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domingo, 2 de agosto de 2020

Flávio Josefo e os “400 anos de silêncio” de Deus


Apologética

(Extraído parcialmente do áudio “When Did the Old Testament End?”, do “Councel of Trent Podcast”, uma produção de Catholic Answers)
* * *
Allen Parr:
Outra razão pela qual os protestantes rejeitam os apócrifos como inspirados por Deus é porque os próprios judeus rejeitaram os apócrifos e não consideraram esses livros como parte do seu cânon ou Escritura do Antigo Testamento. Uma citação muito útil é a de um homem chamado Josefo…
Trent Horn:
Bom, primeiro, antes de continuarmos com Josefo, vou apenas dizer isto: alguns judeus rejeitaram os livros deuterocanônicos das Escrituras; alguns judeus rejeitaram alguns livros protocanônicos das Escrituras; e alguns judeus aceitaram os livros deuterocanônicos das Escrituras. Alguns! No tempo de Jesus, é mais apropriado falar de judaísmos [no plural] do que de judaísmo [no singular]. Havia diferenças marcantes entre diferentes escolas de pensamento judaicas e até mesmo dentro de escolas de pensamento judaicas específicas, pois entre os fariseus havia disputas entre os seguidores de Shammai e os de Hillel, dois rabinos diferentes. Mas vamos pular isto e ouvir o que ele fala sobre Josefo.
Allen Parr:
Uma citação muito útil é a de um homem chamado Josefo, que era um historiador judeu e escreveu por volta do ano 100 d.C. Ele afirmou claramente que havia certos livros que os judeus aceitavam e acreditavam como parte do cânon das Escrituras do Antigo Testamento. Observe o que ele diz aqui: “Pois não temos uma infinidade de livros entre nós, que discordam e se contradizem, como os gregos”. Então ele está dizendo aqui: “Ei! Não temos um monte de livros que consideramos inspirados por Deus, mas apenas 22 livros”.
Trent Horn:
Tudo bem. Essa passagem que Allen leu é de [Flávio] Josefo, o historiador judeu, que viveu por volta do final do século I d.C.. Ele escreveu uma história dos judeus chamada “Antiguidades”, que traz a história da guerra judaica. Ele também escreveu uma obra chamada “Contra Apion”, que é uma espécie de peça de retórica e propaganda; é uma defesa apologética do Judaísmo contra a ideologia e mitologia pagãs. Ele escreve para Apion, que é um escritor egípcio, com o objetivo de mostrar que o Judaísmo é superior a outras religiões e sistemas de crenças não-judaicos. O que Josefo fez e o que estudiosos modernos reconhecem é que ele embeleza, exagera e pega algumas coisas e tenta torná-las universais para fazer com que o Judaísmo pareça ser a melhor coisa do mundo.
Mas como sabemos que ele faz isso? Bem, primeiramente, tentando dizer que os judeus nunca discordaram sobre nenhum dos livros das Escrituras: que temos apenas 22 livros e todos nós concordamos com isso. Bom, mas esse não era o caso! Havia os samaritanos, que cultuavam no monte Gerizim, e os saduceus: estes acreditavam [apenas] no Pentateuco. [É verdade que] os samaritanos podem ter acreditado em alguns dos Profetas, mas parece que os saduceus, os membros da classe sacerdotal, acreditavam apenas nos cinco primeiros livros, no Pentateuco. Havia os fariseus, cujo cânon era semelhante ao cânon protestante do Antigo Testamento, mas que é possíver ter sido diferente; pode, p.ex., não ter incluído o livro de Ester. Havia os essênios, os hassídicos (João Batista pode ter pertencido a eles); e o cânon deles incluía alguns dos livros deuterocanônicos já que encontramos livros deuterocanônicos entre os Manuscritos do Mar Morto. Falaremos sobre isso um pouco mais abaixo.
Mas quando você lê Josefo neste trecho, onde ele diz que “não temos uma infinidade de livros”, que temos “apenas 22 livros”, o que ele continua dizendo mostra o teor de embelezamento que ele está fazendo. P.ex., ele continua: “Durante tantas épocas que já se passaram, ninguém foi tão ousado para acrescentar algo a eles – os Livros Sagrados judaicos -, tirar algo deles ou fazer qualquer alteração neles”. Mas isto não é verdade. Havia vários manuscritos judeus: havia a Septuaginta (a tradução grega das Escrituras Hebraicas) – uma tradição manuscrita que gerou diversas Septuagintas; havia diferentes tradições, hebraica e aramaica, entre os manuscritos – constatamos isso nos manuscritos do Mar Morto. Portanto, havia sim outras tradições manuscritas em que as pessoas adicionavam ou subtraíam textos. Então, como diz certo estudioso (acho que o nome dele é Campbell) que escreveu um estudo sobre Josefo e o cânon, neste momento a retórica de Josefo ultrapassava a realidade.
Josefo continua: “Mas tornou-se natural para todos os judeus, imediatamente e a partir do nascimento deles, estimar esses livros como doutrinas divinas e a persistir nelas; e, se for o caso, de bom grado morrer por elas”. (…) Obviamente, é um exagero dizer que esses livros eram conhecidos por todos os judeus desde o nascimento e que todos estavam dispostos a morrer por eles. Isto também, certamente, não era o caso.
Continuemos…
Allen Parr:
Agora você pode estar se perguntando: “Espere um segundo! Por que os judeus aceitaram apenas 22 livros e nós temos 39 no nosso Antigo Testamento?” Bom, sem entrar em muitos detalhes, essencialmente, os judeus agruparam os seus livros de uma maneira bem diferente do que temos hoje na Bíblia protestante. Em outras palavras, dou um exemplo: os Doze Profetas Menores, nós consideramos cada um deles como um livro diferente, enquanto que os judeus os agrupam todos em um único livro chamado “Os Doze”. Além disso, temos Samuel dividido em dois livros diferentes: 1Samuel e 2Samuel; mas os judeus os consideram como um único livro, assim como consideram 1Reis e 2Reis como um único livro; Esdras e Neemias como um único livro; Rute e Juízes como um único livro; e ainda 1Crônicas e 2Crônicas como um único livro. Então, quando você conta tudo dessa forma, essencialmente eles acreditam em apenas 22 livros.
Trent Horn:
Isso não é totalmente verdade. Alguns judeus acreditavam em 24 livros, dependendo da forma como os contava. E alguns judeus acreditavam em um cânon bem maior. O livro apócrifo de Esdras documenta que alguns judeus acreditavam que o seu cânon consistia de 94 livros! Você também encontra outros judeus numerando 70, sendo 70 um número simbólico. Muitos números têm valor simbólico para eles: empregar 22 [livros], p.ex., é uma [clara] referência ao seu alfabeto hebraico. Com efeito, tomar o número de letras do alfabeto hebraico e referenciá-las ao número de livros no cânon era o que Josefo provavelmente estava fazendo aqui; e, naquela época, outros judeus o faziam.
Mas o principal argumento aqui é, mais uma vez, que [tal afirmação] não era uniforme. Vimos aqui que os judeus apresentavam números diferentes no cânon: os saduceus, os samaritanos, os essênios, os diferentes grupos de fariseus discordavam quanto o cânon porque este não se encontrava fixado naquele momento. As pessoas não acreditavam que a profecia havia cessado e que o Antigo Testamento estava encerrado. Eles não tinham o que chamamos de “Antigo Testamento”; eles não acreditavam que toda a Bíblia já tinha sido colocada por escrito porque o Messias ainda não havia chegado; [e acreditavam que] ainda havia profetas. Veremos isso no próximo argumento feito por Allen:
Allen Parr:
Josefo diz: “Mas apenas 22 livros, que contêm os registros de todos os tempos passados, que justamente se acredita que sejam…” – o quê? Divino, certo? “E destes, cinco pertencem a Moisés, que contém as suas leis e as tradições da origem da humanidade até a sua morte”. Esse intervalo de tempo foi pequeno, de 3000 anos. Mas quanto ao tempo desde a morte de Moisés – preste atenção agora – até o reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, que reinou após Xerxes: “os Profetas que vieram depois de Moisés anotaram o que foi feito em seus tempos em 13 livros”. Portanto, observe o prazo que Josefo está dizendo aqui, em que se estende o Antigo Testamento. Dos tempos de Moisés até Artaxerxes – que como protestantes acreditamos – é onde o Antigo Testamento realmente termina. Mas vamos continuar.
Trent Horn:
O problema com esse argumento é que o reinado de Artaxerxes da Pérsia terminou por volta de 424 a.C.; digamos então, cerca de 400 a.C. Por isso, muitos protestantes afirmarão que de 400 a.C. até o nascimento de Cristo não houve revelação divina. Deus teria ficado em silêncio por 400 anos. Mas o problema aqui é que muitos estudiosos protestantes conservadores, evangélicos, afirmarão que havia vários livros do Antigo Testamento que começaram a ser escritos após esse período ou tiveram grandes porções adicionadas a eles, de modo que os editores os finalizaram e chegaram a um ponto final em algum momento após o reinado de Artaxerxes. Logo, se o Antigo Testamento terminou com Artaxerxes da Pérsia, em 424 a.C., quando seu reinado acabou, o que deveríamos fazer com livros como Eclesiastes, Crônicas, Esdras, Neemias e Daniel, já que os próprios estudiosos protestantes conservadores dirão que esses livros foram escritos depois dessa época ou que partes importantes foram adicionadas a eles depois desse tempo? Como veremos, a revelação divina não cessou após esse momento; isso é uma leitura errada do que Josefo está dizendo.
Allen Parr:
“Os quatro livros restantes contêm hinos a Deus e preceitos para a conduta da vida humana”. Pois bem, esta declaração é super importante para entendermos. Assim, se você não tirar mais nada desta seção, preste muita atenção ao que estou me preparando para compartilhar com você: “É verdade que a nossa História foi escrita desde Artaxerxes de uma maneira muito particular, mas não foi estimada com a mesma autoridade que a anterior pelos nossos antepassados”. O que Josefo está tentando dizer? Ele está dizendo, sim, de outros livros históricos; livros históricos, não livros que tenham natureza divina. Ele diz: “Sim, existem outros livros históricos que foram escritos desde a época de Artaxerxes, mas eles não são considerados da mesma autoridade ou natureza divina que esses outros 22 livros”. E por que ele diz isso? Ele mesmo o diz: “porque não houve uma sucessão exata de profetas desde então”. Em outras palavras, Josefo reconhece que Malaquias foi o último profeta inspirado por Deus e não houve outras vozes proféticas entre os 400 anos em que o Antigo Testamento terminou e quando Jesus Cristo nasceu.
Trent Horn:
Na verdade, não é isso o que Josefo diz. Josefo acredita que a profecia ocorreu muito depois, antes e mesmo após o tempo de Jesus; ou seja, mesmo depois de Artaxerxes teria havido profecia. O que ele está falando aqui é que não havia uma linha exata de sucessão dos profetas a ser historicamente registrada; ele não diz que o dom de profecia cessou como um todo entre o povo. Podemos saber disso consultando os seus escritos, bem como os escritos do Novo Testamento. (…)
Então, quando você lê Josefo, constata que ele fala de outros profetas depois da época de Artaxerxes: ele fala de João Hircano; Manamo; de Jesus Ben Ananias (ou Jesus, filho de Ananias), que profetizou a destruição do templo cerca de 30 anos após a crucificação de Jesus de Nazaré. Mesmo antes do nascimento de Cristo, mas depois de Artaxerxes, durante o período intertestamentário, Josefo afirma que João Hircano era um profeta; que Manamo era um profeta.
E temos também evidências de que as pessoas acreditavam que a profecia ainda era possível. Elas não acreditavam que Deus tinha ficado 400 anos em silêncio simplesmente porque ainda estavam aguardando o Messias. Elas esperavam a revelação de Deus. Ninguém lhes havia dito que a profecia tinha se encerrado ou que não haveria mais profetas, porque Lucas 2,36 afirma que Ana era uma profetisa. E Jesus afirma às pessoas que João Batista era um profeta. E o mais importante: vemos várias vezes que as pessoas pensavam que Jesus era um profeta.
Me vem à mente, porém, João 9: o homem que nasceu cego. (…) Eles lhe perguntaram: “Este homem (Jesus) curou a sua cegueira. Quem é ele?” E no vesículo 17, o agora ex-cego diz: “Ele é um profeta”. Por que ele diria isso? Observe que ninguém lhe retruca: “Ei, você não sabe que não há profetas há 400 anos?” Não! O povo acreditava que poderia haver profetas. E se poderia haver profetas, isso significa que poderia haver revelação divina!
E é por causa disso, que os judeus discordavam sobre o cânon. Com efeito, Josefo pode estar articulando um cânon que era popular entre certos rabinos no final do século I d.C., mas que não era uniforme porque havia judeus que discordavam dos rabinos sobre a natureza desse cânon, incluindo aí os livros deuterocanônicos das Escrituras. O rabino Ben Akiva, p.ex., que viveu no final do século I e morreu próximo da Segunda Revolta Judaica (chamada “a revolta de Bar Kokhba”), afirmava que “os evangelhos cristãos e os livros heréticos não mancham as mãos”. “Não manchar as mãos” significa que quando alguém pega/segura no templo a palavra inspirada de Deus, esta lhes “mancha” as mãos. Não é que isso torna tal pessoa impura, mas é um reconhecimento de que qualquer pessoa é impura em relação a esses livros divinos. Por isso tal pessoa tinha que se purificar [antes]. Mas ele diz aqui que os Evangelhos cristãos NÃO são Palavra de Deus, por isso não mancham as mãos. E tal como os Evangelhos cristãos, ele diz o mesmo acerca dos livros de Ben Sira (Sirácida ou Eclesiástico) e todos os outros livros deuterocanônicos: não mancham as mãos.
Eis então o que disseram os rabinos no final do século I d.C., início do segundo século II d.C.: eles rejeitaram os livros deuterocanônicos das Escrituras. E daí? Eles também rejeitaram os Evangelhos e os outros escritos do Novo Testamento. Então, se não devemos seguir o conselho deles quanto aos escritos do Novo Testamento, por que deveríamos seguí-los quanto aos livros deuterocanônicos, já que muitos outros judeus também discordavam deles? E foi exatamente por isso que o rabino Akiva precisou tratar dessa questão em primeiro lugar e tentar colocar ordem.
Quando olhamos para estudiosos protestantes, encontramos um estudioso batista chamado Lee Martin McDonald, que escreveu um grande livro intitulado “The Biblical Canon” (“O Cânon Bíblico”). Ele afirma que a tradição farisaica é na verdade uma tradição babilônica do cânon que os judeus têm em sua Bíblia hoje. Mas este não era o cânon das Escrituras durante o tempo de Jesus. McDonald diz que essa tradição, que não inclui os livros deuterocanônicos, data de meados do século II d.C., mas não há indicação de que tenha sido universalmente reconhecida pelos judeus da época. O Antigo Testamento protestante – e, recorde-se, McDonald é protestante – reflete um “sabor babilônico” que não era atual ou popular na terra de Israel do tempo de Jesus. Com efeito, alguns judeus rejeitaram os livros deuterocanônicos? Sim! Mas alguns judeus também rejeitaram o Novo Testamento! Essa era a crença comum no tempo de Jesus e dos Apóstolos? Não! Jesus e os Apóstolos citaram a Septuaginta, a tradução grega das Escrituras hebraicas, que continha os livros deuterocanônicos das Escrituras.
Allen Parr:
Embora esses livros apócrifos tenham sido escritos em algum lugar antes do nascimento e da vida de Jesus Cristo, os judeus durante esse tempo rejeitaram esses livros como parte do cânon do Antigo Testamento. Agora, por que isso é importante? É importante porque o argumento vai e volta e os católicos dizem que os protestantes removeram certos livros da Bíblia.
Trent Horn:
Bom, eles certamente rejeitaram. E, como eu disse, havia judeus que discordavam sobre o cânon no tempo de Jesus porque este não estava fechado, não estava estabelecido. E houve judeus durante o tempo de Jesus que aceitavam esses livros deuterocanônicos, pelo menos alguns deles. Um exemplo disso seriam [os judeus] do Mar Morto. Eu realmente estive aí; estive em Israel duas vezes e amo essa área que passa pelo Mar Morto (…); adoro ir às cavernas de Qumran, para ver onde os Manuscritos do Mar Morto foram encontrados.
Esses pergaminhos foram escritos entre os anos 400 a.C. e 100 d.C. Eles nos dizem muito sobre o judaísmo da época de Jesus. Eles foram encontrados aqui, nessas cavernas. Pastores jogaram pedras e quebraram um vaso que continha esses pergaminhos. É uma história notável sobre a origem dos Manuscritos do Mar Morto. De fato, havia os livros que faziam parte do cânon protestante do Antigo Testamento; mas também, em estilo de pergaminho especial, reservado para as Escrituras Sagradas, havia livros como Eclesiástico, Tobias e Baruc. Com efeito, havia judeus – os essênios -, aos quais João Batista poderia pertencer, que aceitavam esses livros como Escrituras canônicas, como Palavra inspirada de Deus. Logo, não havia um cânon uniforme como Josefo diz; pelo contrário, judeus semelhantes a João Batista e Jesus aceitavam também esses livros.
Allen Parr:
Os protestantes dirão: “O que você sabe? Você pode argumentar que esses livros nunca deveriam ter sido colocados na Bíblia: em primeiro lugar, porque os judeus nunca receberam ou acreditaram que esses livros tinham o mesmo nível divino e autoritário que esses 39 livros que possuímos no Antigo Testamento (ou, se você é judeu, 22 livros)”.
Trent Horn:
Não, mas alguns judeus. Os judeus rabínicos que subiram ao poder após a Segunda Revolta Judaica rejeitaram esses livros juntamente com os Evangelhos do Novo Testamento; mas nem todos os judeus o fizeram. Ainda hoje há judeus – os judeus etíopes – que se apegam à inspiração desses e de outros livros. Então, mais uma vez: nós cristãos não somos obrigados a seguir as decisões canônicas desse [grupo de] judeus do século II. Eles excluíram o Novo Testamento. Por que deveríamos excluir livros deuterocanônicos que cristãos e [uma boa parte dos] judeus aceitavam no tempo de Jesus e dos Apóstolos, e que também eram extensivamente citados pelos Padres da Igreja nos séculos seguintes?
Veritatis Splendor

São Pedro Julião

Doze ensinamentos de S. Pedro Julião Eymard sobre a Eucaristia ...
Cléofas

A Eucaristia para o reflorescimento espiritual
“Refleti muito sobre os remédios para vencer a indiferença universal, que se apodera de tantos homens, e encontrei somente um: a Eucaristia, o amor a Jesus eucarístico. A perda da fé provém da perda do amor”. Com estas palavras, em meados do século XIX, o sacerdote francês, Pedro Julião Eymard, - animado pelo desejo de despertar um florescimento espiritual na Europa, - confirmava a sua profunda convicção de que somente o culto Eucarístico seria a chave para a renovação da vida cristã e para a formação de leigos e consagrados.
Sempre devoto ao Santíssimo Sacramento
A devoção ao Santíssimo Sacramento sempre acompanhou o crescimento espiritual de Pedro Julião: desde criança, sobretudo, no dia da sua Primeira Comunhão, amadureceu seu propósito de ser sacerdote.
Pedro Julião Eymard nasceu em La Mure d’Isére, diocese de Grenoble, em 4 de fevereiro de 1811. Era o último de dez filhos, oito dos quais falecidos em tenra idade. Devido à saúde frágil, teve que deixar de lado seu desejo de partir em missão. No entanto, sua aspiração ao sacerdócio, fortemente contestada pelo pai, encontrou a sua realização aos 20 anos, quando entrou para o seminário; a seguir, em 1834, foi ordenado sacerdote. Primeiro, foi um padre diocesano, mas, a partir de 1839, se tornou membro da recém-fundada Congregação dos Padres Maristas, em Lyon. Ali, foi logo atraído pela contemplação do amor de Deus, de modo especial, da Eucaristia.
Os Sacramentinos
Um dos momentos importantes, no percurso espiritual do jovem, foi uma procissão eucarística, em 1845, durante a qual, ao carregar o Santíssimo Sacramento, pediu a Deus o zelo apostólico do apóstolo Paulo para difundir o Evangelho. Outro momento foi a viagem que fez a Paris, em 1849, onde, em qualidade de provincial dos Padres Maristas, teve a oportunidade de conhecer algumas pessoas importantes do Movimento de Adoração Noturna, entre as quais a fundadora da “Adoração Reparadora”, Madre Marie-Thérèse Dubouché e o conde Rayond de Cuers. Com este, em maio de 1856, em Paris, fundou a Congregação dos Padres do Santíssimo Sacramento, cada vez mais ciente da centralidade do culto Eucarístico, após ter deixado a Sociedade de Maria.
Para Padre Eymard, a adoração era mais que uma simples contemplação: constituía o motor e a alma de toda atividade caritativa, tanto entre os pobres da periferia de Paris quanto entre os sacerdotes idosos ou os que se encontravam em dificuldade.
Movido por esta sua convicção, junto com Margarida Guillot, Padre Eymard fundou a Congregação das Servas do Santíssimo Sacramento; animou a Associação dos Sacerdotes Adoradores, a Congregação Eucarística dos Leigos; além do mais, comprometeu-se com o apostolado, através da pregação, da direção espiritual e da obra das Primeiras Comunhões de adultos e jovens operários.
A centralidade da Missa
A celebração Eucarística deveria ser o centro de toda a vida de um cristão e origem de toda a sua ação. Assim, Padre Pedro Julião foi um incansável incentivador da participação frequente da Missa. O fato de estar diante de Deus, contemplando a hóstia consagrada, - segundo o sacerdote, - transcendia toda e qualquer forma de intimismo e impelia o adorador à vida ativa.
Esta dimensão social da Eucaristia é destacada pelo Padre Pedro Julião, no texto ‘Le Trés Saint Sacrement’: “O culto solene à exposição do Santíssimo é necessário para despertar a fé, adormecida em tantos homens honestos. (...) A sociedade morre quando não tiver mais um centro de verdade e de caridade e tampouco vida em família. Muitos se isolam, se concentram em si mesmo, querem ser autossuficientes. Assim, a dissolução é iminente! Ao contrário, a sociedade renasce com vigor quando todos os seus membros se reúnem em torno do Emanuel”.
Como “Padre e Apóstolo da Eucaristia”, Pedro Julião Eymard morreu, na sua cidade natal, com apenas 57 anos de idade, no dia primeiro de agosto de 1868, por causa da sua saúde frágil, marcada por todo tipo de provação, sobretudo nos últimos anos.
São Pedro Julião Eymard foi beatificado, em 1925, por Pio XI, e, em 1962, canonizado pelo Papa João XXIII.
Vatican News

sábado, 1 de agosto de 2020

Joseph Xing: Eu só pediria ao Papa: ore por nós.

CHINA  -  Agosto/Setembro de 2005

por Gianni Velente
Joseph Xing
Joseph Xing
No dia em que se tornou bispo, alguns padres das comunidades clandestinas de Xangai também pediram para participar da missa de sua ordenação episcopal. O governo não deu permissão, permitindo que apenas padres regularmente registrados no escritório de assuntos religiosos entrassem na igreja. Mas o episódio é certamente um bom presságio para a delicada missão de reconciliação que aguarda Giuseppe Xing Wenzhi, 42 anos, agora bispo auxiliar de Xangai. Até os cristãos das comunidades "clandestinas", que celebram os sacramentos nos lares e evitam frequentar as igrejas da diocese registradas em órgãos governamentais, conhecem (e reconhecem) sua fé simples e sua humildade. O velho Alfonso explica bem, que todo sábado à noite ele recebe quinze amigos em sua casa pobre e desordenada, ouvindo a massa de um padre clandestino: «Todo mundo sabe que Giuseppe é um bom padre, simples e honesto. Quando ele era reitor do seminário, e seus seminaristas, duas vezes por ano, saíam à noite para ir ao cinema, ficava em casa sozinho, para ser o porteiro e atender a central telefônica ... ». E acrescenta: «O bispo e os padres" clandestinos "obedecem à Santa Sé. Lamentamos apenas que, durante a ordenação do novo bispo auxiliar, não se tenha dito uma palavra sobre a aprovação recebida da Santa Sé ». ficou sozinho em casa, atuando como carregador e atendendo à central telefônica ... ». E acrescenta: «O bispo e os padres" clandestinos "obedecem à Santa Sé. Lamentamos apenas que, durante a ordenação do novo bispo auxiliar, não se tenha dito uma palavra sobre a aprovação recebida da Santa Sé ». ficou sozinho em casa, atuando como carregador e atendendo à central telefônica ... ». E acrescenta: «O bispo e os padres" clandestinos "obedecem à Santa Sé. Lamentamos apenas que, durante a ordenação do novo bispo auxiliar, não se tenha dito uma palavra sobre a aprovação recebida da Santa Sé ».

Você era criança durante a revolução cultural. Nos anos em que todas as práticas cristãs eram proibidas pelo governo e Mao proclamava: "A religião na China não existe mais" ...
GIUSEPPE XING WENZHI: Fui batizado aos oito dias de idade. Eu tenho dois irmãos mais velhos e uma irmã mais nova. Você não poderia ir à igreja. Todos foram fechados, destruídos ou destinados a outros usos. Para rezar, a porta da frente estava fechada. A coisa mais importante naqueles anos para mim foi o arco diante do Senhor e as orações da noite a Jesus, José e Maria antes de dormir. Depois fomos para a cama e os adultos continuaram a orar. Lembro-me de adormecer ouvindo suas orações. Então, alguns padres começaram a se reunir novamente em 1977. A primeira vez que entrei em uma igreja foi em 1978. Meu pai me levou até lá, a setenta quilômetros de nossa vila.
Como você pensou em se tornar padre?
XING: Na verdade, no começo, não era eu que passava tanto tempo pensando sobre isso. Quando o seminário de Sheshan abriu as portas para alguém da minha província, um parente idoso também deu meu nome. Eles fizeram uma espécie de exame de catecismo e, dentre dez candidatos de Shandong, fomos admitidos em seis.
Ele começou sua preparação para o seminário Sheshan e terminou na América ...
XING: Eu estive nos EUA de janeiro de 2003 a maio de 2004. Primeiro no Estado de Nova York, convidado dos Maryknolls, e depois fazer cursos em Washington , na Universidade Católica da América. Mas tive que voltar rapidamente ...
Em seu novo papel de bispo, você terá prioridades?
XING: Estou ajudando o bispo Jin por enquanto. Já nos meses que antecederam a ordenação pelas paróquias, fui ao seminário, às casas das freiras e padres idosos, ao hospício dos idosos. Em cada lugar, parei por uma semana para conhecer os problemas das diferentes situações. Espero trabalhar para que a Igreja continue a crescer em unidade e paz, superando os conflitos entre padres e fiéis. E que, estando unidos, pode funcionar melhor também para o bem da sociedade, por exemplo, ajudando os idosos cada vez mais abandonados. Como a Igreja vive em sociedade, não é um mundo separado da realidade dos homens. Na minha opinião, é necessário fazer como Matteo Ricci ...
O que isso significa?
XING: Todos reconheceram que ele, sendo cristão, fez o bem à sociedade de seu tempo. Ele veio da Itália, mas se identificou com os chineses, tornando-se um deles. E, fazendo boas obras a seu favor, despertou simpatia pelo cristianismo.
A fé que perseverou no meio da perseguição parece estar falhando agora?
XING: Durante a perseguição, houve um ataque que veio de fora - a Guarda Vermelha, a Revolução Cultural - e isso levou as almas a pedir ajuda a Deus. Eles tinham medo de perder a fé. E então eles disseram: Jesus, pegue-me em suas mãos e me proteja. Agora, pelo menos aqui em Xangai, parece que todo mundo é dono de sua existência. Que não há necessidade de pedir ajuda a ninguém, e tudo é tocado nas profundezas do coração.
Os padres idosos dizem: todo mundo pensa em ganhar dinheiro, e eles não vão mais à igreja ...
XING: Não é que eles não querem, mas eles trabalham muito, eles têm muito o que fazer ... Na minha opinião, mesmo aqueles de meia idade que chamam de "geração perdida", por serem jovens nos anos da Revolução Cultural, eles têm perguntas reais e ocultas que emergem em seus corações.
Dom Giuseppe Xing durante a entrevista
Dom Giuseppe Xing durante a entrevista
Ei pessoal?
XING: Eles também vivem uma vida convulsiva. Eles guardam muitas coisas. Mas então talvez saia uma insatisfação. Uma espécie de tédio. Uma expectativa confusa de algo grande, de um bem infinito. Como o bem que Jesus deseja para cada um deles.
O bispo Jin nos disse que ela inicialmente não queria aceitar a nomeação como bispo. No final, o que te convenceu?
XING: No começo eu estava hesitante, porque eu tinha minhas inadequações diante dos meus olhos. Eu disse para mim mesmo: "Eu não sou inteligente o suficiente, astuto, eu não falo idiomas ...". Então pensei: estou nas mãos de Deus, que pode fazer qualquer coisa comigo. Se eu não sou capaz, Ele me ajuda. E quanto mais eu sou incapaz, mais será visto que é todo o trabalho dele. Como São Paulo disse: "Quando estou fraco, é então que sou forte".
Se ele pudesse dizer algo ao Papa, para ajudá-lo a entender a condição atual da Igreja da China, o que ele diria a ele?
XING: Os chineses amam o Papa, amam João Paulo II, que tinha a Igreja da China em seu coração. Eles também amam o novo Papa. Certamente não sou eu quem deve explicar ao Papa como estão as coisas. Em Roma, existem pessoas que sabem como é a situação. Eu só perguntava a ele: Santo Padre reze por nós. GV

Revista 30Dias

Da Carta a Policarpo, de Santo Inácio de Antioquia, bispo e mártir

Santo Inácio de Antioquia//Convento da Penha
(Nn.5,1-8,1.3:Funk1,249-253)                 (Séc. I)

Tudo se faça em honra de Deus
Foge dos maus hábitos; e diante do povo fala contra eles. Dize a minhas irmãs que amem o Senhor e estejam satisfeitas com seus maridos, de corpo e alma. Igualmente a meus irmãos ordena em nome de Jesus Cristo que amem suas esposas como o Senhor ama a Igreja. Se alguém pode guardar a castidade em honra da carne do Senhor, permaneça na humildade. Envaidecendo-se, perecerá. Julgando-se superior ao bispo, está morto. 
Convém, certamente, que o noivo e a noiva se unam em casamento, com a aprovação do bispo, a fim de que as núpcias sejam segundo o Senhor e não conforme a concupiscência. Tudo se faça em honra de Deus. 
Escutai o bispo para que Deus vos escute. Estou pronto a dar minha vida por aqueles que são submissos ao bispo, aos presbíteros, aos diáconos. Oxalá tenha eu parte com eles em Deus. Colaborai uns com os outros. Juntos lutai, juntos correi. Padecei juntos. Adormecei em união, em união levantai-vos, como administradores, familiares e servos de Deus que sois. Dai-lhe prazer, àquele para quem militais e de quem recebereis o soldo. Nenhum seja desertor. Vosso batismo seja a vossa arma; a fé, o vosso capacete; a caridade, a vossa lança; a paciência, a vossa armadura completa. As vossas obras sejam vosso depósito para receberdes em justiça o que vos é devido. Sede generosos e longânimes uns com os outros, com mansidão, assim como Deus em relação a vós. Quem me dera gozar para sempre de vosso convívio! 
A Igreja, que está em Antioquia na Síria, segundo me foi referido, goza da paz por vossas orações. Assim, estou agora mais tranquilo e seguro em Deus. Que possa eu, agora, alcançar a Deus pelo martírio e acompanhar-vos na ressurreição! 
Seria bom, Policarpo, querido de Deus, promover uma reunião, sob o olhar divino, para escolher alguém, querido de todos e incansável, que se possa chamar um arauto de Deus. Deste modo, reveste-o tu de tal honra, que ele possa ir à Síria e lá tornar conhecida a vossa incansável caridade, para a glória de Deus. 
O cristão não tem poder sobre si: é todo de Deus. Esta é obra de Deus e vossa, quando a tiverdes realizado. Espero em vossa prontidão para toda e qualquer obra de Deus. Conhecendo vosso ardente desejo da verdade, com breve carta vos exortei. 
Já que não pude escrever a todas as Igrejas porque, diante de uma ordem repentina, tive de navegar de Trôade a Nápoles, tu, que estás unido à vontade de Deus, escreve às Igrejas da região oriental e todos os que puderem façam o mesmo, através de portadores ou de correios. E todos sereis, eternamente recompensados. 
Desejo que passeis sempre bem em nosso Deus, Jesus Cristo, por quem permaneceis na unidade de Deus e no episcopado. Adeus no Senhor! 

2020: um ano perdido?

QUARANTINE
Shutterstock | Marian Fil
Por Dolors Massot

Se dermos o valor da eternidade a cada minuto da nossa vida, um ano nunca será considerado perdido

Talvez você já tenha pensado ou ouvido falar que este ano de 2020 será um “ano perdido”. Isso porque muitos podem estar vivendo uma destas situações provocadas pela pandemia da Covid-19:
  • sem trabalho ou com muitas mudanças na vida profissional;
  • sem viagens, sem poder ver amigos e familiares, sem poder sair de casa;
  • com mudanças também na formação educacional, principalmente das crianças;
  • teve que enfrentar a doença, perdeu um ente querido ou conviveu com alguém que contraiu o coronavírus.
A sensação é que este ano ficou entre parêntesis, que nossa vida ficou paralisada. O impacto pessoal e econômico causado pela pandemia é generalizado.
É difícil colocar em prática novos projetos, tanto no plano pessoal quanto familiar, social ou profissional. Há muitas dificuldades de seguir a vida como planejamos, entre elas o risco do contágio e a inexistência de uma vacina contra o coronavírus.
Em muitos países, há uma lógica obrigação de manter um distanciamento de segurança entre as pessoas e as medidas sanitárias mudaram drasticamente nosso modo de nos relacionarmos com os outros.  Isso faz com que seja complicado empreender algo em qualquer dimensão da nossa vida – do namoro até os negócios.

 O que colocar na balança?

Afinal, perdemos mesmo um ano da nossa vida? Será que 2020 será um ano totalmente sem valor ou com um balanço negativo?
Não tem que ser assim. A eficácia deste ano dependerá do sentido que damos à nossa vida. Para quem só pensa no seu tempo, apenas com olhares em benefícios próprios, estar em uma situação difícil – para não dizer impossível – para se fazer o que mais lhe agrada, este será um ano negativo.
O mesmo acontecerá para quem traçou metas materiais para este ano. Também poderá ser um ano decepcionante para quem busca a glória profissional em alguns segmentos do mercado.

Mas como fazer para não perder o ano?

A primeira dica é: confira à sua vida um sentido trascendental. Pergunte-se por quê e por quem você faz as coisas. Viver para a família e para fazer o bem aos outros é um grande passo. Mas a pandemia nos colocou a pensar profundamente em qual sentido damos à nossa vida. Esse é o momento de avaliarmos o lugar que conferimos a Deus em nossa caminhada.
Quem crê em Deus enxergará 2020 como um presente, apesar de todas as dificuldades. A fé muda tudo, principalmente o enfoque que damos ao nosso trabalho, ao nosso amor, à nossa saúde.
Os pensadores clássicos falavam da brevidade do tempo como um lamento. É uma queixa, fruto da condição humana, que vê que o tempo se esfumaça. Daí o conceito do tempus fugit, o tempo fugaz, que se escapa, que não pode ser detido.
Mas São Paulo se dirige aos coríntios, dizendo: Tempus breve est!, referindo-se à brevidade da nossa passagem pela Terra, ao contrário da eternidade diante de Deus.
Nesta mesma linha, São Josemaría Escrivá nos convida a refletir:
“O tempo é um tesouro que se vai, que escapa, que escorre por nossa mãos como água pelos penhascos. O ontem passou, e o hoje está passando. O amanhã logo será outro ontem. A duração da vida é muito curta. Mas quanto se pode realizar, por amor a Deus, neste pequeno espaço!”
Portanto, se dermos o valor da eternidade a cada minuto da nossa vida, um ano nunca será perdido.  Talvez 2020 seja mais custoso que os outos. Mas também tem sido um tempo propício para fazer grandes coisas. É por isso que nossa perspectiva sobre o ano do coronavírus poderá mudar quando lembrarmos de algo essencial: a vida é um tempo para amar.
Aleteia

11 frases de santos e papas sobre o poder do Terço

POPE JOHN PAUL II,ROSARY
Alessia Giuliani | CPP

“Se um milhão de famílias rezassem o rosário todos os dias, o mundo inteiro seria salvo”

Selecionamos para você 11 frases fortes de papas e santos sobre a importância de rezar o Terço.

1
O TERÇO É O FLAGELO DO DIABO (PAPA ADRIANO VI)

2
O TERÇO É A MAIS EXCELENTE FORMA DE ORAÇÃO E O MEIO MAIS EFICAZ DE ALCANÇAR A VIDA ETERNA. É O REMÉDIO PARA TODOS OS NOSSOS MALES, A RAIZ DE TODAS AS NOSSAS BÊNÇÃOS. NÃO HÁ MANEIRA MAIS EXCELENTE DE REZAR (PAPA LEÃO XIII)

3
O MAIOR MÉTODO PARA REZAR É REZAR O TERÇO (SÃO FRANCISCO DE SALES)

4
O TERÇO É UM TESOURO INESTIMÁVEL INSPIRADO POR DEUS (SÃO LUÍS MARIA GRIGNION DE MONTFORT)

5
DAI-ME UM EXÉRCITO QUE REZE O TERÇO E EU VENCEREI O MUNDO (PAPA SÃO PIO X)

6
DE TODAS AS ORAÇÕES, O TERÇO É A MAIS BELA E A MAIS RICA EM GRAÇAS; É A ORAÇÃO QUE MAIS TOCA O CORAÇÃO DA MÃE DE DEUS! SE VOCÊ DESEJA QUE A PAZ REINE EM SUA CASA, REZE O TERÇO EM FAMÍLIA (PAPA SÃO PIO X)

7
SE UM MILHÃO DE FAMÍLIAS REZASSEM O TERÇO TODOS OS DIAS, O MUNDO INTEIRO SERIA SALVO (PAPA SÃO PIO X)

8
O TERÇO É UMA ARMA PODEROSÍSSIMA PARA AFUGENTAR OS DEMÔNIOS. NÃO DEIXE PASSAR NENHUM DIA SEM REZÁ-LO, NÃO IMPORTA O QUANTO VOCÊ ESTEJA SOBRECARREGADO (PAPA PIO XI)

9
O TERÇO É A 'ARMA' PARA ESTES TEMPOS (SÃO PADRE PIO)

10
O TERÇO É UMA ESCOLA PARA APRENDERMOS A VERDADEIRA PERFEIÇÃO CRISTÃ (PAPA SÃO JOÃO XXIII)

11
COMO É BELA A FAMÍLIA QUE REZA O TERÇO TODAS AS NOITES! (PAPA SÃO JOÃO PAULO II)


Como recitar o Terço (Rosário)

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ó Deus, vinde em nosso auxílio.
Senhor, socorrei-nos e salvai-nos.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Como era no princípio, agora e sempre,
Amém.
Anuncia-se a cada dezena o “mistério”, por exemplo, no primeiro mistério: “Anunciação a Maria”.
Depois de uma breve pausa de reflexão, recitam-se: um Pai Nosso, dez Ave Marias e um Glória ao Pai.
A cada dezena da Coroa pode-se acrescentar uma invocação.
No final do Rosário são recitadas as Ladainhas Lauretanas, ou outras orações marianas.
Pai Nosso, que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome, venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa Vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje, perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tenha ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.
Ave Maria,  cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém.

Ladainha de Nossa Senhora

Salve Rainha, Mãe de Misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva. A Vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas.
Eia, pois, Advogada nossa, esses Vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e, depois deste desterro, mostrai-nos a Jesus, bendito fruto de Vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.
Rogai por nós, santa Mãe de Deus,
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém.
Aleteia

Santo Afonso Maria de Liguori, das leis à evangelização

Santo Afonso Maria de Liguori
Santo Afonso Maria de Liguori /VaticanNews
A Igreja Católica recorda neste dia 1º de agosto, Santo Afonso Maria de Ligório, bispo, confessor e doutor da Igreja.

Silvonei José - Vatican News

Santo Afonso é um dos santos mais populares do século XVIII. Bispo e Doutor da Igreja, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas). Nascido em Nápoles em 27 de setembro de 1696, é o santo padroeiro dos estudiosos de teologia moral e dos confessores. Como o Papa Francisco recordou na audiência geral de 1º de agosto de 2018, "conquistou o coração do povo com mansidão e ternura, frutos do relacionamento com Deus, que é bondade infinita".
Das leis à evangelização
A vida de Santo Afonso, nos anos da sua juventude, parece ter uma direção precisa. Depois de estudar direito civil e canônico, tornou-se o advogado mais brilhante da Ordem dos Advogados de Nápoles. Indignado com a corrupção e a injustiça que, nesses anos, poluía o ambiente jurídico, abandonou a sua profissão. É outra, de fato, a vocação de Santo Afonso: torna-se sacerdote e adquire uma vasta cultura teológica que une a uma obra de evangelização entre as pessoas mais humildes da sociedade. Colocou toda a sua criatividade artística e literária a serviço da missão. É o autor da letra e da música de um dos mais populares cânticos de Natal, “Tu scendi dalle stelle” (Tu desces das estrelas).
Toda a esperança depositada em Jesus e Maria
A vida de Santo Afonso é marcada pela oração, pela adoração eucarística e pela devoção mariana. "A ti", escreveu ele no livro "Glórias de Maria", dirijo-me, ó minha dulcíssima Senhora e Mãe minha: tu sabes que eu depois de Jesus em ti depositei toda a esperança da minha eterna saúde”. No dia 12 de março de 2015, encontrando os participantes do curso promovido pelo Tribunal da Penitenciária Apostólica, o Papa convidou-os a voltarem o olhar como Santo Afonso, para Maria: "Gosto muito de ler as Histórias de Santo Afonso Maria de Liguori, e os diversos capítulos do seu livro 'As Glórias de Maria'. Estas histórias de Nossa Senhora, que é sempre o refúgio dos pecadores e procura o caminho para que o Senhor perdoe tudo. Que Ela nos ensine esta arte".
Todos estão no coração do Pai
A missão de Santo Afonso está ligada à pregação marcada pela simplicidade apostólica e pela educação dos humildes. Dirigindo-se aos professores e alunos da Academia Afonsiana em 9 de fevereiro de 2019, o Papa Francisco recordou que o Santo compreendeu que é preciso "partilhar as necessidades, despertar as expectativas mais profundas do coração e fazê-los experimentar que cada um, por mais frágil e pecador que seja, está no coração do Pai Celestial e é amado por Cristo até a Cruz". Aquele que é tocado por este amor, sente a urgência de responder com o amor”. O caminho percorrido por Santo Afonso continua a ser uma estrada mestra na história e na vida da Igreja. Dirige-te ao Senhor - disse o santo napolitano - "como a um amigo teu, o mais querido que tens e que mais te ama". "Não há porteiro - repetiu ele - para aqueles que desejam falar com ele".
Próximo aos últimos
A oração de Santo Afonso Maria de Liguori para que possamos acolher Jesus pelo menos espiritualmente, quando não é possível sacramentalmente, entrou na piedade popular. É o que salienta o Padre Sabatino Majorano, Redentorista, recordando em particular que Santo Afonso ajudou os mais frágeis a caminhar para a santidade.
R. - "As palavras desta oração entraram na piedade popular. Não se trata de uma prática substituta da Comunhão eucarística. Mas é complementar e preparatória à Comunhão Eucarística. Evidentemente, em momentos em que não é possível receber a comunhão eucarística, a comunhão espiritual tem todo o seu valor".
A Oração de Santo Afonso Maria de Liguori para a Comunhão espiritual
Neste período de emergência sanitária em que em muitos lugares as missas com a participação dos fiéis estão suspensas, o Papa convida à Comunhão espiritual. Durante a celebração da manhã na Casa Santa Marta durante o período de pandemia, recitou frequentemente a oração de Santo Afonso Maria de Liguori.
Não poder receber a Eucaristia não significa não poder se predispor a acolher Jesus com o coração. Na história da Igreja existe uma antiga práxis, confirmada em particular pelo Concílio de Trento, que o Papa Francisco recordou várias vezes durante este período de pandemia. É a Comunhão espiritual: com uma oração exprime-se o desejo ardente, já que não é possível receber a comunhão sacramental, de acolher Jesus Cristo pelo menos espiritualmente. Convidando à Comunhão espiritual, o Papa Francisco recitou frequentemente esta oração de Santo Afonso Maria de Liguori durante a Missa na capela da Casa Santa Marta:
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”
Vatican News

S. AFONSO MARIA DE LIGÓRIO, BISPO E DOUTOR DA IGREJA.

S. Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja, fundador da Congregação do Santíssimo Redentor
S. Afonso Maria de Ligório, bispo e doutor da Igreja,
fundador da Congregação do Santíssimo Redentor 
“Os filhotes das andorinhas só pensam em gritar para obter proteção e comida das mães. Assim, também nós devemos sempre clamar, pedindo a ajuda de Deus para evitar a morte do pecado e progredir em seu santo Amor”.
Quando alguém nasce em uma família nobre, como a dos Liguori, em uma cidade grande como Nápoles, em um século importante como o do Iluminismo e como o primeiro de oito filhos, é destinado, certamente, a algo superior. Assim, como bom augúrio, os pais batizam seu primogênito com o nome de Afonso, que significa valoroso e nobre. E ninguém, mais do que ele, fez jus ao seu nome.
Advogado, com apenas 16 anos
Confiado aos melhores tutores em circulação, Afonso demonstrou, imediatamente, qualidades extraordinárias: aos 12 anos, superou, de modo exímio, os exames de vestibular, diante do filósofo Giambattista Vico, para entrar na Faculdade de Direito; aos 16 anos, já exercia a profissão de advogado, tornando-se rapidamente o melhor da cidade e com uma reputação merecida, por não perder nenhuma causa.
No entanto, o Senhor tinha outros planos para ele, avantajado por nascer em uma família particularmente agraciada. De fato, dos oito filhos, além dele, duas irmãs se tornaram monjas, um beneditino e outro sacerdote diocesano. Com efeito, não era naquele contexto nobiliário, do qual provinha, que Afonso era chamado a viver.
Da lei humana à Lei de Deus
Durante a sua profissão de advocacia, Afonso exercia o que hoje chamamos "voluntariado", sobretudo em um hospital de Nápoles, onde visitava os enfermos. Aos poucos, esta vida o atraía, cada vez mais. Por isso, decidiu deixar as leis humanas para se dedicar ao Senhor.
Em 1726, ao ser ordenado sacerdote, dedicou todo o seu ministério ao serviço dos mais pobres, que, no século XVIII, são incontáveis. Suas atividades, como pregador e confessor, eram intensas, entretanto, cultivava seu sonho de partir em missão no Oriente.
Pastor entre os pastores: nascimento da Congregação
Em 1730, durante um período de descanso forçado, entre as montanhas próximas de Amalfi, Afonso conheceu alguns pastores com os quais debateu sobre a gravidade do seu abandono humano, cultural e religioso. Aquela conversa o perturbou tanto, a ponto de chegar à decisão de deixar Nápoles para se retirar para o eremitério beneditino da Vila dos Escravos, perto de Caserta. Ali, fundou a Congregação do Santíssimo Salvador, que, depois, foi aprovada por Bento XIV, em 1749, com o atual nome de Congregação do Santíssimo Redentor. A sua missão consistia em uma pregação marcada pela simplicidade apostólica e na educação dos humildes.
Afonso partiu do modelo “Capelas noturnas”, grupos liderados pelos colaboradores do Santo, tanto leigos como seminaristas, dedicados à evangelização dos jovens que viviam nas ruas. Esta experiência teve um sucesso imediato em Nápoles, a ponto de atingir cerca de 30 mil inscritos para serem educados.
Mais tarde, os sacerdotes Redentoristas contaram também com a adesão das Irmãs Redentoristas, o ramo feminino da Congregação, fundado precisamente em Amalfi.
Bispo de Santa Águeda dos Godos
Afonso gostava muito da arte de ensinar e de fazer pregações, utilizando métodos inovadores, como a música, que ele havia estudado quando era criança. Uma das suas composições, por exemplo, é a famosa "Tu scendi dalle stelle” (“Tu desces das estrelas”), que nunca falta entre os cantos nas celebrações do Natal.
Afonso estava muito comprometido também com as questões morais. Entre as muitas obras que escreveu, a mais importante é, certamente, a "Teologia moral", em vários volumes, ainda hoje estudada, na qual enfrenta questões como a virgindade de Maria e a infalibilidade do Papa, muito antes de a Igreja considerá-las dogmas.
Em 1762, com a venerável idade de 66 anos, Afonso Maria de Liguori foi nomeado Bispo de Santa Águeda dos Godos, em Benevento, ao qual, após 15 anos, renunciou por problemas de saúde, que o levaram à morte em 1787.
Santo Afonso Maria de Liguori foi canonizado em 1839 e proclamado Doutor da Igreja, por Pio IX, em 1871. Em 1950, Pio XII o proclamou "Padroeiro celestial de todos os confessores e moralistas".
Vatican News
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"O santo faleceu aos 90 anos, na noite de 31 de julho para 1º de agosto de 1787. Foi canonizado em 1839 e declarado Doutor da Igreja em 1871.
Santo Afonso, cujo nome significa “pronto para o combate”, é representado com o crucifixo, os livros, o rosário ou a figura da Santíssima Virgem Maria, a quem tinha uma profunda devoção.

Sua congregação dos Redentoristas chegou ao Brasil em 1894. Hoje, há cerca de 600 missionários espalhados em 25 estados e no Distrito Federal. Desenvolve amplo trabalho evangelizador, fazendo-se presentes em diversas frentes missionárias, como: casas de formação, missões estrangeiras, área acadêmica, comunicações, missões itinerantes, paróquias e santuários, entre os quais, o de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), e o do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO)."
ACI Digital

S. PEDRO FABRO, PRESBÍTERO JESUÍTA

S. Pedro Fabro
S. Pedro Fabro  (© Compagnia di Gesù)
Pedro Fabro era um homem muito devoto, - embora esta sua atitude não suscite, hoje, muito interesse, - mas era admirado, no seu tempo, por ser uma pessoa de caráter humano e espiritual não comum. Desde há 500 anos, Pedro Fabro é considerado “apóstolo” do Evangelho, do Papa e do carisma nascente dos Jesuítas, que propagou por todos os lugares e em suas muitas viagens.
Inácio, o Papa e Lutero
Inácio Fabro estudou em Paris e foi professor, por dois anos, na Universidade “La Sapienza” de Roma. No entanto, a sua doutrina era apropriada tanto para os cultos quanto para os analfabetos. Para ele não fez muita diferença deixar o prestígio acadêmico para dar catecismo, a pedido do Papa, no interior da região italiana de Parma. Não fez também nenhuma diferença, mais tarde, a obedecer ao Papa, que o enviou à Alemanha como ponte de diálogo entra a Igreja e o protestantismo de Lutero.
Fabro foi um jesuíta apaixonado pelo novo estilo de vida inaugurado por Santo Inácio, tornando-se o primeiro sacerdote da Companhia, em maio de 1534.
Em 15 de agosto do ano seguinte, com o fundador da Ordem dos Jesuítas e outros cinco companheiros, fez o famoso voto em Montmartre: viver em pobreza e ir a Jerusalém, estando sempre à disposição do Papa.
Sempre em viagem
A guerra entre Turcos e Venezianos impediu a sua peregrinação; assim, aquele primeiro núcleo da futura Ordem esteve à disposição do Papa Paulo III, que os destinou às mais variadas funções.
Pedro Fabro era um homem dinâmico e inquieto, engrandecido pelo seu contato com o Evangelho; concentrou todo este seu capital enérgico na ação missionária, que dele se apoderava. Então, viajou pela Europa rezando, pregando Exercícios Espirituais, visitando mosteiros. Contudo, toda esta sua dedicação e resistência acabou por afetar sua saúde. Por isso, Pedro Fabro foi obrigado a voltar para a Cidade Eterna, em 17 de julho de 1546, onde o aguardava uma última e grande missão: oferecer sua contribuição para a discussão sobre o diálogo, no Concílio de Trento, com o qual a Igreja pretendia responder à Reforma de Lutero. Porém, Pedro Fabro adoeceu e morreu em Roma, no dia primeiro de agosto de 1547.
Seu Memorial
A beleza e riqueza espirituais de Pedro Fabro estão condensadas, em espanhol e em latim, no seu “Memorial”, - uma espécie de diário espiritual, - que, junto com o seu Epistolário, enaltece a grandeza da sua fé e seu estilo genuíno de vida cristã.
Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF