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segunda-feira, 27 de junho de 2022

O que falta: paz ou coerência?

Guadium Press
O segredo para vivermos em paz é sermos coerentes com uma reta vida cristã: vivermos de acordo com esta santa escolha que fizemos.

Redação (26/06/2022 14:04Gaudium Press) Um grande intelectual brasileiro dizia que a glória é como a nossa sombra: quanto mais corremos atrás dela, mais ela foge de nós; para que nos siga, é necessário fugir dela.

Mas isso não se passa somente com a glória; há uma série de outras coisas que obedecem à mesma regra, como por exemplo a paz.

“Paz”. Fala-se dela nos púlpitos, nos discursos políticos, nas mais diversas conferências, nas manifestações públicas… Mas, até hoje, quem a encontrou inteiramente? E não só isso: parece que quanto mais a buscamos, mais longe ela está de nós. Prova disso, as notícias publicadas nesses últimos meses: guerras, catástrofes naturais, roubos, crimes, assassinatos etc. É sempre a mesma coisa, só muda o lugar e a hora.

Isso sem contar a paz interior das pessoas. Terá havido época histórica em que a agitação e a inquietação, o medo e o temor pelo futuro tenham reinado tanto quanto em nossos dias? Por quê? Justamente porque se busca muito a paz… onde não existe.

O único caminho para a paz

Toda a Liturgia deste 13º Domingo do Tempo Comum nos convida a uma coisa só: seguirmos a Deus, cientes de que o resto nos virá por acréscimo.

Na primeira leitura, vemos Elias que, a mandato do Senhor, vai ungir Eliseu como profeta em seu lugar. Este apenas se despede de seus pais e passa a seguir Elias até o fim de sua vida (cf. Rs 19,16-21).

Já no Evangelho, o convite é muito mais exigente: “Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto para o Reino de Deus” (Lc 9,62). Foi o que Nosso Senhor respondeu àquele que disse: “Eu te seguirei, Senhor, mas deixa-me primeiro despedir-me de meus familiares” (Lc 9,62).

Quer dizer, então, que Nosso Senhor veio perturbar ainda mais a vida familiar, separando os filhos dos pais? Este abandonar tudo para seguir a Deus não produziria ainda mais infortúnios para esta nossa sociedade tão caótica?

Pensar assim significa não ter compreendido o que significa “seguir a Nosso Senhor”. O próprio São Paulo nos diz na segunda leitura de hoje: “Irmãos, é para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai, pois, firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão” (Gl 5,1). Esta entrega completa a Deus, muito longe de ser um fardo ou uma perturbação para o nosso espírito, constitui a verdadeira paz de alma. Só mesmo nela encontramos repouso, livres de tudo aquilo que nos liga a este mundo.

Isto não significa, porém, que todos devem trancar-se num convento, para viverem uma vida de oração e penitência, sem contato algum com o mundo, dedicando-se unicamente ao serviço de Deus. O convite feito por Nosso Senhor é mais acessível do que imaginamos.

Honremos a religião que professamos

O número de católicos no mundo de hoje – sobretudo no Brasil – constitui uma porcentagem bastante considerável. Dentre eles, entretanto, há quem possa definir o que é ser católico verdadeiramente?

Ser católico é somente ir à Missa aos Domingos ou participar das festas, eventos e comemorações na Igreja? É pagar o dízimo? É dar esmolas?

São coisas muito boas, louváveis e santas – algumas até obrigatórias. Entretanto, isto nem de longe constituiria o cerne da vida cristã se não deixássemos aqueles costumes que são contrários a ela.

É deveras coerente aquele que, se dizendo católico, frequenta certos locais hostis à vida da graça, não desvia seus olhares de cenas opostas ao pudor e é capaz de permitir que palavras obscenas e indecentes manchem os seus lábios? Isto não é colocar a mão no arado e olhar para trás? Quem age assim não está apto ao Reino de Deus – foi o próprio Jesus quem o disse (cf. Lc 9,62).

O que nasce daí é a perda da paz, uma agitação interior de quem deseja coisas contrárias ao mesmo tempo. Esta tensão não tarda em transbordar para os nossos atos, para a nossa vida de família e, como consequência, para toda a sociedade.

O segredo para a paz é sermos coerentes com uma reta vida cristã: vivermos de acordo com esta reta escolha que fizemos.

Devemos, portanto, tomar a resolução de, agora em diante, nos entregarmos inteiramente a Deus e honrarmos o nome de católico que portamos, rejeitando tudo quanto não seja digno dele. Que jamais voltemos nossas vistas para as práticas más que abandonamos, pois, como diz São Nilo, “os repetidos olhares para aquilo que deixamos nos fazem voltar ao costume abandonado”.[1]

Por Lucas Rezende


[1] SÃO NILO, O MONGE, apud SÃO TOMÁS DE AQUINO. Catena Aurea. In Lucam, c.IX, v.57-62.

A misteriosa Mulher de Apocalipse 12

Fred de Noyelle | Godong
Por Vanderlei de Lima

Eis o que bons teólogos dizem a respeito dessa Mulher – gloriosa, dolorosa, portanto também misteriosa – de Apocalipse 12.

O texto bíblico mais intrigante aplicado a Nossa Senhora é, sem dúvida o do capítulo 12 do Apocalipse (Ap). Estudemo-lo em seus aspectos mais salientes.

Dom Estêvão Bettencourt, OSB, em sua grande capacidade de síntese, assim nos expõe o conteúdo de Ap 12: “Este trecho apresenta uma Mulher gloriosa e dolorida ao mesmo tempo. Está para dar à luz um filho que um monstruoso Dragão espreita para abocanhá-lo. A Mulher gera seu Filho, que tem os traços do Messias; Ele escapa ao Dragão e é arrebatado aos céus. Dá-se, então, uma batalha entre Miguel com seus anjos e o Dragão; este acaba sendo projetado do céu sobre a terra, onde procura abater a Mulher-Mãe, perseguindo-a de diversos modos. Todavia, o próprio Deus se encarrega de defender a Mulher, no deserto, durante os três anos e meio ou os 42 meses ou os 1260 dias de sua existência. Vendo que nada pode contra essa figura grandiosa, a Serpente antiga atira-se contra os demais filhos da Mulher, tentando perdê-los” (Pergunte e Responderemos n. 475, dezembro de 2001, p. 541).

Dito isso, a pergunta fundamental a ser feita e esclarecida é a seguinte: “Quem é essa Mulher gloriosa e dolorosa, portanto também misteriosa apresentada por João?”. Duas grandes respostas podem ser oferecidas. Ambas – cada uma com sua abordagem própria – não se excluem, mas, complementam-se. Vejamo-las.

Dom Estêvão Bettencourt, afirma que a figura feminina trazida por João é uma “mulher eterna” a perpassar a história. Assim, ela representa a primeira Eva, a filha de Sião (povo do Antigo Testamento), Maria Santíssima (a segunda Eva ou a mãe dos viventes por excelência), a Santa Mãe Igreja (nossa geradora para a vida divina pelo santo Batismo) e, por fim, a Jerusalém celeste. São suas palavras: “a Mulher de Ap 12 é a Mulher como tal, na sua função específica da maternidade, já designada pelo nome de Eva. A mulher perpassa toda a história da salvação; a vida, até mesmo a vida do Messias, só vem aos homens através da Mulher. No Protoevangelho (Gn 3,15), o Senhor Deus quis colocar a mulher, e não o homem, como protagonista mais remota da obra da Redenção; ela é fonte e origem da linhagem donde sai o Messias e a vitória do Bem sobre o Mal; é nas entranhas da Mulher (agraciada por Deus ou cumulada de favores divinos) que está escondida a salvação da humanidade” (Curso de Mariologia. Rio de Janeiro: Mater Ecclesiae, 1997, p. 27).

Cândido Pozo, SJ, afamado teólogo espanhol, vê forte paralelo entre Gn 3,15 e Ap 12. Daí dar ao texto uma profunda interpretação mariana. Após esquadrinhar amplos dados do escrito apocalíptico, Pozo conclui o seguinte: “Tudo isso nos faz pensar que João, no capítulo 12 do Apocalipse, tenha visto a Igreja (sentido primeiro do texto) com traços de Maria. No realismo do nascimento do Messias (v. 5), dificilmente se pode desvincular a figura de sua Mãe histórica, a mulher mediante a qual o Povo de Deus da Antiga Aliança dá à luz o Messias; uma figura triunfal e celeste, em sua realidade ontológica e interiorizada de graça, a mãe de Cristo. É verdade que as dores de parto, do versículo 2, podem ser um mero modo bíblico e poético de falar que verdadeiramente deu à luz […]; mas a conexão literária existente entre o nascimento de Jesus e a sua elevação ao Pai (no v. 5), talvez, se refira à outra coisa: à participação dolorosa de Maria na passagem de Jesus desta terra para o Pai (o nascimento para o céu), às suas dores junto à cruz do Filho; com efeito, é ali onde […] Maria foi proclamada Mãe ‘dos que guardam os preceitos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus’ (Ap 12,17)”.

E continua, a título de conclusão: “Por tudo isso, o uso teológico do texto, em sua exegese mariológica, nos levará a destacar a dignidade de Maria expressa no versículo 1, sua participação nas dores de Jesus junto à cruz e sua maternidade espiritual no que diz respeito aos fiéis discípulos de Jesus” (María en la obra de la salvación. Madri: BAC, 1974, p. 245-246).

Eis o que bons teólogos dizem a respeito dessa Mulher – gloriosa, dolorosa, portanto também misteriosa – de Apocalipse 12.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pela vida, sempre

Suprema Corte derruba legalização federal do aborto nos Estados Unidos
EDITORIAL

Espera-se que a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos seja a ocasião para uma legislação que proteja a vida, os direitos das mulheres e a maternidade.

Andrea Tornielli

decisão da Suprema Corte, que após meio século cancela a legalização federal do aborto nos EUA, devolvendo a cada Estados a faculdade de legislar, pode ser a ocasião para refletir sobre a vida, sobre a proteção dos indefesos e descartados, sobre os direitos das mulheres, sobre a proteção da maternidade.

É um tema sobre o qual, desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco se expressou de maneira forte e inequívoca. Na "Evangelii gaudium", documento que desenhou o programa do atual Bispo de Roma, lemos: "Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com predilecção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir. Muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e no entanto esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano. Supõe a convicção de que um ser humano é sempre sagrado e inviolável, em qualquer situação e em cada etapa do seu desenvolvimento. É fim em si mesmo, e nunca um meio para resolver outras dificuldades.”

Uma reflexão séria e compartilhada sobre a vida e sobre a proteção da maternidade exigiria sair da lógica dos extremismos opostos e da polarização política que muitas vezes, infelizmente, acompanha a discussão sobre esse tema, impedindo um verdadeiro diálogo.

Ser pela vida, sempre, significa se preocupar, por exemplo, se aumentam as taxas de mortalidade das mulheres por causa da maternidade: nos Estados Unidos, segundo dados do relatório da agência federal "Centers for Disease Control and Prevention", passou-se de 20,1 mortes de mulheres por 100.000 nascidos vivos em 2019 para 23,8 mortes de mulheres por 100.000 nascidos vivos em 2020. E chama a atenção que em 2020 a taxa de mortalidade materna para as mulheres negras foi de 55,3 mortes por 100.000 nascidos vivos, 2,9 vezes a taxa das mulheres brancas.

Ser pela vida, sempre, significa perguntar como ajudar as mulheres a acolher uma nova vida: segundo uma estatística nos Estados Unidos, cerca de 75% das mulheres que abortam vivem em situação de pobreza ou têm baixos salários. E apenas 16% dos funcionários do setor privado têm acesso a licença parental remunerada, de acordo com um estudo publicado na Harvard Review of Psychiatry em 9 de março de 2020. Quase uma em cada quatro novas mães que não têm direito a licença remunerada, são forçadas a retornar ao trabalho dentro de dez dias após o parto.

Ser pela vida, sempre, também significa defendê-la da ameaça das armas de fogo, que infelizmente se tornaram uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes nos EUA.

Espera-se, portanto, que a discussão sobre a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos não se reduza a um contraste ideológico, mas ofereça a ocasião para questionar – para além e também deste lado do oceano - o que significa acolher a vida, defendê-la e promovê-la com legislação adequada.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

São Cirilo de Alexandria

S. Cirilo de Alexandria | arquisp
27 de junho

São Cirilo de Alexandria

Cirilo nasceu no ano de 370, no Egito. Era sobrinho de Teófilo, bispo de Alexandria, e substituiu o tio na importante diocese do Oriente de 412 até 444, quando faleceu aos setenta e quatro anos de idade.

Foram trinta e dois anos de episcopado, durante os quais exerceu forte liderança na Igreja, devido à rara associação de um acurado e profundo conhecimento teológico e de uma humildade e simplicidade próprias do pastor de almas. Deixou muitos escritos e firmou a posição da Igreja no Oriente. Primeiro, resolveu o problema com os judeus que habitavam a cidade: ou deixavam de atacar a religião católica ou deviam mudar-se da cidade. Depois, foi fechando as igrejas onde não se professava o verdadeiro cristianismo.

Mas sua grande obra foi mesmo a defesa do dogma de Maria, como a Mãe de Deus. Ele se opôs e combateu Nestório, patriarca de Constantinopla, que professava ser Maria apenas a mãe do homem Jesus e não de Um que é Deus, da Santíssima Trindade, como está no Evangelho. Por esse erro de pregação, Cirilo escreveu ao papa Celestino, o qual organizou vários sínodos e concílios, onde o tema foi exaustivamente discutido. Em todos, esse papa se fez representar por Cirilo.

O mais importante deles talvez tenha sido o Concilio de Éfeso, em 431, no qual se concluiu o assunto com a condenação dos erros de Nestório e a proclamação da maternidade divina de Nossa Senhora. Além, é claro, de considerar hereges os bispos que não aceitavam a santidade de Maria.

Logo em seguida, todos eles, ainda liderados por Nestório, que continuaram pregando a tal heresia, foram excomungados. Contudo as idéias "nestorianas" ainda tiveram seguidores, até pouco tempo atrás, no Oriente. Somente nos tempos modernos elas deixaram de existir e todos acabaram voltando para o seio da Igreja Católica e para os braços de sua eterna rainha: Maria, a Santíssima Mãe de Deus.

Cultuado na mesma data por toda a Igreja Católica, do Oriente e do Ocidente, são Cirilo de Alexandria, célebre Padre da Igreja, bispo e confessor, recebeu o título de doutor da Igreja treze séculos após sua morte, durante o pontificado do papa Leão XIII.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

https://arquisp.org.br/

Papa: as novas comunidades devem crescer com sua própria cultura

Comunidade Neocatecumenal com o Papa Francisco | Vatican News

“A comunidade nascida do batismo é livre, é uma nova Igreja; e devemos deixá-la crescer, ajudá-la a crescer à sua maneira, com sua própria cultura”, são palavras do Papa Francisco à Comunidade Neocatecumenal presente no Vaticano nesta manhã (27).

Jane Nogara - Vatican News

Na manhã desta segunda-feira (27) o Papa Francisco recebeu os membros do Caminho Neocatecumenal no Vaticano. Em seu discurso não programado o Papa iniciou recordando aos presentes a missão que Jesus deu a todos: “‘Ide, dai testemunho, pregai o Evangelho’. E a partir daquele dia, os apóstolos, os discípulos, o povo, todos partiram com a mesma força que Jesus lhes havia dado: é a força que vem do Espírito. ‘Ide e pregai... Batizem...’”.

E logo acrescentou:

“Mas sabemos que, uma vez batizada, a comunidade nascida desse batismo é livre, é uma nova Igreja; e devemos deixá-la crescer, ajudá-la a crescer à sua maneira, com sua própria cultura... É essa a história da evangelização.”

Destacando mais uma vez este ponto disse: “Todos iguais na fé (...) a mesma fé. Mas todos com a modalidade de sua própria cultura ou da cultura do lugar onde a fé foi pregada”.

Muitas culturas, mas o mesmo Evangelho

“E este trabalho, esta riqueza multicultural do Evangelho – continuou Francisco - que nasce da pregação de Jesus Cristo e se torna cultura, é um pouco a história da Igreja: muitas culturas, mas o mesmo Evangelho. Tantos povos, o mesmo Jesus Cristo. Tantas boas vontades, o mesmo Espírito. E a isso somos chamados: a ir adiante com o poder do Espírito, levando o Evangelho em nossos corações e em nossas mãos. O Evangelho de Jesus Cristo, não meu: é de Jesus Cristo, que se adapta às várias culturas, mas é o mesmo. A fé cresce, a fé se incultura, mas a fé é sempre a mesma”.

Espírito missionário

“Este espírito missionário – disse ainda Francisco aos Neocatecumenais - de se deixar enviar, é uma inspiração para todos vocês. Agradeço-vos por isto e peço docilidade ao Espírito que vos envia, docilidade e obediência a Jesus Cristo em sua Igreja. Tudo na Igreja, nada fora da Igreja. Esta é a espiritualidade que deve sempre nos acompanhar: pregar Jesus Cristo com a força do Espírito na Igreja e com a Igreja. E aquele que é o chefe - digamos - das diferentes Igrejas é o bispo: vocês devem ir sempre adiante com o bispo, sempre. É ele o chefe da Igreja, neste país, neste Estado...”, concluiu Francisco agradecendo por fim a generosidade de todos.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

domingo, 26 de junho de 2022

Festas juninas: tradição e curiosidades

Youtube - Fair Use
Por Mário Scandiuzzi

Está aberta a temporada de "arraiás" por todo o Brasil.

Junho é mês de festa em várias cidades do país. Escolas, comunidades, igrejas comemoram os tradicionais “arraiás” festas dedicadas a Santo Antônio (13 de junho), São João Batista (24 de junho) e São Pedro (29 de junho).

Esse tipo de comemoração chegou ao Brasil com os jesuítas, na época da colonização. Mas o costume nasceu bem antes. Na antiguidades, registros históricos indicam que na Europa grupos se reuniam para apresentar oferendas aos deuses pagãos que seriam responsáveis pelo clima, em forma de agradecimento pelas colheitas. Com o crescimento do catolicismo, algumas festividades foram incorporadas e passaram a ter um caráter religioso, ajudando assim a difundir a fé.

No Brasil os jesuítas usaram essas comemorações como forma de catequizar os índios e os moradores da colônia. Vamos conhecer um pouco mais a história destes três santos homenageados em festas por todo o país.

Santo Antônio

Fernando Antônio de Bulhões nasceu em Portugal no ano de 1195. Entrou para a vida religiosa aos 19 anos, contrariando a vontade de seu pai, um oficial do exército de Dom Afonso. Passou dois anos no Mosteiro de São Vicente dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, sempre estudando e aprofundando-se em oração. Depois foi estudar em Coimbra, onde foi ordenado sacerdote. Logo todos notaram que ele tinha o dom da Palavra e era admirado por suas pregações. Ainda em Coimbra conheceu os freis franciscanos e se admirou com o fervor e a radicalidade com que eles viviam o Evangelho. Mudou-se para o Mosteiro de São Francisco e tornou-se frei.

Frei Antônio pediu permissão para ir ao Marrocos pregar o Evangelho, mas no meio da viagem adoeceu e teve que voltar. Porém durante a viagem o barco foi desviado e chegou até a Sicília, na Itália. Lá conheceu pessoalmente São Francisco de Assis.

Passou 15 meses como eremita num monte até que São Francisco, percebendo os dons de frei Antônio, o nomeou como responsável pela formação teológica dos irmão do mosteiro. Foi enviado a Roma para tratar de assuntos ligados à ordem com o Papa Gregório IX, que se impressionou com sua inteligência e eloquência. Em seguida São Francisco o nomeou como primeiro leitor de Teologia da Ordem. Em suas pregações reuniam-se às vezes até 30 mil pessoas. 

Santo Antônio morreu em Pádua, na Itália, no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos. Muitos milagres foram realizados depois da sua morte e onze meses depois foi beatificado e canonizado.

Santo Antônio é o protetor das coisas perdidas, protetor dos casamentos e protetor dos pobres. Ele também é conhecido como o santo casamenteiro. Uma jovem pobre teria pedido a bênção de frei Antônio, já que não podia realizar o casamento porque sua família não tinha dinheiro para pagar o dote, as roupas e o enxoval. O frei abençoou a jovem, dizendo para ela confiar. Depois de alguns dias, ela recebeu tudo o que precisava para se casar.

São João Batista

Muitas vezes confundido com João Evangelista, João Batista era filho de Zacarias e Isabel. É considerado o santo mais próximo de Jesus, de quem era primo, e foi o responsável pelo batismo de Cristo no rio Jordão. Quando perguntado pelos judeus sobre quem era, João respondeu com as palavras do profeta Isaias: “Eu sou a voz que clama no deserto; endireitai o caminho do Senhor” (Jo 1, 23). Na sequência, perguntaram a João com que autoridade ele batizava o povo, sendo que ele não era o Cristo, nem Elias e nem um dos profetas. João proclamou: “Eu batizo com água, ma no meio de vós está quem vós não conheceis. Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado” (Jo 1, 26-27). Quando João viu Jesus, exclamou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1, 29). 

Depois do batismo de Jesus, João Batisa seguiu denunciando as injustiças e as ofensas à lei de Deus. Foi preso por Herodes e morreu na prisão (Mat 14, 1-12) São João Batista assumiu sua missão com humildade, fé e devoção. É o único santo que a Igreja celebra no dia de seu nascimento, 24 de junho, e não de sua morte.

Fogueira de São João

De acordo com a tradição, Isabel mandou acender uma fogueira no alto de um monte para avisar a Maria que João, seu filho, havia nascido.

São Pedro

O simples pescador estava à beira do mar da Galileia quando Jesus disse a ele e seu irmão André: “Vinde após mim e vos farei pescadores de homens” (Mat 4, 19). Foi depois deste chamado que Simão passou a ser chamado de Pedro. Seguiu a Cristo com muito fervor e esteve ao lado de Jesus durante a transfiguração no Monte Tabor. Em uma das passagens do Evangelho, recebeu a missão de conduzir a igreja. “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mat 16, 18). Depois da ressurreição de Cristo, foi ao túmulo junto com o apóstolo João (Jo 20, 1-10).

Depois de receber o Espírito Santo, Pedro passou a pregar o Evangelho por todos os lugares onde passava. Foi preso várias vezes por isso. Numa delas, foi libertado por um anjo do Senhor (Atos 12, 1-11).

Pedro exerceu sua liderança sobre os apóstolos e sobre a Igreja, vivendo e pregando a Palavra de Deus. Foi para Roma e continuou sua missão, apesar das perseguições. 

Foi preso e condenado à morte na cruz, por ser o líder da Igreja. Pedro pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, já que não se julgava digno para morrer como seu mestre. Foi morto na região onde hoje é o Vaticano. Seus restos mortais estão no altar da Igreja de São Pedro em Roma. Escreveu duas cartas que estão no Novo Testamento e foi provavelmente a fonte de informações do Evangelho escrito por são Marcos. A festa de São Pedro é celebrada no dia 29 de junho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

CNBB REITERA SUA POSIÇÃO EM DEFESA DA INTEGRALIDADE, INVIOLABILIDADE E DIGNIDADE DA VIDA HUMANA

CNBB

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família, divulgou nota na qual reitera sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a concepção até a morte natural. No texto, assinado pelo bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão, dom Ricardo Hoepers, a Conferência condena todas e quaisquer iniciativas que pretendam justificar e impor o aborto no Brasil.

No texto, é manifestada solidariedade e garantidas as preces para as famílias envolvidas. “De maneira especial, toca-nos profundamente a situação desta criança que, na sua mais tenra idade, passa por todos esses traumas e pressões e todas as crianças que, por uma vida sexual precoce ou porque são violentadas, perdem sua infância”, afirma dom Ricardo, que ressalta a necessidade de tomada de consciência da responsabilidade de todos “sobre a proteção e salvaguarda dos  mais pequeninos”.

A nota também traz a reafirmação de que o direito à vida é incondicional: “Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana”.

Recordando a realização do X Encontro Mundial das Famílias, nesta semana, a Conferência une-se “às famílias do mundo inteiro, mas especialmente às famílias que tiveram suas crianças afetadas pelo trauma da violência sexual e do aborto, para que possam ser consoladas e fortalecidas na fé, acreditando na vida, cuidando e protegendo seus filhos, mas de modo especial os mais vulneráveis”.

Confira o texto na íntegra:

Brasília – DF, 23 de junho de 2022.
CEPVF – Nº. 175/22

A FAVOR DA VIDA HUMANA

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB, através da sua Comissão Episcopal e Pastoral para a Vida e Família, reitera sua posição em defesa da integralidade, inviolabilidade e dignidade da vida humana, desde a sua concepção até a morte natural. Condena, assim, todas e quaisquer iniciativas que pretendam justificar e impor o aborto no Brasil.

Mais uma vez, infelizmente, veio à tona, outro caso dramático de uma criança que estava gestando um bebê com a idade gestacional de 29 semanas. Solidarizamo-nos com as famílias envolvidas, com nossas preces e nosso  respeito à dignidade da vida de todos os envolvidos, especialmente dessas crianças em questão. De maneira  especial, toca-nos profundamente a situação desta criança que, na sua mais tenra idade, passa por todos esses traumas e pressões e todas as crianças que, por uma vida sexual precoce ou porque são violentadas, perdem sua infância. Como proteger essa criança e tantas outras que passam pela mesma situação? Neste caso não bastam só palavras, mas uma tomada de consciência da responsabilidade de todos sobre a proteção e salvaguarda dos mais pequeninos.

Reafirmamos que o direito à vida é incondicional. Deve ser respeitado e defendido, em qualquer etapa ou condição em que se encontre a pessoa humana. O direito à vida permanece, na sua totalidade, para o idoso fragilizado, para o doente em fase terminal, para a pessoa com deficiência, para a criança que acaba de nascer e para aquela que ainda não nasceu. Na realidade, desde quando o óvulo é fecundado, encontra-se inaugurada uma nova vida, que não é nem a do pai, nem a da mãe, mas a de um novo ser humano. Contém em si a singularidade e o dinamismo da pessoa humana: um ser que recebe a tarefa de vir-a-ser. Ele não viria jamais a tornar-se humano, se não o fosse desde início. Esta verdade é de caráter antropológico, ético e científico. Não se restringe à argumentação de cunho teológico ou religioso (Pronunciamento da CNBB em 04 de abril de 2017).

Lembramos com veemência que são imorais leis que imponham aos profissionais da saúde a obrigação de agir contra a sua consciência, cooperando, direta ou indiretamente, na prática do aborto. Cabe a todos nós recordar que há o preceito legal: a previsão contida no artigo 7º da Lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) onde consta a obrigação de que toda e qualquer instituição tem o dever de efetivar políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso de nossas crianças. Estas e outras normativas legais tais como a Lei 12.842/2013 asseguram o livre exercício da medicina e garantem que o paciente receba a melhor atenção da parte daqueles que têm o dever de cuidar do direito à saúde e à vida. Entendemos que o Ministério da Saúde definiu uma resposta a esses casos, na Norma Técnica “Atenção técnica para prevenção, avaliação e conduta nos casos de abortamento” (2022) e essa, por sua vez, com seus protocolos, deveria ser seguida e respeitada.

Nesta semana em que acontece o X Encontro Mundial das Famílias com o tema: “Amor familiar: vocação e caminho de santidade”, queremos nos unir às famílias do mundo inteiro, mas especialmente às famílias que tiveram suas crianças afetadas pelo trauma da violência sexual e do aborto, para que possam ser consoladas e fortalecidas na fé, acreditando na vida, cuidando e protegendo seus filhos, mas de modo especial os mais vulneráveis.

Confiamos a Maria, Mãe de Jesus, todas as crianças, pedindo as bênçãos de Deus para as nossas famílias, especialmente para as mães e os nascituros.

Dom Ricardo Hoepers
Bispo de Rio Grande – RS
Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Os Monges e os Mosteiros

S. Francisco de Assis | Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

Os monges e os mosteiros tiveram um papel determinante na evangelização dos bárbaros na Idade Média.

Cada mosteiro, com sua escola monástica, tornava-se um centro de vida religiosa e educacional. Ensinavam metalurgia, agricultura, introduziam novas culturas, foram pioneiros na tecnologia, realizavam descobertas científicas, aperfeiçoavam a paisagem europeia, socorriam os andarilhos e cuidavam dos náufragos. Os monges também preservaram a literatura, estudaram música e os escritos dos historiadores e filósofos.

Falando do papel da Igreja nos tempos bárbaros, Chateaubriand (1960), escreveu:

“Os mosteiros foram como espécies de fortalezas em que a civilização se abrigou sob a insígnia de algum santo… A cultura da alta inteligência conservou-se ali com a verdade filosófica, que renasceu da verdade religiosa. Sem a inviolabilidade e o tempo disponível do claustro, os livros e as línguas da Antiguidade não nos teriam sido transmitidos e o elo que ligava o passado ao presente ter-se-ia rompido” (O Gênio do Cristianismo).

São João Crisóstomo (349-407), doutor da Igreja, Patriarca de Constantinopla, chamado de “boca de fogo”, conta que já no seu tempo (347-407) era comum ao povo de Antioquia enviar seus filhos para serem educados pelos monges. São Bento instruiu filhos dos nobres romanos.

São Bonifácio estabeleceu uma escola em cada mosteiro fundado na Alemanha. Na Inglaterra, Santo Agostinho de Cantuária e seus monges, criaram escolas por toda parte onde foram.

Retirado do livro: “História da Igreja – Idade Média”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.


São José Maria Robles Hurtado

S. José Maria Robles Hutado | arquisp
26 de junho

São José Maria Robles Hurtado

A condição da Igreja no México foi muito difícil desde que entrou em vigor, em 5 de fevereiro de 1917, a nova Constituição anticlerical e anti-religiosa, depois do longo período de ditadura que a antecedeu.

O clero católico foi objeto de perseguições, ora mais ora menos intensas, com muitos religiosos, leigos e sacerdotes sendo brutalmente assassinados, exclusivamente por serem cristãos. Diga-se, mesmo, que não existia processo, o julgamento era instantâneo e a sentença sumária.

Dentre esses mártires encontramos padre José Maria Robles Hurtado. Ele nasceu em Mascota, Jalisco, na diocese de Tepic, no dia 3 de maio de 1888. Foi pároco de Tecolotlán, em Jalisco, onde difundia a fervorosa devoção ao Sagrado Coração de Jesus. Tamanho era seu entusiasmo que escrevia pequenas orações e poesias, que distribuía entre os fiéis para enriquecer ainda mais o culto e louvar o Senhor.

Amado e querido pelo seu rebanho, constituído de camponeses pobres e muito carentes. Para melhor atendê-los, fundou a Congregação das "Irmãs do Coração de Jesus Sacramentado".

Porém, no mês consagrado ao culto do Sagrado Coração de Jesus, em junho de 1927, a horrenda perseguição atingiu a sua paróquia em Tecolotlán, e ele foi levado e encarcerado.

Alguns dias, ou horas antes de ser morto, padre José Maria escreveu uma poesia, na qual expressou seus últimos desejos: "Desejo amar o teu Coração, Jesus meu, com participação total, desejo amá-lo com paixão, desejo amá-lo até o martírio. Com minh'alma te bendigo, meu Sagrado Coração; diga-me: aproxima-se o instante da feliz e eterna união?"

No dia 26 de junho de 1927, o padre José Maria, exatamente pelo grande amor à Cristo, foi amarrado numa árvore, na serra da Quila, em Jalisco, diocese de Autlan, e mantido assim até morrer. Dessa maneira, seguiu para a feliz e eterna união no Sagrado Coração de Jesus, coroado com seu martírio final.

O grupo de vinte e cinco mártires mexicanos no qual estava incluso foi beatificado, em 1992, pelo papa João Paulo II. Mais tarde, o mesmo pontífice, no ano de 2000, canonizou todos eles. A festa de são José Maria Robles Hurtado foi designada para o dia 26 de junho.

*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br

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Papa: perseverar no bem, mesmo diante das contrariedades

Papa Francisco na janela do apartamento pontifício para o Angelus
(Vatican Media)

"Às vezes pensamos que nosso fervor se deve ao senso de justiça por uma boa causa, mas na realidade na maioria das vezes não passa de orgulho, aliado à fraqueza, suscetibilidade e impaciência. Peçamos então a Jesus a força de ser como Ele, de segui-lo com firme decisão. De não ser vingativos e intolerantes quando surgem dificuldades, quando nos gastamos em fazer o bem e os outros não entendem."

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Com a ajuda da Virgem Maria, tomar a firme decisão de Jesus de permanecer no amor até o fim, de não sermos vingativos e intolerantes quando surgem dificuldades.

Este foi o pedido do Papa Francisco antes de rezar o Angelus neste XIII Domingo do Tempo Comum, dirigido aos milhares de fiéis e turistas provenientes de várias partes do mundo, reunidos na Praça São Pedro sob forte calor. para o tradicional encontro dominical.

A inspirar sua reflexão, a passagem do Evangelho do dia onde Lucas fala da decisão de Jesus de partir para Jerusalém, naquela que seria sua última viagem. Motivo pelo qual, era necessária uma decisão firme, determinada.

Como discípulos, seguir Jesus com decisão

Ao contrário do que pensam os discípulos, “cheios de entusiasmo ainda demasiado mundano”, Jesus sabe que é rejeição e morte que o esperam em Jerusalém”:

 Ele sabe que terá que sofrer muito; e isso requer uma firme decisão. É a mesma que devemos tomar também nós, se quisermos ser discípulos de Jesus. Porque devemos ser discípulos de Jesus com seriedade, com decisão verdadeira, não como dizia uma idosa que conheci: "cristãos em água de rosas". Não, não, não! Cristãos decididos Em que consiste essa decisão?

E é precisamente o episódio que o evangelista Lucas narra logo em seguida, que nos ajuda a compreender isso.

Amor misericordioso cresce com a paciência, constância e espírito penitencial

De fato, um povoado de samaritanos não acolheu Jesus, pois soube que ele se dirigia a Jerusalém, uma cidade adversária. Os apóstolos Tiago e João ficam indignados e sugerem que Jesus castigue aquelas pessoas fazendo descer fogo do céu:

Jesus não só não aceita a proposta, como repreende os dois irmãos. Eles querem envolvê-lo em seu desejo de vingança e ele não está de acordo. O "fogo" que ele veio trazer à terra é o amor misericordioso do Pai. E para fazer crescer esse fogo é preciso paciência, é preciso constância, é preciso espírito penitencial.

Ou seja, diante daquela situação, os dois apóstolos reagem com ira:

E isso acontece também conosco quando, fazendo o bem, talvez com sacrifício, em vez de acolhida encontramos uma porta fechada. Então vem a raiva: tentamos até mesmo envolver o próprio Deus, ameaçando com castigos celestiais.

Determinação de seguir em frente, por outro caminho, revela força interior

Já a reação de Jesus, é bem diferente:

Jesus, ao contrário, segue outro caminho, não o caminho da raiva, mas aquele da firme decisão de seguir em frente, que, longe de se traduzir em dureza, implica calma, paciência, longanimidade, sem, no entanto, afrouxar minimamente o compromisso de fazer o bem. Este modo de ser não denota fraqueza, mas, ao contrário, uma grande força interior.

“Ficar com raiva na contrariedade é fácil, é instintivo”, recorda o Papa. O que é difícil, é conseguir controlar as reações instintivas e fazer como Jesus, que partiu "a caminho de outro povoado":

Isso significa que, quando encontramos fechamentos, devemos nos voltar para fazer o bem em outro lugar, sem recriminações. Assim Jesus nos ajuda a ser pessoas serenas, felizes com o bem realizado e que não buscam as aprovações humanas.

Servir no silêncio

“E nós, em que ponto estamos?”, pergunta Francisco:

“Diante das contrariedades, das incompreensões, nos dirigimos ao Senhor, pedimos a Ele sua firmeza em fazer o bem? Ou buscamos confirmação nos aplausos, acabando por ser ásperos e rancorosos quando não os ouvimos? Quantas vezes, consciente ou inconscientemente, buscamos os aplausos, a aprovação dos outros? E nós, fazemos [o bem] pelos aplausos? Não, isso não está certo. Devemos fazer o bem pelo serviço e não buscar os aplausos":

Às vezes - acrescentou o Papa - pensamos que nosso fervor se deve ao senso de justiça por uma boa causa, "mas na realidade na maioria das vezes não passa de orgulho, aliado à fraqueza, suscetibilidade e impaciência":

Peçamos então a Jesus a força de ser como Ele, de segui-lo com firme decisão neste caminho de serviço. De não ser vingativos, de não ser intolerantes quando surgem dificuldades, quando nos gastamos pelo bem e os outros não entendem isso, antes ainda, quando nos desqualificam. Não: silêncio e em frente.

Que a Virgem Maria nos ajude a tomar a firme decisão de Jesus de permanecer no amor até o fim.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF