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sábado, 5 de outubro de 2019

Sínodo da Amazônia: Tudo o que deve saber

Dom David Martínez, Secretário-Geral do Sínodo da Amazônia, e
Papa Francisco durante sua visita ao Peru.
Crédito: Eduardo Berdejo (ACI)
REDAÇÃO CENTRAL, 04 Out. 19 / 09:56 am (ACI).- Nos próximos dias, em Roma, começará o Sínodo dos Bispos para a Região Pan-amazônica, convocado pelo Papa Francisco para "identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus", mas cujo Instrumentum laboris, publicado em 17 de junho, recebeu críticas.
A seguir, alguns fatos sobre o próximo Sínodo da Amazônia.
1. Quando começa o Sínodo da Amazônia?
O Sínodo começará no domingo, 6 de outubro, e terminará no dia 27 de outubro. Seu tema é "Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral".
2. O Papa Francisco explicou o propósito do Sínodo
No dia 15 de outubro de 2017, o Papa Francisco anunciou o Sínodo e explicou que seu principal objetivo "é identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”.
O Papa disse que convocou o Sínodo atendendo o desejo de algumas Conferências Episcopais na América Latina, assim como as vozes de vários pastores e fiéis de outras partes do mundo.
3. Quem participa do Sínodo da Amazônia?
Participarão do Sínodo Bispos dos nove países cujos territórios abrangem partes da Amazônia: 4 de Antilhas, 12 da Bolívia, 58 do Brasil, 15 da Colômbia, 7 do Equador, 11 do Peru e 7 da Venezuela.
Também participarão 13 chefes de Dicastérios da Cúria Romana, 33 membros nomeados diretamente pelo Papa, 15 eleitos pela União dos Superiores Gerais, 19 membros do Conselho Pré-sinodal, 25 especialistas, 55 auditores e auditoras, 6 delegados fraternos e 12 convidados especiais.
A lista completa encontra-se AQUI.
4. O documento de trabalho contém 21 capítulos
Instrumentum laboris, aprovado pelo Conselho Pré-sinodal, foi publicado pelo Vaticano em 17 de junho.
O documento possui 147 pontos divididos em 21 capítulos, separados por três partes que abordam os seguintes assuntos: “A voz da Amazônia”, entendida como escuta deste território; a "Ecologia integral: o clamor da terra e dos pobres" e a Igreja "com rosto amazônico e missionário".
Segundo os responsáveis ​​pelo documento, seu objetivo é apresentar a situação pastoral da Amazônia e novos caminhos para uma evangelização mais incisiva. Além disso, está redigido como uma reflexão sobre o problema ecológico que interessa a essa região, segundo a encíclica Laudato Si'.
5. Instrumentum laboris recomenda ordenar homens casados
Instrumentum laboris confirma que "o celibato é uma dádiva para a Igreja". No entanto, também recomenda, entre outras coisas, a possibilidade de ordenar sacerdotes a idosos casados, chamados "viri probati" em áreas remotas.
No ponto 129, explica que, nas áreas mais remotas da região, perguntam sobre “a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”.
O direito canônico para a Igreja Católica Latina proíbe a ordenação de homens casados ​​para o sacerdócio, com exceções limitadas com respeito à ordenação de líderes anglicanos e protestantes que se converteram ao catolicismo.
Além disso, apesar das vozes a favor do que é proposto no ponto 129, o Papa Francisco disse em uma entrevista ao jornal italiano ‘La Stampa’ que a possibilidade de ordenar padres casados ​​não é uma questão importante do Sínodo. “Absolutamente não: É simplesmente um número do Instrumentum Laboris. O importante serão os ministros da evangelização e as diferentes formas de evangelizar”, disse.
6. Houve controvérsia sobre a possibilidade de aprovação do diaconato feminino
O Documento de Trabalho recomenda que o Sínodo identifique um "ministério oficial que pode ser conferido à mulher, tendo em consideração o papel central que hoje ela desempenha na Igreja amazônica".
Dom Fabio Fabene, Subsecretário do Sínodo dos Bispos, destacou a chamada do documento a novos ministérios leigos.
"Nesse sentido, podemos nos perguntar sobre qual o ministério oficial que pode ser concedido às mulheres", disse Dom Fabene em uma entrevista coletiva no Vaticano em 17 de junho. Depois, esclareceu que “o documento não fala do diaconato feminino, já que o Papa já se expressou sobre o assunto na Assembleia dos Superiores Gerais, declarando que o assunto precisa de mais estudos".
"De fato, a comissão de estudos estabelecida em 2016 não chegou a uma opinião unânime sobre o tema", afirmou.
No entanto, em 2 de maio, Dom Franz-Josef Overbeck, Bispo de Essen e presidente da Comissão para a América Latina do episcopado alemão, comentou que "nada será como antes" após o Sínodo da Amazônia, pois o papel das mulheres na Igreja, a moral sexual, o papel do sacerdócio e toda a estrutura hierárquica eclesiástica serão reconsiderados. O Prelado também apoiou publicamente a "greve das mulheres" contra a Igreja na Alemanha, convocada por um grupo de católicas após o ‘não’ do Papa Francisco à ordenação de diaconisas.
7. Instrumentum laboris recebeu objeções de renomados cardeais
Em junho de 2019, o Cardeal alemão Walter Brandmüller, de 90 anos, expressou suas objeções ao documento de trabalho em um artigo intitulado "Uma crítica ao Instrumentum laboris para o Sínodo da Amazônia". Indicou que o documento é "herético", representa uma "apostasia" e, portanto, "deve ser rejeitado com máxima firmeza".
“Deve ser dito enfaticamente que o Instrumentum laboris contradiz o ensinamento vinculante da Igreja em pontos decisivos e, portanto, deve ser qualificado como um documento herético. Visto que o fato da revelação divina é aqui questionado, ou mal entendido, deve-se também falar em apostasia", disse.
Segundo o Purpurado, três quartos do Instrumentum laboris têm afirmações que apenas marginalmente se relacionam com “o Evangelho e a Igreja”.
Em julho, o Cardeal alemão Gerhard Müller também apresentou suas objeções ao Instrumentum laboris.
Em uma análise oferecida a CNA Deutsch – agência em alemão Grupo ACI – e a outros meios de comunicação, o ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé adverte sobre uma ambivalência na definição de termos e objetivos do documento. Em segundo lugar, assegura que "a estrutura do texto apresenta um giro radical na hermenêutica da teologia católica".
O Cardeal venezuelano Jorge Urosa também abordou em três artigos os prós e contras do Instrumentum laboris; assim como o bispo emérito de Marajó (Brasil), Dom José Luis Azcona, que trabalhou na diocese da Amazônia entre 1987 e 2016, e que em vários artigos alertou sobre as deficiências do Documento de Trabalho do Sínodo da Amazônia.
ACI Digital

Santa Faustina Kowalska, servidora da Divina Misericórdia

REDAÇÃO CENTRAL, 05 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- “As almas que divulgam o culto da Minha misericórdia, Eu as defendo por toda a vida como uma terna mãe defende o seu filhinho e, na hora da morte, não serei para elas Juiz, mas sim, Salvador misericordioso”, disse o Senhor à sua serva Santa Faustina Kowalska, cuja festa é celebrada neste dia 5 de outubro.

Foi a esta santa que Jesus revelou o desejo de instituir a Festa da Divina Misericórdia, sua devoção, bem como a imagem de Jesus Misericordioso.
Santa Faustina nasceu na Polônia em 1905. No dia em que foi receber a Primeira Comunhão, beijou as mãos de seus pais para demonstrar sua pena por tê-los ofendido. Costumava ajudar em casa com as tarefas da cozinha, ordenhando as vacas e cuidando de seus irmãos.
Frequentou a escola, mas só pôde completar três trimestres porque foi dada uma ordem que os alunos mais velhos tinham que sair para dar lugar às crianças mais novas.
Aos 15 anos, começou a trabalhar como empregada doméstica e sentiu mais fortemente o chamado à vocação religiosa. Contou esta inquietude a seus pais em várias ocasiões, mas eles se opuseram.
Assim, entregou-se às vaidades da vida, sem fazer caso do chamado que experimentava, até que escutou a voz de Jesus que lhe pediu para deixar tudo e ir a Varsóvia para entrar em um convento.
Sem despedir-se pessoalmente de seus pais, foi para Varsóvia apenas com um vestido. Lá, falou com um sacerdote, o qual conseguiu hospedagem na casa de uma paroquiana. Batia à porta de vários conventos, mas era rejeitada.
Foi recebida na Casa Mãe da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, mas antes teve que trabalhar como doméstica um ano para pagar seu ingresso. Poucas semanas depois, teve a tentação de deixar o convento e teve uma visão na qual Jesus apareceu com seu rosto destroçado e coberto de chagas.
Ela perguntou: “Jesus, quem te feriu tanto?”. O Senhor respondeu: “Esta é a dor que me causaria deixar este convento. É aqui onde te chamei e não a outro; e tenho preparadas para ti muitas graças”.
Mais tarde, foi enviada para o noviciado, tomou o hábito religioso e chegou a pronunciar seus primeiros votos e os perpétuos. Entre suas irmãs, serviu como cozinheira, jardineira e até mesmo porteira.
A esta simples mulher, piedosa, mas também alegre e caritativa, Jesus apareceu em diversas ocasiões mostrando-lhe o seu infinito amor misericordioso pela humanidade. Da mesma forma, Deus lhe concedeu estigmas ocultos, dons de profecia, revelações e o Terço da Divina Misericórdia.
“Nem as graças, nem as revelações, nem os êxtases, nem nenhum outro dom concedido à alma a fazem perfeita, mas sim a comunhão interior com Deus... Minha santidade e perfeição consistem na íntima união da minha vontade com a vontade de Deus”, escreveu uma vez.
Em 5 de outubro de 1938, após longos sofrimentos suportados com grande paciência, partiu para a Casa do Pai. No ano 2000, foi canonizado pelo seu compatriota João Paulo II, que estabeleceu o segundo domingo de Páscoa como “Domingo da Divina Misericórdia”.
ACI Digital

sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Papa Francisco autoriza beatificação de mártir brasileira

Benigna Cardoso da Silva / Crédito: Facebook Paróquia Senhora Sant'Ana - Santana do Cariri
Vaticano, 03 Out. 19 / 12:19 pm (ACI).- O Papa Francisco autorizou a beatificação da menina brasileira Benigna Cardoso da Silva, que morreu mártir aos 13 anos de idade e é chamada “heroína da castidade”.
Benigna Cardoso da Silva nasceu em 15 de outubro de 1928, em Santana do Cariri (CE). Em 24 de outubro de 1941, aos 13 anos, foi assassinada, após se recusar a ter relações sexuais com um adolescente.
Segundo consta, a menina saiu de cassa para buscar água a poucos metros de sua casa, como costumava fazer. Porém, foi abordada por Raul Alves, que a golpeou com um facão depois que ela resistiu a suas tentativas de ter relação sexual.
Na época do assassinato, conforme conta Vatican News, Pe. Cristiano Coelho Rodrigues, que fora mentor espiritual da jovem, escreveu a seguinte nota ao lado do registro de batismo de Benigna: “Morreu martirizada, às 4 horas da tarde, no dia 24 de outubro de 1941, no sitio Oiti. Heroína da Castidade, que sua santa alma converta a freguesia e sirva de proteção às crianças e às famílias da Paróquia. São os votos que faço à nossa santinha”.
Desde então, vem aumentando a devoção à menina. Em 2004, teve início a Romaria da Menina Benigna, que acontece de 15 a 24 de outubro e entrou para o calendário oficial do Estado do Ceará em junho deste ano.
O Bispo da Diocese do Crato (CE), Dom Gilberto Pastana, fez o anúncio da autorização da beatificação de Benigna na manha desta quinta-feira, através da Rádio Educadora do Cariri. “Alegremo-nos todos, toquemos os sinos de nossas igrejas, clamemos ao Senhor essa vibrante alegria, não somente para a Diocese de Crato, mas para todo o Ceará e o Brasil”, disse.
Segundo a Diocese cearense, será celebrada uma Missa em 21 de outubro, às 17h, na Catedral Nossa Senhora da Penha, em Crato, “em louvor a tão grande acontecimento”.
Em declarações ao site ‘O Povo’, o pároco de Santana do Cariri, Pe. Paulo Lemos destacou que a beatificação de Benigna é muito importante “porque a Igreja nos chancela. Está confirmando que, de fato, aqui viveu uma santa de Deus e ela poderá ser elevada à honra dos altares”.
ACI Digital

São Francisco de Assis, exemplo de pobreza, harmonia e paz

REDAÇÃO CENTRAL, 04 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- “Conheço Jesus pobre e crucificado e isso me basta”, dizia São Francisco de Assis, cuja festa se celebra neste dia 4 de outubro. O Papa, que escolheu o nome Francisco por causa deste santo, definiu-o como homem de harmonia e de paz.

São Francisco nasceu em Assis (Itália) em 1182, em uma família abastada. Tinha muito dinheiro e o gastava com ostentação. Só se interessava por “gozar a vida”.
Em sua juventude, foi à guerra e acabou sendo feito prisioneiro. Logo depois de ser libertado, ficou doente até que escutou uma voz que lhe questionou: “Francisco, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?”.  Retornou para casa e com a oração foi entendendo que Deus queria algo a mais dele.
Começou a visitar e servir aos doentes, até dar de presente suas roupas e dinheiro. Desta maneira desenvolvia seu espírito de pobreza, humildade e compaixão.
Certo dia, enquanto rezava na Igreja de São Damião, pareceu-lhe que o crucifixo repetia três vezes: “Francisco, vai e repara a minha Igreja que, como vês, está toda em ruínas”. Então, acreditando que lhe pedia que reparasse o templo físico, foi, vendeu os vestidos da loja de seu pai, levou o dinheiro ao sacerdote do templo e pediu para viver ali.
O presbítero aceitou que ficasse, mas não o dinheiro. Seu pai o buscou, golpeou-o furiosamente e, ao ver que seu filho não queria retornar para casa, exigiu o dinheiro. Francisco, ante o conselho do Bispo, devolveu-lhe até a roupa que levava no corpo.
Mais adiante, ajudou a reconstruir a Igreja de São Damião e de São Pedro. Com o tempo, transferiu-se para uma capela chamada Porciúncula, a qual reparou e onde viveu. Pelos caminhos, costumava saudar dizendo: “A paz do Senhor esteja contigo”.
Sua radicalidade de vida foi atraindo algumas pessoas que queriam ser seus discípulos. Foi assim que, em 1210, Francisco redigiu uma breve regra e junto a seus amigos foi a Roma, onde obteve a aprovação.
O santo fez da pobreza o fundamento de sua ordem e o amor à pobreza se manifestava na maneira de se vestir, nos utensílios que usavam e nos atos. Apesar de tudo, sempre eram vistos alegres e contentes.
Sua humildade não era um desprezo sentimental de si mesmo, a não ser na convicção de que “ante os olhos de Deus o homem vale pelo que é e não mais”.
“Muitos há que, insistindo em orações e serviços, fazem muitas abstinências e macerações dos seus corpos, mas por causa de uma única palavra que lhes parece ser uma injúria a seu próprio eu ou por causa de alguma coisa que se lhes tire, sempre se escandalizam e se perturbam. Estes não são pobres de espírito, porque quem é verdadeiramente pobre de espirito se odeia a si mesmo e ama quem lhe bate a face”, dizia.
Considerando-se indigno, chegou a receber só o diaconato e deu à sua Ordem o nome de frades menores porque queria que seus irmãos fossem os servos de todos e buscassem sempre os lugares mais humildes.
É atribuído a ele ter começado a tradição do “presépio” que se mantém até os dias de hoje. Além disso, Deus lhe concedeu o milagre dos estigmas.
Ao visitar Assis em 4 de outubro de 2013, o Papa Francisco disse que São Francisco “dá testemunho de respeito por tudo, dá testemunho de que o homem é chamado a salvaguardar o homem, de modo que o homem esteja no centro da criação, no lugar onde Deus – o Criador – o quis; e não instrumento dos ídolos que nós criamos! A harmonia e a paz! Francisco foi homem de harmonia e de paz”.
ACI Digital

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Protomártires do Brasil

REDAÇÃO CENTRAL, 03 Out. 19 / 06:00 am (ACI).- “Mártires da fé, filhos do Rio Grande, homens e mulheres, jovens e meninos. Pelo bom pastor deram o seu sangue, nossa Igreja em festa canta os seus hinos”, diz o refrão do hino dedicado aos Protomártires do Brasil, os quais celebramos neste dia 3 de outubro.

Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 companheiros morreram por defender a fé diante daqueles que queriam impedi-los de praticá-la.
A história desses homens remonta ao período em que holandeses calvinistas ocuparam territórios do nordeste do Brasil, entre 1630 e 1654. Na época, quiseram obrigar os católicos a se converterem ao calvinismo e proibiram a celebração da Santa Missa.
Então, em 16 de julho de 1645, o Pe. André de Soveral e outros 70 fiéis foram cruelmente mortos por 200 soldados holandeses e índios potiguares. Eles participavam da Missa na Capela de Nossa Senhora das Candeias, no Engenho Cunhaú, município de Canguaretama (RN).
Três meses depois, em 3 de outubro de 1645, houve o massacre em Uruaçu, onde foram mortos Padre Ambrósio Francisco Ferro e o leigo Mateus Moreira, o qual, segundo relatos, teve o coração arrancado pelas costas, mas, antes de morrer pôde gritar em alta voz: “Louvado seja o Santíssimo Sacramento!”.
O nome de protomártires foi dado na ocasião da visita do Papa João Paulo II, em 13 de outubro de 1991, na Missa de encerramento do XII Congresso Eucarístico, ocorrido em Natal.
Padre André de Soveral, Padre Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 companheiros foram beatificados por São João Paulo II, em 5 de março de 2000.
Em 15 de outubro de 2017, os protomártires foram canonizados junto com outros 5 beatos pelo Papa Francisco, em Missa na Praça de São Pedro, no Vaticano, quando destacou que “eles não disseram ‘sim’ ao amor com palavras e por um certo tempo, mas com a vida e até ao fim”.
ACI Digital

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Anjos da Guarda, mensageiros de Deus

REDAÇÃO CENTRAL, 02 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- “Todo fiel tem junto de si um anjo como tutor e pastor, para levá-lo à vida”, dizia São Basílio ao se referir ao anjo da guarda, aquele que Deus dispõe a cada um desde a concepção e cuja festa se celebra neste dia 2 de outubro.

Na Bíblia, anjo significa “mensageiro”. Estes espíritos muito puros são citados, por exemplo, no Salmo 90 quando diz: “Aos seus anjos ele mandou que te guardem em todos os teus caminhos”.
De igual modo Jesus os menciona quando declara essa famosa frase: “Guardai-vos de desprezar algum desses pequeninos, pois eu vos digo, nos céus os seus anjos se mantêm sem cessar na presença do meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).
No Novo Testamento é tão viva a crença de que cada um tem um anjo da guarda que, quando São Pedro, ao ser tirado do cárcere, chega a bater na porta da casa onde estão reunidos os discípulos de Jesus, eles acreditam a princípio que não é Pedro em pessoa e exclamam: “Será seu anjo” (At 12, 15).
São Bernardo, no ano 1010, aconselhou os fiéis a respeitar a presença dos anjos, portando-se como é devido, agradecer seus favores que são muitos e confiar em sua ajuda.
A Festa dos Anjos da Guarda foi instituída no dia 2 outubro para toda a Igreja Universal em 1608, pelo Papa Paulo V.
Entretanto, já era comemorada anos antes. No ano 800, celebrava-se na Inglaterra uma festa aos Anjos da Guarda e desde ano 1111 existe uma oração que diz: “Anjo do Senhor – que por ordem da piedosa providência Divina, sois meu guardião – guardai-me neste dia (tarde ou noite); iluminai meu entendimento; dirigi meus afetos; governai meus sentimentos para que eu jamais ofenda ao Deus e Senhor. Amém”.
ACI Digital

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Em outubro vive-se o mês do Santo Rosário

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Out. 19 / 06:00 am (ACI).- No mês de outubro, a Igreja celebra o mês do Santo Rosário, uma oração querida por muitos santos ao longo da história e divulgada por São Domingos de Gusmão a pedido da Santíssima Virgem Maria.

Segundo a história, antigamente romanos e gregos costumavam coroar com rosas as imagens que representavam os seus deuses, como símbolo da oferta dos seus corações. A palavra “rosário” significa “coroa de rosas”.
Seguindo essa tradição, as mulheres cristãs que marcharam ao coliseu romano para serem martirizadas, usavam coroas de rosas nas suas cabeças, como símbolo da alegria e da entrega dos seus corações para ir ao encontro de Deus. Estas rosas eram recolhidas à noite pelos cristãos, que rezavam uma oração ou um salmo pelo eterno descanso dos mártires.
A Igreja recomendou rezar este rosário recitando os 150 salmos de Davi, entretanto, só faziam isso as pessoas cultas, mas não a maioria dos fiéis. Diante dessa situação, sugeriu que aqueles que não sabiam ler, substituíssem os salmos por 150 Ave Marias, divididas em quinze dezenas. Este “rosário curto” era conhecido como “o saltério da Virgem”.
Alguns séculos depois, exatamente no ano 1208, dizem que a Virgem Maria ensinou a São Domingos de Gusmão, fundador da Ordem dos Pregadores (dominicanos), a oração do Rosário.
O santo espanhol estava no sul da França, lutando contra a heresia albigense. Um dia, na capela que estava em Prouille, implorou a Nossa Senhora que o ajudasse, pois sentia que não estava conseguindo quase nada.
A Virgem apareceu-lhe segurando um rosário e ensinou-lhe a recitá-lo. Em seguida, pediu que o pregasse por todo o mundo, prometendo-lhe que muitos pecadores se converteriam e conseguiriam abundantes graças.
São Domingos de Gusmão deixou a capela cheio de entusiasmo com o rosário na mão. E, efetivamente, levou-o por todas as partes e muitos albigenses voltaram à fé católica.
Alguns anos depois, em 7 de outubro de 1571, aconteceu a batalha naval de Lepanto, quando o cristianismo foi ameaçado pelos turcos. Frente ao perigo iminente, alguns dias antes, o Papa São Pio V pediu aos fiéis que rezassem o rosário pedindo pelas forças cristãs.
A história conta que o Pontífice estava em Roma, resolvendo alguns assuntos, quando de repente levantou-se e anunciou que sabia que a frota cristã havia triunfado. Ordenou que tocassem os sinos e organizassem uma procissão. Logo depois, os mensageiros chegaram anunciando a vitória. Em seguida, instituiu a festa de Nossa Senhora das Vitórias, em 7 de outubro.
Um ano depois, Gregório XIII mudou o nome da festa para Nossa Senhora do Rosário e determinou que fosse celebrada no primeiro domingo de outubro (dia em que a batalha foi vencida). Atualmente, celebra-se a festa do Rosário em 7 de outubro e alguns dominicanos continuam comemorando esta festa no primeiro domingo do mês.
Durante vários séculos os fiéis rezaram os rosários divididos em três mistérios: gozosos, dolorosos e gloriosos. Entretanto, em outubro de 2002, foi apresentada a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, na qual São João Paulo II acrescentou a oração os “mistérios luminosos”, centrados na vida pública de Jesus.
O Santo Rosário foi a oração preferida de muitos santos e pontífices. Assim, em outubro de 2016, o Papa Francisco afirmou: “A oração do Rosário sempre me acompanha na minha vida; também é a oração dos simples e dos santos... é a oração do meu coração”.
Saiba mais em nosso especial sobre o Santo Rosário.
ACI Digital

Santa Teresinha do Menino Jesus, doutora da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 01 Out. 19 / 05:00 am (ACI).- “Quero passar meu céu fazendo o bem na terra”, dizia Santa Teresa de Lisieux, conhecida como Santa Teresinha do Menino Jesus, cuja festa é celebrada neste dia 1º de outubro. A santa carmelita, mesmo com sua vida contemplativa, tornou-se a padroeira das missões e doutora da Igreja.

Santa Teresa viveu somente 24 anos. Mas, deixou um grande legado de amor para a Igreja, o qual se tornou muito conhecido com o passar do tempo.
Marie Françoise Thérèse Martin nasceu em Alençon (França), em 2 de janeiro de 1873, filha do casal Louis Martin e Zélia Guérin, que foram canonizados em 2015 pelo Papa Francisco.
Uma família modesta e temente a Deus, que teve como frutos oito filhos antes da caçula Teresa. Quatro deles, porém, morreram ainda novos, restando em vida Maria, Paulina, Leônia e Celina.
Teresinha entrou para o Mosteiro das Carmelitas em Lisieux aos 15 anos de idade, com a autorização do Papa Leão XIII. Sua vida se passou na humildade, simplicidade e confiança plena em Deus.
Entregou-se com inteira decisão e consciência à tarefa de ser santa. Sem perder o ânimo, diante da aparente impossibilidade de alcançar os pontos mais elevados da renúncia de si mesma, costumava repetir: “Deus não inspira desejos impossíveis. Não tenho que me fazer mais do que sou, mas sim me aceitar tal como sou, com todas minhas imperfeições”.
Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face esteve como criança para o Pai, livre como um brinquedo aos cuidados do Menino Jesus e tomada pelo Espírito de amor, que a ensinou a pequena via da infância espiritual.
Teresinha tinha um profundo desejo em seu coração de ter sido missionária “desde a criação do mundo até a consumação dos séculos”. Queria ser tudo, até que descobriu sua vocação: “No coração da Igreja, minha mãe, eu serei o amor”.
Santa Teresa morreu de tuberculose, em 30 de setembro de 1897, dizendo suas últimas palavras: “Oh!… amo-O. Deus meu,… amo-Vos!”.
Um ano depois de sua morte, a partir de seus escritos, foi publicado o livro “História de uma alma”, que conquistou o mundo porque deu a conhecer o muito que esta religiosa tinha amado Jesus.
Foi beatificada em 1923 e canonizada em 1925, pelo Papa Pio XI, que a declarou “Patrona Universal das Missões Católicas”, em 1927.
Em 19 de outubro de 1997, São João Paulo II a proclamou doutora da Igreja. Na ocasião, disse: “Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face é a mais jovem dos ‘Doutores da Igreja’, mas seu ardente itinerário espiritual manifesta tal maturidade, e as intuições de fé expressas em seus escritos são tão vastas e profundas, que lhe merecem um lugar entre os grandes professores do espírito”.
“O desejo que Teresa expressou de ‘passar seu céu fazendo o bem na terra’ segue cumprindo-se de modo admirável. Obrigado, Pai, porque hoje nos faz próxima de uma maneira nova, para louvor e glória de seu nome pelos séculos!”, concluiu São João Paulo II.
ACI Digital

segunda-feira, 30 de setembro de 2019

São Jerônimo, tradutor da Bíblia e doutor da Igreja

REDAÇÃO CENTRAL, 30 Set. 19 / 05:00 am (ACI).- “Ama a Sagrada Escritura e a sabedoria amar-te-á; ama-a ternamente e ela guardar-te-á; honra-a e receberás as suas carícias”. Assim costumava a dizer São Jerônimo, tradutor da Bíblia ao latim, cuja festa se celebra neste dia 30 de setembro. Ao recordar este santo, a Igreja celebra também o dia da Bíblia.

O nome Jerônimo significa “que tem um nome sagrado”. Este santo consagrou toda sua vida ao estudo das Sagradas Escrituras e é considerado um dos melhores, se não o melhor, neste ofício.
Nasceu na Dalmácia (Iugoslávia) por volta do ano 340. Em Roma, estudou latim sob a direção do mais famoso professor de seu tempo, Donato, que era pagão. Chegou a ser um grande latinista e muito bom conhecedor do grego e de outros idiomas, mas muito pouco conhecedor dos livros espirituais e religiosos. Passava horas e dias lendo e aprendendo de cor os grandes autores latinos, Cicero, Virgilio, Horácio e Tácito, e aos autores gregos, Homero e Platão, mas quase nunca dedicava tempo à leitura espiritual.
Jerônimo se dispôs ir ao deserto a fazer penitência por seus pecados (especialmente por sua sensualidade que era muito forte, por seu mau gênio e seu grande orgulho). Mas lá embora rezasse muito, jejuasse e passasse noites sem dormir, não conseguiu a paz, descobrindo que sua missão não era viver na solidão.
De volta à cidade, foi nomeado secretário do Papa Dâmaso, encarregado de redigir as cartas que o Pontífice enviava. Em seguida, foi designado para fazer a tradução da Bíblia.
As traduções que existiam naquela época tinham muitas imperfeições de linguagem e várias imprecisões ou traduções não muito exatas. Jerônimo, que escrevia com grande elegância o latim, traduziu a este idioma toda a Bíblia, e essa tradução chamada "Vulgata" (tradução feita para o povo ou vulgo) foi a Bíblia oficial para a Igreja Católica durante 15 séculos.
Por volta dos 40 anos, Jerônimo foi ordenado sacerdote. Mas seus altos cargos em Roma e a dureza com a qual corrigia certos defeitos da alta classe social lhe trouxeram invejas. Sentindo-se incompreendido e até caluniado em Roma, onde não aceitavam seu modo enérgico de correção, dispôs afastar-se daí para sempre e foi para a Terra Santa.
Passou seus últimos 35 anos em uma gruta, junto à Gruta de Belém. Várias das ricas matronas romanas que ele tinha convertido com suas pregações e conselhos venderam seus bens e  foram também a Belém a seguir sob sua direção espiritual. Com o dinheiro dessas senhoras, construiu naquela cidade um convento para homens, três para mulheres, e uma casa para atender os que chegavam de todas as partes do mundo para visitar o lugar onde nasceu Jesus.
Com tremenda energia, escrevia contra os hereges que se atreviam a negar as verdades da Santa religião.
A Santa Igreja Católica reconheceu sempre São Jerônimo como um homem eleito por Deus para explicar e fazer entender melhor a Bíblia. Por isso, foi nomeado patrono de todos os que no mundo se dedicam a fazer entender e amar mais as Sagradas Escrituras.
Morreu em 30 de setembro do ano 420, aos 80 anos.
Papa Bento XVI, em sua audiência geral de 7 de novembro do 2007 disse: “Concluo com uma palavra de São Jerônimo a São Paulino de Nola. Nela o grande exegeta expressa precisamente esta realidade, isto é, que na Palavra de Deus recebemos a eternidade, a vida eterna. Diz São Jerônimo: ‘Procuremos aprender na terra aquelas verdades cuja consistência persistirá também no céu’”.
ACI Digital

domingo, 29 de setembro de 2019

26º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano C: PARÁBOLA DO RICO E LÁZARO

+ Dom Sérgio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
A Liturgia da Palavra continua a nos interpelar a respeito da nossa relação com os bens materiais, levando-nos a pensar como administramos, utilizamos e partilhamos os bens deste mundo, perante Lázaro.  A parábola narrada por S. Lucas (Lc 16,19-31) nos apresenta dois personagens: um homem rico que vivia luxuosamente, em meio a festas, e um pobre chamado Lázaro, que estava doente e com fome, sem conseguir nada da mesa do rico. Após a morte, enquanto o rico foi condenado, Lázaro foi “levado pelos anjos junto de Abraão” (Lc 16,22), isto é, mereceu um lugar de honra no banquete do Reino, juntando-se aos patriarcas e profetas. O rico não ouviu a Palavra de Deus anunciada por Moisés e os Profetas (Lc 16,31); não teve compaixão de Lázaro que estava a sua porta, morrendo aos poucos.
Dentre esses Profetas que não foram ouvidos pelo homem rico, está Amós, que denunciou os que viviam no luxo e não se preocupavam com os sofrimentos dos pobres, conforme o texto proclamado na primeira leitura (Am 6,1-7). A parábola se conclui com a referência aos cinco irmãos que permaneciam neste mundo e necessitavam ser advertidos para mudarem de atitude, a fim de não terem o triste fim daquele homem rico. Como fazer isso? “Ele têm Moisés e os Profetas, que os escutem!” (Lc 16,9), é a resposta dada.
Por isso, é preciso refletir sobre a nossa conduta diante dos bens materiais e, de modo especial, perante Lázaro, que representa os que sofrem com a miséria. Necessitamos de simplicidade de vida, ao invés do luxo e do consumismo; necessitamos da partilha e da justiça social, ao invés da acumulação egoísta de bens; necessitamos de compaixão e solidariedade, ao invés da indiferença perante os que mais sofrem. Os discípulos de Cristo devem testemunhar o amor ao próximo em ações concretas de compaixão e partilha. Lázaro interpela a todos nós!
Entretanto, devemos ser cristãos por inteiro. A atitude justa diante dos bens materiais não acontece isoladamente; depende do modo como vivemos o Evangelho. Trata-se de um fruto de uma vida de “homem de Deus”. S. Paulo, escrevendo a Timóteo (1Tm 6,11-16), traça um retrato do “homem de Deus” que cada discípulo de Cristo é chamado a ser. Dentre os seus traços, estão “a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza e mansidão”. O texto se conclui com um belo hino litúrgico apresentando Deus como o verdadeiro soberano, em contraste com os falsos deuses e com os títulos atribuídos aos reis e senhores deste mundo.
Neste Dia Nacional da Bíblia, escutemos mais atentamente a Palavra de Deus, recebendo-a como “Palavra da Salvação” e procurando discernir o que Deus quer de nós.
Arquidiocese de Brasília / O Povo de Deus

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF