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quinta-feira, 9 de junho de 2022

Dez conselhos práticos para a luta diária contra o demônio

A tentação de Cristo de Félix Joseph Barrias / Crédito: Wikimedia Commons

REDAÇÃO CENTRAL, 08 jun. 22 / 05:00 am (ACI).- Há algum tempo os exorcistas da Igreja Católica vêm informando um aumento da atividade demoníaca, e por isso, pedem constantemente aos fiéis para se afastarem do mal e do pecado, aproveitando as ferramentas que Deus oferece para proteger o homem.

O ‘National Catholic Register’ reuniu vários conselhos sobre como prevenir o mal, com base em duas entrevistas com mons. John Esseff, sacerdote da diocese de Scranton (Pensilvânia), exorcista há mais de 40 anos; e o bispo de Springfield, dom Thomas Paprocki.

A seguir, dez conselhos práticos que compartilharam aos fiéis:

1. Odiar o pecado e se manter afastado do mal

Mons. Eseff indicou que “o trabalho habitual do demônio é o pecado” e “provoca a morte das almas”, portanto, sempre deve ser rechaçado.

“É melhor se proteger do mal do que tentar se livrar dele. Depois que ele abre uma porta, nem sempre pode ser fechada por conta própria”, acrescentou.

2. Nunca falar diretamente com o demônio

Deve-se entender que a batalha espiritual não é uma luta entre duas pessoas iguais. Somente em um exorcismo, o sacerdote fala com o demônio, mas requer uma permissão do bispo local para ter toda a autoridade da Igreja.

“Um leigo deve se dirigir somente a Deus, pois pode se envolver em problemas falando com o demônio”, explicou dom Paprocki.

3. Reconhecer como o demônio trabalha

“A possessão é o trabalho extraordinário do diabo e é muito raro (embora a obsessão, a opressão, a infestação sejam mais comuns). Seu trabalho ordinário é a tentação e enfrentamos a tentação todos os dias”, afirma dom Paprocki.

Por sua parte, mons. Esseff, explica que “o poder de satanás aumenta quando as pessoas não acreditam que ele é real. Deus é ‘Eu sou o que sou’, mas o diabo quer ser: ‘Eu sou o que não é’”.

4. Ter uma vida sacramental

Mons. Esseff destacou que depois que a confissão deixa de ser frequente, “a atividade de Satanás aumenta. Para diminuir a obra de satanás, é necessário se confessar com mais frequência. A confissão é mais poderosa do que um exorcismo. A primeira é um sacramento e a outra é uma bênção”.

“A melhor maneira de nos proteger do mal é através dos sacramentos, porque foram instituídos por Jesus Cristo e nos enchem de graça para nos proteger e nos aproximar de Deus”, acrescentou dom Paprocki.

5. Usar sacramentais

Pode-se usar sacramentais como a água benta, os terços, os escapulários e outros artigos religiosos porque “foram dados pela Igreja pela inspiração do Espírito Santo”.

“São formas que nos ajudam a ser santos”, indicou dom Paprocki.

6. Pedir ajuda a Deus na oração

“Vocês devem dizer e fazer coisas de maneira diferente de como lhes indica a sua natureza. É a natureza humana que cai novamente nos hábitos antigos. As pessoas precisam procurar a Deus e rezar pela graça. Então, devem estar prontos para aceitar estas graças e se esforçarem por tomar boas decisões”, explicou mons. Esseff.

Ambos os exorcistas recomendaram orações de proteção como o “Pai Nosso”, o “Credo dos Apóstolos”, o “Credo Niceno-Constantinopolitano”, “A couraça da São Patrício” ou a São Miguel Arcanjo.

Também recordaram pedir a intercessão de Maria Santíssima e dos santos.

7. Abençoar o lar

“Podemos pedir para que um sacerdote abençoe a nossa casa e use orações menores de exorcismo. Um exorcismo menor não precisa de permissão do bispo para ser realizada”, sublinhou dom Paprocki.

8. Consultar um sacerdote, caso necessite de ajuda

Mons. Esseff afirmou que, “quando um sacerdote reza e dá a sua bênção, está agindo na pessoa de Jesus Cristo, que é poderoso. Quando entro em uma sala, o diabo vê Jesus Cristo”.

9. Perseverar na leitura espiritual

Ler a Bíblia todos os dias. Além disso, os exorcistas recomendaram alguns livros católicos como o “Um Manual para a Guerra Espiritual”, de Paul Thigpen, e “Orações de Libertação”, de pe. Chad Ripperger.

10. Visitar Deus no Santíssimo Sacramento

É importante dedicar um tempo para forcar-se somente na adoração a Deus, agradecer e pedir a sua ajuda para crescer com a graça. Recomenda-se participar da hora santa, pelo menos uma vez por semana.

Fonte: https://www.acidigital.com/

Lembra-te do teu fim e deixa o ódio

O Papa no Cemitério Militar Francês | Vatican News

É uma frase da Bíblia, extraída do Livro de Sirac. O Papa a recordou em um Angelus e hoje parece cada vez mais atual diante das palavras de ódio que estão sendo ouvidas e diante dos riscos de uma expansão da guerra na Ucrânia. Com ódio, também a indiferença põe em perigo a humanidade: há tantas vítimas de guerras esquecidas no mundo.

Sergio Centofanti – Vatican News

Quando as palavras de ódio aumentam, cresce o risco de que se tornem gestos de violência, se já não se tornaram armas que matam e destroem. Em um mundo já ferido por tantos conflitos e tanta indiferença para com aqueles que sofrem, quando as palavras de ódio se multiplicam, os perigos se tornam maiores para todos. Aqueles com importantes poderes decisórios podem mais facilmente apertar os botões errados se estiverem repletos daquela raiva que é alimentada por palavras inflamatórias. Toda a humanidade corre mais riscos se as palavras de ódio forem proferidas pelos poderosos deste mundo.

Uma frase contra o rancor

"Lembra-te do teu fim e deixa o ódio", lemos na Bíblia (Sir 28,6). Isto foi escrito há cerca de 2200 anos por um judeu de Jerusalém, Yehoshua Ben Sirac. O Papa ressaltou essa passagem em um Angelus dois anos atrás, em 13 de setembro de 2020:

Hoje, pela manhã, enquanto celebrava a Missa, parei e fiquei impressionado com uma frase da primeira Leitura, no livro de Sirac. A frase diz assim: "Lembra-te do teu fim e deixa o ódio". Linda frase! Pense no fim! Pensa que você estará em um caixão ... e levará ali o seu ódio? Pense no fim, pare de odiar! Pare o ressentimento. Pensemos nesta frase, tão pungente: "Lembra-te do teu fim e deixa o ódio".

"Lembra-te da corrupção e da morte" - continua Sirac - "e não tenhas ressentimento do próximo ... Perdoa a ofensa a teu próximo e então pela tua oração teus pecados serão perdoados."

Ódio e indiferença

Odiar faz mal a si mesmo antes que aos outros. Mas também a indiferença é um grande mal. Esquecemos muitas situações dolorosas, viramos o rosto para o outro lado, nos acostumamos com o sofrimento dos outros, entre os quais estão aqueles que continuam a viver e a morrer em guerras esquecidas.

Síria esquecida

Há mais de 11 anos há combates na Síria: há cerca de meio milhão de mortos e mais de 11 milhões de refugiados e deslocados. O cardeal Mario Zenari, núncio em Damasco, diz com tristeza: fomos esquecidos, "a esperança foi embora do coração de tantas pessoas e em particular do coração dos jovens, que não veem futuro em seu país e procuram emigrar". Há fome: "Há falta de pão e agora, com a guerra na Ucrânia, até mesmo de farinha". Nestes anos de guerra, talvez dois terços dos cristãos tenham deixado a Síria: "Nestes conflitos, os grupos minoritários são o elo mais fraco da corrente". E agora há um esquecimento: "Isto - observa - é mais uma grave desgraça que se abateu sobre a Síria". A de cair no esquecimento. Este esquecimento machuca muito as pessoas".

Fome e guerra na Etiópia

O cardeal Berhaneyesus Souraphiel, arcebispo de Adis-Abeba, fala da guerra e da fome na Etiópia: "Milhões de etíopes precisam desesperadamente de assistência humanitária". Quem se lembra deles?

O Calvário de Mianmar

Em Mianmar "ainda estamos no Calvário", diz o cardeal Charles Maung Bo, arcebispo de Yangun, com um regime militar que não poupa ataques às igrejas e a milhares de refugiados birmaneses que vagueiam na floresta. Ninguém é poupado pelo colapso da economia: mais da metade da população é reduzida à pobreza. Os jovens se sentem privados de seu futuro. Nesta via-sacra - afirma - "a fé profunda do povo é impressionante... Como cristãos, encontramos esperança no profundo mistério da loucura da cruz".

Iêmen, periferia do mundo

O bispo Paul Hinder, vigário apostólico emérito do Sul da Arábia, fala sobre a guerra esquecida no Iêmen, onde a emergência humanitária está afligindo milhões de pessoas. Mais de 2 milhões de crianças arriscam suas vidas por causa da fome: "Estas guerras esquecidas - diz ele - são de pouco interesse. O Iêmen está para muitos realmente na periferia do mundo".

Poderíamos todos viver em paz

Estas são apenas algumas guerras esquecidas. As guerras muitas vezes começam com palavras de ódio. "Hoje devemos dizê-lo claramente - disse o Papa Francisco -, há muitos semeadores de ódio no mundo, que destroem", porque "a língua é uma arma feroz, mata", enquanto "poderíamos viver como irmãos, todos nós, em paz" (Missa na Santa Marta, 12 de novembro de 2019).

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 8 de junho de 2022

Amor em família: vocação e caminho de santidade

paoline.org

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ) 

Estamos chegando ao final do Ano Mundial da Família Amoris Laetitia que se conclui neste mês de junho com o X Encontro Mundial das Famílias. Um trabalho muito grande e importante para que as famílias estejam cada vez mais bem preparadas para a missão importante na sociedade.  

O Encontro Mundial do Papa com as Famílias. 

Iniciamos o X Encontro Mundial do Papa com as Famílias, que neste ano é celebrado num tempo de esperança e renascimento, por conta da pandemia do novo coronavírus, tendo o seguinte tema: Amor em família: vocação e caminho de santidade de 22 a 26 de junho de 2022.   

O evento, por desejo do Papa Francisco, acontecerá com iniciativas globais nas dioceses do mundo inteiro, parecidas às que, ao mesmo tempo, se farão em Roma. Apesar de Roma sediar o evento, cada diocese torna-se o centro de um Encontro local para as suas famílias e comunidades. Tudo isso com o intuito de permitir a todos sentirem-se protagonistas, num momento em que ainda é difícil viajar por conta da pandemia. 

O Encontro Mundial das Famílias é uma iniciativa da Igreja Católica que nasceu pela vontade de São João Paulo II, em 1994. Naquele ano, as Nações Unidas haviam declarado o “Ano Internacional da Família” e o pontífice quis celebrar também na Igreja a ocasião. O I Encontro Mundial das Famílias foi realizado em Roma nos dias 8 e 9 de outubro de 1994. Desde então, a cada três anos e em diferentes lugares do mundo, é realizado um Encontro Mundial das Famílias. 

Ao mesmo tempo em que iniciamos este encontro, estamos também concluindo o ano dedicado ao aprofundamento da Exortação Apostólica Amoris Laetitia e que teve como lema escolhido “O anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia” (AL, 1). Uma comemoração complementa a outra e caminham juntas, num mesmo e único objetivo, que é viver o amor e a misericórdia nas famílias. 

Por ocasião destes dois eventos, gostaria de dirigir-lhes algumas palavras, como o objetivo de incentivar e animar a vocação à vida de famílias cristãs no mundo de hoje.  

Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé e aos grandes valores que permeiam a vida humana, as famílias cristãs são de importância primordial. O lar cristão é o lugar em que os filhos recebem o primeiro anúncio da fé e as bases de tudo o que levarão para toda a sua vida. Por isso, o Concílio Ecumênico Vaticano II chama a família, usando uma antiga expressão, de “Igreja doméstica”. É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé. 

Sabemos que muitos têm perdido o sentido de ser família, motivados seja pela sociedade ou governo, querendo mudar o modelo de família criado por Deus ou mesmo fomentando divisões na própria família, como pais que não falam com seus filhos ou vice-versa. As famílias cristãs devem ser protagonistas de união em meio a uma sociedade marcada pelas divisões e intolerâncias, cuidando para que a nossa casa seja um lar de paz, respeito e carinho; e que, sobretudo, transmita a fé! Nestes tempos de pandemia, todos fomos testemunhas de como a família tem sido refúgio e local de santificação mais efetivo da vida matrimonial e familiar. 

Sabemos que o lar é a primeira escola do mundo e da vida cristã. É uma escola de enriquecimento humano.  Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. (n. 2205). 

É nas famílias que se aprende os verdadeiros valores, sejam eles morais, de fé, educação, respeito, entre outros. Se quisermos construir um futuro melhor para nosso país, essa base deve ser iniciada na família, ensinando os valores cristãos aos nossos filhos e netos e dizendo a eles a importância e a responsabilidade que é cuidar de uma família. 

Podemos perceber, ao refletir sobre tudo isto, que a vivência do amor, da justiça, da solidariedade nasce na família para depois se expandir para toda uma sociedade. Para seguir o projeto de Deus e, consequentemente, para vivermos a felicidade em plenitude, é preciso, aqui na terra, aqui neste mundo que tanto tenta destruir a família, é preciso que saibamos defendê-la, porque ela é o esteio da sociedade e é nela que podemos cultivar, desde a mais tenra infância, a fé, a esperança e a caridade, virtudes que farão deste mundo um mundo melhor e que, com toda a certeza, nos levarão à glória do Pai. 

A Igreja sempre teve em seu íntimo um carinho especial pelas famílias, tendo sempre como exemplo a Sagrada Família de Nazaré. É importante ver as famílias reunidas na Igreja, participando juntas da Eucaristia e dos Sacramentos. É de uma riqueza muito grande ver a fé sendo passada de geração a geração e em cada família deve prevalecer os ensinamentos cristãos. 

Rezemos por nossas famílias, em especial por aquelas que passam por dificuldades, sendo elas as mais variadas. Como Igreja Arquidiocesana, vivenciemos em clima de oração, de unidade e fraternidade estes dias em que estaremos mais intimamente unidos às famílias cristãs de todo o mundo. Que a Sagrada Família de Nazaré seja um exemplo para cada família e a livre de todos os males e perigos.  

O Ano Amoris Laetitia 

Em 19 de março de 2021, vivendo o Ano de São José, a Igreja comemorou 5 anos da publicação da Exortação Apostólica pós-sinodal “Amoris Laetitia” sobre a beleza e a alegria do amor familiar. Neste mesmo dia, o Papa Francisco inaugurou o Ano “Família Amoris Laetitia”, que terminará em 26 de junho de 2022, por ocasião da  conclusão do X Encontro Mundial das Famílias em Roma. 

Foram apresentados para a vivência deste ano, cinco objetivos, verdadeiros pilares nos quais devem estar fundadas as iniciativas, a saber:

Difundir o conteúdo da exortação apostólica “amoris laetitia” – Para fazer as pessoas experimentarem “que o Evangelho da família é alegria que enche o coração e a vida inteira” (AL 200). Uma família que descobre e experimenta a alegria de ter um dom e de ser um dom para a Igreja e para a sociedade, «pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo» (AL 66). E o mundo hoje precisa dessa luz!

Anunciar o sacramento do matrimônio é dádiva e tem poder transformador do amor humano – Para isso é necessário que os pastores e as famílias caminhem juntos na corresponsabilidade e complementaridade pastoral, entre as diferentes vocações na Igreja (cf. AL 203).

Tornar as famílias protagonistas da pastoral familiar – Para tanto, é necessário “um esforço evangelizador e catequético dirigido à família” (AL 200), pois uma família discípula torna-se também família missionária.

Conscientizar os jovens – Sobre a importância da formação à verdade do amor e ao dom de si, com iniciativas a eles dedicadas.

Alargar o olhar e a ação da pastoral familiar – Para que se torne transversal, de modo a incluir os cônjuges, os filhos, os jovens, os idosos e as situações de fragilidade familiar.

O Ano Família “Amoris Laetitia” foi uma iniciativa do Papa Francisco e pretendeu chegar a todas as famílias do mundo através de propostas de caráter espiritual, pastoral e cultural. Bem sabemos que a pandemia pôs em evidência o papel central da família como igreja doméstica e mostrou a importância dos laços comunitários entre as famílias. (Família de famílias, cf. AL 87). 

Este ano foi marcado pela proposta de um itinerário de um verdadeiro caminhando com as famílias, para cujo caminhar foram apresentados 12 percursos pastorais: Itinerários Catecumenais (antes e depois do matrimônio); Acompanhamento dos esposos; Educação dos filhos; A beleza e as dificuldades da vida familiar; Acompanhamento dos casais em crise; Inserir casais nas estruturas para configurar a pastoral familiar e formação de agentes, seminaristas e sacerdotes; Promover nas famílias sua natural vocação missionária; Desenvolver uma pastoral dos idosos; Envolver a pastoral juvenil; Preparação para o X Encontro Mundial das Famílias; Acompanhamento e discernimento para as famílias feridas; Grupos de aprofundamento sobre a Amoris Laetitia. 

No domingo 26 de dezembro de 2021, o Papa anunciou no Ângelus e publicou uma sua Carta aos Esposos, por ocasião do Ano Família “Amoris Laetitia”. 

Nesta Carta aos esposos do mundo inteiro, o Papa expressa com evidência sua estima e proximidade, especialmente neste período tão especial em que toda a humanidade está a viver. De fato, ele atesta que “sempre recorda das famílias em suas orações, sobretudo durante esta pandemia, que colocou todos a uma dura prova, de modo particular, os mais vulneráveis”. Este foi e continua sendo um momento de incerteza, solidão e perda de entes queridos. O amor conjugal neste tempo se fortalece e a presença na família com suas exigências, faz fortalecer os laços de comunhão. 

Como Abraão, o nosso pai na fé, (pai das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo) deixou a sua terra natal, também os esposos devem se colocar a caminho, na companhia de Deus, obedientes ao chamado divino ao amor conjugal e à doação pessoal. O noivado já é uma saída da própria terra, porque pretende dos noivos um caminho a dois, que culmina com o matrimônio, lugar onde Deus habita e no qual como rocha firme está firmada a futura convivência. 

O Santo Padre chamou também a atenção dos esposos relativamente aos filhos, sobretudo os mais pequeninos, aos quais eles devem dar exemplo e testemunho de um amor vivo e fiel; não é fácil a educação dos filhos. Os jovens, sempre muito observadores, percebem o amor de Cristo presente no amor de seus pais. Os filhos são um dom e mudam a história da família; têm sede de amor, confiança e segurança. Os esposos educam os filhos, mas eles também os educam. Educar é acompanhar o processo de crescimento de seus filhos, quer na esfera educacional como espiritual. 

O Papa Francisco recorda a identidade e a missão dos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, no trabalho e na família, na comunidade paroquial e diocesana, segundo seus carismas e vocações; exortando, pois, os esposos a colaborarem no âmbito eclesial, de modo particular na Pastoral da Família, na tutela das igrejas domésticas, pois a família é a célula fundamental da sociedade. 

Ao tratar da vocação matrimonial, o Papa assevera que o matrimônio tem a missão de guiar um barco instável, mas seguro, por meio dos sacramentos, em um mar, muitas vezes, revolto. Mas, assim como aconteceu com os discípulos no Mar da Galileia, o Mestre, não os abandona, Ele estava presente e as águas se acalmaram. Hoje, Jesus, não duvidemos, também está presente no barco do matrimônio, velando pelos esposos e filhos que, somente assim, poderão viver em paz, superar as desavenças e encontrar a solução de seus muitos problemas.  

A consciência da fragilidade e da impotência dos esposos encontram a âncora de sustento e soerguimento nas mãos do Senhor. Em uma tempestade, os apóstolos conseguiram reconhecer a realeza e a divindade de Jesus e aprender a confiar nele; ele não nos abandona jamais. 

À luz destas reflexões, o Papa recorda algumas situações familiares neste tempo de pandemia que acabamos de passar, mas que nos propôs situações que podem se tornar perenes: convivência, diálogo, preocupações, acolhimento, compreensão, dar as mãos, rezar juntos; expressa sua proximidade e afeto aos esposos que chegaram a uma ruptura, por desentendimentos e discussões. A eles pede para não se esquecerem do perdão, que cura todas as feridas. O amor humano é frágil e precisa do amor fiel de Jesus, com o qual construir a “casa sobre a rocha”. 

Ainda como mensagem dessa sua Carta, o Romano Pontífice se dirige, de modo especial, aos jovens que se preparam para o casamento, convidando-os a seguir o exemplo de São José, a manter sua confiança na Providência divina e a não hesitar em buscar ajuda em suas famílias, Igreja e paróquia. Dirige também uma saudação especial aos avós e idosos, que, no período de isolamento, mais sofreram por não poder ver seus netos e filhos. A família não pode prescindir dos avós, porque são a memória viva da humanidade. 

Na conclusão da sua Carta, o Santo Padre invoca a proteção de São José, e de Nossa Senhora, para que acompanhem a vida conjugal. E conclui: “Esposos, não deixem que vos roubem a alegria e a esperança, mas vivam intensamente a sua vocação matrimonial e a missão que Jesus lhes confiou, perseverando na oração e na “fração do pão”. Nesta cultura do “encontro” os esposos têm a sua missão, são chamados a dar testemunho, que creio, se funda no fato do próprio cristianismo ser a religião do encontro, o Deus uno e trino que tudo faz para se encontrar com o homem, que vem ao encontro do homem, fazendo-se um deles, em Jesus Cristo. 

 A Família e a sociedade

A família é o ambiente privilegiado onde cada pessoa aprende a dar e receber amor, lugar onde se aprende a fazer da vida dom. Por isso a Igreja manifesta constantemente a sua solicitude pastoral por este espaço fundamental para a pessoa humana, onde ela aprende a importância de fazer-se dom de si, da partilha e do viver em comunidade. Assim ensina no seu Magistério: “Deus, que é amor e criou o homem por amor, chamou-o a amar. Criando o homem e a mulher, chamou-os ao Matrimônio a uma íntima comunhão de vida e amor entre eles, “de maneira que já não são dois, mas uma só carne” (Mt 19, 8)” (Compêndio do CIC, 337). 

Esta é a verdade que a Igreja proclama ao mundo sem cessar. São João Paulo II dizia que “O homem se tornou “imagem e semelhança” de Deus, não somente através da própria humanidade, mas também através da comunhão das pessoas que o homem e a mulher formam desde o princípio. Tornam-se a imagem de Deus não tanto no momento da solidão quanto no momento da comunhão” (Audiência geral de 14.11.1979). É na vivência da comunhão que testemunhamos e fazemos Deus presente no meio do mundo e nas realidades do dia a dia, sejam as mais simples, sejam as mais complexas. 

A família é uma instituição de mediação entre o indivíduo e a sociedade, é um dos primeiros instrumentos de socialização e nada a pode substituir totalmente. Ela apoia-se sobretudo numa profunda relação interpessoal entre o esposo e a esposa, sustentada pelo afeto, compreensão e doação mútuos. No sacramento do Matrimônio, ela recebe a abundante ajuda de Deus, que comporta a verdadeira vocação para a santidade. Peçamos a  Deus que os filhos contemplem mais os momentos de harmonia e afeto dos pais e não os de discórdia e distanciamento, pois o amor entre o pai e a mãe oferece aos filhos uma grande segurança e ensina-lhes a beleza do amor fiel e duradouro, sendo também a base para toda relação harmônica que hão de ter ao longo da vida. 

Não nos esqueçamos de que a família é um bem necessário para os povos, um fundamento indispensável para a sociedade e um grande tesouro dos esposos durante toda a sua vida. É um bem insubstituível para os filhos, que hão de ser fruto do amor, da doação total e generosa dos pais. Proclamar a verdade integral da família, fundada no matrimônio, como Igreja doméstica e santuário da vida é uma grande responsabilidade de todos. 

 Pai e a mãe deram-se um “sim” total diante de Deus, o qual constitui a base do sacramento que os une; do mesmo modo, para que a relação interna da família seja completa, é necessário que digam também um “sim” de aceitação aos seus filhos, aos que geraram ou adotaram e que têm a sua própria personalidade e carácter. Assim, eles irão crescendo num clima de aceitação e amor, e é de se desejar que ao alcançar uma maturidade suficiente queiram dar, por sua vez, um “sim” a quem lhes deu a vida. Num tempo marcado por divisões, exclusões e polarizações, a família torna-se mais uma vez um rico instrumento onde se ensina a acolhida e a aceitação do outro. 

Os desafios da sociedade atual, marcada pela dispersão que acontece sobretudo no ambiente das grandes cidades, fazem necessário garantir que as famílias não estejam sós. Um pequeno núcleo familiar pode encontrar obstáculos difíceis de superar se se acha isolado do resto dos seus parentes e amizades. Por isso, a Igreja tem a responsabilidade de oferecer acompanhamento, estímulo e alimento espiritual que fortaleçam a união entre as  famílias, sobretudo nas provações ou momentos críticos. Neste sentido, é muito importante o trabalho nas paróquias, assim como das diversas comunidades, chamadas a colaborar como redes de apoio e auxílio à Igreja para o crescimento da família na fé. 

Cristo sempre revelou qual é a fonte suprema da vida para todos e, portanto, também para a família: “Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 12-13). O amor do próprio Deus foi derramado sobre nós no batismo. Portanto, as famílias são chamadas a viver essa qualidade de amor, pois o Senhor é quem se faz garante de que isso é possível para nós através do amor humano, sensível, afetuoso e misericordioso como o de Cristo. 

Junto com a transmissão da fé e do amor do Senhor, uma das maiores tarefas da família é a de formar pessoas livres e responsáveis. Por isso os pais devem ir desenvolvendo nos seus filhos a liberdade, da qual durante algum tempo são tutores. Se estes veem que seus pais e em geral os adultos que os rodeiam vivem a vida com alegria e entusiasmo, apesar das dificuldades, crescerá neles mais facilmente esse prazer imenso de viver que os ajudará a superar certamente os possíveis obstáculos e contrariedades que a vida humana trará. Ademais, quando a família não se fecha em si mesma, os filhos vão aprendendo que toda a pessoa é digna de ser amada, e que há uma fraternidade fundamental universal entre todos os seres humanos. 

O X Encontro Mundial convida-nos a refletir sobre um tema de particular importância e que encerra uma responsabilidade para nós: “Amor em família: vocação e caminho de santidade”. Expressa-o muito bem o Catecismo da Igreja Católica: “Tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (n.171). 

Transmitir a fé aos filhos, com a ajuda de outras pessoas e instituições como a paróquia, a escola, movimentos e demais comunidades é uma responsabilidade que os pais não podem esquecer, descuidar ou delegar totalmente. “A família cristã é chamada Igreja doméstica porque manifesta e realiza a natureza comunitária e familiar da Igreja enquanto família de Deus. Cada membro, segundo seu próprio papel, exerce o sacerdócio baptismal, contribuindo para fazer da família uma comunidade de graça e de oração, escola de virtudes humanas e cristãs e lugar do primeiro anúncio da fé aos filhos” (Compêndio do CIC, 350). Ademais: “Os pais, enquanto participantes da paternidade divina, são os primeiros responsáveis pela educação dos seus filhos e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e de respeitar os seus filhos como pessoas e como filhos de Deus. Especialmente, têm a missão de educá-los na fé cristã” (Compêndio,460). 

Os fundamentos da fé são aprendidos dentro das nossas casas, onde a fé cresce e se fortalece através da oração e da prática cristã, uma fé que se aprende primeiramente por meio do testemunho. Esta é a fé da Igreja que vem do amor de Deus, por meio das famílias. Viver a integridade desta fé, na sua maravilhosa novidade, é um grande dom. 

O dom da fé dá novo ânimo para seguir anunciando o Evangelho da família, reafirmar a sua vigência e identidade apoiada no matrimônio aberto ao dom generoso da vida e onde se acompanham os filhos no seu crescimento corporal e espiritual. Deste modo, opõe-se uma busca exagerada pelo prazer muito difundida, que banaliza as relações humanas e as esvazia do seu genuíno valor e beleza. Promover os valores do matrimônio não impede de saborear plenamente a felicidade que o homem e a mulher encontram no seu amor mútuo. A fé cristã, portanto, não pretende sufocar o amor, mas fazê-lo mais são, forte e realmente livre. Para isso, o amor humano necessita se purificar e amadurecer para ser plenamente humano e princípio de uma alegria verdadeira e duradoura. 

Neste contexto, gostaria também de convidar os governantes a refletirem sobre o bem evidente que os lares em paz e harmonia garantem ao homem, à família, centro da sociedade. A família é uma escola de humanização do homem, a fim de que cresça até se fazer verdadeiramente homem. Neste sentido, a experiência de ser amado pelos pais leva os filhos a ter consciência da sua dignidade de filhos. 

Os filhos concebidos têm de ser educados na fé, amados e protegidos. Os filhos, com o fundamental direito a nascer e ser educados na fé, têm direito a um lar que tenha como modelo o de Nazaré e sejam preservados de todo o tipo de divisões e ameaças. 

Creio que seria importante referir-me agora aos nossos queridos avós, tão importantes nas famílias. Eles podem ser e muitas vezes são garantia do afeto e da ternura que todo o ser humano necessita de dar e receber. Eles dão às crianças a perspectiva do tempo, são memória e riqueza das famílias. Deus queira que, por nenhuma razão, sejam excluídos do círculo familiar. São um tesouro que não podemos arrebatar às novas gerações, sobretudo quando dão testemunho da fé diante da proximidade da morte. 

Conclusão

Caminhemos felizes e com esperança, vivendo intensamente o X Encontro Mundial das Famílias com o Papa em Roma. Cuidemos do nosso bem precioso que é a nossa família, aproveitemos o maior tempo possível para estarmos com ela. Pois, é a família que Deus nos presenteou, para cuidar e amar. O Papa Francisco reforça na Exortação Amoris Laetitia que “A presença do Senhor habita na família real e concreta, com todos os seus sofrimentos, lutas, alegrias e propósitos diários. Quando se vive em família, é difícil fingir e mentir, não podemos mostrar uma máscara. Se o amor anima esta autenticidade, o Senhor reina nela com a sua alegria e a sua paz. A espiritualidade do amor familiar é feita de milhares de gestos reais e concretos. Deus tem a sua própria habitação nesta variedade de dons e encontros que fazem maturar a comunhão. Esta dedicação une «o humano e o divino», porque está cheia do amor de Deus. Em suma, a espiritualidade matrimonial é uma espiritualidade do vínculo habitado pelo amor divino”.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

O que os adolescentes realmente precisam que seus pais lhe ensinem hoje em dia?

LightField Studios | Shutterstock
Por Cerith Gardiner

O que funcionou no passado pode não ser tão aplicável hoje, mas, atualmente, faltam alguns elementos daquela educação do passado.

A sociedade vem mudando a um ritmo tão rápido, que às vezes é um pouco difícil de acompanhar! Portanto, imagine como deve ser desconcertante para os adolescentes de hoje fazer a transição para a vida adulta.

O que funcionou no passado pode não ser tão aplicável hoje, mas, atualmente, faltam alguns elementos do passado – e, é claro, alguns fundamentos que os adolescentes precisam adquirir e que podem ser adaptados à nossa sociedade moderna.

Para mim, que sou mãe de quatro – dois adolescentes e dois jovens adultos – tem sido um processo de aprendizado. Minha infância de viver em uma pacata cidade do interior sem os aparelhos mais modernos está bem distante da vida de meus filhos. Eles crescem em uma capital com tecnologia digital. Mas isso também é aprendizado – para mim e para eles.

Portanto, aqui estão algumas coisas que eu acredito que os adolescentes precisam dos pais para se tornarem grandes adultos. Se você tem algumas ideias a acrescentar, adoraríamos ouvi-las. Dei12xe-as nos comentários!

1. PAIS DEVEM SER PAIS, NÃO MELHORES AMIGOS

É cada vez mais comum que pais e filhos tenham um relacionamento um pouco confuso, com ênfase na amizade. É importante, entretanto, construir um relacionamento no qual o vínculo pai-filho seja respeitado, e os filhos conheçam seus limites. Quando há limites mais claros, é mais fácil disciplinar uma criança e ensiná-la a respeitar.

2. NÃO INCENTIVAR O CONSUMISMO

Não há dúvida de que nossa sociedade de hoje é voltada para o consumo. E quando estamos tratando nossos filhos com um pequeno presente cada vez que vamos à loja, não estamos ajudando em nada.

Essa necessidade de gratificação instantânea precisa ser transformada em paciência. Se eles querem ter uma bicicleta nova, precisam economizar dinheiro ou serem encorajados a ter um pouco de espírito empreendedor. Quando começarem a ver as recompensas de seu trabalho, seus esforços se multiplicarão, e eles terão um senso de realização.

3. TRANSFORMAR EXPECTATIVA EM GRATIDÃO

Precisamos incutir nos adolescentes a ideia de que as expectativas deles devem ser realistas. Sim, eles podem esperar que, se trabalharem duro na escola, deveerão ser recompensados com boas notas. Mas também é importante desenvolver um senso de gratidão. Se sairmos com nossos filhos, eles não devem esperar um sorvete, mas se eles ganharem um, devem se sentir gratos.

Pode parecer tão óbvio, mas muitos pais cansados caem na armadilha de se render e dar às crianças o que elas querem apenas para ter um pouco de paz e sossego. É aqui que você tem que ser forte – na verdade, mais forte do que o desejo de seu filho de tomar aquele sorvete! Será difícil. E cansativo. Mas certamente servirá a um propósito maior.

4. DESPERTAR AS BOAS MANEIRAS

As pessoas, muitas vezes, lamentam a falta de educação das crianças de hoje. No entanto, deve-se ressaltar que há muitos jovens maravilhosos que têm maneiras impecáveis, e um forte desejo de ajudar os outros.

Embora não vivamos mais em uma sociedade onde os homens tiram o chapéu quando cumprimentam alguém, ainda podemos pensar em tirar nossos óculos escuros quando paramos para conversar com os outros (mesmo que seja apenas para aquele “olá” inicial). Ainda podemos encorajar nossos filhos a ceder seus lugares para alguém mais necessitado – seja uma grávida, um idoso ou alguém com alguma deficiência. As boas maneiras começam em casa, portanto, seja um exemplo. Agradeça aos seus filhos se eles fizerem algo, mantenha a porta aberta para eles, e peça educadamente ao fazer-lhes alguma solicitação.

5. PERMITIR ERROS

Se o seu filho cometer um erro, dedique um tempo para conversar sobre o assunto. O que eles aprenderam com aquele erro? Como eles poderiam evitá-lo? Permita-lhes manter as coisas em perspectiva e eles crescerão em confiança.

6. GARANTIR SEGURANÇA

O lar de um adolescente deve ser seu refúgio seguro e um lugar de calma. Isso é especialmente verdadeiro para aqueles que vivem em grandes cidades, onde pode haver uma atmosfera de estresse e violência.

Mais do que tudo, saber que se é amado leva ao sentimento de segurança. Saber que eles podem cometer seus erros, que podem compartilhar seus sucessos e que sempre haverá alguém para apoiá-los e amá-los incondicionalmente, tudo isso vai trazer mais segurança aos adolescentes.

7. DAR O EXEMPLO DE FÉ

Com comentários depreciativos – verbais ou on-line – voltados para aqueles que seguem uma religião, às vezes é difícil se levantar e professar sua fé. Mas as crianças podem aprender com as pessoas que elas conhecem e amam.

Quer sejam membros da família, da comunidade, pessoas admiráveis na esfera pública ou os milhares de homens e mulheres santos da Igreja, há muitas grandes pessoas que mostrarão a seus filhos como levar uma vida de fé e virtude.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF