Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)
O Cristo presente na realidade humana:
“Nunca afastes de algum pobre o teu olhar” (Tb 4,7)
Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus!
Neste 33º Domingo do tempo comum, a Igreja Católica convida seus filhos a se
unirem em oração, no 7º Dia Mundial dos Pobres. É um momento para colocarmos
diante do Senhor da vida, o clamor dos pobres e excluídos, tendo presente o
sofrimento e as necessidades de milhões de pessoas que padecem pela falta de
condições digna de vida. São as vítimas das políticas econômicas que geram
exclusão social e alimentam a corrupção na administração da causa pública em
muitos países, deixando à margem o interesse pelo bem comum da
sociedade.
Na sua mensagem para este 7º Dia Mundial dos
Pobres, o Papa Francisco nos traz a figura de Tobite, um homem já idoso,
temente a Deus, e que sempre procurou praticar a caridade para com seus irmãos.
Mesmo nos momentos mais difíceis, quando começa a passar por necessidades, e
tomado pela cegueira, não é compreendido e é criticado até mesmo pelos que
estavam mais próximos dele. Mas Tobite manteve-se fiel a Deus e aos seus
princípios, e não deixa de afirmar: «O Senhor foi o meu bem». E expressa a sua
confiança no Senhor, em quem sempre confiou, deixando ao filho, “como um bom
pai”, não muitos bens materiais, mas sobretudo o testemunho do caminho que há
de seguir na vida. As sábias palavras de Tobite nos ajudam a refletir a
grandeza do amor-caridade, também na realidade de hoje: «Filho, lembra-te
sempre do Senhor, nosso Deus, em todos os teus dias, evita o pecado e observa
os seus mandamentos. Pratica a justiça em todos os dias da tua vida e não andes
pelos caminhos da injustiça» (Tb 4, 5). «Dá esmolas, conforme as tuas
posses. Nunca afastes de algum pobre o teu olhar, e nunca se afastará de ti o
olhar de Deus» (Tb 4, 7).
Na realidade em que vivemos, temos várias
instituições que fazem ações em prol dos pobres todos os dias. É louvável o
empenho de tantas pessoas que se doam por amor ao Cristo pobre, presente nos
pobres. O Papa Francisco nos motiva para darmos um passo a mais, tendo presente
os desafios e a realidade “da pobreza, que permeia as nossas cidades como um
rio, que engrossa sempre mais até extravasar; e parece submergir-nos, pois o
grito dos irmãos e irmãs que pedem ajuda, apoio e solidariedade ergue-se cada vez
mais forte”. Não podemos ficar na indiferença ou ignorar que “os pobres
são pessoas, têm rosto, uma história, coração e alma. São irmãos e irmãs, com
os seus valores e defeitos, como todos, e é importante estabelecer uma relação
pessoal com cada um deles”.
Na conclusão da sua mensagem, o Papa Francisco nos recorda que nesta “casa que é o mundo, todos têm direito de ser iluminados pela caridade, ninguém pode ser privado dela”. Que o testemunho de homens e mulheres, santos e mártires da caridade, nos inspire a mantermos o olhar sempre fixo no rosto humano e divino do Senhor Jesus Cristo, presente nos pobres.
Fonte: https://www.cnbb.org.br/
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