07 de julho
Festa de todos os Pontífices Romanos
História
Esta festa celebra, em uma única data, a memória de todos aqueles, entre
os 266 Pontífices Romanos, venerados como Santos e Beatos: 82 Santos e 9 Beatos
(até hoje, 2021). Com esta festa, que se realiza na Basílica de São Pedro,
queremos recordar a missão de Pedro, que todos os seus sucessores continuam.
Alguns deram testemunho, de modo heroico, do mandato de confirmar os irmãos,
merecendo ser inscritos no álbum dos Santos e propostos para a veneração do
povo cristão.
Evangelho: Lucas 22, 28-32
«Naquele tempo, Jesus disse aos seus apóstolos: “Vós tendes permanecido comigo
nas minhas provações; eu, pois, disponho do Reino a vosso favor, assim como meu
Pai o dispôs a meu favor, para que comais e bebais à minha mesa no meu Reino e
vos senteis em tronos, para julgar as doze tribos de Israel. Simão, Simão, eis
que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu rezei por ti,
para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus
irmãos"».
“Simão, eu rezei por ti”
Pode parecer estranho, mas, geralmente, quando queremos apresentar os
“grandes” personagens da história, procuramos colocar em evidência os seus
grandes feitos, procurando, no máximo possível, deixar seus pontos fracos na
penumbra.
O Evangelho escolhido para esta festa mostra-nos, porém, um Jesus que quer
advertir Pedro e lhe prometer a sua ajuda: “Simão, Simão, eis que Satanás vos
reclamou para vos peneirar como o trigo; mas eu rezei por ti, para que a tua
confiança não desfaleça”.
Estas palavras demonstram a garantia que deu a Simão: uma oração especial de
Jesus para que a sua fé não desfaleça, sinal de que, sem Jesus, até a fé de
Pedro pode enfraquecer. O ministério de Pedro não se realiza pelas suas
qualidades e tampouco pela pretensão humana de fidelidade, que, pontualmente,
esmoreceu, mas pela graça, que também triunfa nas suas fragilidades. A
experiência do seu descrédito fez com que Pedro aprendesse que não podia
depositar sua confiança apenas em suas forças pessoais e em qualquer fator
humano, mas, sobretudo, em Cristo. Há ainda um segundo aspecto que emerge das
palavras de Jesus, o anúncio da missão que lhe foi confiada: “E tu, por tua
vez, confirma os teus irmãos".
Caminho de conversão de Pedro
Ao relermos os Evangelhos, descobrimos o perfil de Pedro e como seu
caminho de conversão foi longo e penoso. Depois de aderir, prontamente, ao
chamado de Jesus (Mt 4,18-22), Pedro se defrontou com tantas resistências. Em
Cesareia de Filipe, Pedro não quis aceitar que Jesus tomasse o caminho para
Jerusalém, onde seria morto, pois esperava um Messias poderoso e vitorioso (Mc
8,31ss); no Cenáculo, não quis aceitar que Jesus lhe lavasse os pés (Jo
13,8ss); no Jardim das Oliveiras, desembainhou a espada (Jo 18,10); no pátio,
renegou o Mestre por três vezes (Mc 14,66ss). Enfim, Pedro alimentava grandes
desejos e esperança em Jesus; no entanto, continuava a manter, em si, a imagem
que tinha sobre o Messias: o fato de renunciar às próprias expectativas, para
acolher, plenamente, o verdadeiro Messias esperado pelo povo, não foi fácil para
ele. Requeria tempo, confiança, humildade, conversão. Esta experiência levou
Pedro a aprender a "confirmar seus irmãos", sem julgar, mas com
misericórdia, como Jesus a cultivou nele.
O ministério do Papa
Eis porque o Pedro de então e o Pedro de hoje - o Papa – precisam da
oração de Jesus e pedem para ser sustentados pela oração do povo, pois, graças
à oração, que os Papas Romanos puderam e continuam a cumprir o ministério que
lhes foi confiado pelo Senhor Jesus, o maravilhoso Pastor do rebanho. E a
promessa de oração, por parte de Jesus, demonstra a missão particular que Pedro
recebeu na Igreja e para a Igreja.
A nossa oração, hoje
Neste dia, na Basílica de
São Pedro, o povo de Deus entoa cânticos de louvor ao Senhor pelos Papas, que
ele suscitou na Igreja e pela Igreja; e, ainda mais, por aqueles que deram
testemunho do seu ministério, de modo exemplar e heroico, a ponto de serem
venerados como Santos e Beatos. Por isso, eles devem ser os primeiros amigos,
modelos e intercessores, sobretudo, aos que, hoje, são chamados a cumprir o
ministério de Pedro.
Felizes e sustentados por esta multidão de santos Papas romanos, também nós
somos estimulados a rezar pelo nosso Papa, para que, com a oração de Jesus e a
nossa oração, ele possa cumprir o ministério que lhe foi confiado por Cristo e
continuar a "confirmar seus irmãos".
Assim, as palavras com as quais o Papa Francisco costuma concluir seus
pronunciamentos adquirem mais valor: "Por favor, não se esqueçam de rezar
por mim".
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt
Nenhum comentário:
Postar um comentário