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domingo, 8 de junho de 2025

5 ideias para criar filhos sem telas

Uma criança na frente da tela | Shutterstock/Tatyana Korotun.

Cecilia Pigg - publicado em 09/04/25

Neste artigo, queremos mostrar ideias de atividades que vêm de pais que educam sem telas, e que funcionaram como "babás" temporárias para eles.

Muitas vezes, quando os pais têm tarefas a fazer, torna-se difícil manter a concentração com crianças pequenas; A maneira mais fácil de resolver o problema é colocá-las na frente de uma tela. 

Esta tem sido a solução que muitos pais recorrem quando têm de realizar determinadas atividades, sejam elas relacionadas com a casa ou com o trabalho. Como as telas  dominam o mundo, é bom ter outras ideias que não envolvam um programa de TV ou um jogo eletrônico como babá, pois as telas nunca devem assumir o papel de babás. 

Existem muitas outras atividades que você pode realizar para que seus filhos se divirtam e você possa fazer uma pausa ou se concentrar em alguma outra tarefa; Sabemos que não é fácil, mas é possível e de uma forma mais recreativa! Abaixo, uma lista de dicas para crianças com menos de 10 anos. 

1 - "NOVOS" BRINQUEDOS

Ofereça alguns brinquedos que você mantém regularmente fora de vista. Dessa forma, quando precisar, você pode tirá-los e será como ter um brinquedo novo para explorar. Brinquedos como Lego, trilhos de trem e brinquedos que exigem construção e resolução de problemas, são especialmente úteis se você precisar fazer algo sem o envolvimento de pequenos ajudantes.

2 - TEMPO DE SILÊNCIO

Outra prática é acostumar seus filhos a passar algum tempo sozinhos todos os dias. Quando seus filhos pararem de cochilar, continue esperando que eles fiquem no quarto por uma hora no início da tarde, com livros e brinquedos. Dessa forma, você e seu filho poderão recuperar as forças. E então, se você precisar fazer algo, esse período de silêncio estará lá para você. 

Para crianças que têm interesse e habilidades motoras finas, quebra-cabeças ou jogos de peças são boas opções. Eles também podem usar massinha ou massinha de modelar, livros para colorir e tesouras para recortar desenhos de revistas ou formas de papel. 

Para crianças mais novas, que não têm habilidades motoras finas ou capacidade de atenção, pode ser útil colocar alguns brinquedos em uma sala segura para elas ou dar-lhes brinquedos que lhes interessem.

3 - HORA DE LER EM VOZ ALTA

Se você tem um filho mais velho, peça a ele que leia um monte de livros em voz alta para os mais novos. Ou você pode colocar um audiolivro para entretê-los.

4 - TEMPO AO AR LIVRE

Se o clima permitir e você tiver um lugar bom para estar ao ar livre, outra ótima opção é passar um tempo ao ar livre.

5 - ENTRETENIMENTO COM AMIGOS

Uma última sugestão que pode funcionar é convidar outra criança para casa. Se seu filho se dá bem com alguém, os dois podem se divertir alegremente enquanto cuidam de outras coisas. 

Escolher uma boa atividade para seus filhos tem tudo a ver com conhecer essa criança. Além disso, naqueles momentos em que parece que as crianças vão ficar entediadas ou que têm coisas simples para brincar, é onde nasce a criatividade deles; E é ali mesmo que podem explorar a sua imaginação para inventar novas aventuras e jogos criados por eles. 

No começo, pode parecer frustrante entreter seu filho sem assistir a vídeos do YouTube, mas na verdade existem muitas atividades que você pode experimentar e pode ajudar a si mesmo procurando ideias online. Lembre-se de que onde há vontade, há um caminho.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/04/09/5-ideias-para-criar-filhos-sem-telas/

Vem, Espírito Santo!

Pentecostes (Diocese de Coari)

VEM, ESPÍRITO SANTO!

06/06/2025

Dom José Gislon
Bispo de Caxias do Sul (RS)

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Neste final de semana, como Igreja, Povo de Deus a caminho e peregrinos de esperança, celebramos a Festa de Pentecostes. Com a vinda do Espírito Santo tem início uma nova aliança entre Deus e os homens. A Festa de Pentecostes era originalmente a festa das colheitas; sucessivamente torna-se a festa da renovação da aliança do Sinai, entre Deus e o seu povo. 

No Sinai, era Deus que falava. Na Festa de Pentecostes, são os homens iluminados pelo Espírito Santo que levam uma palavra nova e criadora. O Espírito é o intérprete perfeito da palavra de Jesus Cristo. O sinal de que a presença do Espírito Santo age na Igreja é o amor por Cristo, que nasce no coração dos fiéis. O Espírito Santo, portanto, cria a comunhão dos filhos e filhas renascidos para uma vida nova com o Pai, pela graça do Batismo. 

A função do Espírito Santo é, portanto, aquela de permitir aos homens comunicar a experiência do Ressuscitado. Não é o Espírito que fala, mas é ele que torna possível a experiência de comunicar. O Espírito não nos diz o que devemos fazer, nem pode fazer o que nós devemos fazer, ele, porém, nos dá a força e a possibilidade de agir, quando devemos mostrar resultados.  

Hoje a Igreja é chamada a colaborar com o Espírito Santo para renovar o mundo, através do anúncio e do testemunho. E toda vez que um grupo de homens e mulheres, de jovens ou de crianças, se reúnem para escutar a palavra do Ressuscitado, tornada presente pela potência do Espírito, a Igreja renasce. Pela ação do Espírito Santo estaremos sempre vivendo uma nova aurora na vida da Igreja. A festa de Pentecostes também nos convida e convida as nossas comunidades a uma abertura missionária, e a nos colocarmos a caminho, para levar o Evangelho a todos os homens. 

Os discípulos de Jesus, tomados pelo medo, foram transformados com os dons do Espírito Santo em testemunhas fervorosas e dispostas a retomar o caminho do Cristo, para continuar a sua obra de salvação. Portanto, todos nós podemos trabalhar por um mundo melhor, e fazer isto é possível, mesmo mantendo a própria cultura, a própria identidade, basta apenas acreditarmos e deixarmos que o Espírito Santo possa agir em nós. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Reflexão para a Solenidade de Pentecostes (C)

Pentecostes (Vatican News)

Quando os discípulos, à tarde do primeiro dia da semana, estão reunidos o Senhor aparece no meio deles e lhes comunica a paz.

Vatican News

O autor do Evangelho deste domingo, João Evangelista, nos diz que a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos se deu no dia de Páscoa.

Ele deseja fazer-nos compreender que o Espírito que conduziu Jesus para sua missão de salvar a Humanidade é o mesmo que agora conduz a Igreja, comunidade dos seguidores de Jesus, na continuidade da mesma missão. A Igreja torna presente, na História, o Cristo Redentor.

Quando os discípulos, à tarde do primeiro dia da semana, estão reunidos o Senhor aparece no meio deles e lhes comunica a paz. Mostra-lhes os sinais de seus sofrimentos para lhes dizer que, apesar de seu aspecto glorioso, a memória da paixão não poderá ser deixada de lado, que a glória veio através da cruz.

Estamos no primeiro dia da semana, não nos esqueçamos. Exatamente com esse sentido do novo, do novo pós pascal, isto é, do novo eterno, que não caduca, que não envelhece, Jesus faz a nova criação soprando o Espírito sobre seus seguidores. É uma referência à criação do homem, relatada no cap. 2º, vers. 7 do Gênesis, quando diz que Deus insuflou em suas narinas o hálito de vida e o homem passou a viver. No relato desse fato na tarde pascal, temos a criação da Comunidade Cristã.

A missão é dada logo em seguida: perdoar os pecados e até retê-los, se for o caso. Pecado é aquilo que impede a realização do projeto do Pai, que é a felicidade do ser humano. Ora, perdoar os pecados significa lutar para que os planos de Deus cheguem à sua concretização e, evidentemente, devolvendo àquele que está arrependido de suas ações contrárias a esse plano, a reconciliação.

Pelo batismo e pela crisma fazemos parte dessa comunidade que deve continuar a missão redentora de Jesus. Que honra!

Que nossas ações, seja na família, no trabalho ou no meio dos amigos, colaborem com a alegria e felicidade daqueles que nos cercam. Assim estaremos dando glória a Deus, pois a glória de Deus é a felicidade do homem.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sábado, 7 de junho de 2025

Papa Leão XIV recebe Kiko Argüello, iniciador do Caminho Neocatecumenal

© Vatican Media

05/06/2025

 CnCMadrid

Na manhã de 5 de junho de 2025, às 11h, na Biblioteca do Palácio Apostólico, o Santo Padre Leão XIV recebeu pela primeira vez, em audiência privada, a Equipe Internacional do Caminho Neocatecumenal, Kiko Argüello, Padre Mario Pezzi e María Ascensión Romero.

Kiko saudou o Papa dizendo-lhe que estava muito contente porque Deus nos havia dado um Papa missionário, pois essa também é a missão do Caminho Neocatecumenal, tanto nos países que não conhecem Cristo quanto naqueles que O abandonaram.

Kiko presenteou o Papa com uma cópia do ícone da Virgem do Caminho, que se encontra numa capela da Catedral de Madri, onde estão escritas as palavras que sintetizam a missão do Caminho: «Há que fazer comunidades como a Sagrada Família de Nazaré, que vivam em humildade, simplicidade e louvor. O outro é Cristo». Também presenteou o Santo Padre com um exemplar do último livro¹ que reúne mais de 400 citações de Carmen sobre a mulher, expressão de sua teologia: “Coração indiviso, missão e virgindade”, presente que o Papa agradeceu.

© Vatican Media

Kiko recordou ainda a grande alegria pelo fato de que sua eleição tenha ocorrido no dia 8 de maio, data que possui um significado especial para o Caminho.

O Papa se surpreendeu com essa coincidência, e Kiko lhe contou como, justamente em 8 de maio de 1968, ao chegar à Itália com Carmen Hernández, foi levado a Pompeia para colocar o Caminho sob a proteção da Virgem de Pompeia. E também em um 8 de maio, em 1974, pela primeira vez um Papa, São Paulo VI, recebeu em audiência os iniciadores do Caminho e alguns itinerantes – contou Kiko – que ele nos disse palavras muito proféticas, que foram de grande ajuda para o Caminho:
«Eis os frutos do Concílio… Vós, sendo o que sois, já fazeis apostolado».
«Vós fazeis o que a Igreja primitiva fazia antes do batismo; vós o fazeis depois; mas o antes ou depois é secundário, o importante é que buscais a autenticidade da vida cristã, e isso nos consola enormemente».

No encontro, muito cordial, a Equipe pôde informar o Papa sobre as numerosas atividades que o Caminho está realizando na Igreja, por meio de um itinerário de iniciação cristã oferecido às paróquias e dioceses, sustentando as famílias diante dos desafios do mundo moderno, vivendo sua vocação, abertas à vida em plenitude, dando a tantos jovens a possibilidade de se encontrarem com Jesus Cristo, o único que responde verdadeiramente às suas inquietações.

© Vatican Media

O Papa Leão XIV também se maravilhou com o grande número de famílias que, agradecidas ao Senhor pela nova vida que lhes foi concedida, se colocaram à disposição para ajudar na missão da Igreja nas regiões mais pobres e difíceis do mundo. Ficou surpreso também com a presença do Caminho em 138 nações e com o número de seminários Redemptoris Mater abertos atualmente em mais de cem dioceses dos cinco continentes, bem como com os numerosos seminaristas que estão se preparando para serem presbíteros missionários diocesanos.

A Equipe Internacional do Caminho também informou ao Papa sobre a obra de evangelização que tantos itinerantes realizam em numerosas dioceses, de muitos países onde também aparecem as dificuldades que a obra missionária sempre leva consigo.

O Santo Padre os encorajou a continuar este ministério, tão precioso para a vida da Igreja, e com sua bênção confirmou o Evangelho de São João do dia (Jo 17,20-26), que fala do amor e da unidade, o caminho que conduz o homem de hoje ao encontro com a fé, uma palavra tão querida ao Santo Padre, que a escolheu como lema de seu brasão: In illo Uno, Unum , e tão presente na experiência de Kiko e constitutiva do itinerário do Caminho.

© Vatican Media
Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br

Jubileu: em diálogo com a cidade

Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)

04/06/2025

 CnCMadrid

Jubileu da Família: Missão na Praça de Espanha em Roma

https://neocatechumenaleiter.org/wp-content/uploads/2025/06/camino-neocatecumenal-mision-plaza-espana-roma-mayo-2025.mp4

No sábado, 31 de maio, festa da Visitação da Bem-Aventurada Virgem Maria a Santa Isabel, a cidade de Roma foi cenário de um acontecimento que, ainda que não tenha tido repercussão nos meios de comunicação, encheu a Praça de Espanha, repleta como nunca de pessoas, de cantos e de testemunhos realmente excepcionais.

No contexto dos acontecimentos das celebrações jubilares de 2025, por ocasião do Jubileu das Famílias, o Caminho Neocatecumenal convocou milhares delas, procedentes da cidade de Roma e do Lácio, em uma única praça para dar testemunho da beleza e do dom da família cristã para o mundo de hoje.

As comunidades do Caminho, durante o tempo pascal, costumam anunciar, durante vários domingos nas praças de suas paróquias, a alegria da ressurreição do Senhor: o tempo pascal é um tempo de anúncio desta boa notícia. Chamamos isso de “as 100 praças”, que representam as aproximadamente 100 paróquias onde o Caminho está presente em Roma.

No dia 31 de maio, essas “100 praças” se concentraram em uma das praças mais representativas de Roma, a Praça de Espanha, destino de turistas do mundo inteiro, para transformá-la em um cenário alegre, cheio de famílias e de crianças, de jovens e de anciãos, para um anúncio de esperança: Cristo ressuscitou, venceu a morte e todos os medos. Cristo ainda hoje preenche a vida de muitos matrimônios que generosamente se abrem à vida porque se sentem amados e salvos pela Páscoa do Senhor.

E eram realmente milhares: creio que é difícil ver esta praça, tão querida por Roma e pelo mundo, tão cheia de gente, de cantos, de danças, de alegria, de esperança.

Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)
Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)
Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)

Foi preparado um pequeno palco, voltado para a praça e para a coluna da Imaculada, erguida por Fernando II das Duas Sicílias, em frente à Embaixada da Espanha, o país que mais trabalhou para definir o dogma da Imaculada Conceição em 1854.

E foi a Virgem Maria quem presidiu o encontro, a mesma que inspirou a Kiko Argüello o Caminho Neocatecumenal para responder aos desafios do mundo moderno com uma modalidade de iniciação cristã, hoje difundida em 137 nações, com milhares de comunidades.

O encontro foi aberto com a alegria do canto, tomado do profeta Isaías: «Eu venho reunir todas as nações», e presidido por presbíteros revestidos de branco, começou com a celebração das Laudes, com o canto dos salmos próprio da liturgia do dia, intercalados com três testemunhos de jovens famílias que contaram brevemente a obra do Senhor em suas vidas: o anúncio devastador de esperar uma filha sem crânio, com o pedido dos médicos para abortá-la, e o bálsamo do amor do Senhor e dos irmãos da comunidade que permitiram não ter medo, acolhê-la e tê-la nos braços, mesmo que por apenas vinte minutos, minutos que reconciliam com o sofrimento da espera.

E depois de todas as provas necessárias do caso para estar humanamente segura de que a causa não é genética, e após voltar a se abrir à vida e, apesar de todas as garantias médicas, encontrar-se diante de outra gravidez com os mesmos sintomas. E Deus que provê também desta vez diante do desespero que se apodera de ti e parece sufocar-te, destruir-te, para depois encontrar-te com a certeza de ter dado dois filhos a Deus, porque levas dentro a garantia da vida eterna.

Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)

Depois, a experiência de uma jovem, quase sem relação com seu pai, que aos 14 anos se perde nas drogas e em diversos vícios, longe de casa, e que depois se sente encontrada por Cristo, perdoada, que reconstrói sua história com uma verdadeira relação com um homem, o pai de seus filhos.

Por fim, uma terceira família: ele, nascido na Alemanha, com uma excelente posição profissional, mas sem um verdadeiro sentido na vida, que deixa tudo para voltar a buscar a Deus, até desafiá-lo, e quando tudo parece perdido, eis que o Senhor se faz presente, o salva, o perdoa e enche sua vida de esperança, com a alegria de poder testemunhá-lo hoje como um Deus que ama verdadeiramente o homem, que caminha com ele a cada dia.

Depois dos salmos, dos cantos e dos testemunhos, é o momento da leitura dos Atos dos Apóstolos, com a cura do paralítico na porta do templo, pela força do nome de Jesus, esse nome que agora é anunciado por um irmão a todos os que na praça se encontram na mesma situação: também eles paralíticos, incapazes de caminhar ao encontro dos outros, de amar: «Em nome de Jesus de Nazaré, levanta-te e anda», é uma palavra que tem poder sobre cada um de nós hoje, se a acolhermos.

Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)

A proclamação do Evangelho do dia, a passagem de Lucas sobre a Visitação de Maria a Santa Isabel, dá ao presbítero a ocasião de que todos levantem os olhos para a estátua da Imaculada, anunciando a cada um dos presentes que também eles são como Maria, diante das palavras do anjo: «Alegra-te, o Senhor está contigo. De ti pode nascer uma vida nova. Acolhe esta boa notícia hoje. Tu também podes, como a Virgem Maria, dizer: “Que se cumpra em mim o que me foi anunciado”».

Durante todo o encontro, enquanto se realiza a oração, os milhares de irmãos presentes na praça são convidados a entrar em diálogo com a cidade, para levar a todos os presentes, a todos aqueles que até mesmo casualmente se encontrem de passagem por ali, a possibilidade de que este dia se transforme em um acontecimento: encontrar-se com o anúncio do amor de Deus, do perdão dos pecados, da saída da solidão, da condenação, como foi dito antes, de estar condenados a viver somente para si mesmos, incapazes de amar. O amor se faz presente a ti, vem ao teu encontro hoje. Aqueles que demonstraram interesse em receber este amor foram convidados a ir a qualquer paróquia onde esteja presente o Caminho Neocatecumenal.

Eis que o Jubileu, o Jubileu da esperança, anunciado pelo Papa Francisco no início do ano 2025 e que agora continua em nome do Papa Leão XIV, ressoa pelas ruas da cidade de Roma, de modo simples, concreto e verdadeiro.

Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)
Caminho Neocatecumenal Jubileu das Famílias Praça de Espanha em Roma (Itália) 31.05.2025 (neocatechumenaleiter)

Ezechiele Pasotti

Fonte: https://neocatechumenaleiter.org/pt-br

RESENHA: A grande concepção pelagiana: o cristianismo é uma educação (Parte III)

Pelágio (Wikiédia)

Arquivo 30Dias,  número 05 - 2010

A grande concepção pelagiana: o cristianismo é uma educação

“É evidente que Jonas simpatiza com a concepção de Pelágio, pois sente-o mais próximo do estoicismo e de um certo tipo de judaísmo. De fato, depois de ter dito que para Pelágio a graça de Cristo consiste em ‘estímulos para a vontade, não em auxílio ativo’ e que ‘não são uma transformação do homem, mas uma educação do homem’, exclama admirado: ‘Essa é a grande concepção pelagiana’. Esse é o ponto crucial do livro e do pensamento de Jonas”. Resenha do texto inédito de Hans Jonas, Problemas de liberdade, escrita por Nello Cipriani.

de Nello Cipriani

“Pelágio não apenas negligenciava um aspecto essencial do cristianismo, mas não reconhecia também certos elementos essenciais da experiência religiosa do antigo Israel, pois, já nos livros do Antigo Testamento, Deus é visto não apenas como o educador de seu povo, mas também como aquele que ajuda, renova e transforma os corações dos homens”

Esse é ponto crucial do livro e do pensamento de Jonas. Ele não tem dificuldade alguma em admitir que Deus possa ajudar ao homem mediante um ensinamento moral e o perdão dos pecados, mas, ao lado dos pelagianos, opõe-se fortemente à ideia de que Deus possa agir sobre a vontade para transformá-la (cf. p. 176). “Para Agostinho”, escreve, “o amor divino se torna uma espécie de poder mágico no próprio homem [...]. O amor divino é um poder transfigurador ou transformador sem o qual o homem estaria ainda perdido, apesar da revelação dos Evangelhos e do chamado à fé” (pp. 195-196). O que Jonas mostra não ter entendido, como Pelágio e seus seguidores, é que a experiência cristã não consiste na observância, radical o quanto quisermos, de uma moral imposta de fora e observada sempre sob a ameaça de um castigo ou pela promessa de um prêmio. A experiência cristã consiste num encontro pessoal com Deus, numa relação filial com Ele, pela qual a pessoa que crê faz tudo em Seu louvor. Pelágio, além dos dons concedidos por Deus à natureza humana ( gratia creationis) e do dom da lei mosaica, admitia uma graça de Cristo, que consistia no ensinamento e no exemplo da perfeita justiça, ou seja, no amor aos inimigos. Santo Agostinho também reconhece esses tipos de graça. Mas não os considera suficientes. Jesus Cristo, para ele, não é apenas o maior mestre e o mais perfeito modelo de justiça: é o amigo e o irmão que deu a vida por nós e nos chama a viver com Ele, por Ele e n’Ele, para a glória do Pai. Crer em Cristo, dizia, é amá-Lo, unir-se a Ele e fazer-se membro de Seu corpo, que é a Igreja (cf. Sermones 144, 2, 2). Para viver uma experiência tão elevada e envolvente, não bastam a obediência e a imitação, é necessária a comunhão pessoal, que nasce e é alimentada pelo amor, dom do próprio Cristo. Em outras palavras, em Cristo se revela o desígnio do Pai de n’Ele reunir os homens mediante o dom de seu Espírito, que derrama Seu amor nos corações (cf. De Spiritu et littera 29, 50). Não podemos compreender a doutrina agostiniana da graça sem a considerar à luz dessa revelação, completamente negligenciada por Pelágio.

Jonas admite que “Agostinho não errava ao sentir que [na posição de Pelágio] há alguma coisa não [...] totalmente cristã” (p. 181). A meu ver, porém, poderia e deveria ter dito mais. Pelágio não apenas negligenciava um aspecto essencial do cristianismo, mas não reconhecia também certos elementos essenciais da experiência religiosa do antigo Israel, pois, já nos livros do Antigo Testamento, Deus é visto não apenas como o educador de seu povo, mas também como aquele que ajuda, renova e transforma os corações dos homens. Basta lembrar a oração do salmista: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, renova em mim um espírito resoluto” ( Sl 51, 12), ou a outra: “Firma meus passos segundo tua promessa e não deixes que me domine maldade alguma” (Sl 118, 133). Aqui e em outros textos semelhantes o salmista não roga ser instruído no caminho que deve percorrer, mas pede a Deus que renove seu coração, para que não ceda ao mal. Não é só Agostinho quem recorre frequentemente à oração dos salmos para afirmar a necessidade da graça, mas a esta apela também o papa Inocêncio, para denunciar o erro dos pelagianos. Escreve Inocêncio numa carta aos bispos africanos: “Ora, os heréticos que afirmam a inutilidade da graça devem necessariamente condenar as orações do salmista. Afinal, Davi deveria ser acusado de não saber como se deve rezar e até de não conhecer a própria natureza, pois, admitindo que soubesse que a natureza conserva em si mesma a capacidade de fazer o bem, por que se prostra diante de Deus em oração e lhe roga não só que o ajude, mas também que o ajude constantemente? Por que lhe pede que não volte seu olhar para longe dele, e em todo o saltério exalta e invoca a ajuda de Deus?” ( Epistolae 181, 6, no epistolário agostiniano).

Às orações do saltério acrescentam-se as profecias dos antigos profetas. No livro de Jeremias, ressoa o anúncio de uma nova aliança, graças à qual Deus porá suas leis nos corações e as escreverá na mente dos homens (cf. Jr 36, 32). O profeta Ezequiel é ainda mais preciso: nos tempos messiânicos, Deus dará aos israelitas um coração novo, tirará deles o coração de pedra e lhes dará um coração de carne, pois porá Seu espírito dentro deles, de modo que vivam segundo Seus estatutos e observem e ponham em prática Suas leis (cf. Ez 36, 26-27). Ora, são justamente esses textos proféticos que confirmam Agostinho em sua doutrina. Escreve no De Spiritu et littera: “O que são, portanto, as leis de Deus, escritas pelo próprio Deus no coração, senão a presença do Espírito Santo, que é o dedo de Deus, por cuja presença é derramado em nosso coração o amor que é a plenitude da lei e o cumprimento do preceito?” (De Spiritu et littera 21, 36). Evidenciando as diferenças entre o Antigo e o Novo Testamento, ele diz: “A lei ali é escrita nas tábuas, aqui nos corações, para que o que ali os atemorizava, de fora, produza aqui prazer por dentro; 1280764153956">Ainda menos feliz é a tentativa de opor o ensinamento da Igreja ao de Cristo, ou de ver no cristianismo uma corrente paulina e agostiniana contraposta aos Evangelhos ou a outros escritos do Novo Testamento. Jonas deposita na influência maniqueísta a razão pela qual Agostinho apresenta Cristo como médico, e a graça, como remédio que cura (cf. pp. 142-143). Mas, no Evangelho de Mateus, é o próprio Jesus quem diz: “Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores” ( Mt 9, 12-13). Na sua reflexão sobre a graça, o bispo de Hipona dá um grande destaque às petições contidas na oração do Senhor, que encontramos nos Evangelhos sinóticos: “Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.

Pelágio, observa Agostinho, “deposita a misericórdia e o socorro medicinal do Salvador unicamente no fato de Deus nos perdoar os pecados que cometemos no passado, e não no fato de nos ajudar a evitá-los no futuro. É aqui que ele erra gravemente: embora não perceba, ele nos afasta da vigília e da oração para que não caiamos em tentação, afirmando que está absolutamente em nosso poder impedir que isso aconteça” ( De natura et gratia contra Pelagium 34, 39). Afirmações ainda mais fortes sobre a ação de Deus no homem são lidas no Evangelho de João. Ali, Jesus diz: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrair” (Jo 6, 44), palavras que fazem Santo Agostinho exclamar: “Admirável exaltação da graça!” (In Evangelium Ioannis XXVI, 2). Ainda no mesmo Evangelho, Jesus diz: “Eu sou a videira e vós, os ramos. Aquele que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 5).

São apenas alguns exemplos que mostram suficientemente, me parece, como não é possível, a respeito da doutrina da graça, opor, no interior do cristianismo, uma corrente paulino-agostiniana ao ensinamento de Jesus no Evangelho.

Para terminar, deixando de lado outras observações críticas que podem ser feitas, creio que é preciso reconhecer a Jonas o mérito de ter enfrentado o difícil tema da liberdade com coragem e paixão, chegando a algumas conclusões com as quais podemos concordar plenamente, como quando escreve que “o problema cristão da liberdade é na verdade o problema da subjetividade, que em sua pureza foi concebida apenas na filosofia do homem judaico-cristã, de um modo que não foi concebido na filosofia do homem greco-romana [...]. Segundo essa nova visão, o problema não se apresenta na relação do homem com a natureza ou com a sociedade exterior, mas na relação do homem consigo mesmo e com o absoluto. O problema, portanto, passa a ser o da vontade do homem, muito mais que o de suas ações. A problemática da vontade como lugar da liberdade do homem nasceu, portanto, com a guinada do paganismo para o cristianismo, e, na luta antipelagiana de Agostinho, alcança sua primeira grande forma determinante, que foi também, por alguns séculos, sua forma decisiva” (pp. 215-216).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Entre o céu e a terra

Entre o céu e a terra (Letícia Thompson)

ENTRE O CÉU E A TERRA

Dom Lindomar Rocha Mota
Bispo de São Luís de Montes Belos (GO) 

Jesus levou os discípulos para fora da cidade, e, próximo à Betânia, levantou a mão, abençoou-os e se despediu. Lucas transmite a melancolia desse derradeiro adeus. Depois de tê-los amado tanto, depois de ter vencido a falta de fé que assolara o grupo, Jesus se elevou ao céu, bem diante de seus olhos (Lc 24,50). 

Ele foi visto subindo para o céu de onde tinha vindo. Depois daquele dia nunca mais o vimos de novo, pois ele voltou para o mistério da Santíssima Trindade, para o seio do Pai, onde esperamos encontrá-lo quando da nossa própria ressurreição. 

Demorou, mas finalmente aconteceu. A fé foi testada numa concretude que nunca se tinha visto. Corações foram curados. Como um aerólito ele chegou em nosso meio. Como imigrante e refugiado ele acolheu os eliminados da sorte, aqueles que a duras penas eram tolerados. 

Os homens e mulheres que se enraizavam como podiam encontraram nele segurança e afeto. Sua passagem neste mundo mudou tudo: a sociedade, a ideia de bem e de fidelidade. No centro o valor dos indivíduos. Mas como ninguém duvidava desse valor ele apresentou os sem valor e lhes deu a marca do reconhecimento. 

Até aquele grupo heterogêneo do início se modificou. Já não é mais um agregado de mulheres e homens, mas atendemos, ainda hoje, por um nome comum: os discípulos do Senhor. 

Os primeiros de nós testemunharam a sua despedida. Ficaram maravilhados e o adoraram. A sua natureza divina foi revelada na plenitude, pois só a Deus se adora. Um discipulado de adoradores, que realinha, até os dias de hoje, os caminhos das lembranças de tudo que ele havia ensinado.  

Ele voltou para céu, nós ficamos na terra, mas nós nunca mais ficamos sem ele. As palavras de sua despedida ecoam na existência e continuam provocando o mundo. E porque alguns ainda insistissem em perguntar: “Senhor, é agora que vais restaurar o Reino em Israel?” (At. 1,6), Jesus recomenda olhar em outra direção. Não a curiosidades vãs ou perda de tempo, não temos tempo para disputas tolas (2Tm 2,22). Essencial é continuar no mundo o que Jesus começou. 

Até a contemplação dos discípulos é interrompida. Depois de eles terem testemunhado a subida de Jesus: “Apareceram então dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: ‘Homens da Galileia, por que ficais aqui, parados, olhando para o céu’?” (At 1,11). 

O aprendizado foi suficiente para pôr em marcha as engrenagens do Reino. Afinal, foi Jesus mesmo que disse: “recebereis o poder do Espírito Santo que descerá sobre vós, para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra” (At 1,8). 

Ninguém nunca tinha ida até os confins da terra. Este é o desafio. Um anúncio que servisse a todos os povos. Uma palavra capaz de varar a soleira do tempo para escrever no abismo da posteridade palavras de esperança. Isso ninguém jamais havia feito, mas ninguém também jamais havia vindo da eternidade e para lá voltou, quebrando de vez o limiar entre o céu e a terra. 

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

EDITORIAL: Chamados a ser humanos

O Bom Samaritano (Vatican News)

As palavras de Leão XIV, a profecia de Ratzinger

Andrea Tornielli

"Antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos." Essa é uma das passagens da catequese proposta pelo Papa Leão XIV na quarta-feira, 28 de maio. Refletindo sobre a parábola do Bom Samaritano, o Papa explicou que nos encontros que tecem nossas vidas "revelamo-nos pelo que somos" e, diante da fragilidade e fraqueza do outro, podemos "cuidar dele ou fingir que nada aconteceu".

Assim como aconteceu na narração de Jesus: os dois ministros religiosos, que tinham o privilégio de entrar no espaço sagrado do Templo de Jerusalém, não pararam diante do homem ferido por ladrões, jogado à beira da estrada. Quem demonstrou compaixão foi um samaritano, alguém considerado impuro pelos judeus. É ele quem cuida do homem que a tradição religiosa considerava um "inimigo". O Papa Leão XIV observou em sua catequese: “a prática do culto não leva automaticamente a ser compassivo. Com efeito, antes de ser uma questão religiosa, a compaixão é uma questão de humanidade!”.

Ser crentes e praticantes, ser ministros de Deus, não assegura a compaixão, nem garante que nos deixemos "ferir" pela realidade, pelos encontros, pelas situações de necessidade com as quais nos deparamos: antes de sermos crentes, somos chamados a ser humanos. É precisamente esse ser humano, ou seja, compassivo, que se torna uma oportunidade para testemunhar o Evangelho.

Já notava isso em 1959, com lucidez profética, o padre Joseph Ratzinger, jovem professor de teologia fundamental na Universidade de Bonn. Em seu ensaio "Os Novos Pagãos e a Igreja", ao refletir sobre as condições mutáveis das sociedades secularizadas, ele falava sobre o testemunho missionário da seguinte forma: "O cristão deve ser, antes, um homem alegre no meio dos outros, um próximo onde não pode ser um irmão cristão”. Portanto, alguém que se faz "próximo", como o bom samaritano. "Penso também", acrescentava o futuro Papa, "que deveria ser, nas relações com o seu próximo não crente, precisamente e sobretudo humano, ou seja, não irritar com contínuas tentativas de conversão e pregações... não deve ser um pregador, mas, justamente, com bela abertura e simplicidade, um homem".

Para Ratzinger, era claro como a Igreja nasce e como pode sempre renascer: do testemunho de homens e mulheres atraídos por Cristo e capazes de testemunhá-lo com a vida, na compaixão, no ser companheiros de viagem de quem quer que seja. Por outro lado, o futuro Bento XVI já estava bem ciente de quão ilusório fosse pensar em deter o declínio do cristianismo ocidental fechando-se em uma fortaleza, reduzindo a fé ao tradicionalismo, a um aglutinante identitário de grupo, ou a uma ideologia para sustentar algum projeto político. No fundo, essa é a chave da missão, a força do anúncio, na mudança de época que atravessamos: pessoas chamadas a ser, antes de tudo, humanas, abertas e compassivas. Homens e mulheres cristãos que não se sentem superiores aos outros, pois estão cientes de que, muitas vezes, quem nos dá testemunho de compaixão são os "distantes", aqueles que consideramos "impuros", como o Bom Samaritano do Evangelho.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

sexta-feira, 6 de junho de 2025

Pesquisa mostra que trabalhos manuais ativam áreas do cérebro responsáveis pela motivação

Jovem fazendo tricô | Aleteia

Cibele Battistini - publicado em 03/06/25

Pesquisas da Dra. Kelly Lambert da Universidade Johns Hopkins mostram que essas atividades impactam positivamente na saúde mental.

Lambert chamou esse mecanismo de “circuito de recompensa guiado pelo esforço”. Em termos simples: nossos cérebros são projetados para sentir satisfação quando um esforço físico resulta em um resultado tangível e positivo. Quando criamos algo — seja cozinhando uma sopa, tricotando um chapéu ou cuidando de um canteiro — nos sentimos capazes e úteis. E essa é uma das maneiras mais eficazes de prevenir a depressão.

Por que o trabalho manual ajuda a combater a depressão?

Vamos olhar para os fatos. A depressão não surge apenas de uma “falta de serotonina”. É uma condição complexa que envolve fatores biológicos, psicológicos, espirituais e sociais. E são justamente esses últimos — como a inatividade, a solidão e a falta de atividades construtivas — que alimentam o ciclo de tristeza e apatia.

Se pensarmos no tempo que passamos em frente a uma tela — essa é a realidade de muitos de nós —, o corpo entra em um estado de letargia. Um trabalho que não produz resultados visíveis não proporciona a mesma satisfação (também física) que atividades como bordar um guardanapo ou esculpir na madeira. A Dra. Lambert demonstra que pequenas ações manuais ajudam a restaurar o sentido de controle sobre a própria vida, um fator-chave na proteção contra a depressão.

O que você pode fazer já hoje?

Claro, você pode tentar fazer pão de fermentação natural ou bordar um ornamento religioso. Mas você também pode começar com algo mais simples. Encontre uma atividade que envolva suas mãos e sua mente. Pode ser crochê, tricô, fazer biscoitos do zero (sim, com farinha, não com mistura pronta), jardinagem — mesmo que seja apenas na varanda — desenhar, fazer caligrafia ou origami. O importante é que seja uma atividade onde você possa ver progresso — “antes não havia nada, agora há algo” — e que seja realizada com intenção, concentração e um pouco de esforço.

E as crianças e os jovens?

Essa é uma pergunta muito importante. As crianças de hoje, criadas em meio a tablets e smartphones, muitas vezes não têm a oportunidade de exercitar movimentos manuais precisos. No entanto, é precisamente na idade escolar que se desenvolvem as áreas do cérebro relacionadas ao planejamento, à autorregulação e à resiliência emocional. Se quisermos que nossos filhos sejam mais emocionalmente estáveis e menos vulneráveis à depressão, devemos garantir que interajam com o mundo real: costurando, colando, desenhando, montando quebra-cabeças, cozinhando — e fazendo isso junto a nós.

Se isso não for suficiente para convencê-lo a começar…

…você pode se aprofundar. Encontre alguma leitura sobre “Depressão na Adolescência”, quem mostrem rituais atividades diárias podem se tornar um suporte concreto para os jovens em crise.

Por fim, uma pergunta para reflexão:
O que você fez hoje com suas mãos?
E o que poderia fazer amanhã?

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/06/03/pesquisa-mostra-que-trabalhos-manuais-ativam-areas-do-cerebro-responsaveis-pela-motivacao/

RESENHA: A grande concepção pelagiana: o cristianismo é uma educação (Parte II)

O rei Davi e a Apresentação de Jesus no Templo, portal maior da Catedral de Fidenza (Parma) [© Foto Scala, Firenze] | 30Giorni

Arquivo 30Dias,  número 05 - 2010

A grande concepção pelagiana: o cristianismo é uma educação

“É evidente que Jonas simpatiza com a concepção de Pelágio, pois sente-o mais próximo do estoicismo e de um certo tipo de judaísmo. De fato, depois de ter dito que para Pelágio a graça de Cristo consiste em ‘estímulos para a vontade, não em auxílio ativo’ e que ‘não são uma transformação do homem, mas uma educação do homem’, exclama admirado: ‘Essa é a grande concepção pelagiana’. Esse é o ponto crucial do livro e do pensamento de Jonas”. Resenha do texto inédito de Hans Jonas, Problemas de liberdade, escrita por Nello Cipriani.

de Nello Cipriani

Que dizer de tudo isso? A primeira coisa que devemos observar é que a leitura que Jonas fez de Agostinho é inexata em muitos pontos. Ele considera que Agostinho, num primeiro momento, no período antimaniqueísta, teria reconhecido no homem sob a lei, no judeu, uma vontade boa, entendida como amor à justiça, mas que depois, sob pressão dos pelagianos, teria negado tal vontade ao homem, depositando-a na graça; assim, ficaria explicado por que, nas palavras de São Paulo: “A lei é espiritual; eu, porém, sou carnal” (Rm 7, 14), Agostinho já não vê apenas o homem sob a lei, o judeu, mas também o homem sob a graça, o cristão e o próprio apóstolo. Contudo, como eu dizia, há muitas inexatidões nessas afirmações.

Em primeiro lugar, é preciso deixar bem claro que o homem sob a lei, tomado em consideração por Agostinho, não é propriamente o judeu, em contraposição ao cristão, que seria o homem sob a graça. Para Agostinho, todo homem carnal está sob a lei, e o cristão, ainda que tenha sido tornado um ser espiritual no batismo, pelo dom do Espírito, permanece “sob a lei quando se abstém da obra do pecado por temor ao castigo com que a lei o ameaça, e não por amor à justiça, não estando ainda livre e desapegado da vontade de pecar” (De natura et gratia contra Pelagium 57, 67). Agostinho dá uma confirmação desse seu modo de pensar na exortação feita aos monges de seu mosteiro a que observem a regra “não como servos sob a lei, mas como homens livres, sob a graça” (Regula ad servos Dei 8, 48). Portanto, os cristãos também podem estar sob a lei, mesmo tendo sido chamados a passar para o regime da graça, a crescer no amor e na liberdade interior, com a ajuda da graça de Deus e o esforço pessoal. Além do mais, Agostinho sempre reconheceu a existência de homens espirituais no antigo Israel, como “os patriarcas, os profetas e todos aqueles israelitas por obra dos quais o Espírito Santo nos concedeu o auxílio e o conforto das Escrituras” ( De doctrina christiana III, 9, 13). Sendo assim, no pensamento de Agostinho, não é possível identificar o homem sob a lei com o judeu e o homem sob a graça com o cristão.

Em segundo lugar, a vontade boa, que no período do presbiterato Agostinho reconhecia como faculdade do homem sob a lei, do homem carnal, não consiste no amor a Deus e à justiça, como Jonas procura mostrar várias vezes, forçando o pensamento do autor cristão (cf. pp. 171-173 e p. 182); consiste, isto sim, em querer evitar o pecado ou observar a lei por temor ao castigo, atitude que não suprime a vontade de pecar. Isso fica claro, ainda, quando constatamos que já no período antimaniqueísta, antes de se tornar bispo, Agostinho atribuía à graça o amor a Deus e à justiça. De fato, escrevia ele no comentário a Rm 5,3: o Apóstolo “diz que essa caridade [o amor a Deus], nós a temos por dádiva do Espírito, e demonstra que todos os bens que poderíamos atribuir a nós mesmos, nós os devemos atribuir a Deus, que mediante o Espírito Santo dignou-se conceder-nos a graça” ( Expositio quarumdam propositionum ex Epistola ad Romanos 20). Na revisão de suas obras, Agostinho observa que mesmo “nos livros Sobre o livre-arbítrio, que não foram escritos contra os pelagianos, que ainda nem existiam, mas contra os maniqueístas, não me calei totalmente a respeito da graça de Deus, que os pelagianos procuram eliminar com execrável impiedade” (Retractationes I, 9, 4).

Em terceiro lugar, a mudança no pensamento agostiniano acerca da origem da vontade boa movida pelo temor aos castigos, contrariamente ao que Jonas afirma, não ocorre em meio à polêmica com Pelágio e sob pressão dela, mas muitos anos antes. Já no início do episcopado (396-397), respondendo a certas questões que lhe foram dirigidas por Simpliciano, mestre de Ambrósio e sucessor dele na cátedra de Milão, Agostinho, após retomar as palavras de São Paulo: “Realizai a vossa salvação, com temor e tremor. Na verdade, é Deus que produz em vós tanto o querer como o fazer, conforme o seu agrado” ( Fl 2, 12-13), comenta: “Paulo, aqui, mostra claramente que a própria boa vontade também é suscitada em nós por Deus”, e pouco depois acrescenta: “Se perguntarmos se a boa vontade é dom de Deus, acharemos estranho que alguém ouse negá-lo” (De diversis quaestionibus ad Simplicianum, I, 2, 12). Na realidade, bem antes do advento de Pelágio, Agostinho já se convencera de que a boa vontade é ao mesmo tempo obra de Deus e obra do homem, pois “de um modo Deus concede o querer, de outro aquilo que pedimos. Quis Deus que o querer fosse obra sua e nossa: sua, chamando; nossa, seguindo o chamado” (ibid. I, 2, 10).

Enfim, é verdade que só durante a polêmica com os pelagianos Agostinho admitiu que no ‘eu’ de Rm 7, 14 é possível entender também o homem sob a graça, portanto o próprio São Paulo, mas, como ele mesmo afirma, deu esse passo não porque obrigado pelos argumentos pelagianos, mas porque achou que outros respeitados comentaristas da Escritura, em particular Cipriano e Ambrósio, já tinham feito essa exegese (Retractationes, I, 23, 1). Por outro lado, repito, a mudança em seu pensamento não consistiu em tirar a boa vontade do homem sob a lei, boa vontade que, já havia tempo, reivindicara à graça de Deus. Agostinho simplesmente se deu conta de que todos os homens, até os mais espirituais, como certamente era São Paulo, enquanto ainda vivem no corpo mortal não chegaram à paz perfeita, e necessariamente estão sujeitos à tentação. O próprio Apóstolo dá testemunho disso quando escreve que ainda não chegou à perfeição e que avança para o que está adiante ( Fl 3, 12-13), mas sobretudo quanto confessa que “para que a grandeza das revelações não me enchesse de orgulho, foi-me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás, para me esbofetear, a fim de que eu não me torne orgulhoso. A esse respeito, roguei três vezes ao Senhor que ficasse longe de mim. Mas o Senhor disse-me: ‘Basta-te a minha graça; pois é na fraqueza que a força se realiza plenamente’” (2Cor 12, 7-9).

“Agostinho sempre reconheceu a existência de homens espirituais no antigo Israel, como ‘os patriarcas, os profetas e todos aqueles israelitas por obra dos quais o Espírito Santo nos concedeu o auxílio e o conforto das Escrituras’ (De doctrina christiana III, 9, 13). Sendo assim, no pensamento de Agostinho, não é possível identificar o homem sob a lei com o judeu e o homem sob a graça com o cristão”

Como podemos constatar, a reconstrução do pensamento agostiniano feita por Jonas deixa muito a desejar. Há diversas imprecisões, sobre pontos que não são de pouca importância. Seja como for, suas conferências suscitam algumas questões, às quais vale a pena dar uma resposta. Em primeiro lugar: por que Santo Agostinho chegou a defender a tese de que os primeiros passos na fé (o initium fidei) e a boa vontade são também obra da misericórdia de Deus, além de esforço do homem, se, anteriormente, acompanhando outros autores eclesiásticos, assinalara esses fatores como dependentes apenas da vontade do homem? Jonas, como eu já disse, repete mais de uma vez que a mudança no pensamento do bispo de Hipona se deve à pressão pelagiana (p. 180), chegando a falar mesmo de “uma armadilha pelagiana”, em que Agostinho teria caído (p. 182). Ao contrário, vimos que a mudança ocorrera muito tempo antes que Pelágio aparecesse em cena. Na realidade, a razão da mudança é indicada pelo próprio Agostinho na resposta a Simpliciano. Na exegese da Carta aos Romanos, escreve: “O que mantém a intenção do Apóstolo e de todos os justificados, por intermédio dos quais nos foi mostrado o significado da graça, é o fato de que ‘quem se gloria, glorie-se no Senhor’ ( 1Cor 1, 31)” (De diversis quaestionibus ad Simplicianum I, 2, 21). Comentando essas palavras do Apóstolo, explica Agostinho numa de suas últimas obras, São Cipriano, bispo de Cartago e mártir, entendeu-as no sentido de que “não nos devemos gloriar de nada, pois nada é nosso” (De dono perseverantiae 14, 36). Foi sobretudo essa exegese de Cipriano das palavras de São Paulo, portanto, que iluminou e levou Agostinho a negar a autonomia da vontade humana em relação ao bem. Ele compreendeu que todos os bens que o homem possui e todo o bem que o homem realiza vêm de Deus, ainda que de maneiras diferentes. Enquanto Pelágio exortava a jovem e nobre Demetríade a sentir-se orgulhosa de suas virtudes, pois estas são bens que pertencem apenas ao homem, Agostinho repetia com São Paulo: “Quem se gloria, glorie-se no Senhor” ( 1Cor 1, 31). O homem não se pode gloriar de nada, não pode alegar nenhum mérito diante de Deus; deve ser sempre grato a Deus, “doador de todo bem” (Regula ad servos Dei 8, 49). Isso não significa que o homem nada faça: sem sua vontade, não pode crer, não pode amar nem muito menos realizar nenhuma boa obra. Mas a vontade humana não se dirige ao bem, se não “é preparada pelo Senhor” (Pr 8, 35, segundo a Setenta).

Jonas reconhece que a questão de que trata Agostinho pertence à fé e não à filosofia. Aliás, avança demais nessa linha, quando afirma categoricamente que “a atitude do filósofo deve ser a de não crer” (p. 198). Ora, não compreendemos por que o filósofo não deveria crer, como se a fé não tivesse suas razões. O filósofo também pode razoavelmente crer e buscar compreender, com a razão, o conteúdo da fé. Era justamente esse o princípio da reflexão agostiniana: crê para compreenderes ( crede ut intellegas). Todavia, concordo com Jonas quando ele acrescenta que “não é possível dar [...] um significado fenomenológico à afirmação: ‘Meu estado presente é caracterizado pelo amor de Deus derramado em meu coração pelo Espírito Santo’” (ibid.). Todavia, justamente porque nos encontramos diante de problemas de fé, a meu ver ele deveria ter investigado mais a fundo o pensamento de Agostinho, tomando por base o ensinamento bíblico e a tradição cristã. É evidente, porém, que Jonas simpatiza com a concepção de Pelágio, pois sente-o mais próximo do estoicismo e de um certo tipo de judaísmo. De fato, depois de ter dito que para Pelágio a graça de Cristo consiste em “estímulos para a vontade, não em auxílio ativo” e que “não são uma transformação do homem, mas uma educação do homem” (p. 204), exclama admirado: “Essa é a grande concepção pelagiana” (ibid.).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF