Papa Francisco e dom Paulo Cezar Costa | Vatican News |
Depoimento
de Dom Paulo Cezar sobre o Papa Francisco, por ocasião dos 10 anos de seu
pontificado.
Papa Francisco e dom Paulo Cezar Costa | Vatican News |
Depoimento
de Dom Paulo Cezar sobre o Papa Francisco, por ocasião dos 10 anos de seu
pontificado.
São Gregório de Nissa | FASBAM |
A Questão da Relação Corpo e Alma em Gregório de Nissa
A filosofia grega,
de maneira geral, foi caracterizada por um desprezo com relação ao corpo e,
inversamente, por uma valorização da alma. Este chamado “dualismo” entre o
corpo e a alma se encontra marcado, sobretudo, em Platão que concebe o corpo
como a prisão da alma. Na verdade, para Platão, o corpo nada mais é do que
uma morada da alma por um determinado tempo até́ ela transmigrar para outros
corpos e, finalmente, chegar ao Hades. Todavia, a alma se apresenta também
como a faculdade por excelência do conhecimento, tanto intelectual quanto
moral. Neste sentido, e ao que tudo indica, Platão foi, o primeiro a
desenvolver, de maneira racional e sustentada ao longo de seus diálogos, a
questão da imortalidade da alma. Nele se encontra também a divisão
tripartite da alma. Deve- se, no entanto, notar que, embora Platão o faça de
maneira racional, ele está́ constantemente fazendo apelo ao mito para
demonstrar a imortalidade da alma. Assim, o que nos chama mais a atenção na
filosofia de Platão é a problemática da imortalidade da alma, a sua
tripartição e valorização com relação ao corpo. São estas as principais
teorias platônicas de que Gregório de Nissa se utilizou para explicar a
relação entre o corpo e a alma.
Porém, a filosofia
platônica é apenas uma base para o desenvolvimento do pensamento de Gregório
de Nissa que culmina, justamente, nas Sagradas Escrituras, sobretudo em São
Paulo, no que diz respeito à concepção do corpo, da alma e de suas
relações fundamentais. Evidentemente, Gregório inclui também, nas suas
análises da alma e do corpo, a doutrina paulina da ressurreição. Trata-se,
portanto, de um corpo glorioso, ou de luz.
Além de Platão,
nós analisamos, embora de maneira breve, o pensamento de Aristóteles. Com
efeito, Gregório de Nissa não foi tão influenciado pelo Estagirita como o
fora por Platão. Na esteira de Platão, destacamos também o pensamento de
Plotino naquilo que diz respeito à valorização da alma e do espírito com relação
ao corpo. No tocante ao estoicismo, a influência deste movimento sobre o Nisseno foi
principalmente moral e também, do ponto de vista ontológico, destacamos a questão
do macrocosmo e do microcosmo. Isto quer dizer que o homem é uma miniatura, ou
um resumo, do grande cosmos. No que se refere ao pensamento cristão, Gregório
de Nissa foi, além das Escrituras, diretamente influenciado por Origenes. Na
verdade, os seus contatos com o grande mestre alexandrino remontam à sua infância.
A partir destas considerações,
em Gregório de Nissa, o ser humano é um composto de corpo, alma e espírito e
que ele forma uma unidade indissociável, essencial, substancial. Isso nos
remete tanto às ideias de Origenes quanto, mais diretamente, às do apóstolo
Paulo. Em Paulo, com efeito, o ser humano se apresenta como uma unidade
completa – corpo, alma e espírito – que deve estar sempre em referência a Deus,
como criador, e a Jesus Cristo como salvador. Desta composição essencial do
homem, e de sua referência a Deus, decorrem as outras doutrinas paulinas
relativas à liberdade, ao mal, ao pecado, à carne, à morte e à ressureição.
São, pois, estas questões
que irão influenciar fundamentalmente o pensamento de Gregório de Nissa que,
conforme já dissemos, é tributário da filosofia grega (Platão), das
Escrituras e do pensamento cristão: Origenes, sua avó, sua irmã̃ Macrina e seu
irmão Basilio Magno. O pensamento do Nisseno não é exclusivamente platônico,
origeneano ou paulino. Ele é, na verdade, imbuído destas três fontes, ao mesmo
tempo em que elabora e cria o seu próprio pensamento, mas em referência à tradição
que o precedera.
O pensamento do
Nisseno, principalmente na obra A criação do homem, gira em torno
da doutrina da participação, com base no dito de Gn 1,26: Façamos o homem à
nossa imagem e semelhança. Com esta afirmação, o Nisseno lança-se na questão da
criação do mundo e, consequentemente, do homem. O homem se apresenta no seu
universo numa escala gradativa, ou seja, desde as coisas mais ínfimas até́ os
seres mais perfeitos. Ele está́, pois, colocado num entre-dois, isto é, entre
o mundo dos brutos e o mundo das criaturas espirituais, que são os anjos. No
homem, com efeito, se encontra não somente a sensibilidade – como nas criaturas
irracionais – mas também a inteligência, o nous. É pelo nous que o homem
manifesta a sua semelhança com o Criador. Na perspectiva de Gregório de Nissa,
ele é um ser unitário, composto de corpo, alma e nous.
Evangelho do domingo | Vatican News |
No
Evangelho, a samaritana vai atrás da água para matar sua sede. Jesus, também. É
meio-dia! Lembremo-nos que alguns meses mais adiante, nessa mesma hora, Jesus
dirá que tem sede. Será do alto da cruz.
Padre Cesar Augusto, SJ - Vatican News
Em nossa vida, quando tudo vai de acordo com os
nossos desejos, ficamos alegres, contentes e cordatos. Mas basta acontecer algo
que não estava planejado, ou melhor, faltar algo com que contávamos, para que
nossa alegria desapareça e comecemos a duvidar de tudo, inclusive daquela
pessoa que proporcionou e continua nos proporcionando esses bens. Assim
aconteceu com o povo judeu após a libertação do Egito.
Enquanto caminhavam rumo à terra prometida, a água
veio a faltar. A reação foi tamanha que esqueceram as maravilhas que o Senhor
havia operado em favor deles e até chegaram a desconfiar da fidelidade de Deus.
Apesar dessa atitude, o Senhor continuou fazendo o bem ao povo e providenciou a
água.
Podemos neste momento, fazer um exame de
consciência de nossa vida. O Senhor nos deu a vida, nos alimenta, nos deu
família, saúde e uma infinidade de bens, sejam espirituais ou materiais. Qual o
nosso comportamento quando algo nos falta? Continuamos a nos sentir o centro do
amor de Deus, ou nos esquecemos tudo o que Ele nos presenteou e só estamos
atentos àquilo que nos falta?
No Evangelho, a samaritana vai atrás da água para
matar sua sede. Jesus, também. É meio-dia!
Lembremo-nos que alguns meses mais adiante, nessa
mesma hora, Jesus dirá que tem sede. Será do alto da cruz.
A samaritana escutando Jesus, diz desejar da água
que ele lhe oferece, para que todas as suas necessidades sejam saciadas e ela
não precise mais vir ao poço. Jesus continua a conversa e a samaritana,
entendendo sua proposta, dá um salto qualitativo e deseja a água viva, aquela
que irá aplacar não seus desejos limitados, mas a que irá saciar seus desejos
de eternidade. Ele fala da nova vida que nos dará através de sua morte e
ressurreição, assumida por nós nas águas batismais.
Evolução humana | Significados |
Deus se revela na Evolução
Há algum tempo escrevi seis artigos
sobre o papel da evolução na Ciência moderna, mostrando como as principais
ideias científicas de hoje estão relacionadas ao conceito de conservação. As
regras da conservação estabelecem quando e como a mudança pode acontecer,
estabelecendo assim o que chamamos de evolução. Estudando as quantidades que se
conservam em um sistema, e as condições em que isso é válido, fomos capazes de
formular leis que descrevem o comportamento de quarks, moléculas, bactérias,
ecossistemas, planetas, galáxias e do próprio universo!
No entanto, apesar do conceito de
evolução estar tão bem posto na Ciência, ainda parece gerar desconforto em
alguns meios cristãos. As razões para a desconfiança parecem ser múltiplas, vou
citar as três mais comuns. Em primeiro lugar uma confusão entre “criação” e
“evolução”. Depois, uma dogmatização imprópria do que os cristãos do passado
pensavam sobre o universo. E, por fim, uma análise precipitada da onipotência
divina.
Criação e Evolução são conceitos
diferentes e complementares, evolui-se a partir de algo pré-existente. Assim, é
perfeitamente conciliável com a doutrina cristã expressa no livro do Gênesis
dizer que Deus criou todo o universo a partir do nada e que lhe deu capacidade
de evoluir ao seu fim específico (entra aí o importante conceito filosófico de
“finalidade”) por meio das leis da natureza que impôs à sua criação. Esse
quadro em nada se opõe ao que a Ciência moderna nos revelou. Apesar da
expectativa dos cientificistas, ela é incapaz de revelar a origem do universo e
das suas leis. É uma incapacidade do seu próprio método empirista, não uma
limitação que poderia ser superada com tempo e inteligência. Simplesmente está
fora das suas próprias capacidades.
Com todo respeito e devoção que por
justiça devemos aos nossos antepassados, especialmente àqueles santos doutores
que deixaram sua sabedoria como tesouro para a Igreja, não é necessário que o
sigamos no que pensavam em relação ao mundo natural. Se o que ensinaram sobre a
fé é certo, não há porque supor que seus conhecimentos tão limitados sobre a
natureza deveriam ser respeitados como infalíveis. Pretender impor a Filosofia
antiga como chave de interpretação da Ciência moderna é, além de anacrônico,
sinal de falta de capacidade de diálogo com o conhecimento, que também evolui.
Não obstante, alguns cristãos alegam
que Deus poderia ter criado o universo há alguns mil segundos atrás e nós não
seríamos capazes de provar o contrário. De fato, poderia, mas penso que seria
algo muito aquém do poder de Deus. Teria mais glória um Deus capaz de criar um
universo extremamente complexo, permitindo sua evolução, ou um Deus “piadista”,
que nos colocou num lugar cheio de evidências de evolução e complexidades e nos
deu razão para perscrutá-las, só para nos ver como tontos criando teorias?
Fazendo uma conexão com a
Relatividade Especial, que uniu o espaço ao tempo, gosto de pensar na evolução
como uma outra forma de ver a complexidade da criação, uma complexidade no
tempo. Assim, podemos falar em complexidade de formas, de ações e de como tudo
isso muda ao longo da história do universo. É possível fazer uma analogia com
um quebra-cabeças. O universo tem uma finalidade, seria a imagem que se quer
montar com o quebra-cabeças. Mas para montar essa imagem, precisamos seguir o
desenho correto das peças e colocá-las no lugar previsto para cada uma. As leis
físicas seriam esse desenho e posição de cada peça. Só um Deus onipotente seria
capaz de criar um universo assim como o nosso, onde tudo se encaixa
perfeitamente para montar um quadro final tão majestoso.
Imagine, no entanto, que para tornar
o quebra-cabeças ainda mais desafiador, e assim exaltar mais a glória de quem o
fez, que sua imagem mudasse com o tempo. Assim, como uma televisão
quebra-cabeças. Seria muito mais difícil montá-lo, mas no final as imagens
seriam espetaculares! A mudança com o tempo é o que eu chamo de reconhecer o
tempo como parte dessa complexidade, que geralmente admiramos somente como algo
estático.
No entanto, bem sabemos que para a
Ciência moderna a aleatoriedade é um fator muito importante. Aleatoriedade não
é acaso. Acaso é aquilo que não tem propósito, enquanto a aleatoriedade é a
incapacidade de dizer quando ou como um fenômeno irá ocorrer. Essa incapacidade
pode ser por falta de conhecimento nosso, como na Teoria do Caos, ou por uma
indeterminação própria da natureza, como na Física Quântica ou nas mutações
genéticas. Um decaimento radiativo é aleatório porque o instante em que vai
acontecer não poder ser previsto, mas ele não acontece por acaso, tem uma
finalidade: estabilizar o núcleo atômico.
Os fenômenos naturais aleatórios
tornam nosso quebra-cabeças ainda mais fantástico! As peças mudam de formato,
de imagem e de posição de encaixe sem podermos prever! Nosso objetivo é formar
uma imagem composta de infinitas outras imagens a todo instante e alcançar um
fim específico. Pense que além disso o livre arbítrio do homem torna tudo ainda
mais difícil. Deus respeita nosso livre arbítrio nesse jogo e o usa para que
toda a criação atinja seu objetivo.
Um Deus que consegue fazer tudo isso
pode ser chamado verdadeiramente de onipotente. O universo existe no tempo, não
há razões para excluí-lo da criação. Evolução é a criação acontecendo no tempo.
Na Física chamamos isso de lei mais geral. Podemos descrever separadamente os
campos Elétrico e Magnético, mas somente uma Teoria Eletromagnética (que une os
dois campos) é capaz de explicar toda a variedade de fenômenos e toda a riqueza
da realidade. Digo o mesmo do binômio criação-evolução. Podem ser compreendidos
separadamente, mas é vendo-os como uma faceta da complexidade do universo no
espaço e no tempo que somos capazes de compreender melhor toda a grandeza de
Deus!
Fonte: https://cleofas.com.br/
O Sacramento do Matrimônio | Presbíteros |
CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A
FAMÍLIA
PREPARAÇÃO PARA O SACRAMENTO DO
MATRIMÔNIO
III
A CELEBRAÇÃO DO MATRIMÔNIO
60. A preparação para o matrimônio
introduz na vida conjugal, através da celebração do sacramento. Ela é o cume do
caminho de preparação percorrido pelos noivos e é fonte e origem da vida
conjugal. Para isso, a celebração não pode ser reduzida a uma cerimônia, fruto
da cultura e dos condicionamentos sociológicos. Todavia, louváveis costumes
próprios dos diversos povos ou etnias podem ser assumidos na celebração
(cf. Sacrosanctum Concilium, 77; FC 67), com a
condição de que eles exprimam, antes de mais, o reunir-se da assembleia
eclesial como sinal da fé da Igreja, que reconhece no sacramento a presença do
Senhor Ressuscitado que une os esposos ao Amor Trinitário.
61. Compete aos Bispos, através
das Comissões litúrgicas diocesanas, dar disposições precisas e vigiar sobre a
atuação prática, para que na celebração do matrimónio se cumpra a indicação
dada no artigo 32 da Constituição sobre a Liturgia, de modo que apareça, mesmo
externamente, a igualdade dos fiéis e também seja evitada toda a aparência de
luxo. Favoreça-se em tudo os modos de participação ativa das pessoas presentes
na celebração nupcial. Deem-se subsídios idóneos para captar e saborear a
riqueza do rito.
62. Lembrando-se de que onde dois
ou três estão reunidos em nome de Cristo (cf. Mt 18, 20), Ele
está aí presente, a celebração em estilo sóbrio (estilo que deve continuar
também nos festejos) não só deve ser expressão da comunidade de fé, mas deve
ser motivo de louvor ao Senhor. Celebrar o casamento no Senhor e diante da
Igreja significa professar que o dom de graça dado aos cônjuges, da presença e
do amor de Cristo e do Seu Espírito, exige uma resposta ativa, com uma vida de
culto em espírito e verdade, na família cristã, « Igreja doméstica ». Até para
que a celebração seja compreendida não só como ato legal, mas também como momento
de história da salvação nos cônjuges, e através do seu sacerdócio comum, para o
bem da Igreja e da sociedade, será oportuno que todos os presentes sejam
ajudados a participar ativamente na própria celebração.
63. Será, por isso, preocupação
de quem preside recorrer às possibilidades que o próprio ritual oferece,
especialmente na sua segunda edição típica promulgada em 1991 pela Congregação
para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, para pôr em evidência o
papel dos ministros do sacramento do Matrimônio que, para os cristãos de Rito
latino, são os próprios esposos, e o valor sacramental da celebração
comunitária. Os esposos, com a fórmula da troca de consentimento, poderão
sempre recordar o aspecto pessoal, eclesial e social que dela derivam para toda
a sua vida, como dom de um ao outro até à morte.(4)
O Rito oriental reserva para o
sacerdote assistente o papel de ministro do matrimônio. Em qualquer caso, a
presença do sacerdote ou do ministro para isso delegado é necessária, segundo a
lei da Igreja, para a validade da união matrimonial, e manifesta claramente o
sentido público e social da aliança esponsal tanto para a Igreja como para toda
a sociedade.
64. Visto que o matrimónio, ordinariamente,
se celebra durante a Missa (cf. Sacrosancto Concilium, 78; FC 57),
quando se trate de um matrimônio entre parte católica e parte batizada não
católica, a celebração desenvolver-se-á segundo as especiais disposições
litúrgico-canónicas (cf. OCM 79-117).
65. A celebração resultará mais
ativamente participada se se fizer uso de monições particulares que introduzem
no sentido dos textos litúrgicos e no conteúdo das orações. A sobriedade das
próprias monições deverá favorecer o recolhimento e a compreensão da
importância da celebração (cf. OCM 52, 59, 65, 87, 93, 99),
evitando que a celebração se torne um momento didático.
66. O celebrante que preside (5)
e que torna manifesto à assembleia o sentido eclesial daquele compromisso
conjugal, procurará envolver ativamente os nubentes, juntamente com os parentes
e as testemunhas, na compreensão da estrutura do rito, especialmente daquelas
partes que o caracterizam, como: a palavra de Deus, o consentimento dado e
ratificado, a bênção dos sinais que recordam o matrimônio (anéis, etc.), a
solene bênção dos esposos, a lembrança dos esposos no coração da Oração
Eucarística. « As diversas Liturgias são ricas em orações de bênção e em
epicleses que pedem a Deus a sua graça e a bênção do novo casal, especialmente
da esposa » (Catecismo da Igreja Católica, n. 1624). Além disso será
necessário explicar o gesto da imposição das mãos sobre os « sujeitos-ministros
» do sacramento. Chamar-se-á a atenção de todos os presentes, a propósito, para
o estar de pé, o gesto da paz ou outros ritos determinados pelas autoridades
competentes, etc.
67. Quem preside, para chegar a
um estilo celebrativo ao mesmo tempo sóbrio e nobre, deverá ser ajudado pela
presença de ministrantes, de pessoas que animem e ajudem o canto da parte dos
fiéis, orientem as respostas e façam a proclamação da Palavra de Deus. Com uma
particular e concreta atenção aos nubentes e à sua situação, o celebrante,
evitando de modo absoluto as preferências de pessoa, deverá, ele mesmo,
interrogar-se sobre a verdade dos símbolos que a ação litúrgica usa. Assim, ao
acolher e saudar os nubentes, os seus pais, se presentes, as testemunhas e a
assembleia, será o intérprete vivo da comunidade que acolhe os nubentes.
68. A proclamação da Palavra de
Deus seja feita por leitores idôneos e preparados. Podem mesmo ser escolhidos
entre os presentes, especialmente entre as testemunhas, os familiares, os
amigos, porém não parece oportuno que sejam os próprios nubentes: eles são de
facto os primeiros destinatários da Palavra de Deus proclamada. Mas a escolha
das leituras pode ser feita de acordo com os noivos, na fase da preparação
imediata. Desse modo guardarão mais facilmente a Palavra de Deus para a
traduzir na prática.
69. A homilia, que se deve sempre
fazer, terá o seu centro na apresentação do « grande mistério » que se está a
celebrar diante de Deus, da Igreja e da sociedade. « São Paulo sintetiza o tema
da vida familiar com a palavra: “grande mistério” (cf. Ef 5,
32; Gratissimam Sane, 19). Partindo dos textos proclamados pela
Palavra de Deus e ou das orações litúrgicas, dever-se-á iluminar o sacramento
e, portanto, ilustrar as suas consequências na vida dos esposos e nas famílias.
Evitem-se referências supérfluas à pessoa dos esposos.
70. As ofertas podem ser levadas
pelos próprios esposos ao altar, se o rito se desenrola com a celebração da
Missa. Em qualquer caso, a oração dos fiéis, convenientemente preparada, não
seja nem prolixa, nem pouco concreta. A Sagrada Comunhão, segundo a
oportunidade pastoral, poderá fazer-se sob as duas espécies.
71. Cuidar-se-á de que os
particulares da celebração matrimonial sejam caracterizados por um estilo de
sobriedade, de simplicidade, de autenticidade. O tom de festa não deverá, de
facto, ser prejudicado por excesso de pompa.
72. A bênção solene dos esposos
vem recordar que, no sacramento do Matrimónio, é também invocado o dom do
Espírito, por meio do qual os cônjuges se tornam mais constantes na mútuo
concórdia e espiritualmente sustentados no cumprimento da sua missão e também
nas dificuldades da vida futura. Será certamente conveniente, no quadro desta
celebração, apresentar como modelo de vida para os esposos cristãos o modelo da
Sagrada Família de Nazaré.
73. Enquanto que, pelo que se
refere aos períodos de preparação remota, próxima e imediata é bom recolher as
experiências em ato, a fim de se chegar a uma forte mudança de mentalidade e de
práxis, sobre a celebração, o cuidado dos agentes de pastoral deverá ser posto
em seguir e fazer compreender aquilo que já está fixado e estabelecido pelo
ritual litúrgico. É óbvio que tal compreensão dependerá de todo o processo da
preparação e do nível de maturidade cristã da comunidade.
* * *
Qualquer pessoa se pode dar conta
que aqui estão propostos alguns elementos para uma preparação orgânica dos
fiéis chamados ao sacramento do Matrimônio. É desejável que os jovens casais
sejam oportunamente acompanhados, especialmente nos primeiros cinco anos de
vida conjugal, por cursos pós-matrimoniais, que se desenvolvam nas paróquias ou
vigararias forâneas, conforme o Diretório para a Pastoral das Famílias ao qual
nos referimos acima, nos números 14, 15, relacionando-se com a Exortação
Apostólica Familiaris Consortio, 66.
O Conselho Pontifício para a
Família confia às Conferências Episcopais as presentes linhas
de orientação para os seus próprios diretórios.
A solicitude das Conferências
Episcopais e dos Bispos fará com que se tornem operativas nas comunidades
eclesiais. Assim, cada fiel terá mais presente que o sacramento do
Matrimónio, grande mistério (Ef 5, 21ss), é
vocação para muitos no Povo de Deus.
Cidade do Vaticano, 13 de Maio de
1996.
Alfonso Card. López Trujillo
Presidente do Conselho Pontifício
para a Família
+ S.E.R. Mons. Francisco Gil
Hellín
Secretário
São Constantino | arquisp |
Constantino faz parte da heróica história do cristianismo na Escócia. Ele era rei da Cornualha, pequena região da Inglaterra e se casou com a filha do rei da Bretanha. Depois se tornou o maior evangelizador de sua pátria e o responsável pela conversão do país.
O rei Constantino não foi um governante justo, até sua conversão. No início da vida cometeu sacrilégios e até assassinatos, em sua terra natal. Para ficar livre de cobranças na vida particular, divorciou-se da esposa. Foram muitos anos de vida mundana, envolvido em crimes e pecados. Mas quando soube da morte de sua ex-esposa, foi tocado pela graça tão profundamente que decidiu transformar sua vida. Primeiro abriu mão do trono em favor de seu filho, depois se converteu, recebendo o batismo. Em seguida se isolou no mosteiro de São Mócuda, na Irlanda, onde trabalhou por sete anos, executando as tarefas mais difíceis, no mais absoluto silêncio.
Os ensinamentos de Columbano, que também é celebrado pela Igreja, e que nesse período estava na região em missão apostólica, o levaram a se ordenar sacerdote. Assim, partiu para evangelizar junto com Columbano, e empregou a coragem que possuía, desde a época em que era rei, para a conversão do seu povo. As atitudes de Constantino passaram a significar um pouco de luz no período obscuro da Idade Média.
A Inglaterra e a Irlanda, naquela época, viviam já seus dias de conversão, graças ao trabalho missionário de Patrício, que se tornou mártir e santo pela Igreja, e outros religiosos. Constantino que recebera orientação espiritual de Columbano não usava os mantos ricos dos reis e sim o hábito simples e humilde dos padres. Lutou bravamente pelo cristianismo, pregou, converteu, fundou vários conventos, construiu igrejas e, assim, seu trabalho deu muitos frutos. Sua terra, antes conhecida como "o país dos Pitti", assumiu o nome de Escócia, que até então pertencia a Irlanda.
Porém, antes de se tornar um estado católico, a Escócia viu Constantino ser martirizado. Foi justamente lá que, quando pregava em uma praça pública, um pagão o atacou brutalmente, amputando-lhe o braço direito, o que causou uma hemorragia tão profunda que o sacerdote esvaiu-se em sangue até morrer, não sem antes abraçar e abençoar a cada um de seus seguidores. Morreu no dia 11 de março de 598, e se tornou o primeiro mártir escocês.
O seu culto correu rápido entre os cristãos de língua anglo-saxônica, atingiu a Europa e se propagou por todo o mundo cristão, ocidental e oriental. Sua veneração litúrgica foi marcada para o dia de seu martírio.
*Fonte: Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br
Entrevista do Papa Francisco ao Infobae (Vatican Media) |
Em
uma longa entrevista concedida a Daniel Hadad, fundador de Infobae, site de
informação on-line argentino, o Pontífice fala, entre outros, sobre sua eleição
à Cátedra de Pedro - dez anos atrás, faz uma homenagem ao cardeal brasileiro
Cláudio Hummes, que o inspirou na escolha do nome Francisco, e fala de seus
hábitos. Ele também fala sobre o drama do tráfico de drogas na América Latina,
a situação na Venezuela e na Nicarágua e sobre uma possível viagem à sua
Argentina.
Vatican News
Na segunda-feira, 13 de março, Bergoglio está
completando 10 anos como Papa, mas acredita que não mudou no essencial. Ele
mantém, de fato, a mesma atitude que sempre teve, as nuances do espanhol de
Buenos Aires, o humor um pouco cândido. Trazemos, a seguir, um trecho da longa
entrevista concedida a Daniel Hadad, fundador de Infobae, site de
informação on-line argentino.
Completam-se 10 anos do dia em que foi eleito Papa.
Lembra-se desse dia? O que lhe vem à mente primeiro?
Várias vezes quis me lembrar do que aconteceu.
Realmente, não me dei conta do que ia acontecer. Como, você não tinha votos?
Sim, muitos tinham votos ali, mas no conclave há o fenômeno dos votos depósito.
Às vezes não se sabe em quem votar e por isso se espera um pouco, e se dá a
alguém que não vai sair, para ver como as coisas vão. É assim que o Espírito
Santo move alguém, não é mesmo? De manhã eu vim aqui tranquilo, ao meio-dia, e
alguns me fizeram brincadeiras de passagem, que eu não entendi. Mesmo quando
cheguei ao refeitório, alguns bispos do centro da Europa me disseram:
"Vamos, eminência, o que nos conta sobre a América Latina? Eles me
examinaram. Quando eu estava saindo do refeitório, um cardeal veio correndo por
trás e me disse: "Um momento, por favor, é verdade que lhe tiraram um
pulmão? Eu disse "Não, me tiraram o lóbulo superior direito porque tinha
cistos". "Ah, e quando isso aconteceu? E eu disse: "No ano '57″.
E ele disse "Estas manobras de última hora..." e voltou para trás. E
foi aí que percebi. Foi aí que me dei conta de que havia uma campanha a favor e
uma campanha contra. Depois, fui fazer a sesta tranquilo.
Outra lembrança interessante é que, quando cheguei
- isto é o que os psicólogos diriam o inconsciente - antes de entrar na
Sistina, encontrei o cardeal [Gianfranco] Ravasi e começamos a caminhar na
grande sala antes da Sistina. E eu lhe disse: "Sabe que para minhas aulas
de escritos sapienciais eu uso - eu costumava usá-los, agora não dou mais aula
- seus livros?" E comecei a explicar e começamos a falar sobre os livros
sapienciais e ambos entramos em sintonia, até ouvir um grito: "Os senhores
vão entrar ou não? Porque eu vou fechar a porta". O inconsciente de não
querer entrar. São coisas que não se pode controlar.
Foi muito diferente da eleição de 2005?
Não. A dinâmica é a mesma. Esta teve uma votação a
mais. Em 2005, foi na primeira votação da tarde. Nesta, foi na segunda da
tarde. Na primeira, já se podia ver a tendência.
E aqui quero prestar homenagem a um grande amigo, o
cardeal [Cláudio] Hummes, que estava sentado atrás de mim e veio até mim na
primeira votação e me disse: "Não tenha medo, é assim que o Espírito Santo
age". Até me emociono porque ele morreu há pouco tempo e eu gostava muito
dele. E quando fui eleito na segunda votação - alcancei a marca dos dois terços
e a contagem continuava, todos estavam aplaudindo enquanto a contagem
continuava -, ele se levantou, me abraçou e me disse "Não se esqueça dos
pobres". Isto me toca. Um grande homem, Hummes, um grande homem. Um grande
homem. Ele morreu há alguns meses. Silencioso, porém, ele estava marcando o
caminho. Bem, os pobres, o que eu sei: São Francisco. Francisco, ponto. Então
quando o cardeal [Giovanni Battista] Re me perguntou "Que nome quer dar a
si mesmo?", eu disse "Francisco", ponto.
Muitas pessoas que o conhecem há anos às vezes me
dizem que o senhor parece muito mais feliz do que antes, desde que se tornou
Papa. O senhor sente isso?
Sempre estive contente com meu ministério, mesmo
nos momentos difíceis, de dificuldades que tive, porque tive que resolver
problemas bastante espinhosos, ou ajudar a resolvê-los. Mas nada jamais me
tirou minha paz interior. Essa felicidade. E se vê que as pessoas olham mais
para mim agora, mas eu sempre fui assim. Acho que não mudei aqui. Tenho um
pouco de saudade de Buenos Aires porque não posso andar pelas ruas como fazia
lá. Mas eu não saberia como quantificar a tranquilidade, a paz, a alegria
interior que eu tenho. Para mim é sempre a mesma coisa.
É verdade que o senhor não usa telefone celular?
Eu nunca usei.
Nunca?
Quando me fizeram bispo, me deram um, em 92. Na
época era um tijolo. Eu disse: "Nunca vou usar isto". "Bem, faça
um telefonema. Na frente da pessoa que me presenteou, liguei para minha irmã:
"Como você está?" Bum, desliguei! Eu o devolvi. E nunca mais.
Isso me dá uma grande liberdade. Porque eu me
intero sobre tudo: tem meu número de telefone ou deixa a [mensagem] e eu ligo
de volta. Em outras palavras, para mim não é um impedimento. É claro, reconheço
que meus secretários têm celular.
Isso significa que o senhor não vê Twitter,
Instagram, Facebook.
Não, não esse mundo.
Mas alguém lhe diz.
Sim, sim, eu me mantenho atualizado. E escrevo à
mão.
Como é isso?
Quando eu estava estudando na Alemanha comprei uma
máquina de escrever em uma dessas Angebot [vendas de garagem] que os alemães
têm, por 45 marcos. Eles se livram de tudo o que podem nas sextas-feiras. E eu
gostei dela, era [com] uma linha de memória. Levei-a para Buenos Aires quando
voltei e a usei até vir para cá, e foi lá que ela ficou. E então voltei a escrever
à mão.
E como envia um e-mail?
À mão.
Porém, o entrega a alguém.
E eu o entrego ao secretário e ele o envia. Sim,
tudo à mão. Não quero dizer que é melhor do que o outro modo, não. É um limite
que eu tenho, uma incapacidade, digamos.
Quando foi a última vez que o senhor tirou férias?
Em [o ano] 75. Vejamos, se não me engano... Sim.
[No ano] 76 Isabel [Perón] caiu, não foi?
Sim, em 24 de março.
Aí se estava falando que havia um golpe militar em
76, e em 75, em Mar del Plata... A comunidade tinha uma casa em Mar del Plata e
eu fui lá. Em 76 eu disse: "Olha, fala-se de um golpe, eu não quero deixar
isso sozinho". Eu era provincial na época. "Vão embora".
Ademais, eu estava preparando a mudança da Cúria Provincial para San Miguel. E
isso aconteceu no dia 24 de março, a mudança. E eu fiquei em casa. E foi aí que
senti o gosto por um tipo diferente de férias. Ler mais, ouvir música, rezar
mais, descansar mais. E acabei gostando desse estilo. E é o que sempre repito.
Santo Padre, o senhor reza em algum momento em
particular? Em seu quarto, na capela? Onde reza?
Pela manhã cedo celebro a missa, se não tiver missa
fora. Às seis horas da manhã, celebro missa. Antes disso, rezo um pouco, e
depois também rezo. Levanto às quatro horas, às cinco horas já estou rezando em
meu quarto; às 5h50 vou à capela e lá celebro a missa. Geralmente sozinho ou
com um padre que vem e me acompanha, e ele me ajuda; quando há outro padre, ele
me ajuda. E então o dia começa.
As três últimas perguntas da entrevista têm a ver
com a América Latina. A primeira diz respeito à Venezuela. O relatório Bachelet
da ONU fala sobre violações, choques elétricos, prisioneiros políticos,
desaparecimentos forçados de pessoas. Isso me lembrou a noite sombria que a
Argentina atravessou com a ditadura militar, porém, 40 anos depois. O senhor vê
alguma luz de esperança de que o regime na Venezuela possa mudar?
Penso que sim. Penso que sim, porque são as
circunstâncias históricas que forçarão a mudar a forma de diálogo que têm. Eu
penso que sim. Ou seja, eu nunca fecho a porta para possíveis soluções. Pelo
contrário, eu as incentivo.
A segunda tem a ver com a Nicarágua. No início,
parecia que só tomava de mira a oposição ou aqueles que pensavam diferente; de
fato, acaba de expulsar 222 adversários para o exílio. Mas também vejo um
ataque muito forte contra a Igreja católica. Expulsaram o núncio, agora estão
proibindo as procissões da Semana Santa. E [há] uma frase do mandatário dizendo
[que] "os bispos, os padres, os papas, são uma máfia". O que o senhor
pensa disto?
Com muito respeito, não me resta que pensar em um
desequilíbrio da pessoa que lidera [Daniel Ortega]. Lá temos um bispo na
prisão, um homem muito sério, muito capaz. Ele quis dar seu testemunho e não
aceitou o exílio. É algo que está fora do que estamos vivendo, é como trazer a
ditadura comunista de 1917 ou a ditadura de Hitler de 1935, trazendo as mesmas
aqui... São um tipo de ditadura grosseira. Ou, para usar uma bela distinção da
Argentina, guarangas. Guarangas.
A última acerca da América Latina é sobre o tráfico
de drogas. Tomou conta de estados, penetrou governos do México até o sul. A
Argentina está passando por algo horrível em Rosário, e talvez em outras partes
que não têm tanta imprensa ou publicidade. Há diferentes escolas de pensamento
que veem a descriminalização ou legalização do consumo como uma solução possível
- e digo possível porque é um tema que desconheço. O senhor acredita nisso?
Não, em princípio, não acredito. Para dizer a
verdade, ainda não aprofundei muito sobre o assunto. Mas parece-me que é como,
vou dar um exemplo guarango, de mãos. Com o filho que bate na mãe e, para
resolver o problema vamos mudar o chicote, para que não seja tão prejudicial e
vamos dar-lhe um chicote mais suave. Estas são coisas de destruição. O problema
das drogas é a destruição da pessoa, da mentalidade. A pessoa se destrói a si
mesma. É autodestruição.
Santo Padre, ainda duas últimas perguntas. A
primeira é muito humana: se chora algumas vezes e, se chora, quando foi a
última vez que lembra ter chorado?
Sim, de vez em quando eu choro às escondidas. Uma
vez em público eu não consegui me conter, foi por causa da guerra: eu estava
fazendo um discurso e me veio, e eu não consegui me conter. Mas às escondidas.
Que os psiquiatras interpretem [risos], eu não me interpreto. Às vezes tenho
este tipo de expressão sozinho.
Eu vi a final da Copa. Não estou vivendo na
Argentina, estou vivendo nos EUA, mas viajei especialmente porque queria ver,
se a Argentina ganhasse, esse festejo. E foi um momento maravilhoso de catarse
em uma sociedade muito sofredora. Quando falo com amigos, às vezes ouço - e
muitas pessoas dizem - [que] algo semelhante poderia acontecer se o Papa
Francisco visitasse a Argentina. O senhor pensa nisso, sonha com isso? Será que
teremos essa possibilidade?
Pensei. Pensei sobre isso. Estava planejado para
dezembro de 2017. E se iria primeiro ao Chile, depois à Argentina e ao Uruguai.
Esse era o plano, mas o que aconteceu? Que [Michelle] Bachelet estava
terminando seu governo e as eleições estavam precisamente em torno dessa época.
Então tivemos que mudar o Chile para dezembro e depois ir para a Argentina e o
Uruguai em janeiro. Em janeiro você não consegue encontrar nem o gato, viu?
Então, o programa foi mudado e fizemos o Chile e o Peru. E a Argentina e o
Uruguai foram deixados para depois. E esse depois é o que estamos esperando
[da] conjuntura. Não há recusa de ir. Não, de forma alguma. A viagem esteve
planejada. Estou aberto a essa oportunidade.
Do que isso dependeria?
Milhares de fatores. Milhares de fatores.
Posso pedir dois ou três?
Primeiro, a vontade de eu ir. Creio que isso
exista. Em segundo lugar, a conjuntura sociopolítica. Às vezes, a visita de um
Papa pode ser usada, em todos os lugares. Ela não deve ser usada nem para um
lado nem para o outro.
Poderia realizar-se depois de uma eleição.
Selo Social para a OASSAB | arqbrasilia |
O Sacramento do Matrimônio | Presbíteros |
CONSELHO PONTIFÍCIO PARA A
FAMÍLIA
PREPARAÇÃO PARA O SACRAMENTO DO
MATRIMÔNIO
C. Preparação imediata
50. Onde tenha sido percorrido e
assimilado um itinerário conveniente ou cursos específicos durante o período da
preparação próxima (cf. n. 32 ss.), as finalidades da preparação imediata
poderão consistir nas seguintes:
a) sintetizar o percurso do
itinerário precedente, especialmente nos conteúdos doutrinais, morais e
espirituais, preenchendo assim as eventuais carências da formação básica;
b) realizar experiências de oração
(retiros espirituais, exercícios para nubentes) em que o encontro com o Senhor
possa fazer descobrir a profundidade e a beleza da vida sobrenatural;
c) realizar uma conveniente preparação
litúrgica que preveja mesmo a participação ativa dos nubentes, com cuidado
especial no sacramento da Reconciliação;
d) valorizar, por um conhecimento
mais aprofundado de cada um, os colóquios canonicamente previstos com o pároco.
Estas finalidades serão
conseguidas através de encontros especiais, de modo intensivo.
51. A utilidade pastoral e a
experiência positiva dos cursos de preparação para o matrimônio leva a
dispensar deles apenas por causas proporcionalmente graves. Por
isso, onde, por tais causas se apresentem casais com a iminência urgente da
celebração do matrimônio, sem a preparação próxima, o pároco e seus
colaboradores terão o cuidado de lhes proporcionar algumas ocasiões para
recuperar o conhecimento conveniente dos aspectos doutrinais, morais e
sacramentais que foram expostos como próprios da preparação próxima e, por fim,
inseri-los-ão na fase de preparação imediata.
Requere-se isto pela necessidade
de personalizar em concreto os itinerários formativos, para aproveitar todas as
ocasiões para aprofundar o sentido daquilo que se realiza no sacramento, sem
afastar, por motivo da ausência de algumas etapas de preparação, aqueles que
revelam uma adequada disposição em relação à fé e ao sacramento.
52. A preparação imediata para o Sacramento
do Matrimônio deve encontrar ocasiões convenientes para iniciar os noivos no
rito matrimonial. Nesta preparação, além de se aprofundar a doutrina cristã
sobre o matrimónio e a família, com particular referência aos deveres morais,
os nubentes devem ser ajudados a tomar parte consciente e ativa na celebração
nupcial, entendendo também o significado dos gestos e dos textos litúrgicos.
53. Esta preparação para o Sacramento
do Matrimônio deveria ser o remate de uma catequese que ajude os noivos
cristãos a percorrer de novo, conscientemente, o seu itinerário sacramental. É
importante que eles saibam que se unem no matrimônio enquanto batizados em
Cristo, que na sua vida familiar se devem comportar em sintonia com o Espírito
Santo. Convém, portanto, que os futuros esposos se disponham para a celebração
do matrimónio para que ela seja válida, digna e frutuosa, recebendo o
sacramento da Penitência (cf. Catecismo da Igreja Católica, n.
1622). A preparação litúrgica do Sacramento do Matrimônio deve valorizar os
elementos rituais atualmente disponíveis. Para que se veja uma relação clara
entre o sacramento nupcial e o mistério pascal, a celebração do matrimónio é
normalmente inserida na celebração eucarística.
54. Como a Igreja se torna
visível na diocese e esta se articula nas paróquias, compreende-se como toda a
preparação canónico-pastoral para o matrimónio seja do âmbito paroquial e
diocesano. É, por isso, mais conforme com o significado eclesial do sacramento
que o matrimônio seja celebrado, como norma (CIC can. 1115) na
igreja da comunidade paroquial a que pertencem os noivos.
É bom que toda a comunidade
paroquial tome parte nesta celebração, à volta das famílias e dos amigos dos
nubentes. Nas várias dioceses tomem-se disposições sobre a matéria, tendo em
conta as situações locais, mas também favorecendo decisivamente uma ação
pastoral verdadeiramente eclesial.
55. Convidem-se aqueles que
tomarão parte ativa na ação litúrgica a dispor-se oportunamente também para o
sacramento da Reconciliação e da Eucaristia. Explique-se às testemunhas que
elas são garantes não só de um ato jurídico, mas também representantes da
comunidade cristã, que participa por meio delas num ato sacramental que lhe diz
respeito, visto que uma nova família é uma célula da Igreja. Pelo seu carácter
essencialmente social, o matrimónio requer uma participação plena da sociedade
e isto é expresso pela presença das testemunhas.
56. A família é o lugar mais
apropriado em que os pais, em virtude do sacerdócio comum, podem realizar
gestos sagrados e administrar alguns sacramentais, a juízo do Ordinário do
lugar, como por exemplo, nas circunstâncias da Iniciação Cristã, nos
acontecimentos alegres ou dolorosos da vida quotidiana, na Bênção da mesa. Um
lugar peculiar é dado à oração em família. Ela deve criar um clima de fé no
interior do lar e será um meio para viver, em relação aos filhos, uma
paternidade-maternidade mais plena, educando-os na oração e introduzindo-os na
descoberta progressiva do mistério de Deus e no colóquio pessoal com Ele.
Lembrem-se os pais que, através da educação dos filhos, assumem a sua missão de
anunciar o Evangelho da vida (cf. EV 92).
57. A preparação imediata é uma
ocasião propícia para se iniciar uma pastoral matrimonial e familiar
ininterrupta. Deste ponto de vista, é preciso procurar que os esposos conheçam
a sua missão na Igreja. Nisto podem ser ajudados pela riqueza que oferecem os
diversos movimentos familiares, a cultivar a espiritualidade conjugal e
familiar e o modo de realizar a sua tarefa na família, na Igreja e na
sociedade.
58. A preparação dos noivos seja
acompanhada de sincera e profunda devoção a Maria, Mãe da Igreja, Rainha
das famílias; os próprios noivos sejam preparados para saber compreender
que a presença de Maria é tão ativa na Grande Igreja como na família, Igreja
Doméstica; sejam também levados a imitar Maria nas suas virtudes. Assim, a
Sagrada Família, isto é, o lar de Maria, José e Jesus, fará descobrir aos
noivos « como é doce e insubstituível a educação em família » (Paulo VI, Discurso
em Nazaré, 5, I, 1964).
59. A indicação do que é proposto
criativamente pelas várias comunidades para tornar mais profundas e adequadas
também estas fases da preparação próxima e imediata, será um dom e um
enriquecimento para toda a Igreja.
Alfonso Card. López Trujillo
Presidente do Conselho Pontifício
para a Família
+ S.E.R. Mons. Francisco Gil
Hellín
Secretário