Daniel
R. Esparza - publicado em 27/06/25
Igrejas em expansão na África e uma fé revigorada entre
os jovens do Ocidente — destaques de uma Igreja Católica global em ação.
Um abrangente estudo do Pew Research, que abrangeu o período
de 2010 a 2020, aponta para um crescimento monumental do Cristianismo na
África. Mas, nos cinco anos desde 2020 (especialmente nos anos pós-pandemia),
outras pesquisas indicam uma tendência mais surpreendente.
Um relatório de 9 de junho do Pew Research revela que,
embora o número de cristãos em todo o mundo tenha crescido de 2,1 para 2,3
bilhões entre 2010 e 2020, sua parcela na população global diminuiu de 31% para
29%, em grande parte devido ao crescente afastamento da fé. A África
Subsaariana é agora um dos principais epicentros globais do Cristianismo: em
2020, 30,7% de todos os cristãos viviam lá — um aumento em relação aos 24,8% de
2010 — superando a Europa.
A população da região cresceu 31%, com 62% se
autoidentificando como cristãos, e países como Moçambique chegaram a registrar
um aumento de 5 pontos percentuais. Altas taxas de natalidade, uma demografia
jovem e um menor número de pessoas que abandonam a fé impulsionaram esse
crescimento.
Cristianismo Ocidental: Declínio faz pausa, jovens
renovam a fé
Paralelamente ao crescimento africano, as nações ocidentais
— que antes registravam uma queda acentuada na afiliação cristã — pararam de
perder terreno. Nos EUA, após décadas de declínio, a identificação cristã
estabilizou-se em torno de 62% desde aproximadamente 2020. Notavelmente, entre
os americanos da Geração Z, a filiação à igreja aumentou de 45% para 51% entre
2023 e 2024. O número de "sem religião", por sua vez, caiu de 45%
para 41%, segundo a revista The Economist.
Essa tendência é espelhada no Canadá, Reino Unido, França,
Irlanda e em vários outros países da Europa Ocidental, onde o crescimento do
grupo sem religião desacelerou drasticamente, coincidindo com uma estabilização
na afiliação cristã.
Alguns sociólogos creditam à pandemia de COVID-19 — e à
crise existencial e de isolamento associada a ela — o papel de catalisadora de
uma busca espiritual, especialmente entre os jovens. Os homens jovens, em
particular, estão demonstrando um interesse renovado na vida religiosa
estruturada — uma surpreendente contratendência após décadas de predomínio
feminino na frequência à igreja.
Aumento de convertidos ao Catolicismo na Austrália e na
Europa
Este ressurgimento ocidental não se limita aos EUA ou à
Europa.
Na Austrália, o Arcebispo Anthony Fisher relata um aumento
de 26% no número de adultos convertidos ao Catolicismo em Sydney por cinco anos
consecutivos. Ele descreve uma "fome de sentido espiritual" no pós-covid
e em tempos de incerteza econômica.
Irlanda, França, Áustria, Bélgica e Inglaterra registraram
aumentos significativos nos batismos de adultos. A Páscoa de 2025 na França
teve o maior número em duas décadas, com impressionantes 40% dos batizados
vindos da Geração Z (nascidos entre 1995-2012).
Na Inglaterra, os católicos estão a caminho de superar o
número de anglicanos — uma mudança sem precedentes.
Uma história de dois movimentos
Globalmente, a África Subsaariana abriga agora mais de 30%
dos cristãos do mundo e lidera o crescimento, enquanto os declínios no Ocidente
foram interrompidos.
Este duplo movimento — igrejas em expansão na África e uma
fé revigorada entre os jovens ocidentais — destaca uma Igreja Católica global
em ação. O desafio agora reside em manter esse ímpeto, combinando convicção
profunda com abertura a públicos seculares e construindo pontes entre
comunidades vibrantes de diferentes continentes.
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