Translate

domingo, 5 de julho de 2020

Envie uma mensagem a Bento XVI pela morte de seu irmão

Papa emérito Bento VI e seu irmão Georg no Vaticano em uma imagem de arquivo.
Crédito: Vatican Media

RATISBONA, 03 Jul. 20 / 12:30 pm (ACI).- A Diocese de Ratisbona (Alemanha) disponibilizou um livro virtual de condolências para deixar as mensagens de pêsames ao Papa Emérito Bento XVI pela morte de seu irmão Mons. Georg Ratzinger, que ocorreu em 1º de julho.
Não é necessário se cadastrar, basta preencher os campos com o nome e a origem para deixar a mensagem de condolências de no máximo dois mil caracteres.
Pode deixar a sua mensagem de condolências AQUI.
Mons. Georg Ratzinger, irmão mais velho do Papa Emérito Bento XVI, faleceu em 1º de julho em Ratisbona, aos 96 anos.
A última ocasião que os dois irmãos se encontraram foi de 18 a 21 de junho, quando Bento XVI viajou para Ratisbona para acompanhar Mons. Georg Ratzinger que já estava muito doente. Foi a primeira viagem fora da Itália que Bento XVI fez desde que apresentou sua renúncia ao pontificado.
Informações sobre as exéquias de Mons. Georg Ratzinger
Além disso, a Diocese de Ratisbona anunciou que parte das vésperas fúnebres de Mons. Ratzinger começará em 5 de julho às 15h na catedral com o canto de um coral de 220 membros.
Embora não seja uma cerimônia pública, poderá ser acompanhada ao vivo no site da Diocese de Ratisbona e em seu perfil no Facebook.
Na segunda-feira, 6 de julho, às 19h, o Terço será rezado na catedral e na terça-feira, 7 de julho, na colegiata pública de São João, perto da catedral, o público poderá se despedir de Mons. Ratzinger através um livro de condolências.
O funeral será realizado na quarta-feira, 8 de julho, às 10h, na Catedral de São Pedro e será presidido por Dom Rudolf Voderholzer. Em seguida, às 12h30, Mons. Georg Ratzinger será enterrado nos túmulos que estão na Catedral de Ratisbona.
A diocese informou que, devido à atual situação pela pandemia, haverá um número limitado de participantes no funeral que poderá ser acompanhado ao vivo no site da Diocese de Ratisbona e em seu perfil no Facebook.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

sábado, 4 de julho de 2020

XIV Domingo do Tempo Comum - Ano "A": VINDE A MIM VÓS TODOS OS QUE ESTAIS CANSADOS.

Dom José Aparecido
Adm. Apost. Arquidiocese de Brasília
“Exulta de alegria, filha de Sião!” (Zac. 9, 9). Assim começa a liturgia da Palavra deste XIV Domingo do tempo Comum. Um convite à alegria que tem sua fonte na vinda do Rei ao nosso encontro. A profecia de Zacarias convida ao louvor de Deus porque Ele se apresenta humilde, “montado num jumentinho”, para reinar de um confim ao outro da terra, anunciando a paz. Nestes tempos difíceis, vivemos assustados com a fragilidade da nossa vida, com conflitos ideológicos e sociais que parecem tirar-nos a esperança da paz. No entanto, o profeta nos assegura que o Rei “anunciará a paz às nações”. A promessa de paz vem acompanhada pela destruição das armas. É a paz proveniente da redenção profunda do nosso ser, do senhorio do Espírito sobre a carne. A carne é a nossa soberba, obstáculo à relação filial com Deus, à relação fraterna com os irmãos; a soberba nos impede de ver na Criação os novos céus e a nova terra que com o auxílio da graça de Deus somos chamados a restaurar.
A Igreja vê na entrada de Jesus em Jerusalém o início do cumprimento da promessa de Deus anunciada por Zacarias. Deus não se engana nem nos engana: “o Senhor é fiel em sua palavra” (Sl 144, 13). Reunida na unidade da Trindade, a Igreja tem motivo para cantar: “Ó meu Deus, quero exaltar-Vos, ó meu Rei, e bendizer o vosso nome pelos séculos” (Sl 144, 1).
No Evangelho (Mt 11, 25-30), Jesus louva e bendiz o Pai por revelar Seus segredos mais íntimos aos pequeninos e os esconder aos sábios e entendidos. Jesus não despreza a sabedoria, dom do Espírito Santo. Condena, sim, a soberba que está na origem da rejeição dos seus desígnios de amor.
O Coração de Jesus é o lugar acolhedor em que as nossas aflições são reconfortadas: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Ele nos convida a tomar sobre nós o seu jugo, a carregar o suave peso de Sua misericórdia. Carregando a suavidade do seu peso, encontramos descanso para os nossos corações e nos tornamos bem-aventurados porque pacíficos, artífices da paz. Ouçamos agora o convite do Senhor: “Vinde a mim vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei” (v. 27).
E se nos abater a humilhação por nossa fragilidade ou pela injustiça sofrida; se nos oprimir o peso da enfermidade ou a perda da esperança pelo luto sem despedidas, volvamos o olhar para Jesus e rezemos confiantes a oração da Igreja: “Ó Deus, que pela humilhação do vosso Filho reerguestes o mundo decaído, enchei os vossos filhos e filhas de santa alegria, e dai aos que libertastes da escravidão do pecado o gozo das alegrias eternas” (Oração Coleta).
A Filha de Sião, a Virgem Mãe Aparecida, é causa da nossa alegria. Ela nos conforta ao pé da Cruz e o seu divino Filho no-la confia como Mãe da Esperança e Rainha da Paz.
Folheto: "O Povo de Deus"/Arquidiocese de Brasília

Aos 38 anos, ele acaba de se tornar o bispo mais jovem do mundo

Capture d'ecran YouTube / KTO

https://www.youtube.com/watch?v=BzNJv50500U

Sacerdote greco-católico romeno foi nomeado pelo Papa Francisco

Quem se acostumou a vincular inconscientemente os bispos católicos a faixas etárias superiores a 50 anos poderá ficar surpreso ao saber que dom Cristian Crişan tem 38 anos de idade e é o bispo auxiliar da arquidiocese de Alba-Iulia e Făgăraș, na Romênia.
Nomeado pelo Papa Francisco em janeiro deste ano, dom Cristian recebeu a ordenação episcopal na catedral romena de Blaj, na Transilvânia, neste último 21 de junho, tornando-se o bispo católico mais jovem do mundo.
Aliás, o fato de ele ser católico também pode surpreender quem não sabia que a Igreja Católica é formada por 24 igrejas autônomas, com jurisdição sobre a própria liturgia por razões históricas, mas unidas pela mesma fé e integradas sob a condução do Papa. É o caso da tradição greco-católica romena, de rito bizantino, que tem costumes e nomenclaturas próprias, mas é fiel à única Igreja. Saiba mais a respeito dessa riqueza católica de ritos e tradições acessando o artigo recomendado abaixo.
Dom Cristian Crişan tem forte vínculo com a França: durante muitos anos, ele foi o pároco da paróquia greco-católica romena Saint-Georges-des-Roumains, em Paris, além de reitor da missão greco-católica romena na mesma cidade.
Aleteia

Mais de 500 cruzes foram eliminadas pelo Governo chinês em menos de três meses

ACI Digital
PEQUIM, 02 Jul. 20 / 02:00 pm (ACI).- Nos últimos três meses, mais de 500 cruzes das igrejas da província de Anhui na China foram eliminadas pelo regime comunista, sem que as autoridades católicas e protestantes pudessem resistir.
Segundo UCA News, desde meados de abril o Governo chinês removeu mais de 500 cruzes de igrejas cristãs e locais públicos na província de Anhui, como parte de uma campanha do governo que buscaria remover o símbolo cristão dos olhos do público.
Paul Lee, um pregador protestante na cidade de Anhui, em Suizhou, disse que todas as cruzes da igreja foram removidas, exceto uma que pertence a uma igreja de um século de antiguidade considerada um patrimônio nacional.
"Sem essa igreja, o sinal da cruz não poderia ter sobrevivido nesta cidade", disse Lee, afirmando que a maioria das cruzes pertencentes à igreja foi removida em um trecho de 500 quilômetros de Zhejiang a Anhui.
Da mesma forma, Lee explicou que nem a Associação Patriótica Católica Chinesa, aprovada pelo estado, nem a Conferência Episcopal da China podem se opor à remoção das cruzes. “O clero em Anhui não quer causar problemas. Eles têm medo do governo", acrescentou o pastor protestante.
Uma igreja na zona turística de Anhui está negociando com as autoridades para salvar sua cruz por mais quinze dias.
“Muitos turistas visitam esta área. Se a cruz for derrubada, perde o símbolo de nossa igreja e o sinal do cristianismo”, disse o Pe. Joseph, um sacerdote católico local. Além disso, o sacerdote exortou os paroquianos a proteger a cruz e informou ao Bispo de Anhui, Dom Liu Xinhong, sobre a disposição do governo de derrubá-la.
"O Bispo [Dom Liu Xinhong] disse que, quando a cruz for derrubada, tire fotos para salvar as evidências. O bispo expressou sua incapacidade de enfrentar as autoridades. Afinal, isso sempre esteve sob o controle do Governo e o bispo Liu não tem nada a dizer sobre isso", indicou o Pe. Joseph.
Outro sacerdote pertencente à igreja subterrânea em Anhui disse que todas as cruzes em suas igrejas foram removidas sem exceção e que a igreja subterrânea é leal ao Vaticano e não aceita ser sancionada pelo regime.
Do mesmo modo, assinalou que no passado foram capazes de construir igrejas e realizar atividades eclesiais apesar da repressão, mas que "agora as cruzes estão sendo demolidas e as atividades da Igreja estão sendo restringidas".
Liu Xiaoman, cristão em Hefei, capital e maior cidade de Anhui, disse que “depois que as cruzes foram derrubadas em Zhejiang, o Partido Comunista Chinês está estendendo seu jogo para outras partes do país. Eles podem fazer o que quiserem".
Em outubro de 2019, uma igreja no condado de Guantao foi demolida por "ocupação ilegal de terras cultiváveis". Somente neste ano, as cruzes de duas igrejas no condado de Qiu, em Hebei, foram removidas.
Desde que começou a campanha do Governo chinês para remover cruzes, em outubro de 2018, foram retiradas milhares delas nas dioceses das províncias de Zhejiang, Henan, Hebei e Guizhou por uma suposta violação das leis de planejamento. 
Lam, um pastor de uma igreja em casa, movimento religioso de assembleias cristãs não registradas na China, disse que as igrejas em casas foram reprimidas pelas autoridades e não têm um local fixo de culto.
"O Partido Comunista Chinês está intimidando a Igreja porque é muito débil", disse Lam e assinalou que, embora a demolição da cruz não o tenha afetado, a proibição das autoridades às igrejas em casa tornará difícil encontrar um lugar de culto no futuro.
No início de maio, Pe. Chen, um sacerdote de Anhui, disse que a perseguição à Igreja aumentou desde que o Vaticano assinou um acordo com a China sobre a nomeação de bispos em setembro de 2018, que busca fundir a igreja aberta administrada pelo estado com a igreja subterrânea leal ao Vaticano.
Além disso, Pe. Chen indicou que o regime chinês não interrompeu essa perseguição, mesmo quando o novo coronavírus estava no auge no país, e exortou os católicos de todo o mundo a se unirem para restaurar os direitos dos cristãos na China.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
ACI Digital

Igrejas no Sul do Brasil atingidas por “Ciclone Bomba” precisam de ajuda

Igreja Matriz N. Sra. dos Navegantes, em Governador Celso Ramos (SC).
Foto: Pascom da Paróquia N.Sra dos Navegantes.
REDAÇÃO CENTRAL, 03 Jul. 20 / 01:22 pm (ACI).- A Cáritas Regional de Santa Catarina está realizando uma campanha de solidariedade pelas vítimas do ‘Ciclone Bomba’ que atingiu todas as regiões do estado de Santa Catarina e partes dos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná na última terça-feira, 30 de junho. O fenômeno causou estragos em mais de 100 cidades e deixou ao menos nove mortos.
Segundo informações do site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por todo o estado há registros de Igrejas que sofreram danos em consequência das fortes rajadas de ventos. Uma das mais atingidas foi a comunidade matriz da paróquia Nossa Senhora dos Navegantes em Governador Celso Ramos na Arquidiocese de Florianópolis (SC).
Na cidade, cerca de 80% das residências sofreram algum dano. Além da igreja, também o salão paroquial que foi reformado há cerca de um ano ficou completamente destruído. Também na Arquidiocese, outras paróquias registraram destelhamento de igrejas e centros pastorais.
Na região norte do estado de Santa Catarina, o setor administrativo da Cúria Diocesana de Joinville possui registros de 20 paróquias com relatos de igrejas atingidas pelo ciclone. O pior caso está na Paróquia de Garuva, onde a casa paroquial foi destruída e das 17 comunidades, 7 estão impossibilitadas de uso.
“Uma de nossas áreas de atuação está ligada ao meio ambiente e gestão de riscos e emergências. Na grande Florianópolis, estamos acompanhando mais de perto a ocupação urbana Mestre Moa, no município de Palhoça (SC). Com cerca de 30 famílias morando de forma precária, a comunidade foi atingida com quedas de árvores e destelhamentos de casas. A Cáritas está colaborando diretamente com a doação de telhas para a comunidade”, declarou o secretário-executivo da Rede Cáritas no estado, Gelson Nezi, segundo informações do site da CNBB.
Quem puder ajudar, deve procurar diretamente as paróquias e comunidades, além dos escritórios diocesanos da Cáritas. Segundo Gelson, como a Ação Solidária Emergencial ‘É Tempo de Cuidar’ já está sendo realizada pela Igreja no Brasil por conta do isolamento social causado pela Pandemia do Covid-19, a Rede Cáritas não está programando uma nova campanha de doações para os atingidos.
Além do destelhamento e destruição de residências e empresas, cerca de 50% da população catarinense ficou sem energia elétrica por 24 horas. Até esta quinta-feira, 2 de julho, 233.330 mil unidades consumidoras seguiam sem energia elétrica no estado, sendo 67,3 mil em Florianópolis, cerca de 42,5 mil em Lages e aproximadamente 11,1 mil em Chapecó.
De acordo com as Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), a recuperação total da rede elétrica afetada pelo ciclone em Santa Catarina pode levar até três dias. Os problemas de comunicação e os cuidados com a logística para a ajuda aos atingidos, devido à pandemia da Covid-19, dificultam ainda mais para que a Defesa Civil do estado possa relatar os verdadeiros números da tragédia.
O ciclone extratropical, que teve rajadas de ventos atingindo uma velocidade superior a 130km/h, começou a se formar no norte da Argentina e se deslocou para o Oceano Atlântico, passando pela região Sul do país. O Governo de Santa Catarina decretou estado de calamidade pública e contabiliza ainda duas pessoas desaparecidas.
ACI Digital

BEATO PIER GIORGIO FRASSATI

AciDigital

Pier Giorgio nasceu em Turim, em 1901, no seio de uma família da alta burguesia: seu pai, Alfredo, jornalista e dono do jornal "La Stampa", era amigo íntimo de Giolitti, que o enviou a Berlim como embaixador. Sua mãe era uma pintora famosa: Vitório Emanuele III comprou uma das suas obras, exposta na Bienal de Veneza. Na família Frassati, a fé não era bem "de casa"; não obstante, o Senhor soube abrir alas nos corações dos homens, dispostos a dar-lhe ouvido.

Combater o sistema por dentro
Pier Giorgio não se sentia à vontade na classe social onde vivia, nem na sua vida no lar, onde a fé era um elemento mais formal do que essencial. Passou sua infância com a irmã Luciana, mais nova de um ano; era a sua única confidente, uma vez que os contrastes com seus pais se tornavam cada vez mais evidentes: Pier Giorgio não era um excelente estudante, pelo menos até entrar para o Instituto Social dos Padres Jesuítas.
Ao se formar, passou a estudar Engenharia mecânica, com especialização em mineração, para seguir de perto os mineiros, que, na época, eram considerados os mais explorados dos explorados.
Infelizmente, não conseguiu concluir seu curso de graduação, em vida, mas apenas o título "honoris causa", em 2002. A sua prioridade não eram os estudos, mas a oração, a Eucaristia e a caridade. Por isso, o jovem preferiu ficar em casa, junto com a família.

"Passava o tempo" a serviço da caridade
Os contrastes, unilaterais, com o pai, não tardaram: seu pai Alfredo começou a definir o filho como "homem inútil", dizendo que “andava à toa” pelas ruas da cidade, frequentando pessoas que não estavam à sua altura.
Por sua vez, Pier Giorgio era uma pessoa sempre sorridente, aceitava as repreensões de modo sereno, como uma eterna criança: assim, se comportava com o próximo necessitado, apesar de não agir da mesma forma com os jovens da sua classe; contudo, demonstrava a todos verdadeiro amor e participação nos sofrimentos humanos.
Nos últimos anos de vida, Pier Giorgio Frassati participou, praticamente, de todas as Associações católicas, desde a Conferência de São Vicente à Ação Católica e à FUCI, e sempre prestava a sua ajuda e serviço aos mais indigentes.

Empresa de Transporte “Frassati"
Os amigos de Pier Giorgio zombavam dele, chamando-o Empresa de Transporte “Frassati", porque sempre visitava os "porões" dos pobres e os casebres da periferia de Turim, uma cidade de grandes Santos e intelectuais, mas também de tantos operários, pobres e excluídos as sociedade.
O jovem Frassati levava de tudo às casas dos mais necessitados: alimentos, roupas, lenha, carvão, móveis, gastando todo o dinheiro que sua família lhe dava, que diminuía sempre mais.
No entanto, Pier Giorgio se aproximava, sempre mais, da espiritualidade dos Dominicanos, a ponto de se tornar Terciário.
Ao transferir-se a Berlim, teve a oportunidade de conhecer, pessoalmente, o Padre Karl Sonnenschein, o "São Francisco alemão", uma presença que o levou a se questionar sobre a possibilidade de ser sacerdote, uma ideia que Pier Giorgio deixou de lado porque achava que não tinha vocação.
Contudo, o jovem continuava a ser feliz: deixava as ocasiões mundanas para ir à Missa; ao invés da companhia dos jovens burgueses, preferia estar com os pobres, que saciava, a sua sede de viver o Evangelho. Seria um erro pensar que ele era um tipo estranho ou isolado, pelo contrário, repleto da verdadeira vida, era um grande apaixonado, entre outras coisas, pela montanha, da qual era um entusiasta alpinista.

Finalmente o amor ou, talvez, não
Certo dia, entre um grupo de escaladores, Pier Giorgio conheceu Laura Hidalgo, da qual se apaixonou: um amor, que manteve oculto dentro de si, em seu coração, seja para "não colocá-la em embaraço", seja para não ser um ulterior problema para a sua família, visto que ela pertencia a uma classe social bem mais inferior: um sacrifício que poucos jovens, no lugar de Pier Giorgio, conseguiriam enfrentar. Ele, porém, enfrentava tudo com sorriso nos lábios, porque sabia, nas profundezas do seu espírito, que o verdadeiro amor era outro: aquele que o aguardava na sua iminente vida eterna, que, talvez, começava a entrever, chegando até a desejar o dia do seu nascimento para o céu, que chamava "o dia mais lindo de todos".
No último período da sua existência terrena, Pier Giorgio fundou a "Sociedade de Tipos Estranhos", cujos membros, "desonestos e vigaristas", recebiam apelidos engraçados: o de Pier Giorgio era Robespierre. Estes tipos faziam excursões, contavam piadas, mas, acima de tudo, aspiravam à amizade mais profunda, fundada no vínculo sagrado da oração e da fé. Era uma verdadeira amizade cristã, em certos aspectos, profética para a maioria da associatividade leiga da Igreja, que haveria de vir.

Morte repentina
No dia 30 de junho de 1925, toda a família Frassati estava preocupada com a saúde da avó Linda, que veio a falecer no dia seguinte. Assim, ninguém percebeu que Pier Giorgio sentia uma profunda dor de cabeça, a ponto de não querer se alimentar. Precisamente ele, que era sempre tão bonito e saudável! No entanto, sua família percebeu isso no dia do enterro da avó, porque o rapaz nem conseguia levantar da cama. Mas, já era tarde demais: foi acometido por uma meningite fulminante, que ceifou a sua vida no dia 4 de julho, com apenas 24 anos de idade.
Milhares de pessoas participaram das suas exéquias, sobretudo os pobres de Turim, que ele havia ajudado ou, até mesmo, apenas tocado com a sua vida repleta de Deus. "Não reconheço meu filho!", murmurou o pai, impressionado com a multidão presente. Assim, a sua tristeza se tornou ainda mais dolorosa.

"Primeiro milagre" de Pier Giorgio
Seu pai, Alfredo Frassati, era inconsolável por compreender quem era seu filho, somente no momento em que o perdeu para sempre. Seu coração estava arrasado, porque Pier Giorgio havia deixado um grande vazio, um silêncio ensurdecedor. Entretanto, Alfredo não teve medo de enfrentar o sofrimento: deixou-se escavar, profundamente, pela dor e, aos poucos, aquele vazio foi preenchido pela Luz e a Palavra de Deus. Desta forma, o pai se aproximou da fé, que amadureceu no fim da sua vida - ele faleceu em 1961, - provocando-lhe uma conversão poderosa e maravilhosa, que muitos consideraram, talvez, com razão, o "primeiro" milagre de Pier Giorgio.

Oração a Pier Giorgio Frassati:
Senhor Jesus, dai-nos a coragem de voar alto,
fugir da tentação da mediocridade e da banalidade;
tornai-nos capazes, como Pier Giorgio,
de aspirar às coisas mais nobres,
com tenacidade e constância,
e acolher, com alegria, o vosso convite à santidade.
Livrai-nos do medo de não conseguir
ou da falsa modéstia de não ser chamados por Vós.
Concedei-nos a graça,
que vos pedimos, por intercessão de Pier Giorgio,
e a força para continuar, com fidelidade,
no caminho, que conduz, verdadeiramente, “ao alto".
Por Cristo, nosso Senhor. Amém.



VaticanNews

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Papa Francisco disse que está com saudade do Brasil

Pope Audience
Antoine Mekary / ALETEIA

Declaração foi feita em mensagem exibida durante evento em homenagem às vítimas da Covid-19

Falando em português, o Papa Francisco enviou sua bênção e uma mensagem especial de amor e esperança aos brasileiros. A mensagem foi exibida durante o evento “Para Cada Vida”, realizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e a Cáritas Brasileira, com o apoio da ONU.
No vídeo, o Pontífice manifestou sua proximidade com o povo brasileiro e transmitiu esperança a todos:
“Aprendi que, para ter acesso ao povo brasileiro, é preciso ingressar pelo pulsar de seu imenso coração. Nessa hora, os braços do Papa se alargam para abraçar a inteira nação brasileira na sua complexa riqueza humana, cultural e religiosa. Quantas e quantas dificuldades na vida de cada um, no nosso povo, nas nossas comunidades… Mas, por maiores que possam parecer, (…) Deus caminha ao seu lado, nunca lhes deixa desamparados. Nunca percamos a esperança. Nunca deixemos que ela se apague nos nossos corações. Deu é mais forte e Deus é a nossa esperança. Olhem para a frente com confiança. A travessia é longa e cansativa, mas olhem para a frente! Existe um futuro certo que se coloca numa perspectiva diferente relativamente às propostas ilusórias dos ídolos do mundo, mas que dá novo impulso e nova força à vida de todos os dias.”
Francisco também falou sobre fé e solidariedade:
“O Brasil, hoje, necessita de homens e mulheres que, cheios de esperança e firmes na fé, deem testemunho de que o amor manifestado na solidariedade e na partilha é mais forte e luminoso que as trevas do egoísmo.”
Antes da bênção apostólica, o Santo Padre disse – e repetiu – que está com saudade do Brasil:
“Com saudades do Brasil… Com saudades do Brasil, concedo-lhes a bênção apostólica, pedindo a Nossa Senhora Aparecida que interceda por todos nós. Assim seja.”
O Papa Francisco esteve no Brasil em 2013. Na sua primeira viagem apostólica, visitou o Rio de Janeiro, onde participou da Jornada Mundial da Juventude, e o Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo.

Homenagem às vítimas da Covid-19

O evento “Para Cada Vida” contou com uma Missa presidida pelo Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta. Também foram exibidas imagens projetadas no Cristo Redentor em homenagens às vítimas da Covid-19. Ao final, houve show com a cantora Alcione.
A homenagem foi transmitida ao vivo e pode ser conferida no vídeo abaixo (se não conseguir visualizar, clique aqui).
Aleteia

Prêmio Nobel Yunus: depois da Covid, projetar um mundo novo

Terra
VaticanNews

Entrevista com o prêmio Nobel da Economia em 2006, Muhammad Yunus, criador do microcrédito. O economista tem ideias claras sobre o que fazer em um mundo mudado pela pandemia. Antes de tudo, proteger todos do vírus, graças a uma vacina que deverá ser declarada "bem comum global". Depois, simplesmente, projetar um mundo novo.

Andrea Monda

"Quando soubermos para onde ir, chegar lá será muito mais fácil". Muhammad Yunus, economista, Prêmio Nobel da Economia em 2006, criador do microcrédito moderno, tem ideias bastante claras sobre o que fazer em um mundo potencialmente mudado pela pandemia. Antes de tudo, proteger a todos, o mundo inteiro, do vírus, graças a uma vacina que seja declarada "bem comum global". Depois, simplesmente, projetar um mundo bem diferente.

O senhor ressaltou, em sintonia com o Papa, que após a crise da Covid-19 será necessário encontrar um novo modelo. Não podemos voltar atrás; nada será o mesmo de antes. Na sua opinião, como esta mensagem pode ser compreendida pelos que estão no poder?
Muhammad Yunus: Fico muito satisfeito em ver que o Papa Francisco pensa exatamente como eu. Voltar ao velho mundo seria um ato insensato, porque o mundo de onde viemos é um mundo muito inóspito, um mundo aterrorizante, um mundo que estava morrendo com o aquecimento global, a concentração da riqueza, a inteligência artificial que tirava trabalho aos seres humanos. Naquele momento, tudo convergia e só restavam alguns anos antes do colapso do mundo inteiro. Do ponto de vista do aquecimento global, resta muito pouco tempo até que o mundo se torne inabitável. O mesmo se aplica à concentração da riqueza, que é uma bomba relógio que pode explodir política e socialmente, com muita raiva, e também à inteligência artificial, por causa da qual não haverá mais trabalho ou emprego para as pessoas. Não é o tipo de mundo para o qual queremos voltar. Essa é a questão. E o coronavírus nos fez um grande favor ao criar uma situação terrível para o planeta, porque parou a máquina em sua corrida para a morte. Portanto, hoje, pelo menos, não estamos correndo para nenhum lugar. O trem parou. Podemos simplesmente olhar em volta, podemos sair do trem que nos levou a um determinado fim e decidir onde queremos ir para encontrar certeza e segurança. Certamente não queremos voltar atrás: esse é o ponto. Não voltar significa que temos a possibilidade de ir a outro lugar...

Mas e se as pessoas que estão em altos cargos e os que tomam as decisões não o aceitarem?
Muhammad Yunus: Bem, se as pessoas quiserem ir a outro lugar, os que tomam decisões não têm muita escolha. No final, são as pessoas que decidem para onde ir. Isso é democracia. Se a opinião pública se fortalecer, creio que não se possa ignorá-la. Tento encorajar os jovens a olhar para a situação e para depois tomar uma decisão. São adolescentes que marcham pelas ruas com as faixas “Fridays for Future". Dizem ao mundo que estamos no caminho errado. Acusam seus pais de serem irresponsáveis e que os empurram para um mundo sem futuro para eles.

“Eu lhes digo: esta é a sua chance. Vocês podem construir o mundo que quiserem. Portanto, unam-se e façam-no”

Trata-se de convencer as pessoas em geral e os jovens em particular. É uma questão de comunicação. Se o Papa Francisco assume a liderança, a mensagem torna-se imediatamente poderosa. O pensamento do Papa é respeitado globalmente, independente da filiação religiosa. Recordemos o impacto que suas opiniões tiveram nas negociações de Paris para chegar a um consenso sobre a crise ambiental global. Seu apelo ao mundo ajudou a alcançar o Acordo de Paris. O Papa Francisco pode desempenhar um papel muito importante neste momento. Peço-lhe que desempenhe este papel com firmeza.

Recentemente o senhor declarou que a retomada depois da pandemia é repleta de oportunidades, mas somente se passar por uma nova consciência social e ambiental, um uso da economia não como uma mera ciência para maximizar os lucros, mas sim como uma ferramenta para alcançar a felicidade dos indivíduos e da comunidade. Como podemos atingir este objetivo?
Muhammad Yunus: Explicando às pessoas o que é este objetivo. E que estava errado, porque não temos que voltar atrás. As pessoas conhecem os perigos do velho mundo, mas não estão cientes das oportunidades criadas pela crise do coronavírus para escapar desses perigos.

“Eu não acho que a economia praticada no mundo de hoje mereça ser definida como ciência social. Não há nada de social nisso. Sua única preocupação é a maximização do lucro pessoal. Não se preocupa com o interesse comum do povo.”

Preocupa-se apenas em como aumentar a riqueza das nações sem se perguntar quantas, ou quão poucas, as pessoas recebem essa riqueza. Não se preocupa nem mesmo com a segurança do planeta. No máximo, podemos chamar a economia de ciência empresarial, não de ciência social. A ciência social deve abordar os problemas da sociedade, o que é bom para as pessoas, o que é bom para o planeta, e deve propor ideias que tornem a vida das pessoas melhor e o planeta mais seguro. Para alcançar um novo mundo, devemos redesenhar a economia e dar-lhe uma orientação social. Deverá ser uma economia movida pela consciência social e ambiental. A economia atual nunca reconheceu o interesse coletivo. Baseia-se apenas em seu próprio interesse. Se incluirmos o interesse coletivo na economia, imediatamente ela se torna diferente. Precisamos de dois tipos de economia, uma para maximizar o lucro e outro para resolver os problemas comuns das pessoas, com zero de lucro pessoal. A mesma pessoa pode fazer as duas coisas. Não precisamos de duas pessoas diferentes para fazer isso. Em um tipo de economia uma pessoa cuida de si mesma e no outro cuida de todos os outros e do planeta.  Eu chamo este novo tipo de economia de economia social. Esta é a economia que se compromete em resolver os problemas das pessoas e do planeta sem qualquer intenção de ganho pessoal. Esta nova economia será a base para a construção do novo mundo.

O senhor lançou uma iniciativa a favor de uma vacina gratuita e acessível a todos. Em situações como esta da Covid, como é possível tirar a pesquisa médica da lógica do lucro?
Muhammad Yunus: Devemos chegar ao fundo da questão. Não é correto dizer que as empresas estão gastando dinheiro para desenvolver a vacina. Na maioria dos casos, são as universidades que contribuem com seu conhecimento e criatividade e os governos que pagam grandes somas de dinheiro para a pesquisa, especialmente a pesquisa de vacinas. Por que as universidades deveriam desistir de seu direito? Por que o governo deveria desistir de seu direito?  Não estou negando às empresas um retorno justo de seus investimentos. Podemos discutir quão grande foi o investimento e qual deveria ser o retorno correto. As empresas podem ser pagas para tornar a vacina um bem comum global. Mas a propriedade deve pertencer ao povo, não a uma empresa. Deve ser um bem open source, para que possa ser produzida em qualquer lugar, por qualquer pessoa, respeitando todos os requisitos regulamentares. Se quisermos torná-la acessível às pessoas em todo o mundo ao mesmo tempo, deve ser produzida em todo o mundo.  Não apenas em um ou dois lugares, como vemos que está sendo feito agora. Uma empresa já declarou que as primeiras vacinas produzidas serão entregues nos Estados Unidos, outra que as primeiras irão para a Europa. E quanto ao resto do mundo? Se não for dada a vacina para o resto do mundo, haverá outro problema. Será criada imediatamente uma nova mega atividade de produção e venda de vacinas falsas. Levará tempo para que a vacina real chegue a bilhões de pessoas, portanto a dificuldade de acesso a ela levará a esta situação. As pessoas nos países pobres serão vítimas deste comércio, pois não podem competir com os principais fornecedores no mercado de vacinas genuínas. Antes que tal situação surja, o mundo deve declarar a vacina como um bem comum mundial. Ontem, fiz um apelo aos líderes mundiais, que foi assinado por muitas figuras importantes de todo o mundo. Repito este apelo através de vocês, a fim de pressionar os governos a fazer esta declaração o mais rápido possível: fazer da vacina para a covid-19 um bem comum mundial. Peço ao Papa Francisco que apoie esta iniciativa com sua poderosa voz.

Como disse o Papa, a pandemia, além de ser uma tragédia planetária, representa uma oportunidade para desenvolver um futuro diferente. Como o senhor imagina este futuro ou como vê o novo equilíbrio mundial?
Muhammad Yunus: Concordo plenamente com as palavras do Papa. Fez uma afirmação clara: não devemos voltar atrás. O Papa Francisco deve continuar a repeti-lo de modo audaz para que todos possam ouvi-lo. Atualmente o Papa é a voz moral do mundo inteiro. É, portanto, muito importante que continue insistindo nesta questão. Sim, é possível mudar este mundo. Os homens podem fazer tudo o que querem. É a força de vontade que torna possível. Quando decidimos não voltar atrás, precisamos desenvolver políticas, instituições e estruturas para garantir que vamos na direção certa e chegamos lá rapidamente. Devemos pedir aos governos que canalizem seus fundos de resgate para apoiar iniciativas destinadas a não voltar atrás em vez de acelerar o processo oposto. Os recursos não são um problema: alguns já foram mobilizados para os fins errados. O compromisso é de colocá-los na causa certa. Precisamos de um mundo novo construído para nós. Que tipo de mundo tem que ser? Claro que tem que ser um mundo muito diferente daquele de onde viemos. No mundo novo, não haverá aquecimento global. O Papa Francisco já falou sobre isso. Agora temos que torná-lo realidade. Não se trata simplesmente de uma declaração feita pelo Papa: devemos todos nos unir e traduzi-la em realidade. O mundo novo será um mundo com zero emissões de carbono. Será um mundo com concentração zero de riqueza. Será um mundo onde a riqueza será compartilhada em vez de monopolizada, como fazemos hoje. Será um mundo com desemprego zero. O mundo novo será quase exatamente o oposto do atual.

“Quando soubermos para onde ir, será muito mais fácil chegar lá”

Para avançarmos para o novo mundo, precisamos ver quais atividades contribuem para o aquecimento global, a concentração de riqueza ou o desemprego. Devemos criar pontos de controle para evitar que as atividades erradas entrem neste novo mundo. Não podemos trazer a economia dos combustíveis fósseis para o novo mundo. Temos que dizer: volte com energia renovável se você quiser permanecer no setor de energia. Se é uma empresa que produz poluição, diremos para voltar com atividades que criem uma economia circular.

O senhor acha que isso pode acontecer?
Muhammad Yunus: Se nos decidirmos, isso pode acontecer. Trata-se de tomar uma decisão. Estamos enfrentando o maior desafio existencial. Quando a crise está no seu auge, devemos propor as soluções mais ousadas.

O senhor acredita que a espiritualidade é importante para esta mudança, a força para provocar esta mudança?
Muhammad Yunus: Sim, é muito importante. O coronavírus mudou tudo, criando uma situação em que não podemos nos encontrar fisicamente. Somos forçados a permanecer fechados dentro de nossas casas e o distanciamento social se tornou parte de nossas vidas. Sendo privado de proximidade física, a vida se torna uma boa oportunidade para alcançar a unidade espiritual.
Vatican News

O jejum dos Apóstolos (Parte 1): o que os Apóstolos ensinaram


Apologética

O que os Apóstolos ensinaram
O Jejum dos Apóstolos, o tempo após a Grande Festa de Pentecostes, nos convida a olharmos para o que os primeiros seguidores de Cristo fizeram após terem recebido o Espírito Santo em Pentecostes. Para descobrirmos o que eles fizeram, precisamos olhar para aqueles Livros do Novo Testamento que seguem os quatro Evangelhos em nossas Bíblias. O primeiro deles, os Atos dos Apóstolos, foi escrito por São Lucas como uma sequência de seu Evangelho. Ele descreve a vinda do Espírito e o impacto que teve em suas vidas.
O Espírito desceu sobre os Apóstolos durante uma importante festa judaica em Jerusalém – Shavuoth, que relembra a entrega da Lei a Moisés. Essa era uma festa com peregrinação, quando os judeus de diversas cidades e países vinham a Jerusalém. Nós lemos nos Atos que, quando o Espírito veio sobre os Apóstolos, muitos desses peregrinos ouviram a comoção e vieram ver o que estava acontecendo. A primeira coisa que os Apóstolos fizeram foi contar a eles sobre a morte e ressurreição de Cristo.
O livro dos Atos diz que São Pedro se adiantou para falar com os peregrinos curiosos. Ele lhes disse que Cristo havia ressuscitado dos mortos:
  • “Jesus de Nazaré, homem de quem Deus tem dado testemunho diante de vós com milagres, prodígios e sinais que Deus por ele realizou no meio de vós como vós mesmos o sabeis, depois de ter sido entregue, segundo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de ímpios. Mas Deus o ressuscitou, rompendo os grilhões da morte, porque não era possível que ela o retivesse em seu poder” (Atos 2,22-24).
A segunda coisa que São Pedro disse foi que seus ouvintes precisavam responder à essa mensagem:
  • “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo, pois a promessa é para vós, para os vossos filhos e para todos os que ouvirem de longe o apelo do Senhor, nosso Deus” (Atos 2,38-39).
Pelo resto de suas vidas, os Apóstolos foram de cidade em cidade com a mesma mensagem: Cristo ressuscitou; convertei-vos e sede batizados! Assim foi o nascimento da Igreja.
  • Procure no Calendário Litúrgico pelas datas da Semana de Pentecostes e do início do Jejum dos Apóstolos. Determine como você observará esse período com sua família.
  • Leia o Sermão de São Pedro do dia de Pentecostes por inteiro (Atos 2,14-40). Observe o quanto a pregação dos Apóstolos aos judeus dava ênfase à realização plena do Antigo Testamento em Cristo.
  • Leia Atos 14,8-18 e Atos 17,22-31 para ver o que os Apóstolos enfatizaram quando ensinando aos Gentios.
  • Ajude as crianças a lembrar quem falou ao povo curioso em Pentecostes e quais foram as duas coisas que ele lhes instou a fazer.
  • Rezem para que o Senhor preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem juntos os seguintes versos: “Trabalhando através dos divinos Apóstolos e enfatizando os Profetas, Cristo, com o auxílio do Espírito Santo, levou as nações ao conhecimento de Deus. Como prometestes, ó Salvador, concedestes grandes milagres aos Vossos discípulos, enviando-os a pregar a Vossa glória pelo mundo todo. A todos os povos, eles anunciaram a graça de Vossa Encarnação e Vossa santa Ressurreição.”
Veritatis Splendor

5 coisas que talvez não saiba sobre São Tomé Apóstolo

São Tomé / Crédito: Mattia Preti (1613-1699)
REDAÇÃO CENTRAL, 03 Jul. 20 / 09:03 am (ACI).- O episódio da “dúvida” de São Tomé Apóstolo é talvez uma das histórias que mais chamam a atenção na Bíblia. Felizmente, o Evangelho de São João e alguns dos primeiros historiadores da Igreja forneceram informações adicionais sobre Tomé, o que ajuda a entender que essa história é apenas parte de sua experiência como apóstolo de Jesus.
Apresentamos aqui algumas informações sobre a vida desse apóstolo de Jesus, cuja festa é celebrada hoje, 3 de julho.
1. Tomé era um homem de profunda fé
Alguns dias depois de Jesus ter escapado de um apedrejamento feroz em Jerusalém, recebeu a notícia de que seu amigo Lázaro estava muito doente. Lázaro morava em Betânia, muito perto de Jerusalém, então Jesus se sentiu fortemente compelido a visitá-lo e sabia que era necessário um milagre em torno da morte de Lázaro para mostrar a glória de Deus.
No entanto, os apóstolos ficaram horrorizados e tentaram desencorajar Jesus a voltar ao lugar onde quase havia sido morto. Ironicamente, Tomé foi o único que acreditou e corajosamente animou os outros a irem para Betânia com Jesus, mesmo que isso significasse a morte para eles. “Vamos também nós, para morrermos com ele” (Jo 11,16).
2. O episódio de “dúvida” de Tomé foi após a ressurreição de Jesus
Por alguma razão, Tomé não estava lá quando Jesus apareceu aos discípulos em toda a sua glória. Quando se reuniu com eles, contaram-lhe tudo o que havia acontecido, mas não estava convencido. Depois, fez sua famosa declaração sobre a necessidade de "colocar o dedo e a mão nas feridas de Jesus", e que só assim acreditaria.
Desta forma, Jesus apareceu novamente uma semana depois, e desta vez Tomé estava lá. Jesus momentaneamente ofereceu ao apóstolo a oportunidade de tocar em suas feridas.
Depois disso, Tomé proclamou uma crença ardente em Jesus ressuscitado.
3. Tomé evangelizou na Índia
A maioria das tradições aponta que Tomé havia evangelizado na Índia depois de Pentecostes. Hoje, há uma comunidade devota de católicos na costa de Malabar neste país que se autodenominam "os cristãos de São Tomé". Afirmam que sua comunidade começou através dos ensinamentos do apóstolo.
4. Condenado à morte por evangelizar
São Tomé pregou na Pérsia e em outros lugares próximos, assim como na Etiópia e na Índia. Acredita-se que ele tenha sido condenado à morte por suas obras de evangelização neste último país. Sua memória se celebra em 3 de julho e é o santo padroeiro dos arquitetos, construtores, juízes, teólogos e das cidades de Prato, Parma e Urbino, na Itália.
5. Nove dias em oração com o apóstolo
Com o objetivo de imitar melhor a coragem de Tomé para permanecer próximo ao Senhor, apesar dos perigos que possam surgir, assim como de superar as dúvidas no coração, é possível passar nove dias em oração junto ao apóstolo, lendo uma passagem bíblica diária de São Tomé, e desta maneira, o apóstolo ajuda a aproximar o coração a Cristo.
Dia 1 – Mateus 10, 1-15
Dia 2 – Marcos 3, 13-19
Dia 3 – Lucas 6, 12-16
Dia 4 – Lucas 8, 22-25
Dia 5 – João 11, 8-16
Dia 6 – João 14, 5-6
Dia 7 – João 20, 24-29
Dia 8 – João 21, 1-14
Dia 9 – Atos 1, 6-14
ACI Digital

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF