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domingo, 21 de maio de 2023

O que é a escola cisterciense de espiritualidade?

DinoPh | Shutterstock

Por Vanderlei de Lima

Tratar dos caminhos da espiritualidade é atender ao que há de mais íntimo no ser humano. Entenda:

Convém, logo de início, definir, com Dom Estêvão Tavares Bettencourt, OSB, que “espiritualidade é a atitude (compreendendo convicções e práticas) que o homem assume frente aos valores espirituais (Deus, a alma humana, a imortalidade póstuma…)”(Curso de Espiritualidade. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 2006, p. 1-2).

Desse modo, tratar dos caminhos da espiritualidade é atender ao que há de mais íntimo no ser humano, pois “feito pelo Absoluto e marcado com o sinete do Absoluto em seu coração, todo homem é um peregrino do Absoluto. Ele tem consciência de que ‘passa a figura deste mundo’ (1Cor 7,15) e por isto tende ao encontro daquilo que ‘o olho jamais viu, o ouvido jamais ouviu, o coração do homem jamais percebeu’ (1Cor 2,9)” (idem).

Ora, dentre as diversas escolas de espiritualidade católica (carmelita, franciscana, beneditina, jesuíta etc.) está a cisterciense. Sim, cremos ser importante – ao contrário de alguns grandes autores (Adolf Tanquerey e Royo Marín, por exemplo), em seus excelentes tratados sobre Espiritualidade e Mística –, realçar a existência de uma escola cisterciense de espiritualidade que, embora beba nas fontes beneditinas, não pode, sem mais, ser considerada apenas beneditina, pois tem, não obstante a sua base comum com a dos filhos primeiros de São Bento, características especiais próprias. 

Daí citarmos uma respeitável afirmação de Dom Bernardo Olivera, O.C.S.O., antigo abade geral trapista, a sustentar que “existe uma ‘espiritualidade cisterciense’ (fé levada à vida com uma forma determinada), distinguível das outras espiritualidades, inclusive monástica. Alguns dos elementos dessa espiritualidade seriam: a importância da experiência pessoal e comunitária, a afetividade, a Regra de São Bento sem acréscimos, a caridade cenobita e contemplativa, a unanimidade, a amizade, a santa Humanidade de Jesus Cristo, a devoção mariana… Não faltam os que opinam que não se pode falar de uma espiritualidade propriamente cisterciense (J. Lecrercq). Mas, existe sim, graças aos cistercienses, e sobretudo a São Bernardo de Claraval, uma ‘teologia da espiritualidade ou da mística’” (Introducción a los Padres e Madres cistercienses de los siglos XII e XIII. Burgos: Fonte & Monte Carmelo, 2020, p. 45).

Essa espiritualidade nasce, segundo Dom Luís Alberto Ruas Santos O. Cist., de “uma síntese feliz e atraente dos três elementos que predominavam nos movimentos de reforma monástica. Os mosteiros da Ordem ofereciam um alto grau de solidão, seja pelo afastamento da sociedade e da trama de seus relacionamentos, seja pela estrita disciplina de silêncio que neles vigorava, com longas horas dedicadas à lectio – leitura orante e meditada da Palavra de Deus – e à oração privada, e ao mesmo tempo o consolo de uma comunidade fraterna. Por outras palavras, havia na vida cisterciense uma boa dose de eremitismo dentro de um quadro de comunhão fraterna própria ao cenobitismo e ao ideal de vida apostólica. Enfim, os cistercienses quiseram ser pauperes Christi, pobres de Cristo, ou seja, pobres com o Cristo pobre e, com isso, encontraram a terceira tendência do monaquismo reformado do século XI” (Bernardo de Claraval. Campinas: Ecclesiae, 2021, p. 44 – itálicos nossos).

Mais ainda: “Os mosteiros cistercienses produziram grandes místicos. O mais importante deles foi São Bernardo de Claraval. Há muitos outros nomes, sobretudo no século XII, como Guilherme de Saint-Thierry, Elredo de Rievaulx ou Isaac de Estrela, para citar apenas os mais conhecidos. Todos eles escreveram sobre sua experiência mística pessoal. O florescimento da escola cisterciense é o grande atestado de sucesso da aventura espiritual vivida nos mosteiros da Ordem. Esses autores oferecem em suas obras riquezas espirituais que guardam, ainda hoje, todo o seu valor, não só para os monges, mas para todos os cristãos. Talvez não tenha havido na Igreja uma escola de espiritualidade tão uniforme na temática e com tantos autores como a cisterciense” (idem, p. 47).

Possam estes dados corroborar nossa afirmação: há, sim, uma escola cisterciense de espiritualidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Reflexão para a Solenidade da Ascensão do Senhor

Evangelho de Domingo | Vatican News

A Ascensão de Jesus é a transformação da presença do Emanuel, do Deus Conosco. Sua presença é manifestada não através de uma figura visível, a de Jesus, mas através da ação libertadora praticada pelos membros da Comunidade.

Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News

Celebrar a Ascensão de Jesus é celebrar seu modo novo de estar conosco, do Emanuel, Deus Conosco, manifestar-se em nosso meio.

Certamente esse modo novo do Senhor se manifestar entre os homens passa pela Comunidade, por suas atitudes que dão continuidade á missão do Senhor e que asseguram a continuidade da construção do Reino de Justiça e de Paz.

O Livro dos Atos dos Apóstolos, do qual é tirada a primeira leitura da solenidade de hoje, nos mostra Jesus dizendo aos seus discípulos que eles receberão o Espirito Santo e que Este os tornará suas testemunhas no mundo inteiro.

O Espírito que os discípulos receberão é o mesmo que esteve presente em Jesus. Os anjos que aparecem após a “subida” de Jesus ao Céu dizem aos discípulos para não ficarem de braços cruzados, mas agirem, isto é, continuarem a missão do Senhor. Os anjos dizem aos discípulos que Jesus vai voltar. Isso nos recorda a parábola contada pelo Senhor em que o patrão quando volta de viagem quer saber de seus servos o que fizeram, qual o produto do trabalho. Os anjos nos recordam a necessidade de deixar de ficar olhando para o céu e colocar mãos à obra, trabalhar!

O Evangelho de Mateus nos fala que o poder que Jesus recebeu do Pai e foi plenificado após sua ressurreição, é dado à Comunidade para que “ Vá e faça discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que lhes ordenei!”

Batismo e catequese! Batismo é a consagração, a configuração a Jesus Cristo, o Ungido e a Catequese é a implementação da Justiça. Logo, deveremos levar as pessoas a se configurarem ao Homem Novo, de acordo com o desejo do Pai e, depois, após conscientizá-los, levá-los a praticar a justiça e as bem-aventuranças. E Mateus termina citando a certeza da presença eterna de Jesus ao nosso lado: “ Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo!”

A Ascensão de Jesus é a transformação da presença do Emanuel, do Deus Conosco. Sua presença é manifestada não através de uma figura visível, a de Jesus, mas através da ação libertadora praticada pelos membros da Comunidade.

Quando chegar o final dos tempos, a Parusia, veremos a “revelação” do Senhor. Veremos que atrás de cada atitude cristã estava o Redentor – Cristo, o Autor de todo ato de bondade – o Pai, e nos inspirando, o Espírito de Amor.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santo Eugênio de Mazenod

Santo Eugênio de Mazemod | diocesedearacatuba

21 de maio

Santo Eugênio de Mazenod

Origens

Seu nome de batismo era Carlos José Eugênio de Mazenod. Nasceu na linda cidade de Aix-en-Provance, sul da França, no dia 1 de agosto de 1782. Filho de um nobre que presidia a Corte dos Condes da Provença. Sua mãe era filha de uma família burguesa, também nobre e rica. Eugênio teve ainda duas irmãs: Antonieta e Elisabete. Esta última faleceu com apenas cinco anos. 

Separação dos pais

Até 1790 a infância de Eugênio foi tranquila e ele deu alguma demonstração de ter vocação religiosa. Depois disso, sua família foi obrigada a fugir da Revolução Francesa. Por isso, deixaram todos os bens na França e fugiram para a Itália. Lá, viveram durante onze anos, perambulando de cidade em cidade. Esta situação provocou a separação de seus pais. Sua mãe voltou para a França na tentativa de recuperar bens confiscados da família. Eugênio ficou com seu pai na Itália.

Sofrimento 

A separação dos pais e toda a situação que viveram, exerceu grande influência na vida de Eugênio, levando-o, na adolescência, a uma grave crise de identidade. Sua vocação religiosa passou a ser sufocada por essas dificuldades. Além disso, sua formação intelectual teve uma parada por causa da falta de uma casa fixa. Porém, mesmo passando por essas adversidades, Eugênio manteve um caráter forte. Esta marca o acompanhou por toda a vida.

Voltando à fé 

Durante o tempo que Eugênio e seu pai moraram na cidade de Veneza (1794 e 1797), ele teve um contato mais efetivo com uma vida de fé. Isso aconteceu através do Padre Bartolo Zinelli. Em 1802, quando Eugênio estava com vinte anos, ele e seu pai voltaram para a França. Lá, amadureceu sua vocação religiosa, retomando aquele primeiro chamado da infância. Por isso, em 1808 Eugênio ingressou no Seminário de São Sulpício, na cidade de Paris. Três anos depois, ele recebia a ordenação sacerdotal na cidade de Amiens.

De volta à terra natal 

Padre Eugênio de Mazenod voltou para sua cidade natal, Aix-en-Provance. Lá, dedicou-se ao apostolado e à pregação. Levou o Evangelho de Jesus Cristo aos pobres camponeses, aos presidiários aos enfermos abandonados. Na França sem rumo e extremamente desgastada após a revolução, Padre Eugênio de Mazenod via nos sacramentos a única maneira de reconstruir os valores cristãos.

Fundador

Outros padres da região, ao verem seu ardor missionário e concordando que a fé seria uma das poucas esperanças de recuperação da França, juntaram-se a ele e passaram a ajuda-lo na pregação e na administração dos sacramentos. Por isso, em 1816, inspirado por Deus, ele fundou a Sociedade dos Missionários da Provença. Mais tarde, mudou este nome para o de Oblatos de Maria Imaculada. Da parte oficial da Igreja, Padre Eugênio recebeu todas as aprovações necessárias.

Bispo de Marselha

Por causa sua competência e ardor missionário, Padre Eugênio de Mazenod foi nomeado vigário-geral da importante diocese de Marselha. Depois, foi sagrado bispo da mesma diocese. Este cargo ele exerceu pelo longo tempo de trinta e sete anos. Nesses anos, Dom Eugênio de Mazemod enfrentou e superou diversos problemas com autoridades civis, com a aristocracia e até mesmo com alguns religiosos que discordavam das regras de vida em comunidade que ele tinha estabelecido.

Querido pelo povo

O povo, porém, amava e respeitava Dom Eugênio de Mazenod. Assim, ele continuou no governo da diocese de Marselha e da Congregação dos oblatos. Esta sua obra se desenvolveu e seus religiosos partiram para vários lugares da Europa, dos Estados Unidos, México e Canadá. Depois disso, os Oblatos chegaram à África e à Ásia, levando em todos esses lugares, o dom missionário da congregação. 

Morte

Santo Eugênio de Mazenod faleceu em 21 de maio de 1861, estando na sua querida cidade sede de Marselha. Após sua morte, inúmeras graças foram atribuídas à sua intercessão. Sua canonização foi celebrada pelo Papa João Paulo II em 1995. Na ocasião, sua congregação já tinha chegado a sessenta e oito países.

Oração a Santo Eugênio de Mazenod

“Ó Deus, que na tua misericórdia, quiseste enriquecer o santo Bispo Eugênio de Mazenod com grandes virtudes apostólicas para anunciar o Evangelho às gentes, concede-nos, por sua intercessão, de arder no mesmo espírito e de tender unicamente ao serviço da Igreja e à salvação das almas. Por Cristo Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho. Amém. Santo Eugênio de Mazenod, rogai por nós.”

Fonte: https://cruzterrasanta.com.br/

sábado, 20 de maio de 2023

Rever nosso estilo de vida

Estilo de vida saudável (Patrícia Gracitelli)

REVER NOSSO ESTILO DE VIDA

Dom Leomar Antônio Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Frequentemente, escutamos dizer que estamos vivendo uma crise de valores, que faltam referências e autoridades morais para orientar a sociedade do cansaço e a era do vazio. De fato, percebe-se uma inversão de valores, segundo a qual competir é mais importante do que cooperar, enganar o outro para tirar vantagem parece normal, e acreditar e frequentar a religião parecem ser opções de quem entregou sua liberdade para uma dimensão abstrata da fé.  

Ocorre, contudo, que a opção por uma vida mais livre, sem limites e sem pressões está causando uma saturação da existência e a ansiedade toma conta de muitos corações. Oferecemos valores como o sucesso, a usurpação, a mentira e o lucro como balizas para pautar a existência. Contudo, o que mais cresce é o número de pessoas insatisfeitas, desorientadas e desconfiadas. E a ansiedade toma conta, perde-se o equilíbrio, bem como a sabedoria de contar os dias que passamos nesta Terra. Alguns se abrigam sob o guarda-chuva do pessimismo e da tristeza crônica, ou de uma euforia passageira. 

É claro que cada um de nós sabe a beleza e o peso de viver nesse momento histórico. Cada um carrega seus sonhos e decepções, seus traumas e suas realizações. Mas onde estão os modelos e exemplos de pessoas que vivem os valores que sustentam uma vida mais equilibrada e sadia? 

Em primeiro lugar, é preciso recordar que muitas civilizações, no passado, experimentaram tempos obscuros. Para superar esse tempo no qual parece que os malvados, debochados e aproveitadores estão vencendo, é preciso mais que inteligência; é necessário ser sábio, ser capaz de aceitar viver nesse nevoeiro sabendo que irá passar. Assim, a humanidade recuperará um ponto de vista superior, ao criticar essa inversão de valores.  

Já avançamos, em alguns aspectos, nesse sentido. Procuramos denunciar e condenar a discriminação, a exclusão e o preconceito. Sabemos que toda pessoa tem uma dignidade singular que deve ser respeitada e acolhida. É verdade que ainda testemunhamos posturas contrárias a essas condutas, mas elas ainda são rejeitadas pela maioria. 

Para recuperarmos valores e referenciais, cabe-nos ajudar, sobretudo, os educadores a promover valores justos, humanos e fraternos.  Somos chamados a crer na esperança de que dias melhores virão. Pode ser que a nossa geração seja incapaz de dar um passo e superar a violência, o medo e a injustiça. Mas essa tendência não é um determinismo que condena toda a humanidade a esse vale de lágrimas.  

Na fé judaico-cristã, crer na promessa é viver o presente esperando um futuro que já se tem certeza que se cumprirá. Somos todos herdeiros de grandes valores como a humildade, a honestidade, o bom-senso, o equilíbrio, a sobriedade, etc. Desde a sabedoria de Salomão, passando pela compaixão de Jesus Cristo, até chegar à simplicidade de Francisco de Assis, aprendemos que outro modo de viver é possível. 

As novas gerações nos interpelam criticando o estilo de vida que a maioria está vivendo. Elas reclamam mais empatia, respeito e comprometimento. Escutar esses apelos pode nos educar para rever a forma como estamos cultivando nossos valores. Eles não perderam sua validade, nós é que nos distraímos buscando felicidade efêmera e falsas seguranças. Ainda é tempo de cultivar os valores que não são do passado, mas do futuro.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O que é uma hora santa?

frantic00 | Shutterstock

Por Philip Kosloski 

A hora santa é um momento reservado para a oração pessoal, que pode ser em casa ou na igreja.

Muitos santos, ao longo dos séculos, falaram sobre o conceito de “hora santa”, sugerindo essa prática a qualquer pessoa que lhes pedisse conselho.

Mas o que é, exatamente, uma hora santa?

A definição básica de hora santa é a dedicação de 60 minutos à oração pessoal. Embora muitas pessoas façam uma hora santa dentro de uma igreja ou capela de adoração eucarística, estar nesses lugares sagrados não é um requisito estrito. A hora santa pode ser feita em qualquer lugar do mundo, seja em sua casa, num quarto de hotel ou no metrô.

Às vezes, as pessoas até se referem à dedicação de 30 ou 45 minutos como uma “hora santa”, mesmo que não sejam 60 minutos completos.

O essencial para qualquer hora santa é que se trata de um momento de oração pessoal, onde se conversa com Deus. Pode ser por meio da escuta silenciosa, da leitura da Bíblia ou da sua oração devocional favorita.

A Santa Madre Teresa de Calcutá sempre enfatizou a importância da hora santa diária. Era uma parte vital da sua programação de cada dia. O livro “Come Be My Light: The Private Writings of the Saint of Calcutta” registra:

“Eu faço uma Hora Santa todos os dias na presença de Jesus no Santíssimo Sacramento. Todas as minhas irmãs nas Missionárias da Caridade também fazem uma Hora Santa diária, porque descobrimos que, através da nossa Hora Santa diária, o nosso amor por Jesus se torna mais íntimo, o nosso amor pelo próximo se torna mais compreensivo e o nosso amor pelos pobres se torna mais compassivo. A nossa Hora Santa é a nossa oração familiar diária, onde nos reunimos e rezamos o rosário diante do Santíssimo Sacramento, exposto na primeira meia hora; e na segunda meia hora rezamos em silêncio. A nossa adoração dobrou o número das nossas vocações. Em 1963, fazíamos juntas uma Hora Santa semanal, mas foi somente em 1973, quando começamos a nossa Hora Santa diária, que a nossa comunidade começou a crescer e florescer”.

O conceito basilar de uma hora santa é inspirado em Jesus no Jardim do Getsêmani. Em certo sentido, Jesus desafia todos nós a vigiar com Ele durante ao menos uma hora, como desafiou os Seus apóstolos naquela noite fatídica.

“E ele veio e os encontrou dormindo, e disse a Pedro: ‘Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora?'” (cf. Marcos 14,37).

Embora nem todos possamos dedicar uma hora inteira à oração todos os dias, podemos certamente fazer mais para passar mais tempo com Jesus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Papa aos crismandos: o demônio fica feliz se fizermos fofocas e brigarmos

Encontro do Papa Francisco com crismandos e crismados (Vatican Media)

Francisco encontrou na praça de Santa Marta, no Vaticano, os jovens crismados e crismandos da Arquidiocese de Gênova: "as pessoas que fofocam são pessoas que perdem sua dignidade". Fazer fofoca, disse o Pontífice, é sujar os outros.

Amedeo Lomonaco – Vatican News

Mais de 900 jovens estão participando este ano da tradicional peregrinação a Roma promovida pela Igreja de Gênova, região italiana da Ligúria. São crismandos e crismandos acompanhados pelo arcebispo, dom Marco Tasca, de mais de 70 paróquias da Arquidiocese de Gênova. O encontro mais aguardado deu-se na manhã deste sábado, 20 de maio, entre os muros da Cidade do Vaticano. O Papa Francisco, inserindo suas palavras em um diálogo pontuado por perguntas e respostas, desejou aos jovens uma estadia agradável em Roma:

... Conhecer as coisas, passear, ir aos jardins... tantas coisas bonitas. E, acima de tudo, sejam unidos, não briguem entre vocês. Vocês sabem quem inventou a briga?

Brigar é sujar os outros

Os jovens responderam em coro: o demônio. "O demônio - disse o Papa - quer que a gente brigue e ele fica feliz. Não: devemos ser amigos e nunca fazer fofoca". Então o Pontífice fez outra pergunta: Vocês sabem o que é fazer fofoca? "Falar mal dos outros", responderam os jovens imediatamente.

Falar mal dos outros. Fofocar é uma coisa feia, uma coisa muito feia. E as pessoas que fofocam são pessoas que perdem sua dignidade, porque estão no negócio de sujar os outros. Caluniar é sujar os outros. Então, o que é calúnia?

Um remédio para não fofocar

Então, o que é fofoca? A essa pergunta, os jovens responderam prontamente: "Sujar os outros". Ecoando essas palavras, o Pontífice perguntou: "É bom sujar os outros?". O "não" em coro dos jovens precedeu a saudação final de Francisco, que lhes deu alguns conselhos:

"Eh, padre, eu não sei como não fazer fofoca porque me vem....". Mas eu tenho um remédio muito bom, sabem? Mordam a língua, sabem? E então vocês não vão fofocar".

Após o encontro com o Papa Francisco, os crismados e crismandos da Arquidiocese de Gênova foram aos Jardins Vaticanos para um momento de catequese.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Bernardino de Sena

São Bernadino de Sena | Guadium Press

20 de maio

lustre pregador, São Bernardino de Sena converteu inúmeras almas apenas utilizando o dom da palavra. Ele é o santo padroeiro dos publicitários.

Redação (20/05/2023 08:03, Gaudium Press) A Igreja celebra no dia de hoje, 20 de maio, a memória de São Bernardino de Sena. Nascido na região italiana da Toscana, no ano de 1380, sentiu-se chamado à família franciscana, onde se tornou sacerdote.

Conhecido como o Apóstolo da Itália, São Bernardino de Sena é considerado um dos maiores pregadores de todos os tempos. Suas pregações arrebatavam todos os que as ouviam. Era tal a força de sua palavra, que muitos saíam convertidos e arrependidos de seus pecados após ouvi-lo.

Entregou sua alma a Deus No dia 20 de maio de 1444, sendo canonizado pelo Papa Nicolau V no ano de 1450. Seu túmulo se encontra na igreja dos Franciscanos em Áquila. São Bernardino de Sena é o padroeiro dos publicitários.

São Bernadino de Sena | Guadium Press

Frases de São Bernardino de Sena

01 – “Quando uma alma começa a saborear Jesus, perde necessariamente o gosto do mundo”.

02 – “Ó homem que tanto confias no mundo, já refletiste nos enganos que nele existe?”.

03 – “Se queres ver os teus bens multiplicados, dá esmolas”.

04 – “Não emaranhes o teu falar. Quando falares, fala abertamente, chama pão ao pão, dize com a língua o que trazes no coração”.

05 – “O dar-se Jesus Cristo a nós como alimento foi o último grau de amor. Deu-se a Nós para unir-se totalmente conosco como se une o alimento diário com quem o toma”.

São Bernadino de Sena | Guadium Press

06 – “A primeira grande verdade, agora, está estabelecida, pois uma boa morte depende de uma boa vida”.

07 – “Deus outorgou à Santíssima Virgem tanta graça que mais é impossível conceder a uma criatura, exceto Jesus Cristo”.

08 – “Todo reino que tenha partes, seitas e divisões, fica enfraquecido e desolado, e tudo cairá, uma coisa depois da outra”.

09 – “Quando Deus escolhe alguém para uma missão muito elevada, confere-lhe todos os dons necessários para essa missão”.

10 – “São José, guarda fiel e providentes dos maiores tesouros do Pai eterno: o Filho de Deus e a Virgem Maria”.

São Bernadino de Sena | Guadium Press

Oração a São Bernardino de Sena

Ó Pai, pela vossa misericórdia, São Bernardino de Sena anunciou as insondáveis riquezas de Cristo. Concedei-nos, por sua intercessão, crescer no vosso conhecimento e viver na vossa presença segundo o Evangelho, frutificando em boas obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso filho, na unidade do Espírito Santo. Amém. (EPC)

Fonte: https://gaudiumpress.org/

sexta-feira, 19 de maio de 2023

Comunhão no Amor: A Ascensão

Comunhão no Amor | Ecclesia

Matta el Meskin:

Comunhão no Amor

trad.: Pe. José Artulino Besen*

A nossa comunhão é com o Pai
e com o seu Filho Jesus Cristo. 1Jo 1,3

A Ascensão

Alegremo-nos na festa da Ascensão, em que Cristo nos fez assentar-nos com ele nos céus e preparou para nós a bem-aventurada morada que nos tinha prometido, à direita da Potência, no alto dos céus, a fim de que fôssemos para sempre nele reconciliados com o Pai e guardados pela graça e pela misericórdia do Altíssimo. Diversamente do primeiro Adão, que morou no paraíso de árvores e frutos e era de quando em quando visitado por Deus, nós, em nosso amado Redentor - o segundo Adão - moramos sempre com Deus. Mesmo se agora estamos exilados de nossa morada celeste, mesmo se sofremos um pouco, de modo que nossa fé possa receber justificação e nós possamos nos tornar dignos desta esplêndida herança, nós vivemos, por meio da fé, como se estivéssemos constantemente assentados nos céus; vivemos plenos da esperança colocada em nós por Cristo e cheios do amor que transforma a dor em alegria, o invisível no visível, através dos olhos do coração. Deste modo, esperamos, com paciência e gratidão, o dia do encontro, quando gozaremos ao ver a face do amado, Cristo, do qual nunca mais seremos privados.

Também esta era a alegria de Cristo, antes de subir ao Pai: dom pelo qual rezou (cf. Jo 17), para que pudéssemos estar onde ele mora para sempre e pudéssemos contemplar sua glória e nela viver. Após a ascensão de Cristo, esta glória transformou-se numa realidade vivente, como testemunhou o mártir Estevão: enquanto abandonava sua morada terrena, seus olhos contemplaram, na certeza da fé e da visão, o lugar que Cristo lhe tinha preparado, uma morada estupenda, não feita por mãos humanas, estável para sempre nos céus: o corpo de Cristo, que contém todas as coisas.

Agora, nós comemos seu corpo e bebemos seu sangue com olhos fechados: não conseguimos ver o esplendor de seu corpo nem a glória de seu sangue sem nos amedrontar, sem cair com a face por terra e ficar mudos ao receber a terrível brasa ardente da divindade. Mas, por que nós mesmos não podemos nos ver unidos a este corpo, na luz plena da divindade? Por que não podemos ver o sangue de Cristo que se difunde em nós e nos transmite o Espírito divino derramando-o em nosso ser, de modo a poder tornar-nos tanto um reino de sacerdotes para Deus seu Pai, como reinar com ele na herança da dignidade ilimitada dos filhos do único Pai?

O apóstolo Paulo nos incita com uma insistência espiritual, compreensível somente por quem foi iniciado pelo Espírito nos segredos da presença divina: Se ressuscitastes com Cristo, procurai as coisas do alto, onde Cristo se encontra (Cl 3,1). Portanto, por si, só a ressurreição não é suficiente. Após a ressurreição, há a glória da vida na presença de Deus, onde Cristo se assentou conosco à direita do Pai, à disposição daqueles que o amam e que não podem suportar viver sem ele.

Onde quer que se encontre Cristo, também nós temos o direito de estar. Este pedido está incluído na própria natureza do pedido e do desejo de Cristo; realmente, recebemos este direito em virtude de nossa humanidade, com a qual Cristo se uniu de boa vontade e com amor, prometendo não abandoná-la, nem esquecê-la, um instante sequer, nem durante um piscar de olhos.

Procurar as coisas do alto, onde se encontra Cristo, significa procurar morar constantemente na presença de Deus: isto tornou-se para nós um direito eterno em Cristo, direito que agora pedimos com insistência, em lágrimas. Uma vez que o possuímos, não pode mais ser-nos tirado, porque é a herança reservada para nós no céu, herança que não é diminuída nem pela nossa enfermidade, nem desaparece com a decadência de nosso ser carnal.

A relação entre a humanidade e o Espírito vivificante tornou-se possível graças ao sacrifício redentor de Cristo: É bom para vós que eu vá... quando eu for vos mandarei [o Consolador] (Jo 16,7). Ele me glorificará, porque tomará do que é meu e vo-lo anunciará (Jo 16,14). Por isso, a glória da cruz e do sangue derramado é a posse da santa Trindade na sua totalidade: posse do Pai que aceita o sacrifício do Filho e o glorifica (Todas as minhas coisas são tuas e todas as coisas tuas são minhas: Jo 17,10), posse do Espírito Santo que mora no Pai e por isso possui tudo o que pertence ao Pai, inclusive o sacrifício e a glória do Filho.

Viver na presença de Deus, conscientes da união com Cristo livremente realizada por ele em nós e para nós, é o segredo da felicidade entregue a nós, por Cristo, em meio aos sofrimentos do mundo e apesar da impotência da humanidade e de seu trágico fracasso. Esta consciência nos dá uma paz interior que supera a inteligência com todas as suas ânsias e fraquezas.

Mas, este sentido de estar na presença de Deus não é uma simples alegria da qual gozar. Pelo contrário, é oração com todo o seu calor, a sua paz e a sua sobriedade: é a oração perfeita na qual o corpo encontra repouso, a alma encontra paz e o Espírito se alegra na recordação da Trindade, na glorificação do Pai, na repetição do nome do Salvador, na invocação incessante do Espírito Santo, com a esperança e a audácia derivadas da cruz e do sangue derramado.

Somos constrangidos a gemer em nós mesmos por causa do peso de nossa carne: ela é como uma tenda rasgada por ventos impetuosos e nós suspiramos por vestir o hábito celeste. Mas isso não é possível pois, primeiramente, devemos nos despojar do homem velho para revestir-nos de Cristo e morar nele sem temor: aquilo que é corruptível, de fato, não pode herdar a incorruptibilidade. Por isso, nossas preces continuarão misturadas com lágrimas, e a nossa alegria de habitar na presença divina será traspassada por gemidos de aflição, por causa de nossa incapacidade de vestir aqui o hábito celeste. Mas, pela fé, nós sabemos que, do mesmo modo que vestimos o hábito terreno, assim vestiremos o celeste e nunca mais seremos privados da graça divina: aquele que nos criou é o mesmo que nos recriou e preparou para uma renovação na plenitude da santidade e da justiça de Deus.

Portanto, devemos admitir nossa miséria atroz, mesmo se nos foi dada e transmitida toda a riqueza do Filho. Este mundo de falsidade e de engano não reserva riquezas para nós: aqui não existe cidade permanente para nós, nem habitação estável, não existe honra, nem fama, nem verdadeira consolação. Pelo contrário, estamos à procura do mundo que há de vir, onde não há engano nem sombra de mudança. É nesta linha que Paulo nos estimula a procurar as coisas do alto. Como pode o homem procurar essas coisas se deseja coisas que estão nesta terra e ainda grita por aquilo que está nas mãos e na boca dos outros? Ou consentimos nas coisas mais terrenas para que se tornem nossa alegria, a nossa consolação e a nossa glória, ou então rejeitamos aquilo que é daqui de baixo em troca das coisas lá de cima, a glória de Deus.

Aqueles que procuram e gemem por honras nesta terra, não terão mais o poder da fé nas coisas do alto para estar em condições de procurá-las; aqueles que procuram o que está na terra, não podem procurar o que está nos céus. Aqueles que, na verdade, não se consagram para procurar as realidades celestes são privados da glória da ascensão e perdem os frutos da cruz e da ressurreição. Pois Cristo suportou os sofrimentos, as paixões e a crucifixão por amor da alegria colocada diante dele: a alegria da grande reconciliação definitiva realizada quando ele ofereceu ao Pai a humanidade, juntamente com ele - uma humanidade redimida, justificada, purificada e lavada no sangue - e fê-la assentar-se a seu lado à direita do Pai.

Do mesmo modo, como os sofrimentos da cruz foram coroados com a ressurreição, assim a ressurreição foi coroada com a ascensão e o assentar-se à direita do Pai. Portanto, na ascensão está incluído o mistério do suportar todo o sofrimento, também até a morte; e no assentar-se nos céus junto com Cristo está a suma esperança, a máxima alegria e a finalidade última de toda a criação, tanto da velha como da nova.

Publicação em ECCLESIA autorizada pelo Tradutor, Pe. José Artulino Besen.

Fonte: https://www.ecclesia.org.br/

Veja a lista de todas as encíclicas sociais da Igreja Católica

São João Paulo II \ EAST NEWS

Por Philip Kosloski 

Elas foram lançadas por diferentes papas e abordam as principais questões sociais de cada época - ou de todas as épocas.

A partir do século XIX, os papas começaram a usar suas cartas encíclicas para abordar questões sociais complexas do seu tempo. Cada papa abordou uma questão diferente, mas sempre construindo sobre o legado que os pontífices anteriores criaram.

Rerum Novarum

Em 15 de maio de 1891, Leão XIII escreveu a Rerum Novarum (As Inovações), denunciando as condições desumanas de trabalho da classe operária.

Quadragesimo Ano

Passados 40 anos da Rerum Novarum, Pio XI reiterou em 15 de maio de 1931 os pontos principais apresentados pelo seu predecessor. Por isso é que esta encíclica se intitula Quadragesimo Anno, já que se refere ao quadragésimo aniversário da histórica encíclica de Leão XIII. O papa Pio XI continua a desenvolver a posição da Igreja em relação aos trabalhadores, além de comentar a ordem social.

Mater et Magistra

Em 15 de maio de 1961, São João XXIII escreveu a Mater et Magistra (Mãe e Mestra) sobre o progresso social. Ele também se baseou no trabalho do seu predecessor e continuou a insistir nos direitos dos indivíduos e na sua relação com o Estado.

Pacem in Terris

Em 11 de abril de 1963, São João XXIII publicou a Pacem in Terris (Paz na Terra), destacando ainda mais os direitos dos indivíduos na sociedade.

Populorum Progressio

São Paulo VI publicou a Populorum Progressio (O Progresso dos Povos) em 26 de março de 1967, para tratar do desenvolvimento dos povos. Novamente, o texto se baseia nas encíclicas anteriores e reitera a resposta da Igreja às questões prementes da sociedade.

Laborem Exercens

São João Paulo II escreveu a Laborem Exercens (O Exercício do Trabalho) em 14 de setembro de 1981 para reforçar os ensinamentos da Igreja sobre os direitos dos trabalhadores e sobre a solidariedade. A data prevista para publicação era 15 de maio, mas teve de ser adiada devido ao atentado cometido dois dias antes na Praça de São Pedro contra a sua vida, em 13 de maio, dia de Nossa Senhora de Fátima.

Centesimus Annus

Em 1º de maio de 1991, São João Paulo II lançou a Centesimus Annus, por ocasião do centésimo ano da Rerum Novarum, para consolidar ainda mais os princípios daquela encíclica e aplicá-los ao tempo atual.

Caritas in Veritate

O Papa Bento XVI publicou a Caritas in Veritate (Caridade na Verdade) em 29 de junho de 2009, destacando o conceito de caridade e como ela deve impactar todos os aspectos da sociedade.

Laudato Si’

O Papa Francisco lançou a Laudato Si’ (Louvado Sejas) em 24 de maio de 2015 para abordar os amplos desafios sociais causados pela má administração da criação.

Fratelli Tutti

O Papa Francisco escreveu a Fratelli Tutti (Todos Irmãos) em 3 de outubro de 2020, procurando aplicar os muitos princípios dos seus predecessores ao mundo atual, assolado à época pela pandemia de covid-19.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Hoje é dia de santa Maria Bütler, ela deixou o convento para se tornar missionária

Santa Maria Bütler | ACI Digital

REDAÇÃO CENTRAL, 19 Mai. 23 / 06:00 am (ACI).- A Igreja celebra hoje (19) santa Maria Bernarda Bütler, fundadora das Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora, missionária que se santificou na evangelização dos abandonados da América do Sul. “Abram suas casas para ajudar os pobres e os marginalizados. Prefira cuidar dos indigentes a qualquer outra atividade”, disse a santa.

Amar a vontade de Deus e seus tempos

Santa Maria Bernarda nasceu na Suíça em 28 de maio de 1848. Em sua juventude, ingressou como aspirante em um convento da cidade, mas não ficou.

Voltou para a casa dos pais para ajudá-los nos trabalhos do campo. Nos meses seguintes, ela se entregou de novo ao trabalho manual, oração e serviço apostólico em uma paróquia. Pouco depois, com 19 anos, fez sua segunda e definitiva tentativa de se tornar freira, entrando para o mosteiro franciscano de Maria Auxiliadora.

Alguns anos depois, ela tomaria o hábito franciscano e adotaria o nome religioso de "Maria Bernarda do Sagrado Coração de Maria".

Passo a passo, enquanto a misericórdia de Deus mudava o seu coração, a freira correspondia mais generosamente a tão belo dom, esforçando-se por crescer na virtude e na vida espiritual. Maria Bernarda sabia que também devia adquirir as qualidades humanas necessárias para viver bem “na religião”, ou seja, totalmente consagrada a Deus.

Uma virada “imprevista”

O esforço e a boa disposição dela seriam coroados com abundantes graças e novas responsabilidades. Com humildade e espírito de obediência, aceitou ser mestra de noviças e depois superiora do seu convento, serviço que fez com dedicação até que Deus lhe confiou um novo desafio: ser missionária.

Aquele chamado parecia inusitado, mas foi se consolidando aos poucos, primeiro, na oração e, segundo, no recurso aos conselhos das instâncias pertinentes da Ordem. Depois de vencer a resistência inicial de algumas autoridades eclesiásticas, Maria Bernarda obteve a permissão pontifícia para deixar o mosteiro e partir, com seis de suas companheiras, para o Equador para servir populações remotas.

Este grande passo, originalmente concebido como a fundação de um ramo de seu mosteiro, faria mais tarde de irmã Maria Bernarda a fundadora de um novo instituto: as Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria Auxiliadora. Em Chone, no Equador, as freiras se dedicaram à educação de crianças e jovens, auxiliando os doentes e necessitados. Essa experiência de fé floresceu naquele lugar de difícil acesso e muito abandonado espiritualmente.

Outra mudança de direção

Em 1895, a madre Maria Bernarda e 14 irmãs foram obrigadas a fugir do Equador por causa de uma revolta contra a Igreja, rumo a Cartagena das Índias, na Colômbia. No novo lugar que os acolheu, começaram a brotar vocações e foi necessário abrir novas casas para as noviças. Primeiro foi construída uma na Colômbia, depois na Áustria e mais uma no Brasil.

Atenta ao crescimento da Ordem, madre Maria Bernarda dedicou-se ao cuidado de suas filhas. Começou a visitar cada um dos conventos do Instituto em todos os países onde este estava presente, ou onde havia possibilidade de abrir uma nova fundação. Aonde a santa ia, encantava por causa de sua simplicidade evangélica e amabilidade, edificando e animando muitas pessoas a cuidar das necessidades do povo de Deus.

Chamada para servir e não para ser servida

A madre liderou a congregação por 30 anos, até que renunciou ao cargo. Afastada das tarefas próprias do governo da congregação, dedicou-se, na medida do possível, ao cuidado espiritual das filhas mais novas. A madre era para elas um exemplo de humildade e alegria.

Santa Maria Bernarda Bütler morreu no dia 19 de maio de 1924 com 76 anos, 57 dos quais viveu como consagrada. Desses quase 60 anos, a madre trabalhou 38 como missionária. Ela foi beatificada por são João Paulo II em 1995 e canonizada pelo papa Bento XVI em 2008.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF