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quinta-feira, 5 de junho de 2025

Mosteiro de Santa Catarina, no Sinai, torna-se propriedade do Estado egípcio

Vista do Mosteiro encravado no sul do Sinai  (AFP or licensors)

A UNESCO o incluiu entre os monumentos reconhecidos como Patrimônio Mundial. Os tesouros inestimáveis do Mosteiro – ícones, manuscritos, relíquias, bibliotecas e propriedades – eram administrados pelos vinte monges da comunidade monástica local, que gozavam de ampla autonomia dentro do Patriarcado Greco-Ortodoxo de Jerusalém. Algumas autoridades egípcias justificam a medida tomada como um ato de proteção do patrimônio cultural do Mosteiro.

Por Nikos Tzoitis

Após 15 séculos, um dos mais importantes e antigos mosteiros cristãos do mundo, o Mosteiro de Santa Catarina no Monte Sinai, perde sua autonomia administrativa e torna-se propriedade do Estado egípcio, após uma decisão do tribunal local. Uma disposição que levanta sérias preocupações quanto ao presente e ao futuro do Mosteiro e da comunidade que nele vive.

O Mosteiro no Monte Sinai foi fundado no século VI d.C. por Justiniano e sobreviveu a guerras, conquistas e perseguições graças também ao seu status de "Vakuf", um Lugar Sagrado a ser guardado de acordo com a tradição corânica. Como tal, também era respeitado pelos beduínos do deserto do Sinai.

A UNESCO o incluiu entre os monumentos reconhecidos como Patrimônio Mundial. Os tesouros inestimáveis ​​do Mosteiro – ícones, manuscritos, relíquias, bibliotecas e propriedades – eram administrados pelos vinte monges da comunidade monástica local, que gozavam de ampla autonomia dentro do Patriarcado Greco-Ortodoxo de Jerusalém.

De acordo com a decisão proferida pelo Tribunal de Ismailia na quarta-feira, 28 de maio, os bens do Mosteiro foram efetivamente confiscados e transferidos para o Estado egípcio, enquanto os monges tiveram seu acesso restrito a certas propriedades. Eles foram autorizados a permanecer no Mosteiro apenas para fins religiosos e sob as condições estabelecidas pelo novo proprietário estatal.

O site orthodoxia.info descreveu a aplicação da decisão como "uma das mais graves violações das liberdades religiosas e individuais dos últimos séculos", perpetrada em um período conturbado para o Oriente Médio.

A medida, que efetivamente priva o Mosteiro de sua autonomia, ocorre após um longo período de disputas judiciais e ações judiciais movidas contra a relativa autonomia exercida pelo Mosteiro.

Algumas autoridades egípcias justificam a medida tomada como um ato de proteção do patrimônio cultural do Mosteiro.

O arqueólogo Abdel Rahim Rihan argumentou, a esse respeito, que os bens imóveis do mosteiro se enquadram nas leis de patrimônio cultural e que a decisão implementada após a decisão judicial garante sua valorização em benefício do "patrimônio mundial e dos monges". Os monges, por sua vez, falam de uma expulsão de fato de seu próprio mosteiro.

A decisão tomada põe fim, de forma controversa, à ofensiva legal de vários anos contra os monges de Santa Catarina por parte do Estado egípcio, que, em etapas alternadas, desde a época do governo controlado pela Irmandade Muçulmana, tem buscado colocar o Mosteiro sob o próprio controle.

Segundo alguns analistas, a disposição implementada demonstra que o próprio presidente, general Abdel Fattah Sisi, não seria capaz de controlar aparatos que fazem parte do "Estado Profundo", alguns dos quais também estão ligados a grupos salafistas.

Agora, o Cairo precisa administrar uma crise com a Grécia, que reagiu duramente à ação do governo sobre o Mosteiro, em um momento em que o Egito está no centro de acontecimentos tumultuados na Palestina que também afetam a Península do Sinai, uma área onde grupos jihadistas organizados no passado operam no Sinai e que, no passado, ameaçaram o mosteiro, realizando também ataques com comandos armados. E a disposição implementada também enfraquece o Mosteiro também nas inúmeras disputas civis que o colocaram contra várias contrapartes em casos de usucapião.

A reação dos monges foi forte. Uma campanha internacional de conscientização e informação dirigida a Igrejas e outras comunidades religiosas já está planejada, com o objetivo de obter a revogação da decisão.

A reação do arcebispo greco-ortodoxo de Atenas, Ieronymus, também foi imediata. "Não quero e não posso acreditar - afirmou  Ieronymus - que hoje o helenismo e a Ortodoxia estejam vivenciando outra 'conquista' histórica". "Este farol espiritual da Ortodoxia e do helenismo — acrescentou — enfrenta agora uma questão de sobrevivência". 

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Caminho Neocatecumenal celebra 30 anos de presença em Moçambique

Dom João Carlos Hatoa Nunes, arcebispo de Maputo, na Missa dos 30 anos do Caminho Neocatecumenal em Moçambique (Vatican News)

As comemorações dos 30 anos da presença catequética e comunitária do Caminho Neocatecumenal em Moçambique, foram marcadas por uma Missa de acção de graças que teve lugar no domingo, 1 de junho, na Sé Catedral de Maputo.

Rogério Maduca – Beira, Moçambique

A celebração eucarística foi presidida pelo Arcebispo de Maputo, Dom João Carlos Hatoa Nunes, e nela concelebraram vários sacerdotes, entre eles o responsável pela comunidade em Moçambique, Padre Raúl Escudeiro, o Secretário da Nunciatura Apostólica, Monsenhor Aghabios.

Em sua homilia, Dom João Carlos sublinhou que a Igreja local é testemunha da fidelidade do Caminho Neocatecumenal no anúncio do kerigma, disponibilidade e da fraternidade vivida nas diferentes comunidades. O Arcebispo fez votos para que a Missa de acção de graças renove o ardor do grupo, sendo ainda sinal de esperança.

Arcebispo de Maputo, Dom João Carlos Hatoa Nunes, na Missa dos 30 anos do Caminho Neocatecumenal em Moçambique (Vatican News)

Após 30 anos de presença em Moçambique, o Caminho Neocatecumenal através do seu responsável, Padre Raúl, agradece a Deus pelo seu amor e pelos frutos da sua presença.

Numa mensagem enviada por ocasião desta celebração e apresentada pelo representante da Nunciatura, o Núncio Apostólico em Moçambique, Dom Luíz Miguel Muñoz Cárdaba destacou que o Caminho Neocatecumenal é um itinerário de formação católica, válido para a sociedade e para os tempos de hoje. Por esta razão, encorajou os responsáveis, os presbíteros, os catequistas e os membros a renovarem o seu ardor evangelizador e missionário, anunciando com humildade e alegria a Boa Nova de Cristo morto e ressuscitado.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Banalização da fé: 5 perguntas para saber se estou usando o nome de Deus em vão

Usar o nome de Deus em vão (Portal Manaus Alerta)

Cibele Battistini - publicado em 04/06/25

Não usar o nome de Deus em vão: uma reflexão necessária.

A expressão "não usar o nome de Deus em vão" é uma recomendação que pode ser encontrada em várias tradições religiosas, mas é especialmente proeminente na Sagrada Escritura. Este mandamento, presente no contexto dos Dez Mandamentos, nos convida a refletir sobre o significado do nome de Deus e a importância de respeitá-lo. No fundo, essa instrução nos lembra que a fé não deve ser banalizada, mas deve ser vivida com seriedade e profundidade.

O significado do nome de Deus

Na Bíblia, o nome de Deus não é apenas uma etiqueta; representa a essência divina, sua presença e seu poder. Usar o nome de Deus de forma leviana é desconsiderar a reverência que devemos ter por Ele. Ao longo da história, muitos crentes têm utilizado o nome de Deus para justificar ações, manipulações ou ideologias. Isso nos leva a questionar: será que estamos realmente honrando a Deus ou estamos apenas tentando validar nossas próprias agendas?

Confiança em Deus x Exposição

Ter fé em Deus implica confiar n'Ele, mas isso não significa que devemos expor nossa fé em todas as circunstâncias ou a qualquer custo. A verdadeira fé se manifesta na intimidade do coração e na sinceridade das ações. Anunciar a nossa crença a todos pode levar a uma exposição superficial, onde a fé se transforma em um mero rótulo social. Em vez de professar nossa fé a homens, devemos direcionar nossa adoração e devoção a Deus.

A teologia cristã enfatiza a importância da autenticidade. Jesus, por exemplo, criticava aqueles que buscavam a aprovação dos homens em detrimento de um relacionamento genuíno com Deus. Em Mateus 6:5-6, Ele diz: "Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e à vista das esquinas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando tu orares, entra no teu quarto, e fechada a porta, ora a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará."

A banalização da Fé

A banalização da fé pode ocorrer quando a pessoa usa o nome de Deus para justificar ações ou decisões que não refletem seus valores. Isso pode ser observado em discursos populistas, discursos de ódio e até mesmo em situações cotidianas onde se diz "Deus me disse" para validar comportamentos questionáveis. A fé não deve ser usada como uma ferramenta para manipulação ou para satisfazer desejos pessoais.

Perguntas para Reflexão

Para nos ajudar a avaliar se estamos usando o nome de Deus de forma adequada e se nossa fé é genuína, aqui estão cinco perguntas que podemos fazer a nós mesmos:

1 - ESTOU UTILIZANDO O NOME DE DEUS PARA JUSTIFICAR MINHAS AÇÕES OU DECISÕES?

Quais motivações estão por trás de minhas palavras e ações quando menciono Deus?

2 - ESTOU ME APRESENTANDO COMO CRENTE PARA AGRADAR OS OUTROS OU PARA BUSCAR A APROVAÇÃO DIVINA?

Meu relacionamento com Deus é mais importante do que a percepção que os outros têm de mim?

3 - MINHAS ORAÇÕES E DEVOÇÕES SÃO SINCERAS OU APENAS UM RITUAL?

Estou buscando um verdadeiro encontro com Deus ou apenas cumprindo obrigações?

4 - ESTOU VIVENDO A MINHA FÉ DE FORMA AUTÊNTICA, OU AS MINHAS AÇÕES NÃO CORRESPONDEM AO QUE PROFESSAM AS MINHAS PALAVRAS?

Como posso alinhar mais a minha vida com os ensinamentos que acredito?

5 - ESTOU ABERTO PARA OUVIR A VOZ DE DEUS, OU JÁ TOMEI DECISÕES BASEADAS NO QUE EU QUERO QUE ELE DIGA?

Estou disposto a seguir os caminhos de Deus, mesmo que eles sejam diferentes dos meus próprios?

Respeitar o nome de Deus e não usá-lo em vão é um convite a desenvolver uma fé mais profunda e autêntica. Isso significa cultivar um relacionamento íntimo com Ele, vivendo nossa espiritualidade com sinceridade e evitando o uso superficial de Sua identidade. À medida que buscamos nos aprofundar na fé, é importante lembrar que, mais do que palavras, Deus busca o nosso coração. Portanto, que possamos sempre refletir sobre como estamos vivendo nossa relação com Ele, professando nossa fé não aos homens, mas de maneira verdadeira e reverente a Deus.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/06/04/banalizacao-da-fe-5-perguntas-para-saber-se-estou-usando-o-nome-de-deus-em-vao

Leão XIII, Leão XIV e as coisas novas

Simpósio "Leão e as coisas novas. O papado nas revoluções tecnológicas" (Vatican Media)

Em um simpósio organizado em Roma, na sede da Uninettuno, a contribuição do papado para as grandes transformações da era moderna e contemporânea foi aprofundada a partir da figura do Papa Pecci, o Pontífice da encíclica "Rerum Novarum". Monsenhor Dario Edoardo Viganò: "Uma das relações entre os dois Pontificados está ligada à palavra revolução"

Amedeo Lomonaco - Vatican News

Os paralelos, apesar dos diferentes contextos históricos, entre o Pontificado de Leão XIII e o do Papa Leão XIV, que acaba de começar, foram o foco de um encontro realizado em Roma, na sede da Universidade Telemática Internacional Uninettuno. O evento, intitulado “Leão e as coisas novas. O papado nas revoluções tecnológicas”, foi moderado pelo jornalista Stefano Maria Paci: “O Papa Leão XIII deu uma nova influência à doutrina social da Igreja e o Papa Prevost – sublinhou o vaticanista de L’Espresso – vinculou seu Pontificado a essa tradição”.

Papa Pecci e a modernidade

O discurso de monsenhor Dario Edoardo Viganò, vice-chanceler da Pontifícia Academia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, também se inseriu nessa linha. O Pontificado de Leão XIV “estabeleceu, desde o seu início, uma conexão direta com o de Leão XIII”, explicou Viganò. "Foi o próprio Papa Prevost", recordou o decano da Faculdade de Ciências da Comunicação da Uninettuno, que estabeleceu "uma relação usando a palavra revolução": assim como Leão XIII teve que enfrentar a "primeira grande revolução industrial", hoje a Igreja, como o próprio Leão XIV declarou logo após sua eleição, é chamada a responder "a outra revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial". Para compreender a atualidade do Pontificado de Leão XIII, monsenhor Viganò sugeriu focar em uma imagem, "As belas artes abençoadas pela religião", que pode ser admirada na galeria de candelabros dos Museus Vaticanos. Este afresco nos diz muito sobre Leão XIII: na imagem, em particular, aparece "uma coisa nova" da época do Papa Pecci. Trata-se de um dispositivo fotográfico no qual é possível reconhecer um modelo comercializado em 1839. Entre as coisas novas que se cruzam com o período histórico de Leão XIII está também o cinema. O Papa Pecci, disse monsenhor Viganò, acolheu essa novidade "ao decidir ser filmado em 1898 pelo cinegrafista William Dickson, da produtora estadunidense Biograph". Leão XIII "não recua diante da mais recente invenção da modernidade, mas prontamente a transforma em instrumento de apostolado".

Papa Leão XIII (foto d'archivio)   (© Musei Vaticani)

Os Papas e as fake news

A linha de paralelos entre o Pontificado de Leão XIII e o de Leão XIV também marcou o discurso de Gianluca della Maggiore, professor da Universidade Uninettuno e autor do livro "As visões das origens de Leão XIII". No início de seu discurso, foram exibidas algumas sequências de um filme falso, criado com inteligência artificial, no qual flui um discurso, nunca proferido, atribuído a Leão XIV e dirigido ao presidente de Burkina Faso. "É - disse o professor - uma mensagem falsa que obteve um milhão de visualizações em pouco tempo". Até mesmo as imagens cinematográficas de 1898, disse Gianluca della Maggiore, estavam no centro do que hoje pode ser definido como “fake news”. “O New York Journal destacou, na primeira página, uma declaração falsa do delegado apostólico em Washington, segundo a qual a bênção filmada, sob indicação do Papa, era capaz de transferir aos espectadores os mesmos benefícios de uma bênção concedida na presença real do Pontífice”. Para retornar às palavras recentes de Leão XIV, observou Gianluca della Maggiore, “a atitude correta diante das inovações tecnológicas é exercer o senso crítico, a análise aprofundada, o estudo”.

Consonâncias entre mundos diferentes

Embora distantes no tempo, os Pontificados de Leão XIII e Leão XIV parecem ser interpelados por desafios semelhantes. A professora Anna Maria Carito, reitora da Universidade Uninettuno, relembrou alguns pontos de consonância entre as eras dos dois Papas. Um ponto em comum entre esses diferentes contextos históricos "é o pano de fundo da guerra". Outro elemento de consonância está ligado às profundas transformações da revolução industrial e da atual era digital. O Papa Leão XIII, lembrou a professora Carito, indicou entre as prioridades a regulação do capital. Hoje, os principais desafios são colocados pelo sistema de algoritmos e, portanto, torna-se necessário regular o digital. Gianni Piacitelli Pecci, proveniente da família de Leão XIII, relembrou as primeiras palavras sobre a paz pronunciadas após a eleição de Leão XIV. O compromisso com a reconciliação também marcou o Pontificado de Leão XIII, que, no século XIX, desempenhou um papel mediador em uma disputa entre a Espanha e a Alemanha sobre as Ilhas Carolinas. A dimensão missionária também foi central na vida do Papa Leão XIV. E Leão XIII, recordou Gianni Piacitelli Pecci, estruturou as missões no mundo. É preciso também recordar, disse o parente de Leão XIII, a relação do Papa Pecci com os Estados Unidos: a encíclica Longinqua Oceani é dedicada, por exemplo, precisamente à Igreja estadunidense. Por fim, o professor Luis Okulik, secretário da Comissão de Pastoral Social do Conselho das Conferências Episcopais da Europa, recordou algumas palavras-chave do Pontificado de Leão XIII: dignidade, trabalho, família. Palavras nas quais Leão XIV também se concentrou no início do seu Pontificado. Através destas e de outras diretrizes relevantes, a acolhida da modernidade e da contemporaneidade pela Igreja parece desdobrar-se, com o mesmo olhar moldado pelo Evangelho.

Fonte: https://draft.blogger.com/

quarta-feira, 4 de junho de 2025

Decenário ao Espírito Santo

Símbolo do Espíriyo Santo (Portal Kairós)

Decenário ao Espírito Santo

Em 2025 a solenidade de Pentecostes será no dia 8 de junho. O Decenário ao Espírito Santo é um costume cristão por meio do qual a Igreja anima os fiéis a preparar o melhor possível a vinda do Espírito Santo.

28/05/2025

O Decenário do Espírito Santo é um antigo costume com o qual a Igreja anima os fiéis a preparar o melhor possível a vinda do Espírito Santo no dia de Pentecostes, sete semanas depois da Ressurreição de Jesus.
Começa 10 dias antes da festa, isto é, no dia da Ascensão (quando se comemora na quinta-feira). Nesse dia Jesus prometeu aos discípulos que enviaria o Paráclito.
O fundador do Opus Dei descreve assim este momento da história da Igreja: “Relembremos agora os dias que se seguiram à Ascensão, na expectativa do Pentecostes. Os discípulos, cheios de fé pelo triunfo de Cristo ressuscitado, e ansiosos ante a promessa do Espírito Santo, querem sentir-se unidos, e vamos encontrá-los cum Maria, Matre Iesu, com Maria, a Mãe de Jesus. A oração dos discípulos acompanha a oração de Maria; era a oração de uma família unida”. (É Cristo que passa, n. 141).

AMIZADE COM O ESPÍRITO SANTO. VIVER SEGUNDO O ESPÍRITO                     SANTO É VIVER DE FÉ, DE ESPERANÇA, DE CARIDADE: É DEIXAR QUE             DEUS TOME POSSE DE NÓS E MUDE PELA RAIZ OS NOSSOS CORAÇÕES,         PARA OS MOLDAR À SUA MEDIDA.

D. Álvaro del Portillo conta que “precisamente porque a Terceira Pessoa da Trindade é menos invocada, o nosso Padre tinha uma devoção especial. Não tenho dúvida em afirmar que o Padre foi, na sua pregação, um grande arauto da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade”. “Contou-me muitas vezes que, desde 1926 ou 1927, tinha vivido com muita intensidade a devoção à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Fazia todos os anos o Decenário do Espírito Santo, utilizando o livro de Francisca Javiera del Valle. Em abril de 1934 compôs uma oração ao Paráclito que entregou, manuscrita, a Ricardo Fernández Vallespín, então diretor da Residência do Opus Dei”.

Juan Bautista Maíno, Pentecostés (Museu do Prado, Madri).
Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/decenario-do-espirito-santo/

Da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II

A Missão do Espírito Santo (A Catequese Católica)

Da Constituição dogmática Lumen gentium sobre a Igreja, do Concílio Vaticano II

(N. 4.12)      (Séc. XX)

A missão do Espírito Santo na Igreja

        Terminada na terra a obra que o Pai confiou ao Filho, O Espírito Santo foi enviado no dia de Pentecostes a fim de santificar continuamente a Igreja e, por Cristo, no único Espírito, terem os fiéis acesso junto ao Pai. Ele é o Espírito da vida, a fonte de água que jorra para a vida eterna. Por ele, o Pai dá vida aos homens mortos pelo pecado, até ressuscitar em Cristo seus corpos mortais.

        O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como em um templo. Neles ora e dá testemunho da adoção de filhos. Conduz a Igreja ao conhecimento da verdade total, unifica-a na comunhão e nos ministérios, ilumina-a com diversos dons carismáticos e hierárquicos e enriquece-a com seus frutos.

        Pela força do evangelho, rejuvenesce a Igreja, renovando-a constantemente e a conduz à perfeita união com seu Esposo. Pois o Espírito e a Esposa dizem ao Senhor Jesus: “Vem!”

        Assim se apresenta a Igreja inteira como um povo reunido pela unidade do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

        O conjunto dos fiéis, consagrado pela unção do Espírito Santo, não pode enganar-se na fé. Esta peculiaridade se exprime através do sentido sobrenatural da fé, quando na sua totalidade, a hierarquia e os fiéis leigos, manifestam um consenso universal em matéria de fé e costumes.

        Com este senso de fé, formado e sustentado pelo Espí­rito da verdade, o povo de Deus, guiado pelo sagrado ma­gistério a que obedece com fidelidade, acolhe não mais como palavras dos homens, mas, na realidade, a palavra de Deus, e adere sem esmorecimento à fé que, uma vez para sempre, foi transmitida aos santos (Jd 3). Nela penetra sempre mais profundamente, com reto julgamento, e cada vez mais plenamente a põe em prática em sua vida.

        Além disso, por meio dos sacramentos e ministérios, o Espírito Santo não apenas santifica e conduz o povo de Deus e o adorna com virtudes, mas ainda distribui a cada um seus dons conforme quer (1Cor 12,11), e concede também graças especiais aos fiéis de todas as condições. Torna-os assim aptos e disponíveis para assumir deveras obras ou funções, em vista de uma séria renovação e mais ampla edificação da Igreja, conforme foi dito: A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum (ICor 12,5).

        Estes carismas devem ser recebidos com ação de graças e consolação. Pois todos, desde os mais extraordinários aos mais simples e comuns, são perfeitamente apropriados e úteis às necessidades da Igreja.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

'Minoria criativa' de fiéis revitaliza Igreja na Holanda, diz cardeal

A cúpula da catedral de São Bavo em Haarlem, Holanda. | Frank de Ruyter via Wikimedia (CC BY-SA 3.0 NL)

'Minoria criativa' de fiéis revitaliza Igreja na Holanda, diz cardeal

Por Kristina Millare*

2 de junho de 2025

A Igreja na Holanda está ganhando força graças à “minoria criativa” de jovens que redescobrem a fé católica, disse o arcebispo de Utrecht, cardeal Willem Eijk.

Embora Eijk considere os cerca de 3,4 milhões de católicos uma minoria religiosa no país europeu com uma população total de 17,9 milhões de pessoas, o cardeal holandês disse ter grandes esperanças nas gerações mais jovens.

“Há jovens que pertencem a famílias afastadas da Igreja há gerações e que redescobrem Cristo em Sua Igreja e abraçam a doutrina da Igreja”, disse o arcebispo a Andreas Thonhauser, chefe do escritório da Santa Sé da EWTN.

“A cada ano, vemos um número crescente de jovens pedindo admissão na Igreja. Eles descobrem a verdade sobre Cristo e o Evangelho por meio da internet, do TikTok e das redes sociais”, disse Eijk.

Falando sobre sua surpresa com o impacto que as novas tecnologias tiveram em atrair atenção para a fé católica, o cardeal disse que o que particularmente o impressionou foi o quão bem-informados esses jovens estavam sobre a doutrina da Igreja antes de pedir os sacramentos.

“A única coisa, claro, é que é preciso introduzi-los na comunidade de fé. Mas, ainda assim, eles conhecem muito da sua fé e esses jovens estão inclinados a aceitar e abraçar toda a doutrina da Igreja”, disse ele.

Eijk disse que a Igreja é "muito menor", especialmente em vista da crescente população do país, mas o arcebispo disse que não está muito preocupado por causa da grande fé que testemunha entre os novos fiéis.

“Será uma 'minoria criativa', como dizia Bento XVI. Claro, essa é uma bela expressão de Alfred Toynbee, famoso filósofo inglês”, disse o cardeal.

Toynbee concluiu em seu livro Um Estudo de História, que analisou 20 civilizações mundiais, que a ascensão das culturas é resultado de grupos menores de pessoas que responderam aos desafios de seus tempos.

“Acredito que, ao formar um grupo, um pequeno grupo de fortes crentes em Cristo, seguidores e Cristo, seremos capazes de cristianizar a cultura novamente”, disse Eijk à EWTN News.

“Vivemos agora numa cultura de individualismo expressivo. Cada indivíduo está no seu próprio barco, determina a sua própria filosofia de vida, religião e conjunto de valores éticos, mas essa cultura não durará para sempre”, disse ele.

Para promover a fé das pessoas que pertencem à diocese de Utrecht, Eijk disse que vários programas de formação estão disponíveis para fiéis e particularmente para casais que se preparam para o sacramento do matrimônio.

“Falamos sobre a teologia do corpo, ensinamos casais também a rezar, porque eles não sabem rezar, e isso é muito importante. Também falamos sobre a doutrina da Igreja sobre a contracepção e o planejamento familiar natural”, disse o cardeal.

Depois de introduzir os cursos para casais alguns anos atrás, o arcebispo disse que vários participantes fizeram comentários positivos.

"A maioria diz: 'Ah, que lindo! Nunca tínhamos ouvido isso antes', e isso me deixa claro que precisamos transmitir a verdade com coragem e sem ambiguidade", disse ele.

Embora Eijk tenha dito que os novos jovens que vêm à Igreja não são numerosos, "eles são crentes fortes" que são o futuro.

“Vemos que há mais abertura do que havia, digamos, quando comecei como pároco, auxiliar de pároco, há 40 anos”, disse o cardeal.

“Sempre vi declínio na Igreja e agora, nos últimos anos da minha carreira, vejo uma certa revitalização modesta da Igreja; modesta, mas certa”, disse também o arcebispo de Utrecht.

*Kristina Millare é jornalista freelance com experiência profissional em comunicação no setor de ajuda humanitária e desenvolvimento, jornalismo de notícias, marketing de entretenimento, política e governo, negócios e empreendedorismo.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/63021/minoria-criativa-de-fieis-revitaliza-igreja-na-holanda-diz-cardeal

O convite de Leão XIV aos jovens: arregacem as mangas para trabalhar na vinha do Senhor!

Audiência Geral de 04/06/2025 - Papa Leão XIV (Vatican News)

Na catequese desta quarta-feira, 4 de junho, o Papa dirigiu uma mensagem especial aos jovens, exortando-os a responderem com entusiamo ao chamado do Senhor, pois não ficarão desiludidos.

Bianca Fraccalvieri – Vatican News

Leão XIV se reuniu com cerca de 35 mil fiéis na Praça São Pedro para a Audiência Geral desta quarta-feira, 4 de junho.

Dando sequência às catequeses sobre as parábolas de Jesus, o Papa comentou hoje aquela narrada no capítulo 20 do Evangelho de Mateus, em que operários aguardam na praça do mercado à espera que alguém os contrate por um dia.

“A metáfora da praça do mercado é também muito adequada aos nossos tempos, porque o mercado é o local dos negócios, onde, infelizmente, o afeto e a dignidade também se compram e vendem, na tentativa de ganhar algo. E quando não nos sentimos apreciados, reconhecidos, corremos o risco de nos vendermos ao primeiro comprador. O Senhor recorda-nos, em vez disso, que a nossa vida tem valor, e o seu desejo é ajudar-nos a descobri-lo”, comentou o Santo Padre.

Papa Leão XIV na Audiência Geral   (@Vatican Media)

Deus ama a nossa vida

A atenção do Pontífice se concentrou sobre proprietário de uma vinha, que sai pessoalmente à procura dos seus operários de três em três horas, mesmo no final do expediente, aparentemente sem necessidade.

Essa parábola nos dá esperança, disse ainda o Papa, porque mesmo quando parece que podemos fazer pouco na vida, vale sempre a pena. Há sempre alguém que acredita em nós e nos valoriza: “Há sempre a possibilidade de encontrar um sentido, porque Deus ama a nossa vida”.

A originalidade deste senhor se revela também no final do dia, na hora do pagamento. Ele conhece a dignidade dos operários, e, com base nela, quer pagá-los. E dá um denário a cada um, mesmo para aqueles que trabalharam menos. Para o senhor da vinha, isto é, para Deus, é justo que todos tenham o necessário para viver, explicou o Papa.

“Deus quer dar a todos o seu Reino, isto é, a vida plena, eterna e feliz. E assim Jesus faz conosco: não faz classificações, àqueles que lhe abrem o coração, entrega-se inteiramente.”

O carinho com as crianças   (@Vatican Media)

Uma mensagem aos jovens

À luz dessa parábola, o cristão de hoje poderia ser tentado a pensar: “Por que começar a trabalhar cedo se a remuneração é a mesma?”

A esta dúvida, o Papa responde, especialmente aos jovens: “Não esperem, mas respondam com entusiasmo ao Senhor, que nos chama a trabalhar na sua vinha. Não demorem, arregacem as mangas, porque o Senhor é generoso e não ficarão desiludidos! Trabalhando na sua vinha, encontrarão a resposta para aquela pergunta profunda que trazem dentro de vocês: qual é o sentido da minha vida?

Queridos irmãos e irmãs, não desanimemos! Mesmo nos momentos sombrios da vida, quando o tempo passa sem nos dar as respostas que procuramos, peçamos ao Senhor que saia novamente e nos alcance onde o estejamos esperando. Ele é generoso e virá em breve!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 3 de junho de 2025

CRISTIANISMO: Em primeiro lugar, rezar

Imagens da audiência de Bento XVI às 7 mil crianças da Obra para a Infância Missionária, Sala Paulo VI, 30 de maio de 2009 | 30Giorni

Arquivo 30Dias,  número 05 - 2009

Em primeiro lugar, rezar

Diálogo do Santo Padre Bento XVI com as crianças da Pontifícia Obra para a Infância Missionária, Sala Paulo VI – sábado, 30 de maio de 2009.

O encontro do Papa Bento XVI com as crianças na Sala Paulo VI

Chamo-me Anna Filippone, tenho doze anos, sou ministrante e venho da Calábria, da Diocese de Oppido Mamertina – Palmi. Papa Bento, o pai do meu amigo Giovanni é italiano e a mãe equatoriana, e ele é muito feliz. Pensas que as diversas culturas um dia poderão viver sem entrar em conflito em nome de Jesus?

Compreendi que desejais saber como fazíamos nós, quando éramos crianças, para nos ajudar reciprocamente. Tenho que dizer que vivi os anos da escola elementar numa pequena aldeia de 400 habitantes, muito distante dos grandes centros. Portanto, éramos um pouco ingénuos e nessa aldeia havia, por um lado, agricultores muito ricos e também outros menos ricos mas abastados e, por outro, pobres empregados, artesãos. Pouco antes do início da escola elementar a nossa família chegara a esse povoado vinda de outra cidade, portanto éramos um pouco estrangeiros para eles, e até o dialeto era diferente. Portanto, nessa escola refletiam-se situações sociais muito diversas entre si. Contudo, havia uma bonita comunhão entre nós. Ensinaram-me o seu dialeto, que eu ainda não conhecia. Colaborámos bem e, tenho que admitir, às vezes naturalmente também discutíamos, mas depois reconciliávamo-nos e esquecíamos quanto tinha acontecido.

Isto parece-me importante. Por vezes na vida humana parece inevitável discutir; todavia, é sempre importante a arte da reconciliação, do perdão, do começar de novo e não deixar amargura na alma. Recordo-me com gratidão do modo como todos nós colaborávamos: um ajudava o outro e juntos percorríamos o nosso caminho. Todos nós éramos católicos, e isto era naturalmente uma grande ajuda. Assim, em conjunto, aprendemos a conhecer a Bíblia, a começar pela criação até ao sacrifício de Jesus na cruz, e depois também os primórdios da Igreja. Juntos aprendemos o catecismo, juntos aprendemos a rezar e juntos nos preparamos para a primeira confissão, para a primeira comunhão: aquele foi um dia maravilhoso! Compreendemos que o próprio Jesus vem até nós, e que Ele não é um Deus distante: entra na minha própria vida, na minha própria alma. E se o próprio Jesus entra em cada um de nós, somos irmãos, irmãs e amigos, e portanto temos que nos comportar como tais.

Para nós, esta preparação quer para a primeira confissão como purificação da nossa consciência e da nossa vida, quer também para a primeira comunhão como encontro concreto com Jesus que vem ter comigo, que vem ter com todos nós, foram fatores que contribuíram para formar a nossa comunidade. Ajudaram-nos a caminhar juntos, a aprender em conjunto a reconciliar-nos quando era necessário. Fazíamos inclusive pequenos espetáculos: também é importante colaborar, prestar atenção uns aos outros. Depois, com oito ou nove anos tornei-me coroinha. Nessa época ainda não havia meninas coroinhas, mas elas liam melhor do que nós. Portanto, eram elas que liam as leituras da liturgia, e nós desempenhávamos a função de coroinhas. Nesse período ainda havia muitos textos latinos para aprender, e de tal modo cada um teve a sua parte de canseiras a assumir. Como disse, não éramos santos: tivemos as nossas discussões, e no entanto havia uma bonita comunhão, onde as distinções entre ricos e pobres, entre inteligentes e menos inteligentes não contavam. Era a comunhão com Jesus no caminho da fé comum e na responsabilidade coral, nos jogos e no trabalho conjunto. Tínhamos encontrado a capacidade de viver juntos, de ser amigos e, embora a partir de 1937, ou seja, há mais de setenta anos, tenha deixado de viver nessa aldeia, ainda permanecemos amigos. Portanto, aprendemos a aceitar-nos reciprocamente, a carregar o peso uns dos outros.

Isto parece-me importante: não obstante as nossas fraquezas, aceitamo-nos uns aos outros e, com Jesus Cristo, com a Igreja, encontramos juntos o caminho da paz e aprendemos a viver bem.

Chamo-me Letizia e queria fazer-te uma pergunta. Querido Papa Bento XVI, o que significava para ti, quando eras menino, o mote: “As crianças ajudam as crianças”? Alguma vez pensaste em tornar-te Papa?

Para dizer a verdade, nunca pensei que viria a ser Papa porque, como já disse, fui um menino bastante ingénuo, numa pequena aldeia muito distante dos centros, numa província esquecida. Éramos felizes por viver nessa província e não pensávamos noutras coisas. Naturalmente, conhecíamos, venerávamos e amávamos o Papa — era Pio XI — mas para nós estava numa altura inalcançável, quase noutro mundo: um nosso pai, e no entanto uma realidade muito superior a todos nós. E devo dizer que ainda hoje tenho dificuldade em compreender como o Senhor pôde pensar em mim, destinar-me para este ministério. Mas aceito-o das suas mãos, embora seja algo surpreendente e me pareça muito além das minhas forças. Contudo, o Senhor ajuda-me.

Imagens da audiência de Bento XVI às 7 mil crianças da Obra para a Infância Missionária, Sala Paulo VI, 30 de maio de 2009 | 30Giorni

Amado Papa Bento, sou Alessandro. Queria perguntar-te: tu és o primeiro missionário; como podemos nós, crianças, ajudar-te a anunciar o Evangelho?

Diria que um primeiro modo é o seguinte: colaborar com a Pontifícia Obra para a Infância Missionária. Assim fazeis parte de uma grande família, que difunde o Evangelho no mundo.

Assim pertenceis a uma rede grandiosa. Vemos aqui como se reflete a família dos diversos povos. Vós estais nesta grande família: cada um desempenha o seu papel e, em conjunto, todos vós sois missionários, portadores da obra missionária da Igreja. Tendes um bonito programa, indicado pela vossa porta-voz: ouvir, rezar, conhecer, compartilhar e solidarizar. Estes são os elementos essenciais que realmente constituem um modo de ser missionário, de dar continuidade ao crescimento da Igreja e à presença do Evangelho no mundo. Gostaria de ressaltar alguns destes pontos.

Em primeiro lugar, rezar. A oração é uma realidade: Deus ouve-nos e, quando oramos, Deus entra na nossa z para a semana. E podeis ajudar também os outros — de modo especial quando em casa, talvez, não se reza, não se conhece a oração — ensinando os outros a rezar: orar com eles e desta forma introduzir os outros na comunhão com Deus.

Depois, ouvir, ou seja, aprender realmente o que Jesus nos diz. Além disso, conhecer a Sagrada Escritura, a Bíblia. Na história de Jesus aprendemos — como o Cardeal disse — o rosto de Deus, aprendemos como é Deus. É importante conhecer Jesus profunda e pessoalmente. Assim Ele entra na nossa vida e, através da nossa vida, entra no mundo.

E também compartilhar, não desejar as coisas unicamente para nós mesmos, mas para todos; dividir com o próximo. E se virmos outra pessoa que talvez tenha necessidade, que seja menos dotada, temos que a ajudar e assim tornar presente o amor de Deus sem grandes palavras, no nosso pequeno mundo pessoal, que faz parte do grande mundo. E desta maneira tornamo-nos em conjunto uma só família, onde todos se respeitam: suportar o outro na sua alteridade, aceitar precisamente também os antipáticos, não deixar que alguém seja marginalizado, mas ajudá-lo a inserir-se na comunidade. Tudo isto quer dizer, simplesmente, viver nesta grande família da Igreja, nesta grandiosa família missionária.

Viver os pontos essenciais como a partilha, o conhecimento de Jesus, a oração, a escuta recíproca e a solidariedade é uma obra missionária, porque ajuda a fazer com que o Evangelho se torne uma realidade no nosso mundo.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Padre José Ibiapina, do sertão da Paraíba rumo a beatificação

Padre José Ibiapina | Aleteia.

Paulo Teixeira - publicado em 30/05/25

O Papa Francisco, poucos dias antes de morrer, reconheceu as virtudes heroicas do Padre Ibiapina.

Em 31 de março o Papa Francisco publicou um decreto em que reconhece as virtudes heroicas do Servo de Deus Padre José Antônio Maria Ibiapina. A Diocese de Guarabira, na Paraíba, renovou seu compromisso com o caminho para a beatificação do sacerdote.

Apóstolo do nordeste

Padre Ibiapina nasceu em 1806, na Vila de Sobral, no Ceará. O pai foi tabelião e passou a infância em diversas cidades do Ceará, sempre tendo acesso à instrução. Ingressou no seminário em Olinda, mas foi viver com os padres oratorianos no Recife quando uma série de tragédias atingiram sua família. A mãe morreu de parto quando ele tinha 17 anos; quando tinha 19 o pai foi fuzilado no contexto da Confederação do Equador; o irmão mais velho foi exilado em Fernando de Noronha.

Retornando ao Ceará, assume toda a responsabilidade pelos irmãos menores. Depois consegue retornar ao Recife para estudar direito e, após os estudos, atua como professor. 

Em 1833 se apaixonou por Carolina Clarence de Alencar, prima do escritor José de Alencar, e estava de casamento marcado no Ceará quando soube que havia sido eleito deputado, aliás, o mais votado de sua província com 233 votos. Depois de concluir o ano letivo no Recife, de malas prontas para o Rio de Janeiro, teve que desmarcar o casamento porque a noiva fugiu com um primo. 

Concluiu em março de 1835 a legislatura e retornou ao Ceará como juiz em Quixeramobim. Sua postura ética lhe garantiu também o cargo de chefe de polícia. Contudo, os conflitos com as lideranças regionais o levaram a renunciar os ofícios e se dedicar à advocacia no Recife.

Missão

Em 1850 aconteceu que pela primeira vez perdeu uma causa. Desistiu da profissão e se retirou em um sítio para se dedicar à oração. Ali, após três anos de oração, tomou a decisão de ser padre e pediu ao bispo que fosse ordenado sem nenhum exame. O bispo discordou a princípio, mas acabou cedendo e em julho de 1853 foi ordenado. 

Em 1866, aos 60 anos, se desfez de seus bens, renunciou aos cargos da cúria diocesana e ao de professor no seminário, e foi nomeado visitador diocesano da Paraíba. Padre Ibiapina viajou pelo sertão para ensinar a fé e instruir as pessoas mais simples. Organizou missões, construiu igrejas, açudes, cemitérios e hospitais.

Fundou mais de 20 Casas de Caridade que recebiam moças órfãs para que tivessem acesso à instrução, tivessem formação religiosas e ajudassem aos pobres e doentes. Levava orientações para os agricultores e comerciantes e aconselhava as pessoas. Em 1875 ficou paralítico e se estabeleceu na Casa de Santa Fé de Arara, atual município de Solânea, na Paraíba, que se tornou o centro da intensa vida missionária. 

Tinha 76 anos quando faleceu deixando preciosos ensinamentos e fazendo florescer no sertão uma Igreja que se dedicava à oração e à solidariedade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/05/30/padre-jose-ibiapina-do-sertao-da-paraiba-ruma-a-beatificacao

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF