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domingo, 27 de março de 2022

O Pecado Original, uma verdade de fé

Crédito: Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

O Catecismo da Igreja diz que “O pecado original é uma verdade essencial da fé” (§388); isto é, é dogma de fé.

“O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem” (§397).

“A doutrina do pecado original é, por assim dizer, “o reverso” da Boa Notícia de que Jesus é o Salvador de todos os homens, de que todos têm necessidade da salvação e de que a salvação é oferecida a todos graças a Cristo. A Igreja, que tem o senso de Cristo, sabe perfeitamente que não se pode atentar contra a revelação do pecado original sem atentar contra o mistério de Cristo” (§389).

Bento XVI disse o seguinte em 1985:

“Se um dia a Providência me livrar destes meus encargos, gostaria de me dedicar exatamente a escrever um livro sobre o ‘pecado original’ e sobre a necessidade de se redescobrir a sua realidade autêntica. Com efeito, se não se compreende mais que o homem vive em um estado de alienação não apenas econômica e social, uma alienação, pois, que não se soluciona apenas com seus próprios esforços, não se compreende mais a necessidade do Cristo redentor. Toda a estrutura da fé é, dessa forma, ameaçada. A incapacidade de compreender e apresentar o ‘pecado original’ é realmente um dos problemas mais graves da teologia e da pastoral atuais” (Messori, A fé em crise?, São Paulo: EPU, 1985. Pg. 55-57).

Infelizmente há hoje teólogos católicos que põem em dúvida, perigosamente, este dogma, ou relativizam a sua realidade. Dom Estevão Bettencourt, em sua revista PERGUNTE E RESPONDEREMOS (PR, 285/1986; 418/1997; 380/1994; 476/2002), apontou erros em muitos livros de teólogos sobre o assunto. Sentimos que volta disfarçadamente um neo-pelagianismo que nega o pecado original, ou o relativiza; despreza o batismo e o mistério de Cristo e da Redenção da humanidade por sua morte e ressurreição. O Pelagianismo foi a heresia de Pelágio, um monge que negava o pecado original, e que foi combatido por Santo Agostinho e considerado heresia pelo papa da época.

Muitos pais hoje já não batizam seus filhos e se esquecem que é por este Sacramento que recuperamos a vida divina em nossas almas. Por ele nos tornamos filhos de Deus, enxertados no Corpo Místico de Cristo, a Igreja. Passamos a ser templos da Santíssima Trindade. Tudo isso tem sido muito esquecido e desprezado.

No livro “Luz do mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos”, na conversa com o jornalista alemão Peter Seewald (2010), o Papa Bento XVI explica o laicismo atual, arrogante e prepotente, inimigo de tudo que leva o nome de Deus, de Cristo e da Igreja, e o correlaciona com o pecado original: “A verdade do pecado original, confirma-se. Recorrentemente, o homem renega a fé, quer ser só ele, torna-se laico no sentido mais profundo da palavra” (p. 64-65).

Prof. Felipe Aquino

Fonte: https://cleofas.com.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF