outros, mais penetrado de sua dignidade e mais convicto da fraternidade que une todos os homens.

És velho, se não gostas mais de flores, nem de árvores, nem de pássaros, nem de melodias. Se não ris mais. Se não te interessas mais por nada de novo, se nada mais queres empreender, nada mais queres melhorar. Se não sabes mais aplaudir. Se tens inveja dos outros, em vez de admirar o que eles realizam. Se te sentas à beira da estrada, maldizendo os transeuntes, em vez de aceitar e estimular os homens que caminham, que buscam e que querem acertar. Se apagas a mecha que ainda fumega, e, ao invés de semear boa semente, choras sobre os campos ressequidos, os jardins sem flores e os pomares sem frutos.

És jovem, se és disponível. Se sabes construir ilhas de paz em ti e em torno de ti.

És velho, se constróis muros de egoísmo e ajudas a construi-los entre os que te cercam.

És tão jovem quanto tua confiança, tão velho quanto tua desconfiança. Tão jovem quanto tua segurança, tão velho quanto teu temor. Tão jovem quanto tua esperança, tão velho quanto teu desespero. És tão jovem quanto tua fé, tão velho quanto tua dúvida.

Permaneces jovem enquanto teu coração for capaz de receber mensagens de beleza, de ardor, de coragem, de grandeza e de ânimo… da terra… de um homem… ou então, do céu… do infinito.

Mas, quando todas as cordas do teu coração estiverem estraçalhadas e seu fundo ficar recoberto das neves do pessimismo e do gelo do cinismo, então é velho. E então… pede a Deus tenha piedade de tua alma.

Não conte os anos!

Héber Salvador de Lima

Não importa quantos anos você complete em seu aniversário…

Você será sempre jovem enquanto o Amor florir em sua vida, enquanto irradiar

Beleza,

Paz,

Esperança,

Coragem, Otimismo, e Pureza de olhar e de coração para todos os que vivem ao seu redor. A continuidade da vida nunca se rompe: o rio corre e avança sempre até perder-se de nossa vista; mas, lá bem longe, debaixo de outros céus e em outros horizontes, ele leva consigo as mesmas águas que recolheu em nossas terras.

São estas mesmas águas do passado que fertilizam e fazem florescer nosso futuro.

São estas mesma águas

– o dia-a-dia, que vivemos – as que dão testemunho ao céu, aos vales e às montanhas, a Deus, aos anjos, aos homens deste mundo, testemunho de que o rio correu muito, mas não envelheceu!

Não importa, portanto, quantos anos

Você viveu até agora…

O importante é saber se ainda existe flor em sua vida:

Fé, Esperança, Amor, Alegria, Otimismo…

O importante é saber se está contribuindo para tornar o mundo mais feliz ao seu redor!

Prossiga, pois, sempre sorrindo, como estas águas marulhantes em demanda do mar…

O rio nunca para nem olha para trás…

E, sobretudo, irmão, nunca se esqueça:

um rio nunca envelhece!

¹ São Paulo fala de uma bela luta (2Tm 4, 7), bela milícia (1Tm 1, 18), bela doutrina (1Tm 4, 6), belo testemunho (1Tm 3,7), bela lei (1Tm 1, 8), belo fundamento (1Tm 6, 19); belo ministro (de Cristo) (1Tm 4, 6)…

D. Estevão Bettencourt, osb
Revista: “PERGUNTE E RESPONDEREMOS”

Nº 339 – Ano 1990 – p. 352

Fonte: https://cleofas.com.br/

A exigente paternidade dos dias de hoje

LightField Studios | Shutterstock
Por Francisco Borba Ribeiro Neto

A autoridade paterna é fundamental nesse processo. Deve ser entendida não como o poder de ordenar, de comandar; mas sim como a capacidade de ajudar a crescer.

O sr. Francisco Vieira Coelho foi um comerciante com uma vida simples, igual a de tantos outros imigrantes que vieram para São Paulo. Eu o conheci porque era pai de um amigo, professor universitário com pós-graduação na Europa. Em certo aspecto, ele representava bem o choque cultural e generacional que marcou e continua marcando tantas famílias no Brasil e no mundo contemporâneo.

“Seu” Francisco, contudo, tinha um diferencial, razão pela qual começo com ele esse artigo. Quando o conheci e à sua família, pareceu-me ver, em sua simplicidade acolhedora, simultaneamente um demiurgo (divindade criadora do mundo). De alguma forma, tudo que o circundava parecia remeter a uma força criadora e a uma paternidade que se ocultava nas ninharias da vida cotidiana. Por isso, nenhum outro homem me remeteu tanto à figura de Deus Pai criador quanto ele.

A dificuldade em ser um bom pai

O grande problema é que pouquíssimos homens têm o dom de viver como ele. Por outro lado, pais excepcionais tendem a se tornar modelos aparentemente inalcançáveis para seus filhos, criando um outro tipo de problema. Os jovens sentem-se incapazes de construir uma vida como a de seus pais e isso os desestimula a tentar seguir uma vida como a dos genitores.

Não se trata aqui de culpar pais ou filhos, seja pelo excesso, seja pela falta, mas apenas de constatar o quanto a paternidade é difícil na sociedade atual. Se é difícil, também é particularmente necessária. Diante da pluralidade cultural de hoje em dia, a pessoa necessita de um primeiro modelo com o qual comparar as novas opções com as quais se defronta. Sem uma base de comparação, por mais inteligente e bem informada que seja, não consegue fazer uma opção livre e consciente sobre quais caminhos seguir.

A figura paterna continua fundamental

Ainda hoje, apesar das muitas transformações pelas quais nossa sociedade tem passado, a figura paterna representa como que um arquétipo da vida pública, das normas, dos desafios e dos sentidos que os filhos encontrarão no mundo, enquanto a mãe representa mais um arquétipo de intimidade, afeto e acolhida. Esses dois modelos não estão obrigatoriamente ligados ao sexo biológico. Com as mudanças no mundo trabalho e a maior divisão de tarefas no lar, as diferenças entre os dois papéis tendem a não ser tão nítidas. Mães e pais que tiveram que criar sozinhos seus filhos, por viuvez ou qualquer outro fator, frequentemente incorporam essas duas dimensões na mesma pessoa. 

Constatar um certo esquematismo na construção da figura paterna tradicional e o autoritarismo patriarcal não implica em negar a importância do pai para o desenvolvimento adequado da pessoa – apenas nos mostra o quão mais difícil é essa tarefa no contexto atual.

Não faltam artigos com indicações e conselhos referentes à paternidade em Aleteia. Como sempre saliento em meus artigos, meu foco é mostrar como nossa cultura molda nossa mentalidade e como podemos afirmar nossa identidade católica num contexto cultural que, no mínimo, não nos é favorável.

O risco de educar

Dom Luigi Giussani (1922-2005) foi um grande educador católico. Percebeu, na Itália dos anos ’50, que o catolicismo ainda era hegemônico na organização da sociedade, mas não era mais comunicado de forma convincente aos jovens. Dedicou toda a sua vida a superar essa situação. Um de seus livros mais significativos chama-se, emblematicamente, Educar é um risco (São Paulo: Companhia Ilimitada).

No livro, ele constata que, numa sociedade plural, todo educador tem que enfrentar o risco de não ser aceito pelo educando. Diante de tantos caminhos e modelos apresentados nas escolas, nas mídias, nos grupos de amigo ou entre os colegas de trabalho, nada garante que os filhos abraçarão o modo de ser recebido na educação familiar. Os pais têm que estar preparados para isso, saber que são eles próprios “hipóteses” de realização humana que são oferecidas a seus filhos – hipóteses que serão verificadas tanto na observação da vida paterna quanto pela prática dos ensinamentos recebidos ao longo da própria vida dos filhos. Mesmo já velhos, com os pais já falecidos, ainda estamos “verificando” alguns ensinamentos familiares, concordando com uns e revisando outros…

Três pontos de atenção

Para a compreensão da paternidade no mundo, em todas as épocas, mas particularmente nessa, a visão educativa de Dom Giussani traz três contribuições significativas:

1) Como todos os educadores, os pais, mais que propor ideias ou normas morais, propõem a si mesmos a seus filhos. As ideias e as normas são apreendidas na medida em que fazem sentido a partir do modo de ser do pai, em sua totalidade. Evidentemente é importante encontrar as melhores formas de propor um modo de vida sadio aos filhos, mas essas formas não são eficazes se não condizem com o modo de ser dos pais. Não se trata de uma simples questão de coerência moral, de fazer aquilo que se diz. Todo ser humano tem algum grau de incoerência e contradição, pelo simples fato de ser pecador. Até a incoerência é educativa se inserida num modo de ser que, ao mesmo tempo, é realizado e busca o bem, sem apegar-se a si mesmo. Ser feliz e dedicado ao bem dos filhos não resolve todos os desafios educativos que um pai enfrenta, mas são duas condições necessárias para que ele possa ser realmente um fundamento para a educação dos filhos.

2) A autoridade paterna é fundamental nesse processo. Deve ser entendida não como o poder de ordenar, de comandar; mas sim como a capacidade de ajudar a crescer. Autoridade deriva do latim auctus, particípio de augere, verbo que pode ser traduzido como aumentar, aprimorar ou crescer. A autoridade é aquela liderança que ajuda a crescer, não tanto aquela que tem o poder. A criança pequena e mesmo o jovem precisam de indicações claras para se orientarem na vida e poderem crescer, mas essas indicações não podem se tornar imposições sem sentido. O filho percebe o valor da obediência na medida que reconhece que as indicações paternas o ajudam a crescer. O pai não pode se omitir, mas deve sempre estar procurando a forma mais adequada de ajudar o crescimento dos filhos – o que nem sempre acontece pelos caminhos mais óbvios.

3) Surge um momento que todo jovem precisa verificar a veracidade daquele modo de ser que recebeu de seus pais. Isso implica em experimentação, confronto de ideias, busca de outros modelos. Proteger os filhos desse confronto com o mundo não os tornará mais seguros. Pelo contrário, eles serão mais inseguros e retraídos, com medo dos questionamentos dos outros, incertos diante da aparente felicidade de outros (mesmo que ela seja apenas ilusória). Nesse confronto, o que garante o futuro dos jovens é a própria graça de Deus, a força do testemunho de felicidade e bondade recebido dos pais e um acompanhamento, forçosamente discreto e respeitoso,  feito não só pelos pais, mas também pela comunidade – pois é sempre muito difícil educar os jovens sem uma comunidade que acompanha tanto os pais quanto os filhos em seu caminho rumo a Cristo.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF