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quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

São Julião e Santa Basilissa, esposos no amor virginal

REDAÇÃO CENTRAL, 09 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- “Eu não adoro a não ser única e exclusivamente ao Deus do céu”, disse São Julião diante do juiz que o condenou a morrer degolado. Ele e sua esposa, Santa Basilissa, viveram um amor virginal aprovado pelo próprio Jesus Cristo. Ele morreu mártir. Ela faleceu depois, após sobreviver à perseguição. A festa de ambos é celebrada neste dia 9 de janeiro.

São Julião era filho único de uma família nobre se rica. Teve uma profunda educação na religião cristã. Aos 18 anos, seus pais queriam que ele se casasse com uma jovem nobre chamada Basilissa, mas São Julião tinha feito votos de castidade.
Depois de muito jejum e oração, teve uma revelação celestial no qual lhe foi comunicado que, com sua esposa, poderia guardar a desejada virgindade. São Julião e Santa Basilissa foram arrastados milagrosamente ao amor virginal. O Senhor Jesus lhes apareceu e aprovou suas decisões de se conservar castos.
Os santos distribuíram seus bens entre os pobres e se retiraram para viver em duas casas nos arredores da cidade, que converteram em mosteiros. A São Julião iam os homens e, a Santa Basilissa, as mulheres. Todos iam onde os esposos estavam para seguir conselhos a fim de viver de modo mais cristão.
Os homens nomearam São Julião como superior e ele os dirigiu com carinho e prudência. Era o que mais trabalhava, o que mais ajudava e rezava com muito fervor. Dedicava muitas horas à leitura de livros religiosos e à meditação. Sua vida foi um contínuo jejum.
Quando se tratava de repreender alguém, ele o fazia sem arrogância, sem modos ruins ou diante dos demais; mas, em privado, com frases amáveis, compreensivas e animadoras. Os monges se sentiam no deserto muito mais felizes do que se estivessem no mais cômodo convento.
Santa Basilissa, por sua vez, era seguida por uma multidão de jovens que ficavam edificadas com o exemplo de sua virtude. Muitas delas abraçaram a vida religiosa e viveram em paz sob sua direção.
Naquele tempo, ocorreu a perseguição de Diocleciano e Maximiano e prenderam Julião junto com os que moravam com ele no mosteiro. Diante do juiz, São Julião proclamou: “Deus ajuda aos que são seus amigos e Cristo Jesus, que é muitíssimo mais importante e poderoso do que o imperador, me dará as forças e o valor para suportar os tormentos”.
São Julião foi condenado à morte, mas antes recebeu terríveis chicotadas. Um dos carrascos, ao chicoteá-lo rapidamente, foi ferido em um olho pela ponta de ferro do chicote. O santo intercedeu a Deus, colocou suas mãos sobre o olho ferido e se obteve a cura.
Os carrascos lhe cortaram a cabeça e o jovem Celso, filho do perseguidor Marciano, se converteu ao cristianismo ao ver a coragem e alegria com a qual este amigo de Cristo morreu, por volta do ano 304. Santa Basilissa, por outro lado, morreu tranquilamente, apesar de também ter sido perseguida.
ACI Digital

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Canção Nova

Written by 
Veritatis Splendor
 Autor: Martin J. Scott, sj
Fonte: Livro “Things Catholics Are Asked About” (1927) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
Tradução: Carlos Martins Nabeto

Fora da Igreja Católica existe, na maioria das vezes, uma ideia mais ou menos confusa sobre o que é a fé. Mesmo entre os católicos, que de um modo geral têm um entendimento correto da fé, existem alguns que, se questionados por um não católico a explicar o que é a fé, não conseguiriam fazê-lo satisfatoriamente. Pode-se afirmar que a falta da correta compreensão sobre a fé é a responsável por muitas das noções errôneas que prevalecem na religião. Algumas pessoas imaginam que a religião revelada é um assunto para a sua pessoal aprovação ou desaprovação; portanto, elas mesmas dão o veredicto sobre o que aceitam ou rejeitam. Elas não percebem que a religião revelada, como religião de Cristo, é uma comunicação de Deus para o homem. O homem tem o direito de saber se a comunicação é de Deus, mas uma vez que ele sabe que é de Deus, o seu dever é aceitá-la e não julgá-la com vistas à sua aceitação ou rejeição. O próprio significado da palavra “revelação” quer dizer “mostrar ou manifestar algo”. “Revelação divina” significa “mostrar algo de Deus, direta ou indiretamente”. O fato de Deus dar a conhecer alguma coisa é prova de que o que Ele dá a conhecer é verdadeiro, uma vez que Deus não pode enganar nem ser enganado.
Portanto, “fé” significa “crer naquilo que Deus nos declara”, não porque a entendemos, nem porque a aprovamos, mas simplesmente porque o Deus que fala é a própria Verdade que não pode enganar nem declarar o que é errado. Pelo fato de admitirmos uma revelação, admitimos que Deus declarou algo para nós.
Como dito anteriormente, “revelação” significa “mostrar algo”. Significa “tirar o véu, para ver o que está debaixo dele”. “Revelação divina” significa “tirar o véu divino para que nos mostre algo sobre Deus” e que de outra forma não saberíamos.
Podemos conhecer Deus em certo grau a partir da Sua obra no universo, pelo processo de raciocínio. Mas este é um conhecimento muito limitado:
– “Dificilmente adivinhamos corretamente as coisas que estão na terra; e com muito trabalho encontramos as coisas que estão diante de nós. Mas as coisas que estão no céu, o que procurarão? E quem conhecerá o teu pensamento, senão a quem deres sabedoria e envies do alto teu Espírito Santo?” (Sabedoria 9,16-17).
Pela revelação, Deus nos deu conhecimento das coisas além da nossa capacidade de aprendermos por nós mesmos, iluminando-nos sobre as coisas divinas. Por isso, São Paulo, referindo-se à sua missão, diz:
– “Minha fala e minha pregação não estavam nas palavras persuasivas da sabedoria humana, mas na demonstração do Espírito e do poder”.
E, novamente, ele diz:
– “Dou-vos a entender que o Evangelho que foi pregado por mim não é segundo o homem, pois nem o recebi de homem e nem o aprendi, senão pela revelação de Jesus Cristo”.
Nosso Divino Senhor claramente declara o fato da revelação:
– “Ninguém jamais viu a Deus. O único Filho gerado, que está no seio do Pai, Ele o declarou”.
Fé, portanto, significa crer no que a revelação divina nos declara. Na fé, a nossa crença não se baseia na nossa compreensão ou entendimento do que é revelado, mas na veracidade de Deus, que o revela.
. . .
Deus é verdade. Por isso, quando os judeus ficaram surpresos com a afirmação de Cristo, que disse: “Se não credes em Mim, pelo menos crede nas obras que faço: elas dão testemunho de Mim”, Ele então passou a fazer o que somente Deus podia fazer. Pelo seu próprio poder, deu vista aos cegos, fez os coxos andarem, curou o leproso, ressuscitou os mortos, predisse o futuro e comandou a natureza. Ele estabeleceu assim o Seu direito de falar como Deus e de ser crido como Deus. Tendo apresentado Suas credenciais divinas dessa maneira, Ele nos revelou certas coisas sobre Deus e o nosso destino futuro que nunca seríamos capazes de adquirir pelo esforço humano. Ele retirou o véu da divindade, até certo ponto, dando-nos uma visão de Deus, dos Seus atributos e do relacionamento entre Ele mesmo e nós.
Ele nos disse que Deus não era apenas o Criador, que criou todas as coisas do nada, mas que Ele também é nosso Pai. Além disso, Ele nos informou que Deus nos amou a ponto de dar o Seu Filho Unigênito para a nossa salvação. Ele declarou ainda que se vivermos como Ele manda, poderemos nos tornar filhos de Deus, participantes da natureza divina, membros da família divina:
– “Para todos que O recebem, Ele dá o poder de se tornarem filhos de Deus”.
Mas Ele também afirma que Deus deve julgar toda a humanidade e que aqueles que não viverem como Ele manda serão banidos para sempre da Sua presença. Essas e muitas outras coisas nos são ensinado pela revelação.
Além disso, Cristo, tendo estabelecido a Sua reivindicação divina, fundou uma Igreja para perpetuar a Sua missão e dotou esta Igreja com garantias divinas. Pelo mesmo poder divino, pelo qual Ele manifestou Deus à humanidade, Ele garantiu que a Sua Igreja deveria ensinar somente a verdade. De fato, ele fez isso de tal modo que proclamou que a Sua Igreja ensinava com a mesma autoridade que a Sua, ao dizer: “Quem vos ouve, ouve a Mim”.
Portanto, o significado da fé é que o que a revelação ensina e o que a Igreja ensina devem ser cridos por nós com muita firmeza, como se Deus nos tivesse dirigido pessoalmente. A fé não é uma “alta probabilidade”, nem uma “alta persuasão”, mas uma firme convicção. E essa convicção não se baseia no fato de a crença ser compreendida por nós, nem em evidências no Nome [de Jesus], nem em Seu apelo razoável para conosco, mas apenas na veracidade de Quem revela – a saber, Deus -, que não pode enganar nem ser enganado.
A Encarnação, por exemplo, não é compreendida por nenhuma inteligência mortal. A Encarnação significa que Deus se fez homem. Como isso foi realizado, não sabemos; mas a revelação afirma que Deus Filho, a 2ª. Pessoa da Santíssima Trindade se fez homem. Nós cremos nisso e, se necessário, morreríamos por nossa crença, não porque compreendemos esse mistério, mas porque Deus assim nos revelou.
O mesmo se dá com a Eucaristia. Ninguém entende como, pelas palavras da consagração, o pão e o vinho se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Não há evidências dessa mudança e, além disso, ela está totalmente além da nossa compreensão, mas cremos na Palavra de Deus. Isso é fé, crendo não no testemunho dos sentidos, não na evidência, não no entendimento, mas na veracidade de Deus. É a maior honra que podemos prestar a Deus, pois por nossa crença sacrificamos a nossa mais alta faculdade, o nosso julgamento, no altar de Sua veracidade.
De tamanha importância é esse culto à fé, que as Escrituras declaram que “sem a fé é impossível agradar a Deus”. O próprio Deus Todo-Poderoso atribui um valor tão alto [à fé], a ponto de dizer: “Desposarei contigo na fé”. A partir disso, resta evidente que a característica essencial da religião é a fé. Não podemos prestar maior honra ao próximo do que acreditar nele, mesmo quando ele nos diz que não podemos entender nem provar. Se você tem provas para acreditar numa declaração, está obrigado a consentir, pois as provas obrigam ao consentimento. Deus quer que confiemos Nele e cremos Nele simplesmente porque Ele é Deus. Se Ele revelasse apenas o que coincidisse com a nossa compreensão ou aprovação, haveria pouco ou nenhum crédito na nossa crença. Mas quando, como nos mistérios da fé, cremos sem provas e sem compreender, crendo apenas na Palavra de Deus, estamos verdadeiramente prestando a Ele uma honra que é mais digna Dele e mais aceitável a Ele.
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Nosso conhecimento das coisas, portanto, pode ser adquirido pela experiência pessoal ou pelo testemunho de outras pessoas. A maior parte do nosso conhecimento depende do testemunho de outras pessoas. Todo o nosso conhecimento da História depende do testemunho humano. Até o conhecimento de um evento tão recente como a Guerra de Independência americana de 1776, repousa na fé do testemunho humano. Nenhum homem que hoje vive testemunhou essa guerra. Temos fé naqueles que a registraram e nessa fé repousa o nosso conhecimento. A maior parte do nosso conhecimento depende da fé em outras pessoas. Até certa idade, tomamos quase tudo da palavra dos nossos pais. Depois, tomamos como certo o que os nossos professores e livros didáticos nos transmitem. Mais tarde, depositamos fé nos nossos empregadores, médicos, advogados e sócios. A vida seria impossível e o conhecimento seria quase nulo a menos que depositemos fé no testemunho humano e na natureza humana.
É claro que nossa fé nas pessoas pode ocasionalmente receber um choque terrível. Mas isso é prova de que tal experiência foi inesperada, fora do comum e contrária à regra. Por isso, diz-se que “as exceções provam a regra”. Se, portanto, a humanidade depende tanto da fé para obter conhecimento e bem-estar, não devemos nos surpreender que a fé seja um elemento importante no nosso relacionamento com Deus. E se depositamos fé no testemunho humano, estamos mais prontos para depositarmos fé no testemunho divino: Deus é o Criador do homem; Ele tem direito à nossa confiança (e muito mais do que o homem falível!); por isso, o Apóstolo diz:
– “Se recebermos o testemunho dos homens, o testemunho de Deus é maior” (1João 5,9).
E novamente ele declara:
– “Quem crê no Filho de Deus tem em si mesmo o testemunho de Deus”.
Deus é espírito. Nenhum homem mortal jamais viu a Deus, como Deus. Nós O vimos em alguns dos Seus efeitos: Seu poder demonstrado nos elementos da natureza, Sua bondade e beleza manifestadas na Criação, Seu conhecimento e grandeza como exibidos no firmamento. Finalmente, vimos Seu amor e Sua misericórdia pela revelação de Si mesmo na pessoa de Jesus Cristo, o Deus-Homem. Cristo é chamado nas Escrituras de “Palavra”:
– “No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus, e a Palavra era Deus… E a Palavra se fez carne e habitou entre nós”.
Para o homem, uma palavra é a manifestação da mente invisível. Então Cristo, a Palavra, é a manifestação visível do Deus invisível:
– “Ninguém jamais viu a Deus: o Filho Unigênito, que está no seio do Pai, Ele o declarou” (João 1,18).
A misericórdia, a ternura e o amor de Jesus pela humanidade são as manifestações da misericórdia, da ternura e do amor de Deus. Cristo realizou Suas obras divinas a fim de mostrar que Ele era realmente Deus. Já que Ele falou com a autoridade de Deus, reivindicou a lealdade devida a Deus e ordenou que fosse adorado como Deus, necessariamente teve que apresentar as credenciais de Deus. E isso Ele o fez, não apenas por Sua personalidade, mas também e especialmente pelos Seus milagres, o selo divino na Sua missão. Portanto, João, ao concluir o seu Evangelho, diz:
– “Muitos outros sinais fez também Jesus aos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Mas estes são escritos para que possais crer que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, possais ter vida em Seu Nome”.
Portanto, a fé em Cristo significa a crença absoluta no que Ele ensinou, porque Ele a ensinou:
– “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3,16).
Fé – deixe-me repetir – não é prova, não é a conclusão de um processo de raciocínio, não é uma inferência lógica, mas é simplesmente a crença absoluta na revelação divina, simplesmente porque é divina. Nós, podemos empregar todas as nossas faculdades para ter certeza de que houve uma revelação divina, mas uma vez que admitimos que a revelação é um fato o nosso dever é crer, não debater. E diga-se enfaticamente que, se não houve revelação divina, o Cristianismo é a maior fraude já cometida na humanidade. Contudo, se houve uma revelação divina, ela deve ser aceita em sua totalidade e com a mais firme crença. Não há espaço para perguntas ou dúvidas depois do que Deus falou. É por isso que a fé católica é tão forte e tão absoluta. Não pode haver vacilação ou hesitação, nem “se”, “e”, “ou” e “mas” quando a revelação declara algo. Portanto, fé significa “o firme consentimento da vontade com o que a revelação ensina”. A fé não é seletiva, não permite aceitar uma parte e rejeitar a outra parte do que é revelado. Se qualquer parte da revelação é falsa, tudo é falso, pois nada que contenha o mínimo erro pode provir de Deus. Ao contrário, se nem tudo é verdade, deve-se dizer que não é revelação.

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A fé é uma virtude. Como toda virtude, ela deve ser testada. Se Deus nos revelasse apenas o que aprovamos, não praticaríamos a fé, mas a censura. E é isso que muitas pessoas estão fazendo agora em nome da religião: ao invés de crer em Deus, censuram a Deus. Eles estão dispostos a crer que Deus é amor, mas não que Ele é justo e pune os iníquos; eles estão dispostos a crer no Céu, mas não no Inferno. Em outras palavras: eles creem em si mesmos, não em Deus. Fé não é isso! Fé é a crença firme no que Deus declara, porque é Ele quem declara.
Sendo uma virtude sobrenatural, a sua recepção e prática exige a graça de Deus. Mas a graça de Deus está ao alcance de todos aqueles que têm boa vontade e fazem sua parte para corresponder à graça.
A revelação tem boas credenciais, como qualquer fato histórico. Os Evangelhos estão entre os documentos mais autênticos da humanidade. Os maiores estudiosos de todos os credos concordam que os Evangelhos são História genuína. O Cristo dos Evangelhos é um personagem histórico. Seus milagres são suas credenciais. Se rejeitarmos a revelação, devemos rejeitar a Cristo e considerá-Lo um impostor. Aqueles que fazem isso devem estar preparados para fazê-lo quando enfrentarem Deus no Julgamento. Mas se a revelação for aceita, cada parte dela deve ser crida; e tão firmemente crida que, se necessário, morreremos pela nossa crença. Essa é a fé dos Santos, a fé dos Mártires, a fé das centenas de milhões de pessoas que, em todas as gerações, viveram de acordo com a revelação e estavam preparadas para morrer por ela.
Cristo é a luz do mundo: Sua revelação é o farol da vida eterna. Bem-aventurados os que são guiados por essa luz, pois ela os conduz à própria casa de Deus e à filiação na família de Deus.

(Partes).

Veritatis Splendor

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

7 coisas que talvez não saiba sobre a Epifania e os famosos Reis Magos

Imagem: Wikipédia – El Greco (Domínio público)
REDAÇÃO CENTRAL, 05 Jan. 20 / 08:00 am (ACI).- Neste domingo, a Igreja no Brasil celebra a Epifania do Senhor, que faz referência à seguinte passagem da visita dos Magos do Oriente ao Menino Jesus: “Entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2,11). Confira a seguir sete coisas que talvez você não sabia acerca dos Reis Magos e da Epifania.
1. A Igreja celebra três Epifanias
A festa dos Reis Magos ou Dia dos Santos Reis é conhecida como Epifania, palavra que em grego significa manifestação, no sentido de que Deus se revela e se manifesta.
Entretanto, a Igreja celebra como Epifanias três manifestações da vida de Jesus: a Epifania diante dos Magos do Oriente (manifestação aos pagãos), a Epifania do Batismo do Senhor (manifestação aos judeus) e a Epifania das bodas de Caná (manifestação aos seus discípulos).
2. É a segunda festa mais antiga
A Festa da Epifania é uma das mais antigas dos cristãos, provavelmente a segunda depois da Festa da Páscoa. Teve início no Oriente e logo passou a ser comemorada no Ocidente, por volta do século IV.
Dizem que no princípio os cristãos comemoravam as três epifanias em uma mesma data. Inclusive, em algumas igrejas orientais, nesta festa comemoram o nascimento de Cristo, mas foi somente até o século IV, quando começou a festividade romana do Natal.
Na Idade Média, a Epifania pouco a pouco passou a ser mais conhecida como a festa dos Reis Magos. Atualmente, a Igreja Católica celebra as três epifanias em diferentes datas do calendário litúrgico.
3. Um santo definiu a data
Alguns estudos comprovam que a Epifania passou a ser celebrada no dia 6 de janeiro porque neste dia era comemorado o nascimento de Aion, o deus pagão da metrópole de Alexandria, que supostamente estava relacionado com o deus sol. Do mesmo modo, também porque desde esta época, celebravam no Egito o solstício de inverno no dia 6 de janeiro.
No século IV, Santo Eusébio de Cesárea e São Jerônimo, assim como Santo Epifânio no século VI, disseram que os reis encontraram o Menino antes de completar dois anos de idade.
Entretanto, Santo Agostinho (séculos IV e V) em seus sermões sobre a Epifania afirmou que chegaram 13 dias depois do nascimento do Senhor. Ou seja, no dia 6 de janeiro do calendário atual.
4. Reis por tradição
São Mateus, o único evangelista que fala sobre os Reis Magos na Bíblia, explica que eram do Oriente, uma região que, para os judeus, eram os territórios da Arábia, Pérsia ou Caldeia. Por outro lado, os orientais chamavam os doutores de “magos”.
“Mago” na língua persa significava “sacerdote” e justamente os magos (“magoi” em grego) eram um grupo de sacerdotes persas ou babilônios. Eles não conheciam a revelação divina como os judeus, mas estudavam as estrelas a fim de procurar Deus.
A tradição chamou de “reis” aos magos de acordo com o Salmo 72 (10-11) que diz: “Os reis de Társis e das ilhas trarão presentes; os reis da Arábia e Etiópia oferecerão dons. E todos os reis se prostrarão perante ele; todas as nações o servirão”.
5. Poderiam ser mais de três
São Leão Magno e São Máximo do Turim, séculos IV e V respectivamente, falam de três magos provavelmente não por se apoiar em alguma tradição, mas sim talvez pelos três presentes que descreve o evangelista.
Nos primeiros séculos há representações pictóricas nas quais aparecem dois, quatro, seis e até oito magos. Entretanto, o afresco mais antigo da adoração dos magos data do século II e se encontra em um arco da capela grega das catacumbas romanas de Priscila e ali aparecem três.
6. A origem de seus nomes, fisionomias e presentes
Os nomes dos magos não aparecem nas Sagradas Escrituras, mas a tradição lhes deu certos nomes. Em um manuscrito do final do século VII, aparece que se chamavam Bitisarea, Melchor e Natasa, mas, no século IX, começou-se a propagar que eram Gaspar, Melchior e Baltazar.
Melchior é caracterizado geralmente como um idoso branco com barba em representação da região europeia e oferece ao Menino o ouro pela realeza de Cristo. Gaspar representa a área asiática e leva o incenso pela divindade de Jesus. Enquanto Baltazar é negro pelos provenientes da África e presenteia o Salvador com mirra, substância que se utilizava para embalsamar cadáveres e simboliza a humanidade do Senhor.
Na época em que se começou a representá-los com estas características não se tinha conhecimento da América. Além disso, os três fazem referência às idades do ser humano: juventude (Gaspar), maturidade (Baltazar) e velhice (Melchior).
7. A estrela teria sido uma conjunção de planetas
Sobre a estrela de Belém que os Reis Magos viram, foram construídas várias hipóteses. Inicialmente, dizia-se que foi um cometa, mas estudos de astronomia revelam que, ao que tudo indica, deveu-se à conjunção dos planetas Saturno e Júpiter na constelação de Peixes.
Neste sentido, os Reis Magos possivelmente decidem viajar em busca do Messias porque, na antiga astrologia, Júpiter era considerado como a estrela do Príncipe do mundo; a constelação de Peixes, como o sinal do final dos tempos; e o planeta Saturno no Oriente, como a estrela da Palestina.
Ou seja, presume-se que os “sábios do Oriente” entenderam que o Senhor do final dos tempos apareceria naquele ano na Palestina.
É provável que os Reis Magos soubessem algumas profecias messiânicas dos judeus e, por isso, chegaram a Jerusalém, ao palácio de Herodes, perguntando pelo rei dos judeus.
ACI Digital

Papa Francisco explica em que consiste a santidade

Papa Francisco durante a oração do Ângelus. Foto: Vatican Media
Vaticano, 05 Jan. 20 / 10:10 am (ACI).- Antes da oração do Ângelus deste domingo, 5 de janeiro, o Papa Francisco explicou que a santidade consiste em “pertencer a Deus”, a ter “comunhão com Ele”, e que a santidade se traduz em “ações concretas na vida cotidiana, no encontro com os outros”.
“A santidade é pertencer a Deus, comunhão com Ele, transparência de sua infinita bondade. Santidade é preservar o dom que Deus nos deu. Só isto: preservar a gratuidade. Isto é ser santo. Portanto, quem acolhe a santidade em si mesmo como um dom de graça, não pode deixar de traduzi-la em ações concretas na vida cotidiana. Este dom, esta graça que Deus me deu, eu a traduzo em ação concreta na vida cotidiana, no encontro com os outros”, afirmou.
Assim, o Pontífice descreveu que “esta caridade, esta misericórdia para com o próximo, reflexo do amor de Deus, ao mesmo tempo que nos purifica o coração e nos dispõe ao perdão, tornando-nos dia após dia ‘imaculados’, mas imaculados não no sentido de que eu removo uma mancha: imaculados no sentido de que Deus entra em nós. O dom, a gratuidade de Deus entra em nós e nós a preservamos e a damos aos outros”.
Por isso, o Santo Padre rezou para que “a Virgem Maria nos ajude a receber com alegria e gratuidade o plano divino de Amor realizado em Jesus Cristo”.
Além disso, o Papa Francisco assinalou que “as leituras bíblicas nos ajudam a ampliar o olhar, para ter uma plena consciência do significado do nascimento de Jesus”.
Em concreto, o Papa recordou que a passagem do Evangelho, com o Prólogo de São João, “mostra-nos a novidade chocante: o Verbo eterno, o Filho de Deus, fez-se carne”.
“Ele não só veio para morar entre o povo, mas se tornou um do povo, um de nós! Depois deste evento, para orientar nossas vidas, não temos mais apenas uma lei, uma instituição, mas uma pessoa, uma Pessoa divina, Jesus, que guia nossas vidas, a fazer o caminho porque Ele o fez por primeiro”.
Nesse sentido, o Pontífice comentou que no plano de Amor realizado em Jesus Cristo, “cada um de nós encontra a sua vocação fundamental e acrescentou que São Paulo explicou que “somos predestinados a ser filhos de Deus através da obra de Jesus Cristo”.
“O Filho de Deus se faz homem para fazer de nós, homens, filhos de Deus. Para isso, o Filho eterno se fez carne: para introduzir-nos em sua relação filial com o Pai”.
Portanto, o Santo Padre destacou que, “enquanto continuamos a contemplar o sinal admirável do presépio”, a Liturgia nos diz que “o Evangelho de Cristo não é uma fábula, não é um mito, nem uma história edificante”.
“O Evangelho de Cristo é a plena revelação do plano de Deus para o homem e para o mundo. É uma mensagem ao mesmo tempo simples e grandiosa, que nos leva a nos perguntarmos: que projeto concreto o Senhor colocou em mim, atualizando ainda o seu nascimento entre nós?”, questionou o Papa, acrescentando que São Paulo sugere a resposta: “Deus nos escolheu para sermos santos e imaculados perante Ele na caridade”.
“Aqui está o significado do Natal. Se o Senhor continua a vir entre nós, se continua a dar-nos o dom da sua Palavra, é para que cada um de nós possa responder a este chamado: tornar-se santos no Amor”, concluiu.
ACI Digital

domingo, 5 de janeiro de 2020

Epifania : A manifestação do Senhor

VaticanNews
Epifania significa "manifestação". Jesus se dá a conhecer. Embora Jesus tenha aparecido em diferentes momentos a diferentes pessoas, a Igreja celebra como Epifanias três eventos:
Epifania aos Reis Magos (Mt 2, 1-12)
Epifania a São João Batista no  Jordão
Epifania a seus discípulos e começo de Sua vida pública com o milagre em Caná.
A Epifania que mais celebramos no Natal é a primeira.
A festa da Epifania tem sua origem na Igreja do Oriente. Diferentemente da Europa, no dia 6 de janeiro tanto no Egito como na Arábia se celebra o solstício, festejando o sol vitorioso com evocações míticas muito antigas. Epifanio explica que os pagãos celebravam o solstício invernal e o aumento da luz aos treze dias desta mudança; nos diz também que os pagãos faziam uma festa significativa e suntuosa no templo de Coré. Cosme de Jerusalém conta que os pagãos celebravam uma festa muito antes dos cristãos com ritos  noturnos nos quais gritavam: "a virgem deu à luz, a luz cresce".
Entre os anos 120 e 140 d.C os gnósticos trataram de cristianizar estes festejos celebrando o batismo de Jesus. Seguindo a crença gnóstica, os cristãos de Basílides celebravam a Encarnação do Verbo na humanidade de Jesus quando foi batizado. Epifanio trata de dar-lhes um sentido cristão ao dizer que Cristo demonstra assim ser a verdadeira luz e os cristãos celebram seu nascimento.
Até o século IV a Igreja começou a celebrar neste dia a Epifania do Senhor. Assim como a festa de Natal no ocidente, a Epifania nasce contemporaneamente no Oriente como resposta da Igreja à celebração solar pagã que tentam substituir. Assim se explica que a Epifania no oriente se chama: Hagia phota, quer dizer, a santa luz.
Esta festa nascida no Oriente já era celebrada na Gália a meados do séc. IV onde se encontram vestígios de ter sido uma grande festa para o ano 361 dC. A celebração desta festa é um pouco posterior à do Natal.
Os Reis Magos
Enquanto no Oriente a Epifania é a festa da Encarnação, no Ocidente se celebra com esta festa a revelação de Jesus ao mundo pagão, a verdadeira Epifania. A celebração gira em torno à adoração à qual foi sujeito o Menino Jesus por parte dos três Reis Magos (Mt 2 1-12) como símbolo do reconhecimento do mundo pagão de que Cristo é o salvador de toda a humanidade.
De acordo com a tradição da Igreja do século I, estes magos são como homens poderosos e sábios, possivelmente reis de nações ao leste do Mediterrâneo, homens que por sua cultura e espiritualidade cultivavam seu conhecimento do homem e da natureza esforçando-se especialmente para manter um contato com Deus. Da  passagem bíblica sabemos que são magos, que vieram do Oriente e que como presente trouxeram incenso, ouro e mirra; da tradição dos primeiros séculos nos diz que foram três reis sábios: Belchior, Gaspar e Baltazar. Até o ano de 474 d.C seus restos estiveram na Constantinopla, a capital cristã mais importante no Oriente; em seguida foram trasladados para a catedral de Milão (Itália) e em 1164 foram trasladados para  a cidade de Colônia (Alemanha), onde permanecem até nossos dias.
Trazer presentes às crianças no dia 6 de janeiro corresponde à comemoração da generosidade que estes magos tiveram ao adorar o Menino Jesus e trazer-lhe presentes levando em conta que "o que fizerdes a cada um destes pequenos, a mim o fazeis" (Mt. 25, 40); às crianças fazendo-lhes viver formosa e delicadamente a fantasia do acontecimento e aos adultos como mostra de amor e fé a Cristo recém nascido.
Links úteis

Domingo da Epifania - Ano "A":O AMOR DE DEUS SE MANIFESTOU

+Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A solenidade da Epifania do Senhor completa o quadro do nascimento de Jesus Cristo com a presença dos “magos” do Oriente. Sem eles, o presépio ficaria incompleto e não retrataria de modo justo a manifestação do amor de Deus e da salvação para todos, em Jesus Cristo. Na Epifania, destaca-se o amor de Deus revelado às nações representadas por aqueles homens sábios, denominados magos, que vieram de longe para adorar Jesus e oferecer-lhe presentes. São Paulo, na Carta aos Efésios, nos mostra em que consiste o “mistério” que nos foi revelado: “os pagãos são admitidos à mesma herança” do povo da Aliança. O amor de Deus foi revelado no nascimento de Jesus Cristo aos que eram de perto, isto é, ao povo de Israel, representado pelos pastores, mas também aos que eram de fora, aos povos todos.
A palavra grega “epifania”, atribuída a esta solenidade, significa “revelação”, “manifestação”. Deus revela o seu amor e manifesta a sua salvação para todos, Em Jesus Cristo nascido em Belém cumpre-se, de modo admirável, a universalidade da salvação anunciada pelos profetas. Por isso, ao rezar, hoje, o Salmo 71, nós dizemos: “As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor”. Assim, hoje, nós também nos sentimos incluídos no presépio, como participantes do novo Povo de Deus, formado por gente de todas as raças, línguas e nações.
Assim como fizeram os magos, nós caminhamos ao encontro de Jesus menino, que está nos braços de Maria, com a atitude de adoração e com as nossas oferendas. Eles “ajoelharam-se diante dele e o adoraram” (Mt 2,10). Seguindo o exemplo daqueles homens sábios, nós também somos chamados a oferecer ao Menino Jesus os bens mais preciosos que temos, adorando-o como nosso Salvador.
Na celebração do nascimento de Jesus o nosso amor fraterno deve se alargar, estendendo-se especialmente aos que não são amados em nosso mundo, bem como aos que mais sofrem. Nós adoramos o Menino Deus que oferece a todos o seu amor e salvação, dispondo-nos a amar a todos com verdadeira caridade. A estrela que serviu de sinal para eles caminharem até Belém nos recorda que também nós necessitamos da luz de Deus para trilhar o caminho certo. E quando olhamos para o céu, iluminados pela fé, vemos que, na verdade, é ele quem vem ao nosso encontro, é ele quem já caminha conosco. Continue a celebrar e a viver o Natal, com a paz, a esperança e a alegria que Jesus nos traz.  Aproveite este início de novo ano para começar uma vida nova, contando com o amor de Deus revelado no nascimento de Jesus e manifestado a nós na vida cotidiana.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Hoje é celebrada no Brasil a Epifania do Senhor

ACI Digital
REDAÇÃO CENTRAL, 05 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- A Igreja celebra no dia 6 de janeiro a Solenidade da Epifania (manifestação) do Senhor. No Brasil esta festa é sempre transferida para o domingo mais próximo e, por isso, comemora-se neste dia 5 de janeiro. Hoje, o Evangelho nos apresenta a passagem dos três Reis Magos que oferecem presentes ao Menino Jesus.

Os Magos buscavam Deus nas estrelas e no palácio, mas o encontraram em um humilde presépio com Maria, sua mãe. Levaram-lhe presentes: ouro por sua realeza, incenso por sua divindade e mirra por sua humanidade. Entretanto, foram eles que saíram presenteados porque viram o Salvador do mundo.
Evangelho: Mateus 2,1-12
1 Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2 perguntando: “Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo”.
3 Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4 Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5 Eles responderam: “Em Belém, na Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.
7 Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8 Depois os enviou a Belém, dizendo: “Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo”.
9 Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10 Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12 Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

São João Nepomuceno Neumann, Bispo da Filadélfia

REDAÇÃO CENTRAL, 05 Jan. 20 / 07:00 am (ACI).- “Não me arrependi jamais de ter me dedicado à Missão na América”, escreveu uma vez o missionário São João Nepomuceno Neumann, quarto Bispo da Filadélfia, nos Estados Unidos, e fundador do primeiro sistema de educação católica neste país. A festa deste grande religioso redentorista é celebrada neste dia 5 de janeiro.

Neumann nasceu na Bohemia, atual República Tcheca, em 1811. Frequentou a escola em Budweis, onde entrou para o seminário em 1831. Quando já tinha completado sua preparação para ser ordenado, seu bispo decidiu que não realizaria mais ordenações.
João escreveu para vários bispos, mas nenhum queria sacerdotes naquele momento. No entanto, o santo não se desanimou, aprendeu inglês, trabalhando em uma fábrica e, assim, pôde escrever aos bispos dos Estados Unidos.
O bispo de Nova York aceitou ordená-lo e, por isso, teve que deixar sua família e migrar para uma terra distante. Nos Estados Unidos, tornou-se um dos 36 presbíteros para 200 mil católicos e sua paróquia ia desde Ontario, no Canadá, até a Pensilvânia.
Passava a maior parte do tempo visitando os povoados, subindo montanhas para visitar os doentes, ensinando em cabanas e, quando não encontrava uma capela ou um altar, celebrava a Missa numa simples mesa. Fazia de tudo para que seus fiéis não ficassem sem os sacramentos.
Com o tempo, sentiu o chamado a ingressar em uma comunidade religiosa e ingressou aos redentoristas. Fez sua profissão em Baltimore em 1842. Destacou-se por sua piedade e amabilidade. Graças ao seu conhecimento de seis idiomas, estava apto para o trabalho na sociedade norte-americana daquele tempo, onde também havia muito migrantes.
Em 1847, foi nomeado visitador dos redentoristas nos Estados Unidos. Ao fim de seu serviço, seus irmãos religiosos estavam melhor preparados para ser uma “província ou inspetoria religiosa” autônoma. Fato que se concretizou em 1850.
Pe. Neumann foi ordenado Bispo da Filadélfia em 1852. Organizou um sistema diocesano de escolas católicas e se tornou fundador da educação católica no país. Do mesmo modo, fundou as Irmãs da Ordem Terceira de São Francisco, para ensinar nas escolas, e construiu mais de 80 igrejas durante seu episcopado.
São João Nepomuceno Neumann era de baixa estatura e, embora nunca tenha tido uma saúde robusta, realizou uma grande atividade pastoral e literária. Escreveu muitos artigos em revistas, jornais católicos, publicou dois catecismos e até uma história da Bíblia para estudantes.
Em 5 de janeiro de 1860, com apenas 48 anos, morreu de repente enquanto caminhava pela rua, antes mesmo que pudesse receber os últimos sacramentos. Foi beatificado em 1963 pelo Papa Paulo VI e canonizado em 1977 pelo mesmo Pontífice. 
ACI Digital

sábado, 4 de janeiro de 2020

Quem eram os Reis Magos e por que se chamam Melchior, Gaspar e Baltazar?

Adoração dos Reis Magos. Foto: Pintura de Luca Giordano
REDAÇÃO CENTRAL, 04 Jan. 20 / 06:00 am (ACI).- No dia 6 de janeiro, a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, quando se recorda a adoração dos Reis Magos ao Menino Jesus em Belém. No Brasil, esta celebração é transferida para o domingo mais próximo, que neste ano é 5 de janeiro.
Mas, será que eles eram reis ou magos e seus nomes eram mesmo Melchior, Gaspar e Baltazar? Um sacerdote e teólogo explica estas questões.
Padre Miguel Fuentes, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), explica no site "El Teólogo Responde" que "o termo 'magos' (magoi) que aparece em Mt 2,1 se refere àqueles que eram denominados ‘sábios’ na antiguidade".
"Neste caso, foram homens sábios que vieram do 'Oriente' (Mt 2,1), que pode ser uma referência a Arábia, Mesopotâmia ou algum outro território mais a leste da Palestina".
Pe. Fuentes afirma que "o fato de terem sido guiados por uma estrela (Mt 2,2) sugere que eles eram instruídos em astrologia ou em ciência da navegação e cálculo do tempo por meio das configurações estelares".
"Além de uma tribo de Média chamada assim, os magos aparecem, em sua primeira época, como uma casta sacerdotal de Média e da Pérsia. Eles se dedicaram ao estudo da sabedoria. Estrabão diz que eles eram ‘zelosos observadores da justiça e da virtude’. E Cícero diz que eles são ‘a classe de sábios e doutores na Pérsia’”.
Pe. Fuentes assinala que foi o escritor e teólogo Orígenes, do século III, "quem disse pela primeira vez que foram três magos em virtude dos três presentes oferecidos ao Menino".
O sacerdote afirma ainda que, "antes do século VI, nenhum autor afirmava expressamente que eles eram reis, com exceção de Tertuliano, que sugeriu que eles eram ‘quase reis’".
"Isto se tornou popular por interpretar assim a referência ao Salmo 72,10 (os reis da terra se prosternarão e lhe oferecerão os seus dons) que parece estar implícita no relato de São Mateus".
"A arte já os apresenta como reis desde o século VIII, enquanto nas pinturas das catacumbas de Santa Priscila, do início do século II-IV, são representados apenas como nobres persas", assinala.
No entanto, acrescenta, "o Novo Testamento não fala sobre o número nem sobre a sua suposta realeza".
A partir do século VIII, continua Pe. Fuentes, os Reis Magos "receberam nomes, com algumas variações (os primeiros foram Bithisarea, Melchior e Gathaspa)".
"Os nomes atuais de Gaspar, Melchior e Baltazar, foi-lhes atribuído no século IX pelo historiador Agnello, em sua obra 'Pontificalis Ecclesiae Ravennatis'".
"Na Idade Média, eles foram até mesmo venerados como santos", diz.
"A cena dos magos adorando o Menino Jesus se tornou o tema favorito na arte dos baixos-relevos, miniaturas e vitrais", conclui.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O Santíssimo Nome de Jesus

REDAÇÃO CENTRAL, 03 Jan. 20 / 05:00 am (ACI).- Neste dia 3 de janeiro, a Igreja celebra do Dia do Santíssimo Nome de Jesus. “Este é aquele santíssimo nome desejado pelos patriarcas, esperado com ansiedade, suplicado com gemidos, invocado com suspiros, requerido com lágrimas, dado ao chegar a plenitude da graça”, dizia São Bernardino de Sena.

A palavra Jesus é a forma latina do grego “Iesous”, que por sua vez é a transliteração do hebraico “Jeshua” ou “Joshua” ou também “Jehoshua”, que significa “Yahveh é salvação”.
O Santíssimo Nome de Jesus começou a ser venerado nas celebrações litúrgicas do século XIV. São Bernardino de Sena e seus discípulos propagaram o culto ao Nome de Jesus. Em 1530, o Papa Clemente VI concedeu pela primeira vez à Ordem Franciscana a celebração do Ofício do Santíssimo Nome de Jesus.
São Bernardino costumava carregar uma pequena imagem que mostrava a Eucaristia com raios saindo dela e, no meio, via-se o monograma “IHS”, abreviação do Nome de Jesus em grego (ιησουσ).
Mais tarde, a tradição devocional acrescentou um significado às siglas: “I”, Iesus (Jesus); “H”, Hominum (dos homens); “S”, Salvator (Salvador). Juntos, querem dizer Jesus, Salvador dos Homens.
Santo Inácio de Loyola e os jesuítas fizeram deste monograma o emblema da Companhia de Jesus.
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF