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domingo, 7 de abril de 2019

Quinto Domingo da Quaresma

REDAÇÃO CENTRAL, 07 Abr. 19 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra neste dia 7 de abril o Quinto Domingo da Quaresma. O Evangelho de hoje, retirado de João 8,1-11, traz a passagem da mulher adúltera, à qual disse Jesus: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.

A seguir, leia o Evangelho deste Quinto Domingo da Quaresma:
Jo 8,1-11 
Naquele tempo: Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, disseram a Jesus: 'Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?' Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar.
Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: 'Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra.' E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão. E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo.
Então Jesus se levantou e disse: 'Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou ?' Ela respondeu: 'Ninguém, Senhor.' Então Jesus lhe disse: 'Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais'.
ACI Digital

sábado, 6 de abril de 2019

5º Domingo da Quaresma - Ano C

A liturgia de hoje fala-nos (outra vez) de um Deus que ama e cujo amor nos desafia a ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova, à ressurreição.
A primeira leitura apresenta-nos o Deus libertador, que acompanha com solicitude e amor a caminhada do seu Povo para a liberdade. Esse “caminho” é o paradigma dessa outra libertação que Deus nos convida a fazer neste tempo de Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde corre a vida nova.
A segunda leitura é um desafio a libertar-nos do “lixo” que impede a descoberta do fundamental: a comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa ressurreição.
O Evangelho diz-nos que, na perspectiva de Deus, não são o castigo e a intolerância que resolvem o problema do mal e do pecado; só o amor e a misericórdia geram activamente vida e fazem nascer o homem novo. É esta lógica – a lógica de Deus – que somos convidados a assumir na nossa relação com os irmãos.
LEITURA I – Is 43,16-21

ATUALIZAÇÃO:

• O nosso Deus é o Deus libertador, que não Se conforma com qualquer escravidão que roube a vida e a dignidade do homem e que está, permanentemente, a pedir-nos que lutemos contra todas as formas de sujeição. Quais são as grandes formas de escravidão que impedem, hoje, a liberdade e a vida? Neste tempo de transformação e de mudança, o que posso eu fazer para que a escravidão e a injustiça não mais destruam a vida dos homens meus irmãos?
• A vida cristã é uma caminhada permanente, rumo à Páscoa, rumo à ressurreição. Neste tempo de Quaresma, somos convidados a deixar definitivamente para trás o passado e a aderir à vida nova que Deus nos propõe. Cada Quaresma é um abalo que nos desinstala, que põe em causa o nosso comodismo, que nos convida a olhar para o futuro e a ir além de nós mesmos, na busca do Homem Novo. O que é que, na minha vida, necessita de ser transformado? O que é que ainda me mantém alienado, prisioneiro e escravo? O que é que me impede de imprimir à minha vida um novo dinamismo, de forma que o Homem Novo se manifeste em mim?
LEITURA II – Filip 3,8-14
ATUALIZAÇÃO:
• Neste tempo favorável à conversão, é importante revermos aquilo que dá sentido à nossa vida. É possível que detectemos no centro dos nossos interesses algum desse “lixo” de que Paulo fala (interesses materiais e egoístas, preocupações com honras ou com títulos humanos, apostas incondicionais em pessoas ou ideologias…); mas Paulo convida a dar prioridade ao que é importante – a uma vida de comunhão com Cristo, que nos leve a uma identificação com o seu amor, o seu serviço, a sua entrega. Qual é o “lixo” que me impede de nascer, com Cristo, para a vida nova?
• É preciso, igualmente, ter consciência de que este caminho de conversão a Cristo é um caminho que está, permanentemente, a fazer-se. O cristão está consciente de que, enquanto caminha neste mundo, “ainda não chegou à meta”. A identificação com Cristo deve ser, pois, um desafio constante, que exige um empenho diário, até chegarmos à meta do Homem Novo.
EVANGELHO – Jo 8,1-11
ATUALIZAÇÃO:
• O nosso Deus – di-lo de forma clara o Evangelho de hoje – funciona na lógica da misericórdia e não na lógica da Lei; Ele não quer a morte daquele que errou, mas a libertação plena do homem. Nesta lógica, só a misericórdia e o amor se encaixam: só eles são capazes de mostrar o sem sentido da escravidão e de soprar a esperança, a ânsia de superação, o desejo de uma vida nova. A força de Deus (essa força que nos projecta para a vida em plenitude) não está no castigo, mas está no amor.
• No nosso mundo, o fundamentalismo e a intransigência falam frequentemente mais alto do que o amor: mata-se, oprime-se, escraviza-se em nome de Deus; desacredita-se, calunia-se, em razão de preconceitos; marginaliza-se em nome da moral e dos bons costumes… Esta lógica (bem longe da misericórdia e do amor de Deus) leva-nos a algum lado? A intolerância alguma vez gerou alguma coisa, além de violência, de morte, de lágrimas, de sofrimento?
• Quantas vezes nas nossas comunidades cristãs (ou religiosas) a absolutização da lei causa marginalização e sofrimento… Quantas vezes se atiram pedras aos outros, esquecendo os nossos próprios telhados de vidro… Quantas vezes marcamos os outros com o estigma da culpa e queimamos a pessoa em “julgamentos sumários” sem direito a defesa… Esta é a lógica de Deus? O que nos interessa: a libertação do nosso irmão, ou o seu afundamento?
• Neste caminho quaresmal, há duas coisas a considerar: Deus desafia-nos à superação de todas as realidades que nos escravizam e sublinha esse desafio com o seu amor e a sua misericórdia; e convida-nos a despir as roupagens da hipocrisia e da intolerância, para vestir as do amor.
PALAVRA PARA O CAMINHO…
A mulher adúltera… “Esta mulher foi apanhada em flagrante delito de adultério…” “Aquela martirizou o seu filho…” “Aquela deixou-o morrer de fome…” “Aquela outra…” …e as nossas mãos já estão cheias de pedras para a lapidar. Esta semana, a convite de Jesus, comecemos por olhar onde se situa o nosso pecado… De seguida, em relação a todas estas mulheres de hoje condenadas sem apelo, abramos o nosso coração à compreensão… à misericórdia… e talvez ao apoio na sua angústia.

sexta-feira, 5 de abril de 2019

O que são os sete salmos penitenciais?

Redação (Quinta-feira,04-04-2019, Gaudium Press) Existem na natureza certos fenômenos meteorológicos dos quais bem podemos tirar uma grande lição para a nossa vida espiritual.
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Com efeito, ao contemplarmos um belo pôr-do-sol, ou a feeria de cores de um magnífico arco-íris, ou, quiçá, a alvura espetacular de um campo totalmente nevado, nossas almas louvam o Criador por todos os dons da Criação. Nos unimos, então, à Ele pela consideração maravilhada destes prodígios naturais: ditos espetáculos bem representam a união da alma justa com o Criador.
Porém outros fenômenos, completamente distintos dos que acima foram vistos, bem representam a Justiça Divina, Majestosa e Implacável para com o pecador empedernido. Assim a vemos representada nas ferozes tempestades, nos ensurdecedores - mas quão deslumbrantes - trovões, e ainda, no tremendo e destruidor furacão...
É justamente esta Divina Implacabilidade do Criador que vemos representada em alguns salmos das Sagradas Escrituras! "Se tiverdes em conta nossos pecados, Senhor, quem poderá subsistir diante de vós?" (Sl 129, 3); "Vossa cólera nada poupou em minha carne, por causa de meu pecado nada há de intacto nos meus ossos" (Sl 37, 4); "Em vossa cólera não me repreendais, em vosso furor não me castigueis" (Sl 6, 2): estes e alguns outros salmos nos demonstram a Inexorabilidade de Deus para com aqueles que não se arrependem dos seus delitos...
Mas será somente esse aspecto que o leitor encontrará na leitura dos salmos penitenciais, essas verdadeiras e valiosas joias de literatura? Nos salmos penitenciais encontramos rios de sabedoria, louvor e perdão.
O livro dos Salmos, uma obra sapiencial
Os salmos que acabamos de contemplar compõem, junto com muitos outros, o livro dos Salmos. Originariamente intitulava-se como sendo o livro dos Hinos, e com a tradução dos LXX passou a denominar-se tal qual o conhecemos.
Junto com os livros de Jó, os Provérbios, o Eclesiastes, o Cântico dos Cânticos, o da Sabedoria e o Eclesiástico, o Livro dos Salmos compõe no Antigo Testamento a classe dos livros cognominados como Sapienciais.
Assim são denominados porque por meio deles podemos tomar os pressupostos necessários para, a partir das criaturas, conhecermos a Deus. Neles encontramos a nota comum de conselhos como que divinos para se ter uma vida justa, e, por meio desta, estar em paz com o Criador. Eles ensinam a viver com sabedoria.
No caso concreto do livro dos Salmos, ele é composto por 150 salmos que foram redigidos nas mais diversas épocas, e por vários autores... Primeiramente eram todos eles atribuídos àquele que é conhecido como o "Cantor dos Salmos de Israel" (2Sm 23, 1): o Profeta David. Posteriormente verificou-se que seria mais correto afirmar que os salmos foram escritos não apenas por um, mas por diversos autores.
Assim vemos, então, em alguns a pluma do Grande David, que marcou não só a história do povo hebreu, mas sim a do mundo por ser um dos antepassados de Nosso Senhor; em outros salmos, encontramos a pena de personagens tragados pelo anonimato da História - dos quais nem sequer se conhece a vida - como a Asaf, Heman e os filhos de Coré; e em outros salmos, anônimo é o autor.
Mas toda esta questão é secundária, tendo-se em consideração a beleza, o intuito e os vários modos com os quais foram escritos os salmos.
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Modos de louvar a Deus
Com efeito, nota-se em todos os salmos um tema frequente: é que foram escritos de forma poética com o intuito de louvar e reverenciar a Deus, mostrando ao homem o modo dEle agir e atuar ao longo de toda a História - seja por meio de prêmios ou castigos -, desde o momento da Criação, e até mesmo na vida cotidiana de todos os pobres mortais.
Em alguns salmos, encontramos especialmente uma nota de súplica por alguma catástrofe que está para se realizar, e que se roga a Deus para que não se concretize; já em outros, o tônus é de ação de graças por um benefício recebido...
Podemos destacar, entre tantos e tantos outros modos com os quais os salmos foram escritos, aqueles salmos que louvam especialmente a majestade de Deus, como o salmo 113 (1-4): "Louvai, ó servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Bendito seja o nome do Senhor, agora e para sempre. Desde o nascer ao pôr-do-sol, seja louvado o nome do Senhor. O Senhor é excelso sobre todos os povos, sua glória ultrapassa a altura dos céus"; ou, então, aqueles que possuem um caráter litúrgico, que eram utilizados nas festas do antigo Israel e nas peregrinações à Jerusalém:
"Que alegria quando me disseram: Vamos à casa do Senhor... Eis que nossos pés já se detêm diante de tuas portas, ó Jerusalém!" (Sl 122, 1-2).
Há, ainda, alguns salmos que contém - de modo singular - um pedido de perdão... Possuem um caráter de arrependimento, contrição e sacrifício, nos quais apresenta-se nitidamente o rigor da Divina Justiça para com o pecador empedernido em suas faltas - e aos quais bem podemos comparar às terríveis catástrofes da natureza vistas a pouco...
São, justamente esses, os salmos que a piedade católica denominou como Penitenciais.
Clamorosos pedidos de perdão
São denominados Salmos Penitenciais os que a Vulgata enumera como sendo os salmos 6, 31, 37, 50, 101, 129 e 142. Ditos salmos possuem, mais que os demais, sentimentos de penitência, com os quais o Salmista comprova a gravidade do seu pecado e roga a Deus o perdão imerecido... Vemos claramente nestes sete salmos a Majestade Divina que é insultada com a torpeza do pecado. E pari-passu a isto verificamos o verdadeiro - e quão pungente - exemplo do Salmista, que se arrepende inteiramente da má ação cometida, e implora a Deus indulgência para com os seus delitos.
A partir desta atitude de contrição, nasce uma outra súplica: a de que Deus aplaque a Sua Santa ira, e considerando a Infinita Bondade Divina, roga o Salmista que Deus abrande o castigo!
Desde tempos imemoriais adotou a Santa Igreja estes sete salmos para utilizá-los como uma "fonte penitencial": por meio deles incutir nos fiéis o verdadeiro espírito do arrependimento dos pecados, e, deste modo, fazer com que todos se penitenciem das suas faltas.
O resultado é que ditos salmos figuram em vários momentos na vida da Igreja, seja no Ofício Divino, seja na Sagrada Liturgia, tanto na recitação diária e silenciosa, como no cântico em coro...
Orígenes afirmava que o motivo que levou a Igreja a eleger sete salmos penitenciais equivalia a sete modos pelos quais se adquire o perdão dos pecados, que seriam: por meio do batismo, do martírio, pelas esmolas, perdoando os pecados alheios, convertendo o próximo, pela efusão da caridade, e por fim, pela própria penitência.

Por: Padre Felipe Isaac Paschoal Rocha, Ep

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Exortação Apostólica sobre os jovens e a vocação

Papa Francisco assina a Exortação Apostólica em Loreta. Foto: Vatican Media
Vaticano, 02 Abr. 19 / 09:20 am (ACI).- O Vaticano publicou nesta terça-feira, 2 de abril, a Exortação Apostólica Pós-sinodal Christus vivit (Cristo vive), assinada pelo Papa Francisco em Loreto, no Santuário Mariano da Santa Casa, em 25 de março de 2019.
Trata-se de um documento especialmente dirigido aos jovens da Igreja, mas também a todo o Povo de Deus.
Esta Exortação Apostólica é resultado do Sínodo sobre os jovens, a fé a o discernimento vocacional, que aconteceu de 3 a 28 de outubro de 2018, no Vaticano. De fato, o Pontífice afirma que, na hora de redigi-la, inspirou-se em seus debates e nas conclusões de seu Documento Final.
Nos pontos introdutórios, o Papa afirma: “Com afeto, escrevo a todos os jovens cristãos esta Exortação Apostólica, ou seja, uma carta que recorda algumas convicções da nossa fé e, ao mesmo tempo, encoraja a crescer na santidade e no compromisso em prol da própria vocação”.
Entretanto, embora a carta esteja especialmente dirigida aos jovens, o Santo Padre fala “a todo o Povo de Deus”, dentro do caminho sinodal da Igreja, “porque a reflexão sobre os jovens e para os jovens nos interpela e estimula a todos nós”.
Francisco reconhece que, embora esta Exortação Apostólica esteja inspirada na “riqueza das reflexões e diálogos do Sínodo do ano passado”, “aqui não poderei recolher todas as contribuições – podereis lê-las no Documento Final –, mas procurei assumir, na redação desta carta, as propostas que me pareceram mais significativas”.
A Exortação Apostólica Christus vivit é um documento extenso de 299 pontos, no qual se detém em diferentes temas, a maioria resultado dos debates do Sínodo de outubro de 2018 e das conclusões de seu Documento Final.
Entre os temas sobre os quais o Papa fala, é possível encontrar os seguintes: uma Igreja jovem que se renova, a heterogeneidade da juventude, Maria como referente para os jovens, a juventude em um mundo em crise, os migrantes, os problemas dos jovens, os abusos sexuais contra menores, a juventude como momento para o discernimento da vocação, a relação entre os jovens e os idosos, a pastoral juvenil, a vocação ao matrimônio e a vocação à vida consagrada.
O Papa finaliza o texto da Exortação Apostólica incentivando os jovens a “correr mais rápido do que os lentos e medrosos” e lhes recorda: “A Igreja precisa do vosso ímpeto, das vossas intuições, da vossa fé. Nós temos necessidade disto!”.
ACI Digital

terça-feira, 2 de abril de 2019

São João Paulo II

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Abr. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 2 de abril recorda-se os 14 anos de falecimento de São João Paulo II, o Papa polonês que esteve à frente da Igreja Católica por 26 anos e 5 meses. É lembrado como o “Papa peregrino”, foi um grande defensor das famílias e amado pelos jovens.

São João Paulo II faleceu no dia 2 de abril de 2005, às 21h37, na noite anterior ao Domingo da Misericórdia, que ele mesmo instituiu e da qual foi muito devoto.
Poucos minutos após o falecimento, Dom Leonardo Sandri, que na época era o Substituto da Secretaria de Estado da Santa Sé, anunciou a notícia para as milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro e ao resto do mundo, que acompanhava as últimas horas do Pontífice através dos meios de comunicação.
Desde aquela noite até o dia 8 de abril, dia em que foram celebradas as exéquias do falecido Pontífice, mais de três milhões de peregrinos homenagearam o Papa polonês, permanecendo inclusive 24 horas na fila para poder entrar na Basílica de São Pedro.
Em 28 de abril, Bento XVI dispensou o tempo de cinco anos de espera após a morte para iniciar a causa de beatificação e canonização de João Paulo II. A causa foi aberta oficialmente pelo Cardeal Camillo Ruini, Vigário Geral para a Diocese de Roma, em 28 de junho de 2005.
Bento XVI o beatificou em 1º de maio de 2011 e ele foi canonizado pelo Papa Francisco em 27 de abril de 2014, junto com São João XXIII.
São João Paulo II liderou o terceiro pontificado mais longo nos mais de 2.000 anos de história da Igreja, realizando 104 viagens apostólicas fora da Itália e 146 nesse país.
Promoveu as Jornadas Mundiais da Juventude, nas quais se reuniu com milhões de jovens de todo o mundo, e inaugurou os Encontros Mundiais das Famílias.
ACI Digital

domingo, 31 de março de 2019

4º Domingo da Quaresma: A Alegria do Perdão

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
O 4º Domingo da Quaresma é denominado “domingo da alegria” ou “Laetare”, palavra latina que se encontra no início da antífona de entrada da missa: “Alegra-te”. O motivo desta alegria nós encontramos na Liturgia da Palavra, especialmente, no Evangelho.
Nós louvamos a Deus, com alegria, porque ele libertou o seu povo da escravidão, conforme o livro de Josué. Nós nos alegramos porque, em Cristo, somos reconciliados com Deus e nos tornamos novas criaturas, segundo proclama São Paulo (2Cor 5,17-21). Nós exultamos de alegria porque Deus é Pai misericordioso, conforme nos ensina Jesus na parábola do Filho Pródigo (Lc 15,1-32).
Essa belíssima parábola deve ser meditada, rezada e vivida por cada um de nós, por cada família e por cada comunidade. Neste “domingo da alegria” e durante a semana, procuremos fazer a leitura orante do capítulo 15 do Evangelho segundo São Lucas, especialmente da parábola do Pai misericordioso. Nós somos convidados a voltar para a casa do Pai, que nos acolhe com o coração e os braços abertos, alegrando-se conosco. Ao mesmo tempo, somos chamados a ser misericordiosos como ele, estendendo a mão a quem necessita levantar-se, perdoando e acolhendo o irmão necessitado de reconciliação e de vida nova. Num mundo marcado por tantas divisões e formas de violência, procuremos promover a reconciliação. Sinta-se abraçado pelo Pai misericordioso, como o filho que retorna a casa, e estenda os braços para acolher o irmão que vive na condição do “filho pródigo”.
Contudo, somente quem faz a experiência da misericórdia do Pai, sentindo-se necessitado do perdão dele e dos irmãos, é capaz de ser misericordioso. O contexto em que a parábola é contada por Jesus faz pensar no modo como tratamos os irmãos que erram. Jesus estava sendo criticado pelos fariseus e mestres da Lei (Lc 15,2) por acolher os pecadores e fazer refeição com eles. A recusa do filho mais velho da parábola retrata bem a atitude amarga dos fariseus, muito diferente do modo de agir misericordioso do Pai.
Nesta Quaresma, faça a experiência da alegria que brota da misericórdia, do perdão e da reconciliação. Ser perdoado e perdoar são as fontes da verdadeira alegria que o Pai misericordioso nos oferece em abundância. Busque o perdão, de modo especial, por meio do Sacramento da Reconciliação. Em todas as Paróquias da Arquidiocese de Brasília, no período quaresmal, há o atendimento das confissões, contando com os padres do próprio Setor, segundo a programação local. Participe! Não deixe passar em vão o tempo da graça!
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Papa Francisco explica por que não queria que lhe beijassem o anel

Papa Francisco durante a visita a Loreto – Foto: Captura de vídeo
Vaticano, 28 Mar. 19 / 04:20 pm (ACI).- Diante da polêmica causada pelo vídeo durante a viagem do Papa Francisco a Loreto (Itália), no qual não permitiu que alguns fiéis beijassem o seu anel, o diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti, explicou que o motivo foi “por higiene”.
O Pontífice visitou o Santuário de Nossa Senhora de Loreto no dia 25 de março e, depois de celebrar a Missa, cumprimentou mais de cem pessoas por treze minutos. Durante a maior parte do tempo, permitiu que dezenas de fiéis beijassem o anel papal, também chamado pela tradição de "anel do pescador" em alusão a São Pedro.
No entanto, por 53 segundos, o Santo Padre evitou que alguns fiéis beijassem o anel, sem deixar de cumprimentar as pessoas.
Um vídeo deste breve momento foi divulgado nas redes sociais e na imprensa internacional, gerando uma série de comentários, muitos deles negativos.
No início de uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 28 de março, Gisotti informou que perguntou ao Santo Padre por que ele não queria que lhe beijassem o anel. "A razão é muito simples: por higiene", indicou o porta-voz do Vaticano.
Nesse sentido, o porta-voz vaticano explicou que, quando há longas filas de pessoas, "há risco de contágio entre as pessoas", o que não acontece quando há um grupo pequeno, e citou como exemplo a última quarta-feira, quando, depois da Audiência Geral, Ir. Maria Concetta, uma religiosa idosa que trabalha na África, lhe beijou o anel.
O diretor interino da Sala de Imprensa da Santa Sé recordou que todos sabem que "o Papa ama abraçar as pessoas e se deixar abraçar pelo povo".
ACI Digital

Quarto Domingo da Quaresma

REDAÇÃO CENTRAL, 31 Mar. 19 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 31 de março, a Igreja celebra o quarto Domingo da Quaresma. No Evangelho de hoje, retirado de Lucas 15,1-3.11-32, Jesus conta a parábola do Filho Pródigo.

A seguir, leia e reflita o Evangelho deste quarto Domingo da Quaresma:
Lc 15,1-3.11-32
Naquele tempo, os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. Então Jesus contou-lhes esta parábola:
“Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles.
Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade.
Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam.
Então caiu em si e disse: ‘Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos.
O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’.
Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa.
O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo.
O criado respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde’.
Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado’.
Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado’”.
ACI Digital

sábado, 30 de março de 2019

Na Quaresma, evitar a Idolatria, procurar o Deus Vivo

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 29-03-2019, Gaudium Press) A primeira atividade de Francisco no dia de hoje foi participar da terceira Pregação de Quaresma proferida pelo pregador oficial da Casa Pontifícia, o Franciscano capuchinho Frei Raniero Cantalamessa, na Sala Redempitoris Mater, no Vaticano.
Na Quaresma, evitar a Idolatria, procurar o Deus Vivo1.jpeg
Ele continuou desenvolvendo a temática central das suas meditações quaresmais "Voltar para dentro de si".

Cantalamessa afirmou que, quando nos despertamos de manhã, sabemos que Deus está ao nosso lado: "nele nos movemos, respiramos e existimos", como diz São Paulo. E, como diz as Escrituras, nosso espírito também precisa despertar:
"Chegou o tempo de vos despertar do sono!"
Idolatria e Busca do Deus Vivo
Nesta Quaresma, nós também devemos continuar na busca do Deus vivo.
Deus "vivo" é definido assim na Bíblia para distingui-lo dos ídolos, que são coisas mortas.
O Pregador afirmou que a luta contra a idolatria não terminou.
A idolatria ainda existe. Os ídolos apenas mudaram de nome, mas estão mais presentes do que nunca entre nós: São muitos os "bezerros de ouro" que se escondem dentro de nós!
Ateísmo Moderno e Conversão Pessoal
Na idolatria, o homem não "aceita" Deus, mas se faz "deus". Esta é também a situação no Ocidente.
O ateísmo moderno começou com a famosa máxima de Feuerbach:
"Não foi Deus quem criou o homem à sua imagem, mas foi o homem que criou Deus à sua imagem". Este "deus! é produzido pela mente humana. Mas, de qual "deus" se trata?
Certamente não é o "Deus vivo da Bíblia", mas um seu substituto, diz o Frei Cantalamessa.
O ateísmo moderno não tem nada a ver com o Deus dos cristãos.
Mas, - disse - não estamos aqui, hoje, para falar e combater o ateísmo moderno, mas para fazer um caminho de conversão pessoal, como aconteceu com o Apóstolo Paulo, que, de fariseu, se tornou cristão.
Pecado de idolatria e Milagre da Conversão
O Espírito Santo abre nossos olhos diante do pecado de idolatria e de impiedade. Assim, acontece o milagre sempre novo da conversão: endireitar nossos caminhos e voltar para Deus.
Se eu me colocar do lado de Deus, contra o meu egoísmo, serei seu aliado no combate ao inimigo.
O nosso "eu" está destinado a morrer. Mas, não se trata de uma morte, mas de um nascimento:
"Quem quiser salvar a sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida, por minha causa, a salvará".
O Pregador da Casa Pontifícia concluiu sua terceira meditação de Quaresma, afirmando:
"Na medida em que o homem velho morre, nasce o novo homem, criado, segundo Deus, em justiça e verdadeira santidade".
Que Deus nos ajude a empreender sempre um novo caminho de vida, que é a nossa conversão, desejou Cantalamessa. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Vatican News)
Gaudium Press

domingo, 24 de março de 2019

3º Domingo da Quaresma: Frutos de Conversão

+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A passagem do Evangelho segundo Lucas (Lc 13,1-9) ressalta a misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, a urgência da conversão. A parábola da figueira, em Lucas, põe em relevo a misericórdia e a paciência daquele que a havia plantado, pois, ao invés de cortá-la por não dar frutos, permanece à espera da colheita. Contudo, não se trata de uma espera inoperante. Era preciso “cavar em volta dela e colocar adubo”. O senhor misericordioso da vinha, onde estava plantada a figueira, é figura do próprio Deus, conforme rezamos hoje, no Salmo de meditação: “O Senhor é bondoso e compassivo!” (Sl 102).  A imagem da figueira, símbolo do Povo de Deus, pode ser aplicada a cada um de nós. Deus, que nos criou e nos cultivou com tanto amor, está à espera paciente de frutos que correspondam à sua vontade.
Nesta Quaresma, Deus nos oferece uma nova oportunidade de produzir frutos. Para tanto, é preciso cuidar do terreno onde estamos plantados e de nossas raízes.  Em qual terreno estamos plantados, isto é, em quais ambientes vivemos? Há ambientes que nada têm a ver com a “vinha” do Senhor, pois dificultam ou impedem o cristão dar os frutos esperados por Deus. A figueira estava plantada na vinha do Senhor e não em qualquer lugar. Na Igreja, novo Povo de Deus, encontramos o terreno e os meios que nos ajudam a crescer e a frutificar. O “adubo”, a que se refere o Evangelho, nos faz pensar sobre aquilo que tem nos alimentado espiritualmente. O adubo serve para tornar fértil. Na vida cristã, a oração, a penitência, a Palavra de Deus e a Eucaristia, dentre outros meios, nos tornam espiritualmente fecundos, capazes de produzir bons frutos.
Ao mesmo tempo, o Evangelho refere-se à urgência da conversão, perante o comentário das pessoas sobre dois trágicos episódios ocorridos: os galileus que haviam sido mortos e as vítimas da queda da torre de Siloé.  Diante daqueles fatos trágicos, muitos cometiam o erro de condenar as vítimas considerando-as como pecadores e de se acharem melhores do que eles. A resposta de Jesus exige a conversão de todos para terem a vida. A conversão nos leva a caminhar na vida. A recusa de converter-se, permanecendo no pecado, conduz à morte. Embora haja situações de pecado que provocam até a morte física, o Evangelho faz pensar na morte no sentido espiritual. Jesus veio para que todos tenham vida e a tenham plenamente. Quaresma é tempo especial de conversão, que implica na superação do pecado e na experiência da vida nova, em Cristo. A vigilância sobre os frutos que estamos produzindo é para todos: “Quem julga estar de pé, tome cuidado para não cair!” (1Cor 10,12).
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF