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sexta-feira, 27 de março de 2020

Como lucrar indulgência plenária com a Bênção Urbi et Orbi do Papa Francisco?


Papa Francisco. Crédito: Vatican Media
Vaticano, 27 Mar. 20 / 10:30 am (ACI).- Nesta sexta-feira, 27 de março, o Papa Francisco concederá às 18h de Roma (14h no horário do Brasil) a bênção Urbi et Orbi – para a cidade e para o mundo – diante de uma praça de São Pedro que ficará vazia devido à pandemia de coronavírus, mas que será uma oportunidade para os fiéis obterem indulgência plenária se acompanharem a transmissão pelos meios de comunicação.
“Presidirei um momento de oração no átrio da Basílica de São Pedro. Com a Praça vazia. Desde já, convido todos a participarem espiritualmente através dos meios de comunicação. Ouviremos a Palavra de Deus, elevaremos a nossa súplica, adoraremos o Santíssimo Sacramento, com o qual, ao término, darei a Bênção Urbi et Orbi à qual será unida a possibilidade de receber indulgência plenária", indicou o Papa no domingo, 21 de março.
Será uma bênção Urbi et Orbi extraordinária, pois os pontífices costumam concedê-la apenas em 25 de dezembro e no Domingo de Páscoa.
Catecismo da Igreja Católica explica que a indulgência “é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, (remissão) que o fiel bem-disposto obtém, em condições determinadas, pela intervenção da Igreja que, como dispensadora da redenção, distribui e aplica por sua autoridade o tesouro das satisfações (isto é, dos méritos) de Cristo e dos Santos”.
As indulgências, que podem ser parciais ou plenárias, podem ser lucradas para si mesmos ou pela alma de um falecido. Não se pode lucrar por outra pessoa viva.
Para lucrar a indulgência plenária é preciso cumprir com três condições: confissão dos pecados, receber a Santa Comunhão e oração pelas intenções do Papa. Esta oração, indica o Vaticano, "é deixada para a escolha dos fiéis, mas se sugere um 'Pai-Nosso' e uma 'Ave Maria'".
O Vaticano especifica ainda que “é conveniente, mas não é necessário que a Confissão sacramental, e em especial a sagrada Comunhão e a oração pelas intenções do Papa sejam feitas no mesmo dia em que se cumpre a obra indulgenciada, mas é suficiente que estes ritos sagrados e orações se cumpram dentro de alguns dias (cerca de 20), antes ou depois do ato indulgenciado”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Missionário salesiano é o primeiro bispo a falecer por coronavírus

Dom Angelo Moreschi. Créditos: Secretaria Católica da Etiópia
Roma, 26 Mar. 20 / 06:00 pm (ACI).- Um bispo de origem italiana que realizava seu trabalho missionário na Etiópia é o primeiro prelado católico a falecer pela pandemia mundial de coronavírus. Morreu em 25 de março.
Dom Angelo Moreschi, de 67 anos, dirigia o Vicariato Apostólico de Gambella (Etiópia), uma região missionária de 25 mil católicos na parte ocidental do país. Faleceu na quarta-feira, na cidade italiana de Brescia, na região da Lombardia, que se tornou o epicentro europeu da pandemia de COVID-19.
Membro da ordem religiosa salesiana de Dom Bosco, Dom Moreschi foi missionário na Etiópia desde 1991 e foi ordenado bispo em janeiro de 2010.
"A comunidade salesiana em todo o mundo lamenta a morte do vigário apostólico de Gambella (Etiópia), Dom Angelo Moreschi, SDB, falecido na quarta-feira, 25 de março, em Brescia (Itália), devido à infecção de Covid-19", lamentaram os salesianos de Dom Bosco em um comunicado enviado através do escritório de informação da ordem. 
O secretário-geral da conferência dos bispos da Etiópia anunciou a notícia e enviou "profundas condolências ao clero, à família religiosa e desconsolada e aos fiéis leigos no Vicariato Apostólico de Gambella”.
Além disso, expressaram aos fiéis a “proximidade e orações dos membros da Conferência dos Bispos Católicos da Etiópia e de toda a Igreja Católica na Etiópia. Que sua alma descanse em paz".
Dom Moreschi foi reconhecido na Etiópia por seu ministério pastoral a serviço dos jovens e dos pobres. No dialeto local, recebeu o título de "Abba", que significa "Pai".
"Em sua missão, inicialmente como prefeito e depois como vigário apostólico, sempre encarnou a predileção salesiana em ajudar as crianças, acompanhando-as com um espírito prático e um forte zelo apostólico", disseram os salesianos de Dom Bosco.
"Em suas visitas aos povoados, ainda recordam quando o salesiano chegava com um veículo 4x4 maltratado, ou em uma lancha a motor nos povoados ao longo do Rio Baro, quando as estradas ficavam inundadas, e imediatamente começava a distribuir biscoitos multivitamínicos para as crianças desnutridas”, acrescentaram.
Os salesianos enfatizaram que o bispo Moreschi “deixa essa terra depois ter servido por 46 anos  como salesiano aos jovens, aos pobres e ao seu rebanho de almas: 38 como sacerdote e como bispo por mais de 10 anos".
Mais de 60 sacerdotes morreram na atual pandemia de coronavírus, que já matou mais de 21 mil pessoas em todo o mundo. Vários bispos contraíram o vírus em diversos países.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Conheça o “apóstolo do telefone”: Sacerdote liga para idosos para combater isolamento

Padre João Alves / Foto: Facebook Paróquia da Vera Cruz
Lisboa, 26 Mar. 20 / 12:00 pm (ACI).- Devido à pandemia de coronavírus COVID-19, muitos países vivem a quarentena e o isolamento social; para enfrentar esta situação e não deixar idosos e doentes sozinhos, um sacerdote português acabou se tornando um “apóstolo do telefone”.
Padre João Alves é pároco de Vera-Cruz, na Diocese de Aveiro (Portugal), e nos últimos dias tem se dedicado ao “ministério do telefone” para se fazer presente e conversar com os idosos e os doentes de sua paróquia.
Em declarações à Agência Ecclesia, do episcopado português, o sacerdote expressou que “foi simples perceber que, com minha redução do tempo de serviço, daquilo que é próprio do ministério de sacerdote e neste tempo de Quaresma, tinha de sentir que continuava ao serviço das pessoas”.
Assim, logo pensou no “ministério do telefone”, pediu “a lista de contatos dos doentes que são visitados na paróquia” e começou a realizar os telefonemas para as dezenas de contatos de sua lista.
Os telefonemas, segundo o presbítero, são realizados “regularmente” e inclui idosos “mais sós ou isolados”.
“Algumas pessoas atendem o telefone apreensivas por viver este tempo com insegurança; outras não saem de casa habitualmente, mas preocupam-se com as notícias e estão assustadas”, relatou Pe. Alves.
O pároco contou ainda que algumas pessoas “se emocionam pelo contato e proximidade e manifestam depois a sua alegria no contato telefônico”.
Nas ligações, o sacerdote procura saber se as pessoas estão precisando de algo, “se têm tudo em casa”, promete “oração e uma nova chamada telefônica”.
“É uma forma diferente de estar e de dar consciência a estas pessoas que a Igreja tem este contato de proximidade e que elas fazem parte das preocupações da comunidade”.
Desse modo, Pe. Alves integrou a paróquia na iniciativa “Vizinhos de Aveiro”. Trata-se, segundo Ecclesia, de uma plataforma de cidadania ativa, que disponibiliza acompanhamento dos moradores em situação de maior vulnerabilidade, “através de jovens da comunidade paroquial”.
Em seu site, “Vizinhos de Aveiro” explica que “o sentimento de isolamento tem impacto grave em grupos mais desprotegidos da nossa comunidade”. Por isso, explica que a iniciativa é “um grupo de acompanhamento cívico à Covid-19 para alertar e ajudar nossa comunidade a superar os desafios em união”.
ACI Digital

quarta-feira, 25 de março de 2020

Papa Francisco: A defesa da vida não é uma ideologia, é uma realidade

Papa durante a audiência. Foto: Vatican Media
Vaticano, 25 Mar. 20 / 08:59 am (ACI).- O Papa Francisco enfatizou nesta quarta-feira, 25 de março, durante a Audiência Geral realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, que “a defesa da vida, para a Igreja, não é uma ideologia, é uma realidade. Uma realidade humana que compromete todos os cristãos”.
O Papa recordou em sua catequese que “há 25 anos, nesta mesma data de 25 de março, que na Igreja é a festa solene da Anunciação do Senhor, São João Paulo II promulgava a Encíclica Evangelium vitae, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana”.
O Santo Padre explicou que, no Evangelho do dia, que narra a Anunciação e o “sim” de Maria ao projeto de Deus, “a Virgem acolhe a Palavra que se faz carne, e aceita com confiança cuidá-lo. Aceita converter-se na mãe do Filho de Deus. Assim, em Maria, realiza-se o encontro de Deus com o homem”.
Destacou que "o elo entre a Anunciação e o ‘Evangelho da vida’ é íntimo e profundo, como destacou São João Paulo II na Encíclica".
"Hoje, nos encontramos oferecendo de novo esse ensinamento no contexto de uma pandemia que ameaça a vida humana e a economia mundial", enfatizou Francisco.
Essa situação “nos faz sentir-nos ainda mais comprometidos com a palavra com a qual começa a Encíclica. É esta: O Evangelho da vida está no coração da mensagem de Jesus. Acolhido pela Igreja cada dia com amor, é anunciada com fidelidade corajosa como boa nova para os homens de toda época e cultura".
O Papa insistiu que este Evangelho da vida “deve ser anunciado de forma prioritária. E penso com gratidão no testemunho silencioso de tantas pessoas que, de várias maneiras, estão se sacrificando a serviço dos doentes, dos idosos, de quem é só e mais indigente. Colocam em prática o Evangelho da vida, como Maria que, ao acolher o anúncio do anjo, foi ajudar a prima Isabel”.
Enfatizou que "a vida que somos chamados a promover e defender não é um conceito abstrato, mas se manifesta sempre numa pessoa em carne e osso: uma criança recém-nascida, um pobre marginalizado, um doente sozinho e desanimado ou em estado terminal, aquele que perdeu um emprego ou não consegue encontrá-lo, um migrante rejeitado ou segregado”.
"Todo ser humano é chamado por Deus a gozar da plenitude da vida", lembrou, "e sendo confiado à preocupação materna da Igreja, toda ameaça à dignidade e à vida humanas repercute no coração da Igreja, nas suas ‘vísceras’ maternas”.
Denunciou que “os atentados à dignidade e à vida das pessoas continuam, infelizmente, nesta nossa era, que é a era dos direitos humanos universais; Estamos diante de novas ameaças e nova escravidão, e a legislação nem sempre oferece a proteção da vida humana para os mais fracos e vulneráveis”.
“A mensagem da Encíclica Evangelium vitae, portanto, é mais atual do que nunca. Para além das emergências, como a que vivemos, trata-se de agir no plano cultural e educativo para transmitir às gerações futuras a atitude de solidariedade, do cuidado e do acolhimento, sabendo que a cultura da vida não é patrimônio exclusivo dos cristãos, mas pertence a todos aqueles que, lutando pela construção de relacionamentos fraternos, reconhecem o valor próprio de cada pessoa, mesmo quando são frágeis e sofrem”.
O Papa Francisco concluiu sua catequese repetindo que “toda vida humana, única e irrepetível, constitui um valor inestimável. Isto deve ser anunciado sempre novamente, com a coragem da palavra e a coragem das ações. Isso exige solidariedade e amor fraterno pela grande família humana e por cada um de seus membros".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

terça-feira, 24 de março de 2020

Assis: Missa no túmulo de São Francisco pelo fim da pandemia

Basílica de São Francisco em Assis
Basílica de São Francisco em Assis
“Assis, sente sua responsabilidade de testemunhar esperança, consolo e alegria”. Palavras do arcebispo Dom Domenico Sorrentino bispo de Assis na celebração eucarística no Túmulo de São Francisco, confiando ao Padroeiro da Itália este momento tão difícil.

Jean-Baptiste Sourou/Jane Nogara – Assis

No domingo 22 de março, o bispo de Assis dom Domenico Sorrentino presidiu uma celebração eucarística no Túmulo do Santo Padroeiro da Itália, São Francisco de Assis. O bispo pediu ao santo a sua intercessão neste momento difícil e o fim da pandemia em todo o mundo. Na ocasião afirmou: “Assis, marcada pelo seu carisma sente nestes dias toda a tristeza pela Itália, mas também toda a sua responsabilidade de testemunhar esperança, consolo e alegria”.

Homem, saúde, economia

A celebração contou com a participação em streaming de muitos jovens que deveriam participar exatamente nestes dias do evento “A Economia de Francisco”, desejado pelo Papa Francisco em Assis. O arcebispo Sorrentino recordou que “a crise do coronavírus mostrou mais uma vez como tudo está relacionado, e o aspecto da saúde pública é inevitavelmente ligado ao aspecto econômico”. Esta grande prova, explicou, "nos obriga a tomar consciência de que, mesmo com toda a tecnologia e ciência do nosso tempo, é suficiente um vírus para mudar completamente nossas vidas, nosso modo de viver”. Com esta consciência, torna-se mais do que nunca urgente “uma economia que seja cada vez mais marcada por critérios de inclusão e de fraternidade”, reiterou. Dom Sorrentino desejou então que o encontro destes dias, “A Economia de Francisco”, adiado para novembro “possa se realizar com entusiasmo ainda maior iluminado pelos problemas que esta crise mundial está fazendo surgir”.

A súplica ao Santo Padroeiro

No final da celebração eucarística, o bispo de Assis fez uma súplica particular a São Francisco pela Itália e pelo mundo, pela cura dos que são atingidos pelo vírus, pelos que estão cuidando deles, pelos problemas do momento, para que possamos ir ao encontro do futuro unidos e animados pela confiança e esperança.
Na ocasião estavam em comunhão espiritual com o Túmulo de São Francisco a comunidade dos Frades da Custódia da Terra Santa e o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém.

Vatican News

Santa Catarina da Suécia, padroeira das virgens

REDAÇÃO CENTRAL, 24 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- Santa Catarina da Suécia foi a quarta filha de Santa Brígida, padroeira da Europa. É uma religiosa considerada a santa padroeira das virgens e, geralmente, é representada com um cervo selvagem ao seu lado, o qual, segundo a tradição, vinha ajudá-la quando jovens sem castidade tentavam atrapalhá-la.

Foi uma mulher simples e pobre que dedicou muitas horas do dia à meditação da paixão e morte de Cristo, à oração dos salmos penitenciais e ao Ofício da Virgem Maria. Costumava visitar os pobres e enfermos nos hospitais, realizava trabalhos domésticos e rezava nos lugares de culto.
Catarina nasceu na Suécia, em 1331 ou 1332. Aos 7 anos, foi encarregada à abadessa do convento de Risberg para que continuasse recebendo a educação católica compartilhada por seus pais. Foi assim que cresceu nela um desejo para a vida de automortificação e consagração total a Deus.
Apesar disso, aos 13 anos, seu pai decidiu casá-la com um nobre de ascendência alemã, Eggart von Kürnen. Depois do casamento, Catarina persuadiu seu esposo – que era crente – a manter um voto de castidade, o qual cumpririam até o final.
Em 1349, depois do falecimento de seu pai, Catarina chegou a um acordo com seu marido e partiu junto com Santa Brígida (sua mãe) em uma peregrinação para venerar os túmulos de São Pedro e São Paulo, em Roma.
Ao chegar, recebeu a notícia de que seu esposo tinha morrido e, tempos depois, recusou qualquer oferta de casamento. Foi assim que Catarina decidiu viver com sua mãe, imitando fervorosamente sua vida ascética e sua pertença a Deus.
Em 1372, Catarina e seu irmão Birger acompanharam sua mãe a uma peregrinação à Terra Santa. Brígida faleceu logo após seu retorno a Roma e seu corpo foi enviado à Suécia para que fosse enterrado em Vadstena, no convento onde fundou a Ordem do Santíssimo Salvador.
Catarina viveu e dirigiu o convento que sua mãe fundou até 1375, quando regressou a Roma para promover sua canonização. Apesar de não obter resultados, conseguiu a ratificação na aprovação das regras da ordem brigidina, por volta de 1378.
Após cinco anos, voltou para sua terra natal e a Diocese lhe entregou formalmente a direção da nova ordem religiosa. Pouco tempo depois, ficou doente e faleceu em 24 de março de 1381. Em 1484, Inocêncio VIII deu permissão para sua veneração como santa. Sua festa é celebrada pela Igreja em 24 de março.
ACI Digital

segunda-feira, 23 de março de 2020

"As pessoas abandonarão a Igreja se a Igreja as abandonar durante a epidemia" diz secretário do Papa

Padre Yoannis e Papa Francisco
Foi divulgada uma carta que o Padre Yoannis Lahzi Gadi, secretário do Papa Francisco, enviou a um grupo de sacerdotes. A carta, que foi aprovada pelo Papa, é um apelo a que todos os sacerdotes abandonem a epidemia do medo e comecem a agir segundo a lógica de Deus e não segundo a lógica dos homens: 
Quo vadis, Domine? (Senhor, para onde vais?)
É um episódio atribuído ao apóstolo Pedro que, segundo a tradição, fugiu de Roma para escapar das perseguições de Nero, teria encontrado Cristo, que carregava uma cruz nos ombros e ia na direcção de Roma. Pedro perguntou a Jesus: “Domine, quo vadis?” (Senhor, para onde vais?) E à resposta de Jesus: “Eo Romam iterum crucifigi.” (Vou a Roma para ser crucificado novamente.) Pedro compreendeu que tinha de voltar para Roma para enfrentar o martírio.
Pedro tinha, humanamente falando, todo o direito de escapar para salvar a sua vida da perseguição e talvez fundar outras comunidades e outras igrejas, mas, na realidade, de acordo com a lógica do mundo, as pessoas agiam como Satanás, ou seja, pensando como homens e não segundo Deus. Jesus, voltando-se, disse a Pedro:
“Vai-te da minha frente, Satanás, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens.” (Mc 8, 33).
Cristo, no Evangelho de João, ao falar do “Bom Pastor” e do mercenário, chama a Si mesmo de “Bom Pastor”, que não apenas cuida das ovelhas, mas conhece-as pessoalmente e dá, até, a vida por elas. Jesus é o “guia” seguro das pessoas que procuram o caminho que conduz a Deus e aos irmãos.
Na epidemia do medo que todos estamos enfrentando, por causa da pandemia de corona vírus, todos corremos o risco de nos comportarmos como mercenários e não como pastores.
Não podemos e não devemos julgar, mas vem-nos à mente a imagem de Cristo, que encontra Pedro assustado e iludido, não para o censurar mas para ir morrer em seu lugar. Pensamos em todas as almas amedrontadas e abandonadas porque nós, pastores, seguimos as instruções civis – o que é correcto e certamente necessário neste momento para evitar o contágio – mas corremos o risco de deixar de lado as instruções divinas – o que é um pecado.
Pensamos como homens e não segundo Deus, colocamo-nos entre os assustados e não entre os médicos, enfermeiros, voluntários, trabalhadores e pais da família que estão na linha de frente. Penso nas pessoas que vivem alimentando-se da Eucaristia, porque acreditam na Presença Real de Cristo na Sagrada Comunhão. Penso nas pessoas que agora devem ser contentar-se com seguir a transmissão da Missa em streaming. Penso nas almas que precisam de conforto espiritual e de se confessar. Penso nas pessoas que certamente abandonarão a Igreja, quando esse pesadelo acabar, porque a Igreja as abandonou quando precisavam.
É bom que as igrejas permaneçam abertas. Os padres devem estar na linha de frente. Os fiéis devem encontrar coragem e conforto olhando para os pastores. Os fiéis devem saber que, a qualquer momento, podem correr a refugiar-se nas igrejas e paróquias e encontrá-las abertas e prontas para os acolher. A Igreja deve ser chegar às pessoas também através de um “número verde” para o qual a pessoa possa ligar para ser consolada, pedir combinar uma confissão, para receber a Sagrada Comunhão comunicado ou para que seja dada a entes queridos.
Devemos aumentar as visitas às casas, casa por casa, usando todas as precauções necessárias para evitar o contágio; nunca nos fechando mas sim vigiando. Caso contrário, acontece que são entregues nas casas as refeições, as pizzas, mas não a Comunhão, especialmente a pessoas idosas, doentes e carentes. Acontece que supermercados, quiosques e tabacarias permanecem abertos, mas não as igrejas.
O Governo tem o dever de garantir cuidado e apoio material às pessoas, mas nós temos o dever de fazer o mesmo com as almas. Que nunca se diga: “Eu não vou a uma igreja que não me veio visitar quando eu precisava”.
Portanto, aplicamos todas as medidas necessárias, mas não nos deixamos condicionar pelo medo. Peçamos a Graça e a coragem de nos comportarmos segundo Deus e não segundo os homens!
Don Yoannis Lahzi Gadi


São Turíbio de Mogrovejo, padroeiro do Episcopado latino-americano

REDAÇÃO CENTRAL, 23 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- No dia 23 de março é celebrada a festa de São Turíbio de Mogrovejo, padroeiro do Episcopado latino-americano e chamado “Santo Padre da América”. Defendeu os indefesos e explorados durante a colônia espanhola na América e convocou vários sínodos e concílios que renderam bons frutos ao Vice-reino do Peru.

Crismou Santa Rosa de Lima, São Mantinho de Lima e São João Macías e contou com o apoio do missionário São Francisco Solano.
Turíbio Afonso de Mogrovejo nasceu na Espanha por volta de 1538. Estudou direito e foi professor na Universidade de Salamanca. Sendo leigo, o rei Felipe II o nomeou juiz principal da Inquisição em Granada.
Por suas qualidades humanas e sua virtude, o rei o propôs ao Papa Gregório XIII como Arcebispo de Lima, que naquela época correspondia agrande parte da América do Sul hispânica. Embora humildemente São Turíbio tenha resistido, com dispensa papal, recebeu as ordens menores e maiores, sendo consagrado Bispo em 1580.
Embarcou para a América e, ao chegar ao Peru, imediatamente se preocupou em restaurar a disciplina eclesiástica e enfrentou abertamente os conquistadores, pessoas de poder, assim como sacerdotes que tinham cometido ou permitido abusos contra os nativos.
Isso fez com que fosse perseguido pelo poder civil e que o caluniassem, mas ele seguiu em sua defesa pelos pobres, argumentando que a quem sempre se devia agradar era a Cristo e não ao Vice-rei.
Construiu igrejas, conventos, hospitais e abriu o primeiro seminário na América Latina que se mantém até hoje. Estudou as línguas e dialetos locais para poder estar mais próximo de seus fiéis e comunicar-se com eles, o que favoreceu no incremento das conversas.
A fim de evangelizar, viajou por cidades e lugares afastados, caminhando ou a cavalo, muitas vezes sozinho e expondo-se às doenças e aos perigos. Certo dia, um mendigo se aproximou dele e, como não tinha o que lhe dar, o santo lhe entregou sua camisa.
Convocou três concílios ou sínodos provinciais e ordenou imprimir o catecismo em quéchua e aymara. Além disso, celebrou treze sínodos diocesanos que ajudaram ao cumprimento das normas do Concílio de Trento e à independência da Igreja em relação ao poder civil.
Aos 68 anos, São Turíbio ficou doente e partiu para a Casa do Pai, na Quinta-feira Santa, 23 de março de 1606. Em seu testamento, deixou a seus empregados seus bens pessoais e aos pobres o resto de suas propriedades. São João Paulo II o declarou padroeiro do Episcopado latino-americano.
ACI Digital

Qual pode ser a pior tentação do diabo na Quaresma?

Imagem referencial / Foto: Pixabay (Domínio Público)
Lima, 20 Mar. 20 / 05:00 am (ACI).- No tempo da Quaresma, os quarenta dias de preparação para viver a Semana Santa, os fiéis católicos podem enfrentar uma tentação grave: desafiar Deus.
Em declarações à EWTN Notícias em 2018, Pe. Samuel Bonilla, sacerdote conhecido nas redes sociais e no YouTube como “Padre Sam”, advertiu que “desde sempre” existe a tentação “de querer desafiar Deus”.
Recordou que essa tentação foi “a que o inimigo coloco para Jesus quando estava no deserto: ‘Se você é o Filho de Deus’. Mas essa tentação agora está com outro tipo de linguagem: ‘Se você é católico, se você é cristão, se você vai à igreja, então, por que permite isso? Se Deus é poderoso, por que ele permite isso?”.
“Essa tentação de desafiar Deus, acho que sempre estará presente ao longo de toda a história”.
Segundo Pe. Sam, o próprio Jesus nos ensina a resposta para esta tentação no Evangelho. “Não com a nossa inteligência. Não só com nossas capacidades. Mas com a Palavra de Deus”.
“Não se dialoga com a tentação, responde-se com a Palavra de Deus”, sublinhou.
Pe. Sam também destacou a importância dos “três pilares” da Quaresma: o jejum, a oração e a esmola.
“Estas três ações que a Igreja sempre nos recomendou é a melhor maneira de viver a Quaresma”, que é “um tempo de preparação, um tempo de arrependimento”, assinalou.
ACI Digital

domingo, 22 de março de 2020

O Papa convida todos os cristãos a rezar juntos o Pai-Nosso na quarta-feira

Francisco convida os Chefes das Igrejas e os líderes de todas as Comunidades cristãs, junto a todos os cristãos das várias confissões, a invocar o Altíssimo, Deus Todo-Poderoso, recitando simultaneamente a oração que Jesus Nosso Senhor nos ensinou. “Queremos responder à pandemia do vírus com a universalidade da oração, da compaixão, da ternura”, afirma o Papa, que também na sexta-feira presidirá um momento de oração no patamar da Basílica Vaticana.
Raimundo de Lima, Silvonei José - Cidade do Vaticano
Nestes dias de provação, enquanto a humanidade treme pela ameaça da pandemia, gostaria de propor a todos os cristãos unir suas vozes rumo ao Céu: disse o Pontífice na saudação após a oração mariana do Angelus, este domingo (22/03), recitada na Biblioteca do Palácio Apostólico - como tem feito excepcionalmente neste período, em tempos de coronavírus, sem fiéis na Praça São Pedro –, fazendo em seguida um forte convite para a próxima quarta-feira, 25 de março, solenidade da Anunciação do Senhor:
“Convido todos os Chefes das Igrejas e os líderes de todas as Comunidades cristãs, junto a todos os cristãos das várias confissões, a invocar o Altíssimo, Deus Todo-Poderoso, recitando simultaneamente a oração que Jesus Nosso Senhor nos ensinou. Portanto, convido todos a recitar o Pai-Nosso ao meio-dia da próxima quarta-feira, 25 de março. No dia em quem muitos cristãos recordam o anúncio da Encarnação do Verbo à Virgem Maria, que o Senhor possa ouvir a oração unânime de todos os seus discípulos que se preparam para celebrar a vitória de Cristo Ressuscitado.”


Vatican News

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF