No sétimo domingo da Páscoa, celebramos no Brasil e em
muitos outros lugares, a solenidade da Ascensão do Senhor.
Vatican News
Quarenta dias após a Ressurreição, Jesus sobe ao céu por seu
próprio poder; não é uma despedida, mas um gesto que marca um novo jeito de
caminhar conosco em nossa jornada rumo à pátria definitiva.
Esta comemoração não tem um caráter cronológico, mas
teológico-catequético.
Lucas, nos Atos dos Apóstolos, quis afirmar que Jesus, o
crucificado, ressuscitou e foi acolhido por Deus. Os dois anjos com vestes
brancas são os mesmos que apareceram no dia de Páscoa, relatado em seu
Evangelho.
O mesmo Lucas, autor do Evangelho que leva seu nome,
escreveu nesse seu outro livro uma cena muito mais simples – Jesus se elevou
aos céus perante seus discípulos.
O céu, entendido a partir do Evangelho de Jesus, não é o
além das estrelas e das nuvens. Isso seria um céu materializado, continuação do
nosso mundo. Céu é a comunhão plena com o Pai, a sintonização absoluta com sua
santíssima vontade e a vivência radical da caridade, do amor, a plenitude do
amor fraterno, em total ágape e comunicação com a Trindade.
Jesus subiu ao céu no mesmo instante de sua morte, mas os
discípulos só foram compreendendo isso aos poucos, a partir do terceiro dia.
O Senhor volta para o Pai e, ao mesmo tempo, está conosco,
ao nosso lado. Isso é possível porque Deus é onipotente, está em toda parte, em
todo lugar. Principalmente porque ele nos ama e quem ama deseja ficar ao lado
do ser amado.
Jesus está presente no mundo, no meio dos homens quando o
testemunhamos, quando somos fiéis aos seus ensinamentos e praticamos a justiça,
o amor e o perdão.
Sua obra de redenção continua no mundo, através da ação da
Igreja, através de nossa ação de batizados. Somos os continuadores de sua
missão redentora. Ele investe todos nós nessa missão ao dizer: “Toda autoridade
me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos
os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e
ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!”.
Ascensão não é despedida, afastamento de Jesus, mas outro
modo de Ele estar presente ao nosso lado através de sinais. Por isso ele
acrescenta: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”.
E os sinais serão nossa prática de caridade fraterna, nossa
ida aos marginalizados, aos sofredores, nossa vida alicerçada nos valores do
Reino e não nos contravalores de uma sociedade materialista e consumista.
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