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domingo, 9 de agosto de 2020

China paga quem denuncia presença de Igrejas ou de religiosos

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.
Guadium Press
A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

Redação (08/08/2020 13:03Gaudium Press) Receberá recompensa quem denunciar a presença de atividade religiosa fora dos padrões estabelecidos pelo governo comunista chinês é recompensada.

A revista “Bitter Winter”, em sua edição da quinta-feira, 30 de julho, diz que o Partido Comunista Chinês (PCC) está oferecendo recompensas monetárias para quem oferecer qualquer informação aos órgãos governamentais sobre a presença de igrejas em suas comunidades.

Recompensa por denúncias antirreligiosas são estendidas a outras cidades

De acordo com a publicação, tudo leva a crer que o anuncio dos pedidos de informações em troca de recompensas seja uma expansão de um programa já implementado na província de Heilongjiang que vem sendo desenvolvido desde o início deste ano.
Na cidade de Nenjiang, ofereceram aos residentes uma recompensa de 5 mil RMB, –algo em torno de 700 dólares–, para quem denuncie suspeitas de alguma atividade religiosa “ilegal” às autoridades comunistas.

Agora, esse programa de “incentivos” foi expandido para outras cidades do país e as recompensas foram aumentadas para até 100 mil RMB, –por voltas de 14 mil dólares– informa a Bitter Winter.

Recompensar quem denunciar pistas sobre atividades “cultos malvados”

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

No último mês, o Departamento de Segurança Pública emitiu, na província de Hainan, um aviso ao público que informa como “recompensar aqueles que denunciem pistas sobre atividades ilegais e criminosas de Xie Jiao”.
No vocabulário do regime comunista da China “Xie Jiao” é uma expressão que quer dizer “culto malvado”. Na prática, a expressão quer referir-se a qualquer atividade religiosa que não esteja dentro dos padrões estabelecidos e sancionados pelo governo ateu de Pequim.

Quanto vale uma denúncia antirreligiosa

Em Hainan, as autoridades do governo oferecem até 100 mil RMB por informação, dependendo da precisão e utilidade da “pista” fornecida.

Na cidade de Zouping, província de Shandong, quem fornece a identidade de membros de duas organizações religiosas locais podem ter uma recompensa de até 2.500 RMB, ou seja, cerca de 360 dólares.

Já, na província de Guangdong, a recompensa oferecida pelos comunistas locais para quem denunciar ou der informações sobre os membros de um “culto malvado” (Xie Jiao) pode chegar a receber uma recompensa de 100 mil RMB.

Campanhas publicitárias contra a Religião

Além de incentivar as delações contra as atividades religiosas consideradas ilegais pelas autoridades comunistas e oferecer recompensas em dinheiro por elas, o governo chinês tem feito uma sistemática campanha publicitária antirreligiosa em todo o país.

O governo tem feito, por toda a China, a distribuição de diferentes cartazes que dizem:
“Não acreditem em nenhuma outra religião que não seja o Partido Comunista”; “Basta com acreditar no Partido e no Governo Popular da China”.
Cartazes como esses foram expostos em parques públicos do condado de Yucheng, que se encontra na província de Heinan.

A China faz campanha publicitária contra Igrejas, incentiva denúncias contra as atividades religiosas e paga por delações.

Assédio, prisões, detenções contra católicos fiéis a Roma

Apesar do acordo provisório entre o Vaticano e a China, assinado em 2018, muitos católicos no país continuam fazendo parte da Igreja clandestina que é fiel a Roma.
Bispos e sacerdotes têm denunciado assédio, prisões e detenção para quem se recusa a fazer atos públicos de lealdade para com a, assim denominada, “Associação Patriótica Católica Chinesa”, a igreja estatal controlada pelo Partido Comunista.

Ainda há poucos dias, uma audiência no Congresso sobre a liberdade religiosa na China destacou o caso do Bispo de Baoding, Dom James Su Zhimin, que foi preso em 1997 e nunca mais foi visto e dele não se tem notícia desde 2003. (JSG)

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF