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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Bartolomeu I: não há progresso com base na destruição da natureza

Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação
Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação  (AFP or licensors)

Em sua Mensagem para o Dia de Oração pelo Cuidado da Criação em 1º de setembro, o Patriarca Ecumênico Ortodoxo é claro: a biodiversidade destruída e o equilíbrio climático em colapso exigem uma ação conjunta de indivíduos e governos, "o desenvolvimento não pode continuar sendo um pesadelo para a ecologia".

Alessandro De Carolis – Vatican News

A pergunta que chega na metade da mensagem faz com que se pare e reflita: "Por quanto tempo ainda a natureza vai suportar discussões e consultas infrutíferas e inúmeros atrasos adicionais na tomada de medidas decisivas para sua proteção?". É uma questão que não pode ser contornada e sobre a qual o Patriarca de Constantinopla, Bartolomeu I, concentra sua mensagem para o Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação de 1º de setembro.

Um imperativo categórico

A questão é precedida por uma análise realista: "É uma convicção compartilhada - escreve Bartolomeu I - que, em nosso tempo, o ambiente natural está ameaçado como nunca antes na história da humanidade" e a extensão da ameaça é deixada clara, diz ele, pelo fato de que "o que está em jogo não é mais a qualidade, mas a preservação da vida em nosso planeta". Estamos testemunhando, "a destruição do ambiente natural, da biodiversidade, da flora e da fauna, a poluição dos recursos aquáticos e da atmosfera, o colapso progressivo do equilíbrio climático" e outros excessos. Um complexo de situações, observa Bartolomeu I, que mostra como "a integridade da natureza" é um "imperativo categórico" para a humanidade contemporânea. E, no entanto, não é compreendido em sua importância em todos os níveis.

A ilusão da natureza que se “auto-regenera”

Enquanto em nível pessoal, de grupos e organizações, vem à tona uma "grande sensibilidade e responsabilidade ecológica", o mesmo não acontece - observa o Patriarca de Constantinopla - se considerarmos os administradores de assuntos públicos. "Nações e agentes econômicos não são capazes - em nome das ambições geopolíticas e da "autonomia da economia" - de tomar as decisões corretas para a proteção da criação", é a observação do Patriarca ortodoxo, e de fato cultivam "a ilusão" de que "o ambiente natural tem o poder de se renovar".

Deixar de ser pesadelo

A crise da Covid, comenta o Patriarca, demonstrou o impacto da atividade humana na criação, com a queda da poluição registrada durante o lockdown. Portanto, Bartolomeu I é convicto de que, se a indústria de hoje, os transportes, o sistema econômico baseado na "maximização do lucro" tem um "impacto negativo sobre o equilíbrio ambiental", uma "mudança na direção de uma economia ecológica é uma necessidade que não se pode evitar". Não há um progresso verdadeiro baseado na destruição do ambiente natural". É inconcebível", continua ele, "que as decisões econômicas sejam tomadas sem levar em conta suas consequências ecológicas". O desenvolvimento econômico não pode continuar sendo um pesadelo para a ecologia”.

Igreja, “ecologia aplicada”

Na parte final da mensagem, Bartolomeu I recorda o grande compromisso do Patriarcado Ortodoxo com as questões ecológicas e a necessidade de colaborar a esse respeito. Afinal, ele conclui, "a própria vida da Igreja é uma ecologia aplicada. Os sacramentos da Igreja, toda sua vida de adoração, a ascese e vida comunitária, a vida diária de seus fiéis, expressam e geram o mais profundo respeito pela criação".

Vatican News

 

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF