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quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Papa a Bartolomeu I: somos chamados a restabelecer a unidade entre os cristãos

O Pontífice com o Patriarca de Constantinopla em imagem de
arquivo, no Vaticano (2021)  (Vatican Media)

Francisco envia mensagem ao Patriarca Ecumênico, por ocasião da festa de Santo André nesta quarta-feira (30), recordando o santo padroeiro da Igreja de Constantinopla e irmão de Pedro. Ao final da Audiência Geral, o Papa também saudou Bartolomeu I, rezou pela unidade da Igreja e por um mundo sem guerras.

Andressa Collet - Vatican News

Já é tradição neste 30 de novembro, por ocasião da festa litúrgica do Apóstolo André, o Papa Francisco se dirigir à Igreja em Constantinopla que tem como padroeiro justamente "o primeiro chamado, irmão de Pedro". Em mensagem enviada nesta quarta (30) a Bartolomeu I, o Pontífice exortou o compromisso mútuo pelo "pleno restabelecimento da comunhão" entre os cristãos, através de "um exame comum" caracterizado não pela polêmica, mas pelo diálogo inter-religioso.

O compromisso de todo cristão

Já no início da mensagem, o Papa recordou que "mais uma vez" está sendo representado nas celebrações de Santo André em Fanar, em Instambul, por uma delegação da Igreja de Roma. Francisco, assim, enviou "sinceras orações" e assegurou o "afeto fraterno" do Pontífice ao Patriarca Ecumênico e à Igreja confiada a seus cuidados que participa da Divina Liturgia na Igreja Patriarcal de São Jorge. Um encontro, entre as duas Igrejas - de Roma e de Constantinopla -, disse o Pontífice, que expressa "a profundidade dos laços que nos unem e um sinal visível da esperança que alimentamos de uma comunhão cada vez mais profunda":

"O pleno restabelecimento da comunhão entre todos os que acreditam em Jesus Cristo é um compromisso irrevogável para cada cristão, já que a "unidade de todos" (cf. Liturgia de São João Crisóstomo) não é apenas a vontade de Deus, mas também uma prioridade urgente no mundo atual. De fato, o mundo de hoje está precisando muito de reconciliação, fraternidade e unidade. A Igreja, portanto, deveria brilhar como "sinal e instrumento da união íntima com Deus e da unidade de toda a raça humana" (Lumen gentium, n. 1)."

Os caminhos para a unidade

Uma atenção, reforçou o Papa em mensagem a Bartolomeu I, que precisa continuar a ser dada devido às razões históricas e teológicas que estão na origem das divisões das duas Igrejas que, graças a Deus e "à oração e à caridade fraterna", não estão resignadas a experiências passadas e presentes para que, no tempo de Deus, possam permitir de "nos reunir em torno da mesma mesa eucarística". Francisco chamou de "um exame comum" que deve ser desenvolvido num espírito que não seja "polêmico e nem apologético, mas caracterizado por um diálogo genuíno e abertura recíproca":

"Devemos também reconhecer que as divisões são o resultado de ações e atitudes lamentáveis que impedem a ação do Espírito Santo, que guia os fiéis à unidade na diversidade legítima. Daqui decorre que somente o crescimento em santidade de vida pode levar a uma unidade autêntica e duradoura. Somos, portanto, chamados a trabalhar pelo restabelecimento da unidade entre os cristãos não apenas através de acordos assinados, mas também através da fidelidade à vontade do Pai e do discernimento dos sussurros do Espírito."

Ao caminhar em direção a esse objetivo, acrescentou o Papa, já existem muitas áreas onde a Igreja Católica e o Patriarcado Ecumênico estão trabalhando juntos. Uma delas e "a mais fecunda dessa cooperação, é o diálogo inter-religioso", ao recordar com gratidão na mensagem, o recente encontro no Reino do Bahrein, por ocasião do fórum sobre o tema. E Francisco finalizou, escrevendo:

"O diálogo e o encontro são o único caminho para superar os conflitos e todas as formas de violência. A esse respeito, confio à misericórdia de Deus Todo-Poderoso aqueles que perderam a vida ou ficaram feridos no recente ataque na sua cidade, e rezo para que Ele converta os corações daqueles que promovem ou apoiam essas más ações."

A saudação na Audiência Geral

O Papa também fez menção à festa de Santo André ao final da Audiência Geral desta quarta-feira (30), na Praça São Pedro, quando novamente recordou que uma delegação da Santa Sé participa das celebrações na Turquia:

“Que a intercessão dos Santos irmãos apóstolos Pedro e André permita logo à Igreja de gozar plenamente da sua unidade e conceda paz ao mundo inteiro, especialmente neste momento à querida e martirizada Ucrânia, sempre no nosso coração e nas nossas orações.”

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF