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sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

JERUSALÉM - Cidade santa (Parte 2/3)

Jerusalém | Folha-Uol
JERUSALÉM - (Bíbl) Cidade santa.
No Novo Testamento, Jerusalém possui sentido histórico e simbólico. O eco da pregação de João Batista chegou até Jerusalém (Mc 1, 5). Jesus sobe à Cidade Santa para consumar o seu sacrifício (10, 32). Entra nela triunfalmente e age como profeta purificando o templo (11, 1-19). Prediz a destruição da cidade (13, 14-27), e é crucificado fora dela (15, 20).

Na vida de Jesus, Jerusalém se apresenta como o ponto para o qual tudo converge. A evangelização do mundo irradia-se de Jerusalém (Lc 24, 47; At 1, 8). A igreja foi fundada no Pentecostes celebrado em Jerusalém (At 1, 4; 2).

Na pregação de Paulo, após o tempo dos gentios, Jerusalém será restabelecida (Rm 11, 15-32). Mas o Apóstolo evoca sobretudo a idéia de Jerusalém celeste (Gl 4, 26; 11,10; 12, 22). No Apocalípse de João é símbolo de glória futura. A Palestina tornou-se província imperial governada por um legado, que residia em Cesaréia e tinha à sua disposição uma legião sediada em Jerusalém.

Em 132, irrompeu outra revolta, por causa da ordem do Imperador Adriano de transformar Jerusalém em colônia romana. Depois de luta encarniçada, também esmagada, e Adriano executou seu plano: Jerusalém tornou-se a Aelia Capitolina. Nas ruínas do templo de Javé, surgiu um templo de Júpiter Capitolino.

Aos judeus era proibido, sob pena de morte, pôr o pé nessa cidade. Em 613, Jerusalém foi violentamente tomada pelos persas sob Cosroes III. Seus habitantes foram trucidados ou levados como prisioneiros para a Pérsia. Dez anos mais tarde, a cidade voltou às mãos dos romanos, no tempo do imperador Haráclito.

Durante dois séculos, a terra de Israel foi governada por seis dinastias (887-1099): tulúmidas, abássidas, ikhshídias, bizantinos, fatímidas e seljúcidas. Com a ocupação dos seljúcidas que se mostraram hostis aos estrangeiros cristãos, as peregrinações à Terra Santa tornaram-se difíceis e arriscadas.

O imperador de Bizâncio recorreu ao papa. O Papa Urbano II, ante tal apelo, no Concílio "não-ecumênico" de Clermont (1095), instou o mundo cristão a partir, não só para a Ásia Menor, mas ainda - como afirmou - "no rumo do Santo Sepulcro, para arrancá-lo àquela raça maldita..."Deus lo volt chegou a ser unânime grito de guerra que ressoou por toda a Europa.

Na primeira expedição dos cruzados, Jerusalém foi tomada em 1099, criando-se novo Estado latino. Os barões elegeram como chefe a Godofredo de Bouillon. Em 1100, os cruzados ocuparam o porto de Jafa. Quanto a Jerusalém e às outras cidades, os cruzados jamais pensaram em restaurar nelas o domínio bizantino, ou o patriarcado ortodoxo. Fundaram um patriarcado latino.

A partir de 1187, Jerusalém voltou ao domínio muçulmano, depois de 88 anos de ocupação latina. Saladino permitiu outra vez aos judeus a entrada da cidade. Com exceção de dois curtos períodos em que esteve em poder dos cristãos, a Cidade Santa permaneceu durante largo tempo sob os muçulmanos.

Três grandes impérios exerceram seu predomínio sucessivo: persa, mongol e otomano. Durante a Primeira Guerra Mundial, Jerusalém passa às mãos dos ingleses (1917) sem batalha. O governo britânico fixa sua sede em Jerusalém. Junto com a organização do governo civil é criada uma entidade central dos judeus de Eretz Israel, encabeçada por um conselho Nacional de três membros eleitos, com sede em Jerusalém. A jurisdição religioda também é restabelecida, sendo fundado o Rabinato Principal.

Dicionário Enciclopédico das Religiões
Ed. Vozes - Petrópolis (RJ) 1995
Pág. 1443

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF