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terça-feira, 24 de outubro de 2023

Pais: o que fazer quando os filhos adultos brigam

Antonio Guillem | Shutterstock

Por Josephine McCaul - publicado em 23/10/23

Intervir ou deixar que eles sejam, de fato, adultos?

Como pais, sempre tentamos garantir a harmonia familiar. Quando damos as boas-vindas a uma nova criança na família, temos de gerir as personalidades diferentes e esperar que todos se dêem bem. Entretanto, brigas e acessos de raiva entre irmãos são inevitáveis. E podem levar os pais a quererem arrancar os cabelos.

Essas rixas familiares geralmente são fáceis de administrar quando os filhos são pequenas. Isso muda à medida que eles crescem.

Recentemente eu coloquei isso à prova. Meu filho e minha filha mais velhos se desentenderam feio. Não me lembro exatamente o porquê, mas sei que o meu filho de 24 anos estava descontente com o comportamento da minha filha de 23 anos comigo. Meus dois filhos ainda são estudantes e moram comigo.

Ele decidiu “dar-lhe uma lição” recusando-se a falar com ela. Ele é a pessoa mais teimosa que conheço; quando decide fazer algo, não se deixa influenciar. Prendi a respiração e esperei que esta fosse uma situação temporária. Não foi.

Minha filha entrava em uma sala e meu filho permanecia em silêncio. Eu não dizia nada, mas deveria. Até que, a certa altura, decidi intervir.

Eu coloquei os dois à mesa e tentei mediar uma conversa. Falei com eles de forma independente para tentar fazer com que ambos entendessem o ponto de vista um do outro. 

Depois, decidi me afastar das coisas. Acredito que, às vezes, os filhos precisam descobrir as coisas por si mesmos, sem que os pais tentem administrar a situação.

A reviravolta

Depois de três longos meses em que os dois pisaram em ovos e se ignoraram, decidi que era o momento certo para apontar algumas coisas para os dois.

Chamei-os separadamente e contei que entendia que ambos tinham problemas um com o outro e que isso era problema deles. No entanto, muito tempo se passou sem qualquer tentativa de fazer as pazes e, embora eu não esperasse que eles se tornassem amigos, eles precisavam demonstrar boas maneiras sob meu teto. Parte dessas maneiras envolvia cumprimentar-se com um simples “olá”.

Da noite para o dia as coisas mudaram. Meu filho estendeu a mão com um “bom dia” para sua irmã. Acho que ela ficou tão chocada, que foi realmente muito agradável com ele. Sentei-me e não disse nada. Nada mesmo.

Durante uma semana, passamos do silêncio frio até meu filho comprar comida para levar para a irmã. À medida que o relacionamento deles melhorou, permaneci em silêncio sobre a questão. Quero que eles pensem que são maduros o suficiente para administrar seu relacionamento. Quero que eles pensem que confio neles para fazer isso.

Lições aprendidas

Não tem sido fácil. Na verdade, chorei por causa da briga deles. No entanto, uma coisa que notei ao lidar com filhos adultos é que você precisa deixá-los ser adultos, e não apenas vê-los como seus filhos. Eles precisam ter permissão para ter suas opiniões e lidar com suas emoções.

Acontece que o relacionamento deles nunca foi tão forte como agora. Acho que o tempo que eles deram um ao outro fez bem a ambos e deu-lhes espaço para sentirem falta da amizade entre eles. Se eu tivesse forçado as coisas, estaríamos de volta ao ciclo de brigas, eu tentando consertar as coisas, e depois voltaríamos a mais brigas.

Compreendo que esta tática pode não funcionar para todos; entretanto, se você tentar permanecer neutro e não forçar a barra, será um bom começo para permitir que irmãos briguentos encontrem seu próprio caminho para a harmonia. E, de fato, acreditar neles como nosso Pai Celestial acredita em nós.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF