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quarta-feira, 8 de abril de 2020

Abençoam Jerusalém com relíquia da Cruz de Cristo

Dom Pierbattista Pizzaballa abençoando a cidade de Jerusalém /
Crédito: Patriarcado Latino de Jerusalém
JERUSALÉM, 07 Abr. 20 / 04:00 pm (ACI).- Diante da impossibilidade de dirigir a procissão tradicional do Domingo de Ramos, Dom Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino de Jerusalém, abençoou a cidade em 5 de abril com uma relíquia da Vera Cruz, a cruz onde, segundo a tradição, Cristo morreu no Monte Calvário.
A procissão anual, que recorda a entrada de Cristo na cidade e o começo da Semana Santa, foi cancelada em Israel como parte dos esforços internacionais para conter a propagação do coronavírus COVID-19.
"Decidimos, já que não podemos ter a procissão de ramos, ter um momento de oração nesta tarde", disse Dom Pizzaballa, no domingo. O Arcebispo dirigiu um breve "momento de oração" multilíngue em Dominus Flevit, uma igreja localizada no Monte das Oliveiras.
A igreja tem forma de lágrima e dela é possível ver a cidade. Foi construída para marcar o relato evangélico de Jesus chorando enquanto imaginava a destruição de Jerusalém.
A liturgia terminou com Dom Pizzaballa levantando uma relíquia da Vera Cruz para abençoar a cidade.
Jerusalém, disse Dom Pizzaballa, “é um símbolo da igreja, o símbolo também da humanidade. É a casa de oração para todas as pessoas, de acordo com as Escrituras".
"Então, quando choramos por Jerusalém, junto com Jesus, choramos por toda a nossa fraternidade humana, por este momento difícil que estamos vivendo, por este triste Domingo de Ramos, por esta Páscoa que temos que celebrar”, afirmou.
Dom Pizzaballa disse que a tristeza por não poder celebrar as festas litúrgicas da Semana Santa é real, mas "talvez, de certa forma, é muito essencial".
“Hoje não celebramos a bela e solene entrada de Jesus na cidade de Jerusalém como todos os anos, com fiéis de todas as paróquias da diocese e com peregrinos de todo o mundo. Não levantamos as nossas palmas e ramos de oliveira para gritar 'Hosana' ao nosso rei, Jesus Cristo”, disse Dom Pizzaballa durante o momento de oração.
No entanto, o Arcebispo pediu aos católicos da Terra Santa e de todo o mundo que considerem o que o Senhor poderia estar tentando dizer durante esses tempos.
Assinalou que, enquanto o povo de Jerusalém no Evangelho saudava Jesus com aplausos no Domingo de Ramos, Ele sabia que "vinha a Jerusalém, não para estar no trono como Davi, mas para ser executado".
"O significado que Jesus atribui à sua 'entrada triunfal' é diferente do significado que o povo de Jerusalém viu n’Ele", disse.
“Talvez essa seja a lição que Jesus deseja nos ensinar hoje. Voltamo-nos para Deus quando há algo que nos fere. Quando estamos com problemas, e de repente todos queremos fazer perguntas grandes e difíceis", acrescentou.
Embora as pessoas possam estar rezando pelo fim da pandemia do COVID-19, como costumamos fazer por soluções para outros problemas, o Arcebispo disse que "Jesus responde do seu jeito" a essas orações.
"Precisamente porque Jesus diz 'sim' aos nossos desejos mais profundos, terá que dizer 'não' aos nossos desejos imediatos", disse.
Ao fazer comparações entre o Domingo de Ramos deste ano e o Domingo de Ramos bíblico durante a vida terrena de Cristo, Dom Pizzaballa disse que a história da entrada de Jesus em Jerusalém “é uma lição da discrepância entre nossas expectativas e a resposta de Deus".
A multidão que saudou Jesus estava decepcionada porque sua salvação não foi imediata, disse Dom Pizzaballa, mas "a entrada de Jesus em Jerusalém é realmente o momento em que nasce a salvação".
"Os 'Hosanas' foram justificados, embora não tenha sido pelas razões que os habitantes de Jerusalém haviam suposto”, disse.
Isso continua sendo verdade hoje, explicou. Embora pareça que Deus não está respondendo as orações e deixa as pessoas “decepcionadas”, isso ocorre em parte porque “nossas expectativas permanecem sem uma resposta aparente”.
O cristianismo, disse, "baseia-se na esperança e no amor, não na certeza".
“E aqui hoje, apesar de tudo, às portas da Sua e nossa cidade, declaramos que realmente queremos dar-lhe as boas-vindas como nosso Rei e Messias, e segui-lo em seu caminho para seu trono, a cruz. Mas também, pedimos que nos dê a fora necessária para levá-lo com seu próprio e frutífero amor”, concluiu Dom Pizzaballa.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

O que é o jejum e por que é importante esta prática na Semana Santa?

Imagem referencial / Foto: domínio público
REDAÇÃO CENTRAL, 08 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- O que é o jejum e por que é importante para os cristãos, especialmente durante o tempo da Quaresma e da Semana Santa? Pe. Donato Jiménez, membro da Ordem dos Agostinianos Recoletos, explicou para que serve esta prática de penitência e qual é o seu propósito.
O jejum, explica Pe. Donato Jimenez ao Grupo ACI, “é uma forma de abster-se de alimentos corporais, e é uma forma de penitência e de oração. Jesus praticou o jejum em momentos importantes, antes de rezar, antes de escolher os apóstolos e em muitas ocasiões”.
“E a Igreja faz o jejum desde o século IV de forma regular”, assinala.
“É uma maneira de ajudar a oração, de purificar o nosso corpo e, assim, nos dispormos melhor para a escuta de nossa oração por Deus”.
A Igreja, continua o Pe. Jiménez, nos recorda “o jejum no tempo da Quaresma e do Advento, especialmente na terça e na sexta-feira, como faziam tradicionalmente em muitas comunidades”.
Atualmente, indica, a obrigação do jejum se mantem “na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa”.
O sacerdote explicou que “o jejum é fazer apenas uma refeição por dia, ou se comemos duas ou três vezes por dia deve ser uma alimentação frugal. Isso seria o jejum que a Igreja quer”.
Quem deve jejuar?
Segundo indica o Código de Direito Canônico, no número 1252, à lei do jejum “estão sujeitos todos os maiores de idade até terem começado os sessenta anos. Todavia os pastores de almas e os pais procurem que, mesmo aqueles que, por motivo de idade menor não estão obrigados à lei da abstinência e do jejum, sejam formados no sentido genuíno da penitência”.
Quem não jejua?
Além das pessoas que não jejuam devido à sua idade, pessoas com problemas mentais, doentes, mulheres grávidas ou lactantes, trabalhadores de acordo com as suas necessidades, convidados a refeições que não podem ser justificadas sem ofender gravemente ou outras situações morais ou impossibilidade física de manter o jejum.

terça-feira, 7 de abril de 2020

VOCÊ SABIA QUE A IGREJA CATÓLICA É CONSTITUÍDA POR 24 IGREJAS AUTÔNOMAS?

Front Católico

O ramo ocidental é representado pela tradição latina da Igreja Católica Apostólica Romana. É chamado “ocidental” por conta da localização geográfica de Roma e não porque a sua presença se restrinja a países do Ocidente: na verdade, a Igreja Católica de rito romano está presente no mundo inteiro e tem dioceses em todos os continentes, de Portugal ao Japão, do Brasil à Rússia, de Angola à China, do Canadá à Nova Zelândia.


As Igrejas católicas orientais também têm fiéis espalhados pelo mundo, mas, por razões históricas, estão mais fortemente presentes nos lugares onde surgiram. Possuem tradições culturais, teológicas e litúrgicas diferentes, bem como estrutura e organização territorial própria, mas professam a mesma e única doutrina e fé católica, mantendo-se, portanto, em comunhão completa entre si e com a Santa Sé.

Todas as 24 Igrejas que compõem a Igreja Católica são consideradas Igrejas “sui juris”, ou seja, são autônomas para legislar de modo independente a respeito de seu rito e da sua disciplina, mas não a respeito dos dogmas, que são universais e comuns a todas elas e garantem a sua unidade de fé – formando, na essência, uma única Igreja Católica obediente ao Santo Padre, o Papa, que a todas preside na caridade.

A legislação de cada Igreja “sui juris” é estudada e aprovada pelo seu respectivo sínodo, ou seja, pela reunião dos seus bispos sob a presidência do seu arcebispo-maior ou patriarca. Por exemplo, a Igreja Melquita é presidida por Sua Beatitude o Patriarca Youssef I Absi; a Igreja Greco-Católica Ucraniana, por Sua Beatitude o Arcebispo-Maior Dom Sviatoslav Shevchuk. O rebanho dos fiéis católicos de rito latino é guiado diretamente pelo Papa Francisco, bispo de Roma, que é também o líder de toda a grande comunhão da Igreja Católica em suas diversas tradições.

É muito comum até hoje, em especial no Ocidente, confundir a Igreja Católica com o rito latino, um erro que vem acontecendo há séculos e que, ao longo da história, já causou sérios prejuízos aos católicos de ritos orientais. O que é preciso entender é que todos os católicos latinos são, obviamente, católicos; mas nem todos os católicos são católicos latinos. E esta é mais uma das tantíssimas riquezas do infinito tesouro da Igreja que é Una, Santa, Católica e Apostólica!


O Concílio Vaticano II reconheceu que todos os ritos aprovados pelas Igrejas que formam a Igreja Católica têm a mesma dignidade e direito e devem ser preservados e promovidos.
Aliás, por falar em rito, outra confusão frequente é feita entre o rito latino e o rito romano: os termos costumam ser usados como sinônimos, mas, tecnicamente, além do rito romano, também existem outros ritos latinos de certas Igrejas locais, como o ambrosiano, e os de algumas ordens religiosas, além do rito tridentino. Mas eles não estão vinculados a Igrejas autônomas “sui juris“, sendo diferentes ritos dentro da mesma tradição latina da Igreja Católica. Quanto aos ritos orientais, as diferenças são mais marcadas pela diversidade de tradições e há vínculos históricos entre os ritos e as Igrejas “sui juris” específicas que os adotam: são eles o alexandrino ou copta, o bizantino, o antioqueno ou siríaco ocidental, o caldeu ou siríaco oriental, o armênio e o maronita.

Mas quais são, afinal, as Igrejas “sui juris” que formam a Igreja Católica? Eis a impressionante lista:

DE RITO OCIDENTAL
Tradição litúrgica latina ou romana:
1.           Rito latino da Igreja Católica Apostólica Romana (sede em Roma)
DE RITOS ORIENTAIS
Tradição litúrgica alexandrina:
2. Igreja Católica Copta (patriarcado; sede no Cairo, Egito)
3. Igreja Católica Etíope (metropolitanato; sede em Adis Abeba, Etiópia)
4. Igreja Católica Eritreia (metropolitanato; sede em Asmara, Eritreia)

Tradição litúrgica bizantina:

5. Igreja Greco-Católica Melquita (patriarcado; sede em Damasco, Síria)
6. Igreja Católica Bizantina Grega (eparquia; sede em Atenas, Grécia)
7. Igreja Católica Bizantina Ítalo-Albanesa (eparquia; sede na Sicília, Itália)
8. Igreja Greco-Católica Ucraniana (arcebispado maior; sede em Kiev, Ucrânia)
9. Igreja Greco-Católica Bielorrussa (também chamada Católica Bizantina Bielorussa)
10. Igreja Greco-Católica Russa (sede em Novosibirsk, Rússia)
11. Igreja Greco-Católica Búlgara (eparquia; sede em Sófia, Bulgária)
12. Igreja Católica Bizantina Eslovaca (metropolitanato; sede em Prešov, Eslováquia)
13. Igreja Greco-Católica Húngara (metropolitanato; sede em Nyíregyháza, Hungria)
14. Igreja Católica Bizantina da Croácia e Sérvia (eparquia; sedes em Križevci, Croácia, e Ruski Krstur, Sérvia)
15. Igreja Greco-Católica Romena (arcebispado maior; sede em Blaj, Romênia)
16. Igreja Católica Bizantina Rutena (metropolitanato; sede em Pittsburgh, Estados Unidos)
17. Igreja Católica Bizantina Albanesa (eparquia; sede em Fier, Albânia)
18. Igreja Greco-Católica Macedônica (exarcado ou exarquia; sede em Escópia, Macedônia)

Tradição litúrgica armênia:
19. Igreja Católica Armênia (patriarcado; sede em Beirute, Líbano)

Tradição litúrgica maronita:
20. Igreja Maronita (patriarcado; sede em Bkerke, Líbano)

Tradição litúrgica antioquena ou siríaca ocidental:
21. Igreja Católica Siríaca (patriarcado; sede em Beirute, Líbano)

22. Igreja Católica Siro-Malancar (arcebispado maior; sede em Trivandrum, Índia)

Tradição litúrgica caldeia ou siríaca oriental:
23. Igreja Católica Caldeia (patriarcado; sede em Bagdá, Iraque)
24. Igreja Católica Siro-Malabar (arcebispado maior; sede em Cochim, Índia)
Fonte: Aleteia

Papa Francisco reza pelas pessoas inocentes que sofrem uma sentença injusta

Papa Francisco na Missa na Casa Santa Marta. Foto: Vatican Media
VATICANO, 07 Abr. 20 / 09:30 am (ACI).- O Papa Francisco rezou na Missa da Casa Santa Marta por todas as pessoas inocentes que "sofrem uma sentença injusta".
“Nestes dias de Quaresma vimos a perseguição que Jesus sofreu e como os doutores da Lei se acirraram contra Ele: foi julgado sob acirramento, com acirramento, sendo inocente. Gostaria de rezar hoje por todas as pessoas que sofrem uma sentença injusta por acirramento”, indicou o Santo Padre nesta terça-feira, 7 de abril.
O Pontífice mencionou essa intenção de oração no início da Eucaristia matutina que celebra diariamente e horas depois do Supremo Tribunal da Austrália ter anulado, nesta terça-feira pela manhã (hora local), a condenação do Cardeal Pell, após mais de 13 meses de prisão, por cinco supostas acusações de abusos sexuais.
Após esse anúncio, a Arquidiocese de Sydney divulgou uma declaração do Cardeal Pell na qual agradeceu "por todas as orações e milhares de cartas" que recebeu durante esse período, assim como também insistiu que "sempre mantive minha inocência enquanto sofria uma grave injustiça".
O Cardeal George Pell, de 78 anos, e ex-prefeito da Secretaria para a Economia do Vaticano, havia sido condenado por cinco acusações de abusos sexuais contra dois meninos coroinhas quando era Arcebispo de Melbourne, em 1996 e 1997.
A sentença, emitida em 11 de dezembro de 2018, considerou comprovados os acontecimentos que, segundo as denúncias, teriam ocorrido após a Missa de domingo.
A sentença condenou o Cardeal a 6 anos de prisão, dos quais deveria cumprir pelo menos 3 anos e 8 meses antes de poder solicitar a liberdade condicional.
Em 29 de junho de 2017, o Cardeal George Pell anunciou sua renúncia como Prefeito da Secretaria de Economia da Santa Sé e anunciou que estava voltando à Austrália para enfrentar as acusações.
Em uma coletiva de imprensa realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal afirmou que "rechaço fortemente essas acusações".
Nesse sentido, o Cardeal afirmou firmemente que as acusações eram "falsas" e explicou que em 2017 informou ao Papa Francisco sobre tudo em relação à sua situação.
Por fim, o Cardeal Pell alertou que havia sido condenado pela mídia antes mesmo do início do julgamento.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

Secretário de Estado do Vaticano espera que igrejas reabram o mais breve possível

Cardeal Pietro Parolin / Crédito: Daniel Ibañez - ACI Prensa
Vaticano, 06 Abr. 20 / 01:00 pm (ACI).- O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, disse em 2 de abril que espera que as igrejas fechadas devido à crise do coronavírus COVID-19 reabram o “mais breve possível”.
Em uma entrevista publicada em 2 de abril no Vatican News, o Cardeal Parolin também disse que estava preocupado com as notícias de católicos que morriam sem o sacramento da Unção dos Enfermos e expressou sua preocupação com o impacto da doença nos países pobres.
“A suspensão das celebrações fez-se necessária para evitar aglomerações. Mas em quase todas as cidades as igrejas permanecem abertas e eu espero que sejam reabertas o mais breve possível aquelas que foram fechadas: ali está a presença de Jesus Eucaristia, os sacerdotes continuam a rezar e celebrar a Santa Missa pelos fiéis impossibilitados de ali participar. É belo pensar que a porta da casa de Deus permanece aberta, como estão abertas as portas de nossas casas, ainda que somos fortemente convidados a não sair, a não ser por motivos de força maior”, disse o Purpurado.
Da mesma forma, reconheceu o sofrimento dos católicos que atualmente estão privados dos sacramentos por cumprir a quarentena. "Compartilho sua dor, mas ao mesmo tempo gostaria de recordar, por exemplo, da possibilidade da comunhão espiritual", expressou.
“O Papa Francisco, ademais, por meio da Penitenciária Apostólica, concedeu o dom de especiais indulgências aos fiéis, não somente aos afetados pelo Covid-19, mas também aos profissionais de saúde, aos familiares e a todos aqueles que, de diversas maneiras, também com a oração, cuidam deles", afirmou.
O Secretário de Estado pediu para “rezar com a Palavra de Deus; Ler, contemplar acolher a Palavra que vem", porque "Deus preencheu com sua Palavra o vazio que nos assusta nessas horas".
“Em Jesus, Deus se comunicou, Palavra plena e definitiva. Não devemos simplesmente preencher o tempo, mas nos encher com a Palavra", acrescentou.
Por outro lado, o Cardeal disse que estava preocupado com as histórias de católicos morrendo sozinhos sem o consolo dos sacramentos.
“É uma das consequências da epidemia que, em certo sentido, me abala. Eu li e ouvi histórias dramáticas e comoventes. Quando, infelizmente, não é possível a presença do sacerdote ao lado de alguém que está à beira da morte, todo batizado e toda batizada podem rezar e levar consolo, em virtude do sacerdócio comum recebido com o Sacramento do Batismo", disse.
"É belo e evangélico imaginar neste momento difícil que, de alguma forma ou outra, também as mãos dos médicos, dos enfermeiros, dos agentes de saúde, que a cada dia consolam, curam ou acompanham estes doentes no último momento de vida, tornam-se as mãos e as palavras de todos nós, da Igreja, da família que abençoa, saúda, perdoa e consola. É o carinho de Deus que cura e dá vida, também a eterna", continuou.
O Cardeal Parolin disse que estava especialmente preocupado com a forma como o coronavírus afetaria os países em desenvolvimento.
"Infelizmente, estamos diante de uma pandemia e o contágio se propaga como fogo. Por um lado, vemos quantos esforços extraordinários têm realizado os países desenvolvidos, com não poucos sacrifícios em nível da vida cotidiana de famílias e da economia nacional, para enfrentar com eficácia a crise sanitária e debelar a difusão do vírus", comentou.
Por outro lado, confessou “que me preocupa ainda mais a situação nos países menos desenvolvidos", onde "as estruturas de saúde não serão capazes de assegurar os cuidados necessários e adequados para a população".
“Por vocação, a Santa Sé procura ter o mundo inteiro como horizonte, procura não esquecer quem está mais longe, quem mais sofre, quem talvez tenha dificuldade para receber os refletores da mídia internacional. Há realmente necessidade de rezar e de nos empenharmos, todos, para que nunca falte a solidariedade internacional. Apesar da emergência, apesar do medo, é o momento de não nos fecharmos em nós mesmos", lembrou.
O Cardeal confirmou que atualmente há sete casos de coronavírus entre os funcionários do Vaticano. Todos eles passaram pela fase crítica e agora estão melhorando, assegurou.
Afirmou também que o Papa estava procurando novas maneiras de alcançar pessoas que sofrem em todo o mundo.
“O Santo Padre Francisco está buscando todos os modos possíveis para estar próximo das pessoas, no mundo inteiro. Para ele, o contato com pessoas sempre foi fundamental e, mesmo se de modo novo e inédito, pretende mantê-lo", confessou.
“A transmissão ao vivo diária da Santa Missa na Casa Santa Marta é um sinal concreto disso. A oração constante pelas vítimas, seus familiares, os funcionários da saúde, os voluntários, os sacerdotes, os trabalhadores, as famílias é outro sinal concreto. Todos nós colaboradores buscamos ajudá-lo a manter os contatos com as Igrejas de todos os países do mundo”, acrescentou.
Finalmente, o Cardeal Parolin explicou que as autoridades do Vaticano visam garantir que o maior número possível de pessoas possam acompanhar as liturgias do Tríduo Pascal enquanto estejam confinadas em seus lares.
“Estudamos modalidades diferentes daquelas tradicionais. De fato, não será possível acolher os peregrinos como sempre aconteceu. No pleno cumprimento das regras de precaução para evitar o contágio, buscaremos celebrar os grandes ritos do Tríduo Pascal, de forma a acompanhar todos aqueles que infelizmente não poderão ir às igrejas”, concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

São Pedro de Verona, mártir dominicano que combateu heresias

REDAÇÃO CENTRAL, 06 Abr. 20 / 05:00 am (ACI).- São Pedro de Verona foi um mártir, pregador e o segundo santo na história da Ordem dos Pregadores (Dominicanos). Dedicou-se a combater as heresias dos cátaros, propagadores do maniqueísmo no centro e no norte da Itália.

Nasceu em Verona de Lombardia (Itália), em 1205. Segundo o Martirológio Romano, seus pais pertenceram à heresia dos cátaros, entretanto, desde criança abraçou a fé católica e em sua adolescência recebeu o hábito do próprio São Domingos de Gusmão.
O hagiógrafo e Beato Tiago de Vorágine dizia que São Pedro era um grande pregador e conhecedor das Sagradas Escrituras, que viveu a pureza, a austeridade e uma firme defesa da fé, o que finalmente o levaria à morte
Além disso, assinala que Pedro de Verona nasceu em uma família “obscurecida pelo erro”, entretanto, o jovem sempre soube “conservar-se imune a seus perniciosos erros”.
São Pedro de Verona deixou sua família na adolescência e ingressou na ordem dominicana quando seu fundador, São Domingos de Gusmão, ainda era vivo. Continuou seus estudos na Universidade de Bologna, onde se preparou intelectualmente e, além disso, viveu em oração, austeridade e penitência.
Terminada sua formação eclesiástica, foi ordenado sacerdote e nomeado Pregador do Evangelho de Jesus. Dedicou-se à pregação e à refutação de doutrinas heréticas em Vercelli, Roma, Florença e diversas cidades do norte da Itália. Também instituiu as “Associações da fé” e a “Confraria para o louvor da Virgem Maria” em Milão, Florença e Perugia.
Em 1248 foi designado prior do convento de Asti e, transcorrido um ano, de Piacenza. Em 1251, Inocêncio IV o nomeou como inquisidor da Lombardia e o declarou prior de Como, entretanto, os hereges começaram a planejar um complô para assassiná-lo.
São Pedro de Verona foi assassinado em 6 de abril de 1252, quando regressava de Milão para o convento de Como, perto de Barlassina. Seu carrasco, Carino Bálsamo, o acertou com dois golpes de machado na cabeça. Apesar disso, Pedro de Verona conseguiu se levantar e, com as poucas forças que restavam, escreveu no chão com seu dedo banhado de sangue: “Creio em Deus”.
Em 9 de março de 1253, Inocêncio IV o canonizou. Seu corpo foi transladado a Milão e hoje descansa na Igreja de Santo Eustórgio. Sua festa é celebrada no dia 6 de abril.

SÃO VICENTE FERRER

São Vicente Ferrer
São Vicente Ferrer nasceu em Valência, na Espanha, em 1350. Era filho de Guilherme Ferrer e Constância Miguel. De família nobre, Vicente foi o quarto filho do casal. Seu irmão, Bonifácio Ferrer, foi Superior dos frades Capuchinhos e realizou importantes missões diplomáticas para o antipapa Bento XIII. Sua vida é um testemunho de que a ciência e a sabedoria não são contrárias à fé, mas sim a complementam.

Vida religiosa

Depois de sua profissão religiosa, que aconteceu em 1368, até chegar o tempo de ele ser ordenado padre, em 1374, São Vicente ensinava filosofia e estudava teologia nas regiões de Lérida, Tolosa e Barcelona. Com um conhecimento da exegese bíblica que chegava à perfeição e, igualmente, possuindo um profundo conhecimento da língua hebraica, ele voltou para Valência em 1373. Lá, lecionou teologia, fez inúmeros pregações,  escreveu suas obras e aconselhou aos que o procuravam. Durante um período de seca na região, São Vicente ficou famoso ao prever que navios carregados de grãos chegariam à região.

São Vicente Ferrer recusa a oferta de se tornar cardeal

Em 1379 Vicente foi trabalhar com o Cardeal Pedro de Luna. Ele era o Núncio Apostólico no palácio de Aragão, e futuro antipapa Bento XIII. São Vicente ensinou teologia na escola que funcionava na Catedral de Valência, de 1385 a 1390. Ele foi convidado para ser o confessor apostólico de Bento XIII, que era, na verdade, um antipapa, na cidade de Avignon, França. Vicente não aceitou o cargo e ainda recusou a chance de se tornar cardeal, percebendo que Bento XIII não tinha realmente a autoridade papal vinda dos apóstolos.

O dom milagroso de São Vicente Ferrer

São Vicente adoeceu e por pouco não morreu durante a invasão de Avignon, mas ele se recuperou milagrosamente. A história diz que ele teve uma visão de Jesus Cristo junto com São Francisco de Assis e São Domingos. Na bendita visão ele teria sido orientado a pregar o Evangelho fervorosamente.
Porém, ele encontrou a resistência do antipapa que relutava em dar a sua permissão para Vicente deixar Avignon. Em 1389, Bento XIII finalmente deu a sua permissão e Vicente saiu em pregação por todas as regiões da Europa do Ocidente. Com muita sabedoria e eloquência ele atraia multidões, ficando bem conhecido no meio cristão.
Ao ouvirem sua voz, as inimizades públicas cessavam, reconciliando-se. Os pecadores sentiam-se movidos ao arrependimento e as pessoas sedentas de perfeição o seguiam. Às vezes mais de 15.000 pessoas se juntavam para ouvi-lo, o que naquela época, era coisa difícil de acontecer. Contemporâneos de São Vicente Ferrer relatam que, mesmo quem não falava sua língua podia entendê-lo.

O milagre de São Vicente Ferrer

São Vicente Ferrer foi um dos santos que mais trabalhou pela conversão dos judeus e dos muçulmanos. E ele fez isso com todo o seu coração. Alguns historiadores chegam a  afirmar que converteu cerca de 25.000 judeus e mais de 8.000 islamitas. Por ocasião do Domingo de Ramos de 1407, estando ele em pregação na igreja de Ecija, Espanha, uma mulher judia, cheia de riquezas e poder, ia assistir os sermões de São Vicente por mera curiosidade. Ela fazia questão de manifestar sarcasmos e desprezo pelas palavras de São Vicente Ferrer. Por fim, ela atravessou no meio do povo para ir embora. Estava claramente cheia de raiva e não se continha.
Todos os rpesentes ficaram indignados. Mas São Vicente disse bem alto: "Deixai-a sair, porém afastai-vos do pórtico". O povo obedeceu. Quando a mulher passou sob o pórtico, este caiu sobre ela, e ela faleceu.Ela permaneceu por vários minutos ali, morta, inerte, sem batimentos cardíacos confirmado por várias testemunhas. São Vicente caminhou até o corpo da mulher e ordenou com voz forte e poderosa: "Mulher, em nome de Jesus Cristo, volte à vida!" E a mulher ressuscitou. Todos ficaram maravilhados. Após o milagre, a senhora se converteu ao catolicismo. Todos os anos, em Ecija, uma procissão comemorava o extraordinário fato da morte e conversão da mulher judia.

Cisma

São Vicente Ferrer foi nomeado como juiz para escolher o sucessor da coroa de Aragon. Ferdinando I foi coroado rei. Seu grande feito foi por fim ao Cisma que dividia a Igreja desde o ano de 1378. Vicente pediu publicamente para que o papa Bento XIII renunciasse ao pontificado para o bem geral da Igreja Católica. Ele pregou no Concílio de Constance, em 1418, para a reconciliação da Igreja.

Devoção a São Vicente Ferrer

Vicente Ferrer faleceu em Vannes Bretanha, em 1419, e foi canonizado na igreja dominicana de Santa Maria Sopra Minerva, em Roma, a 3 de Junho de 1455, pelo Papa Callistus III. Porém, sua festa celebrada no dia 6 de abril só foi autorizada pelo Papa Pio II, em 1458.

domingo, 5 de abril de 2020

Reflexão para o Domingo de Ramos

Domingo de Ramos - entrada gloriosa de Jesus em Jerusalém
Domingo de Ramos - entrada gloriosa de Jesus em Jerusalém 
Jesus entra em Jerusalém, montado em um jumentinho. Isso significa que entra na cidade que é sua para fazer com toda a Humanidade, uma missão de paz, ainda que essa paz tenha como preço sua própria vida.

Padre César Augusto, SJ

O Senhor é aclamado como se faz a um general romano ou a um herói egípcio quando de sua chegada a sua cidade, à sua terra, após uma gloriosa vitória.

Apenas algumas diferenças: o Senhor ainda vai consumar sua luta e, enquanto os vencedores trazem consigo o espólio dos vencidos e os próprios vencidos como troféus, será o Senhor o próprio espólio, o grande serviçal, o escravo de todos nós.

Esse gesto nos recorda um trecho da segunda leitura de hoje, da Carta de São Paulo aos Filipenses, que diz: “Não deveis fazer nada por egoísmo, ou para sentir-vos superiores aos outros, mas cada um de vós, com toda a humildade, considere os outros superiores a si mesmo, ninguém procure o próprio interesse, mas antes o dos outros.” O Senhor buscou apenas o nosso interesse, ou melhor, o interesse do Senhor é a nossa salvação.

Jesus entra em Jerusalém, montado em um jumentinho. Isso significa que entra na cidade que é sua para fazer com toda a Humanidade, uma missão de paz, ainda que essa paz tenha como preço sua própria vida.

Cristo entra em Jerusalém para entregar-se como oferta ao Pai, em nome de cada um de nós. Ele se coloca em nosso lugar e sofre as consequências que nosso egoísmo, nossa falta de amor e de perdão ocasionaram. Ele é o verdadeiro cordeiro pascal, a verdadeira vítima. Seu corpo é o pão e seu sangue é o vinho. Somos redimidos, para sempre, por seu sangue derramado de fato, Jesus Cristo é o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

Outro ensinamento, agora colhido da leitura da Paixão, este ano, a de São Mateus, é sobre a retaliação e a paz. Jesus impede que Pedro continue sua ação de punir o soldado que o ofendera e diz a ele: “Guarde a espada na bainha!” e cura Malcolm. Somos filhos da paz! Nosso Rei é o Príncipe da Paz, o Pacificador.
Que este início da Semana Santa nos comprometa com o projeto de Jesus para nós. Sejamos irmãos, sejamos filhos do mesmo Pai de nosso Senhor.

Que a humildade e a paz sejam nossos tesouros, recebidos através do sacrifício redentor do Filho de Deus!

Nossa libertação do egoísmo e da ira, da raiva, custou o sangue inocente de Jesus.

Valorizemos, com gratidão e amor, o sacrifício do Senhor por nós.

Programação para a Semana Santa 2020 - Paróquia da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF

Transmissão ao vivo
05/04/2020 - Domingo de Ramos
Missa: 9:15 horas

09/04/2020 - Quinta-feira Santa
Missa: 19:00 horas

10/04/2020 - Sexta-feira Santa
Adoração da Santa Cruz: 15:00 horas

11/04/2020 - Sábado Santo
Vigília Pascal: 19:00 horas

12/04/2020 - Domingo da Ressurreição
Missa: 9:15 horas

Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição/Pascom
https://www.facebook.com/imaculadasobradinho

sábado, 4 de abril de 2020

O que celebramos no Domingo de Ramos?

REDAÇÃO CENTRAL, 04 Abr. 20 / 06:00 am (ACI).- Com o Domingo de Ramos começa a Semana Santa. Neste dia é recordada a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém em meio a uma multidão que o aclamou como o Messias.

Este acontecimento pode ser lido no Evangelho de São Mateus, onde é anunciada a Paixão.
A primeira tradição litúrgica deste dia corresponde à de Jerusalém. Nela, recordamos o gesto profético de Jesus que ingressa como Rei da paz, e o Messias que foi aclamado e depois condenado para o comprimento das profecias.
No Evangelho de São Mateus, narra-se que as pessoas cobriam o caminho por onde Cristo passaria e gritavam: “Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!”.
As cerimônias principais do dia são a bênção dos ramos, a procissão, a Missa e, durante a Missa, o relato da Paixão.
Os fiéis que participam da procissão, que data do século IV em Jerusalém, devem levar nas mãos ramos de palmas, oliveiras ou outras árvores e entoar cantos adequados. Os sacerdotes e os ministros, levando também ramos, devem ir à frente do povo.
Não se pode esquecer que a bênção dos ramos acontece antes da procissão e que se deve instruir os fiéis cristãos a guardarem os ramos abençoados em suas casas junto com as cruzes ou quadros religiosos que tenham em seus lares, como recordação da vitória pascal do Senhor Jesus.
A segunda tradição litúrgica é a de Roma, a qual nos convida a entrar conscientemente na Semana Santa da Paixão gloriosa e amorosa de Cristo, antecipando a proclamação do mistério no Evangelho de Mateus.
Para o bem espiritual dos fiéis, convém que se leia por inteiro a narração da Paixão e que não se omitam as leituras que a precedem. Terminada a narração da Paixão, não se deve omitir a homilia.

Oração para colocar no lar as palmas do Domingo de Ramos

REDAÇÃO CENTRAL, 04 Abr. 20 / 07:00 am (ACI).- Neste domingo, 5 de abril, terá início a Semana Santa, com a celebração do Domingo de Ramos, quando recordamos a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém entre palmas e ramos de oliveira. A liturgia dos ramos antecipa o triunfo da ressurreição.
A seguir, uma oração para colocar os ramos abençoados em casa:
Abençoa, Senhor, nosso lar.
Que seu Filho Jesus e a Virgem Maria reinem nele.
Conceda-nos paz, amor e respeito,
para que respeitando-nos e amando-nos
saibamos honrá-los em nossa vida familiar,
Que Jesus seja o Rei do nosso lar.
Amém.

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF