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quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

O Papa: o cristão deve irradiar esperança, ser semeador de esperança

Audiência Geral - 11 de dezembro de 2024 - Papa Francisco (Vatican News)

O cristão não pode contentar-se em ter esperança; deve também irradiar esperança, ser semeador de esperança. É o dom mais belo que a Igreja pode dar a toda a humanidade, sobretudo nos momentos em que tudo parece levar-nos a baixar as velas: disse o Papa na audiência geral desta quarta-feira (11/04), em que concluiu a série de catequeses sobre o Espírito Santo e a Igreja. Francisco pediu ao Espírito que nos ajude sempre a “abundar em esperança pela virtude do Espírito Santo”!

Raimundo de Lima – Vatican News

Na audiência geral desta quarta-feira (11/12), o Santo Padre encerrou a série de catequeses sobre o Espírito Santo e a Igreja, dedicando a última reflexão ao título dado a todo o ciclo: “O Espírito e a Esposa. O Espírito Santo guia o Povo de Deus ao encontro de Jesus, nossa esperança”.

O Pontífice explicou que este título refere-se a um dos últimos versículos da Bíblia, no livro do Apocalipse, que diz: “O Espírito e a Esposa dizem: Vem!” (Ap 22,17). A quem se dirige esta invocação? – perguntou. Ao Cristo ressuscitado. Com efeito, tanto São Paulo (1Cor 16,22) como a Didaqué, um escrito dos tempos apostólicos, atestam que nas reuniões litúrgicas dos primeiros cristãos ressoava em voz alta o grito “Maranata!”, que significa “Senhor, vem!” em aramaico. Uma oração a Cristo para que venha, acrescentou Francisco:

Naquela fase mais antiga a invocação tinha um fundo a que hoje diríamos escatológico. Com efeito, exprimia a ardente expetativa do regresso glorioso do Senhor. E este grito e a expetativa que ele exprime nunca morreram na Igreja. Ainda hoje, na Missa, imediatamente após a consagração, ela proclama a morte e ressurreição de Cristo “Vinde, Senhor Jesus!”. A Igreja está à espera da vinda do Senhor.

O Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira (11/12) na Sala Paulo Vi, no Vaticano (Vatican Media)

Cristo e o Espírito são inseparáveis

Mas a expectativa da vinda final de Cristo, observou o Papa, não permaneceu a única. A ela juntou-se também a expetativa da sua vinda contínua na situação presente e peregrinante da Igreja. E é nesta vinda que a Igreja pensa sobretudo quando, animada pelo Espírito Santo, clama a Jesus: “Vinde!”

Ocorreu uma mudança – ou melhor, digamos, um desenvolvimento – pleno de significado em relação ao grito “Vinde!”, “Vinde Senhor!” Geralmente não é dirigido apenas a Cristo, mas também ao próprio Espírito Santo! Aquele que grita agora é também Aquele a quem se grita. “Vinde!” é a invocação com que começam quase todos os hinos e orações da Igreja dirigidos ao Espírito Santo:

“Vinde, Espírito Santo”, dizemos no Veni Creator, e “Vinde, Santo Espírito”, “Veni Sancte Spiritus”, na sequência do Pentecostes; e assim em muitas outras orações. É certo que assim seja, porque, depois da Ressurreição, o Espírito Santo é o verdadeiro “alter ego” de Cristo, Aquele que toma o seu lugar, que o torna presente e atuante na Igreja. É Ele que “anunciar-vos-á as coisas que virão” (ver Jo 16,13) e nos faz desejá-las e esperá-las. É por isso que Cristo e o Espírito são inseparáveis, mesmo na economia da salvação.

O Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira (11/12) na Sala Paulo Vi, no Vaticano (Vatican Media)

A esperança não é uma palavra vã

O Papa acrescentou que o Espírito Santo é a fonte sempre jorrante da esperança cristã. São Paulo deixou-nos estas preciosas palavras, assim diz São Paulo: “O Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que pela virtude do Espírito Santo transbordeis de esperança!”. Se a Igreja é um barco, o Espírito Santo é a vela que o empurra e o faz avançar no mar da história, hoje como no passado!

A esperança não é uma palavra vã, nem o nosso vago desejo de que tudo corra bem: a esperança é uma certeza, porque assenta na fidelidade de Deus às suas promessas. E por isso se chama virtude teologal: porque é infundida por Deus e tem Deus como garante. Não é uma virtude passiva, que simplesmente espera que as coisas aconteçam. É uma virtude supremamente ativa que ajuda a fazê-las acontecer. Alguém que lutou pela libertação dos pobres escreveu estas palavras: “O Espírito Santo está na origem do grito dos pobres. É a força dada àqueles que não têm forças. Ele lidera a luta pela emancipação e pela plena realização do povo dos oprimidos”.

Papa Francisco: audiência geral desta quarta-feira (11/12) na Sala Paulo VI, no Vaticano (Vatican Media)

Esperança, dom mais belo que a Igreja pode dar à humanidade

O cristão não pode contentar-se em ter esperança; deve também irradiar esperança, ser semeador de esperança. É o dom mais belo que a Igreja pode dar a toda a humanidade, sobretudo nos momentos em que tudo parece levar-nos a baixar as velas.

Queridos irmãos e irmãs, concluiu o Pontífice, o Espírito ajude-nos sempre a “abundar em esperança pela virtude do Espírito Santo”!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Hoje é dia de São Dámaso I, que introduziu a oração do “Glória” na liturgia

São Dámaso I. | ACI Digital

Por Redação central

11 de dez de 2024

Hoje (11) é dia de são Dámaso I, trigésimo sétimo papa da Igreja Católica. Seu pontificado durou 18 anos, de 1º de outubro de 366 a 11 de dezembro de 384. É conhecido por ter sido um defensor assíduo da Igreja, particularmente da instituição papal.

Foi um promotor do culto aos mártires e foi quem introduziu a doxologia trinitária ou oração do “Glória” (“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre pelos séculos dos séculos. Amém) na liturgia.

O papa são Dámaso nasceu por volta do ano 304, na Gallaecia (Hispânia), Idanha-a-Velha (atual Portugal). Desde pequeno viveu em Roma, cidade onde cresceu e onde descobriu a sua vocação eclesiástica. Foi diácono e depois padre da igreja de São Lourenço Mártir. Foi secretário de dois papas, são Libério e são Félix.

Eleição

Dámaso foi escolhido sucessor de são Pedro no ano 366, em meio a um clima de tensão dentro da Igreja. Paradoxalmente, a sua eleição foi inicialmente rejeitada pelos seguidores do papa Libério, a quem serviu com devoção.

Seus oponentes, influenciados pelo arianismo, escolheram e nomearam o diácono Ursinus como papa, mas o fizeram de forma irregular.

Em 367, o imperador Valentiniano exilou Ursinus em Colônia e reconheceu Dámaso como o verdadeiro papa. No entanto, seus oponentes não pararam de assediá-lo. Em 378, Dámaso foi falsamente acusado perante o imperador Graciano, mas as acusações foram rejeitadas por ele e, pouco depois, pelo sínodo dos bispos.

A tarefa mais importante de todas

Dámaso também foi um vigoroso defensor da fé católica. Durante os sínodos romanos de 368 e 369, ele condenou o apolinarismo e o macedonianismo, duas heresias contra a natureza de Cristo e a divindade do Espírito Santo, respectivamente

Ele se preocupou em ajudar a Igreja no Oriente, que também travava uma batalha contra o arianismo. Por outro lado, na ordem civil, apoiou o pedido dos senadores cristãos para a retirada do altar à deusa Vitória, que ficava no Senado.

Foi também testemunha da assunção ao trono imperial de Constantino I - que deteve a perseguição aos cristãos - e da proclamação do decreto “De fide Católica” de Teodósio I, em 27 de fevereiro de 380, pelo qual o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano.

São Dámaso participou das obras da igreja de São Lourenço Extramuros e ordenou a construção da Basílica de São Sebastião na Via Ápia.

O papa Dámaso teve como secretário são Jerônimo, a quem encarregou de traduzir a Bíblia para o latim, cujo resultado é a famosa versão conhecida como "A Vulgata", referência canônica até hoje.

Simplicidade comprovada

Ele morreu em 11 de dezembro de 384, aos 80 anos. Foi sepultado no túmulo que ele mesmo preparou, longe dos mausoléus imperiais, dentro de uma das catacumbas de Roma. A famosa basílica romana que hoje leva o seu nome foi construída sobre o seu túmulo. Seu legado para o cristianismo, em todos os sentidos, é inestimável.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56897/hoje-e-dia-de-sao-damaso-que-introduziu-a-oracao-do-gloria-na-liturgia

O perene presépio do Sacrário (I)

Foto: Böhringer Friedrich | Opus Dei

O perene presépio do Sacrário

Este é um texto sobre o Natal. Nele recordamos que os Magos levaram ouro, incenso e mirra. E nós, o que levamos para o Menino Jesus? O trabalho de todas as atividades humanas.

27/12/2017

“Dias de Natal, princípios de 1939. Renascer e continuar, começar e seguir. No campo material, inércia é não mudar: não mexer no que está quieto, não parar o que se move. Porém, no espiritual, seguir e continuar nunca é inércia. Voltemos ao mesmo, sempre ao mesmo: Deus conosco, Jesus menino: e nós, guiados pelos Anjos, indo adorar o Menino Deus, que Maria e José nos mostram. Por todos os séculos, de todos os confins do orbe, carregados e animados pelo trabalho de todas as atividades humanas, irão chegando magos ao perene presépio do Sacrário. Cuida e trabalha, preparando tua oferenda – teu labor, teu dever – para esta Epifania de todos os dias"[1].

A adoração dos Magos, o Batismo do Senhor, as bodas de Caná: três manifestações da divindade do Verbo encarnado, três epifanias que estão localizadas no tempo mas têm sabor de eternidade, porque Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e sempre[2].

Na bela carta que inicia uma seção de Notícias, do mês de dezembro de 1938, pouco mais de dez anos após a fundação do Opus Dei, nosso Fundador contempla o Menino Deus em Belém. Depois de reafirmar a definição da vida interior que tantas vezes temos atualizado em nosso itinerário de aproximação ao Senhor,– começar e recomeçar –, São Josemaria une o mistério da adoração dos Magos ao nosso trabalho profissional. Relaciona o alcance eterno daquela oferenda com a dimensão divina que podem adquirir nossas ocupações cotidianas.

Nós somos, também, de algum modo, aqueles magos que, guiados pela estrela da vocação, nos aproximamos de Belém, nos tempos atuais, desde todos os confins do orbe. Os Magos, que não são membros do povo hebreu, mas gentios, anunciam essa grande convocação que será a Igreja, Povo de Deus. Vinham do Oriente, de além do Jordão. Herodes perguntava onde estava o Rei dos judeus. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas sabiam que o Messias devia nascer em Belém[3], mas não se deram ao trabalho de ir saudá-lo. Herodes se inquieta e toda a Jerusalém com ele[4]; entretanto, somente esses estrangeiros fazem a viagem. Amar é mais que conhecer, o saber não basta para chegar a Jesus.

Crédito> Opus Dei

Quarenta dias depois do nascimento, quando o divino Menino havia sido apresentado no Templo, o velho Simeão proclamava a Salvação dos povos e profetizava sobre quem ia ser luz para iluminar os gentios e glória de Israel[5]. Luz divina para todas as nações e, por isso mesmo, glória de Israel.

Os pastores – hebreus – e os Magos – pagãos – são os primeiros de uma multidão onde já não haverá mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e livre, entre homem e mulher[6]. Com os Magos, começa a se cumprir a profecia de Simeão para os gentios. Nós, séculos depois, formamos também parte desse Povo convocado na Nova Aliança. “Um povo, formado por judeus e gentios, que se reunira em unidade, não segundo a carne, mas no Espírito, e constituísse um novo Povo de Deus"[7]. O pão das ovelhas perdidas da casa de Israel se faz pão para todos[8].

Os Magos levam ouro, incenso e mirra. E nós, o que levamos para o Menino Jesus? Nós vamos a Belém carregados e animados pelo trabalho de todas as atividades humanas.

Carregados

Carregados, porque o trabalho duro, contínuo, exigente é, para nós, peso. O trabalho, sempre vocação do homem, com o pecado, tornou-se esforço, luta e dor. Com a desobediência, veio a morte; morte que Cristo quis também padecer. Nós, como os Magos, trazemos mirra. Como Nicodemos, levaremos uma mistura de mirra e de aloés aos pés da Cruz, tomaremos seu Corpo e o envolveremos em lençóis, com os melhores aromas que possamos encontrar[9]: mirra da abnegação por amor a Cristo e às almas, de amor à Cruz no trabalho de cada dia, ainda que custe e porque custa. Nosso trabalho, participação nos sofrimentos de Cristo, é também bálsamo para curar, para limpar e aliviar as tremendas feridas que abrimos com nossos pecados em sua Santíssima Humanidade. Nada faltou à Paixão de Jesus para nos salvar, mas, para que seus méritos nos sejam aplicados, devemos completar em nossa carne aquilo que falta aos sofrimentos de Cristo em favor de seu Corpo que é a Igreja[10]. Alegria de participar nos sofrimentos da Cruz para que Cristo se forme em cada membro de seu Corpo Místico: afã de almas, amor redentor do cristão. Nossas fadigas servem para a salvação de muitas almas.

Crédito> Opus Dei

Onde está o Rei dos judeus? –perguntava Herodes. Aonde iremos, carregados com nosso trabalho? Iremos ao perene presépio do Sacrário. Ali, como fruto da Missa – trabalho de Deus –, como fruto da Cruz, Ele está substancialmente presente.

O Pão da Vida, Pão descido do Céu, Pão para a vida do mundo[11], está nos esperando agora no presépio do Sacrário, onde há mais humildade, mais aniquilamento do que na manjedoura e do que no Calvário. Os Reis Magos encontraram Jesus em Bêt-lehem, que significa casa do pão. O grão de trigo, que morrendo dará muito fruto, jaz sobre um pouco de palha[12]. Vamos a Belém com o ouro do desprendimento dos êxitos e dos fracassos, com o incenso dos desejos de servir e de compreender – caridade, pureza: bom odor de Cristo – e a mirra do sacrifício de cada dia[13].

Animados

Vamos animados pelo trabalho, porque o trabalho é para nós caminho para chegar a Jesus; é, de algum modo, caminho para Belém: ali, onde nasce o Verbo encarnado, onde Céus e terra se unem, no seio de Maria e, depois, naquele humilde berço de Belém. Até ali vamos nós que procuramos unir trabalho e oração, oração e trabalho: o mundo com Deus.

Vamos com bom ânimo, com passo alegre. O trabalho é, com efeito, e apesar das dificuldades que sempre traz consigo – e que algumas vezes tanto nos fazem sofrer –, vida, tarefa, dom, crescimento, serviço a Deus e aos demais. Por isso tratamos de amá-lo, fazê-lo com alegria, com entusiasmo: com paixão profissional. O trabalho é, neste sentido, motor que impulsiona. É bom sair de casa com desejos de cumprir aquela tarefa humana que constitui nossa vocação profissional e, ao mesmo tempo, nos posiciona na sociedade.

Crédito> Opus Dei

Ele é o artesão, o filho do artesão[14], aquele que trabalhou trinta anos em Nazaré. É o Filho de Deus que transformou o pão em seu Corpo. Quanto lhe custou o trabalho da Cruz! Abbá, não se faça a minha vontade, mas a tua[15]; e esta submissão da vontade nós a atualizamos cada dia, quando o sacerdote, emprestando sua voz e toda sua pessoa ao Senhor, agindo in Persona Christi Capitis, repete as palavras da Instituição da Eucaristia: Isto é meu Corpo que será entregue por vós. Assim vamos, carregados e animados, seguindo as pegadas de quem subiu a Jerusalém com o peso de nossos pecados, animado por desejos de salvação, por desejos de entrega.

Quam dilecta tabernacula tua, Domine virtutum![16]. Vamos, animados pelo trabalho, ao Sacrário, ao Tabernáculo, à casa do Senhor dos Exércitos, força de nossas lutas de paz para alcançar as virtudes. Oferecemos essa luta a Ele, porque não há nada de bom que tenhamos feito que não venha d'Ele. Que tens que não tenhas recebido? – dizia São Paulo[17]. Essas virtudes que nos esforçamos por exercer no trabalho são de Deus: a laboriosidade – meu Pai não deixa de trabalhar, e eu também trabalho[18] –, a paciência, a responsabilidade, o cuidado das coisas pequenas, o esforço por dar acabamento, o afã por ajudar os demais a crescerem e a humildade que permite valorizar seu trabalho, a alegria, o serviço. No “começar e recomeçar" está a luta para adquirir essas virtudes, hábitos operativos que forjam nossa personalidade e, pouco a pouco, nos identificam com Cristo.

Guillaume Derville

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[1] Cfr. São Josemaria Escrivá de Balaguer, Caminho, edição crítico-histórica, preparada por Pedro Rodríguez, 3ª ed. Rialp, Madrid 2004, pág. 1051 (comentário ao ponto 998).

[2] Cfr. Hb 13, 8.

[3] Cfr. Mi 5, 1-3.

[4] Cfr. Mt 2, 4-6.

[5] Lc 2, 34.

[6] Cfr. Gal 3, 28.

[7] Concílio Vaticano II, Const. dogm. Lumen Gentium, n. 9.

[8] Cfr. Mt 15, 24-28.

[9] Cfr. Jo 19, 39.

[10] Cfr. Cl 1, 24.

[11] Cfr. Jo 6, 35,41,51.

[12] Cfr. João Paulo II, Mensagem do Santo Padre para a XX Jornada Mundial da Juventude (Colônia, agosto 2005), 26-VIII-2004, n. 3

[13] Cfr. É Cristo que passa, nn. 35-37.

[14] Cfr. Mt 13, 55; Mc 6,3.

[15] Cfr. Mc 14, 36.

[16] Sl 84 [83], 2.

[17] Cfr. 1 Co 4, 7.

[18] Jo 5, 17.

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/o-perene-presepio-do-sacrario/

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Papa Francisco: a mulher não é um ser humano de segunda categoria

Papa Francisco em encontro com o Comitê Católico "Manos Unidas" (Vatican Media)

Nós estamos acostumados a essa cultura machista, a ver a mulher, não digo como o cachorrinho ou o gato de casa, mas como um ser humano de segunda categoria", afirmou o Pontífice a voluntários de "Manos Unidas". Francisco enalteceu a figura da mulher, que tanto ajudou na criação da ONG da Igreja Católica há 65 anos, uma associação espanhola que trabalha no combate à fome, ao subdesenvolvimento e à falta de instrução nos países da América, África e Ásia.

Andressa Collet - Vatican News

O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira (09/12), no Vaticano, uma delegação do Comitê Católico da Campanha contra a Fome Mundial de "Manos Unidas", uma Organização Não Governamental da Espanha que há 65 anos contribui para a promoção e o progresso dos países em desenvolvimento. Segundo dados da própria ONG do início de dezembro, mais de 1 milhão de pessoas na América, na África e na Ásia já conseguiram mudar de vida com a generosidade e a dedicação de uma rede solidária de 6.500 voluntários, mas a campanha, segundo contou Francisco em discurso em espanhol, alcança "somente 15% daqueles que sofrem a fome do mundo. É muito difícil, muito difícil".

A ONG espanhola atua também na América, África e Ásia (Vatican Media)

A mulher leva o mundo adiante

O Pontífice recordou que a associação nasceu como "resposta das mulheres da Ação Católica da Espanha ao apelo da FAO, que denunciava a 'fome de pão, fome de cultura e fome de Deus que aflige grande parte da humanidade'". Uma pequena rede de mulheres formada em 1959 que hoje cresceu e se converteu em ONG devido à "sensibilidade e força próprias do gênio feminino", comentou o Papa, fazendo ligação "à figura da Mãe de Deus, que celebramos na sua Imaculada Conceição. Pois a Virgem Maria é a Mulher por excelência". 

"Nós estamos acostumados a essa cultura machista, a ver a mulher, não digo como o cachorrinho ou o gato de casa, mas como um ser humano de segunda categoria. E não vamos nos esquecer que são as mulheres a levar o mundo adiante e - como alguns dizem - são elas que comandam. Mas tudo bem. Mas é a mulher que leva adiante a família, que leva adiante os povos, que se aproxima das necessidades, aquela sensibilidade tão rica da mulher."

Maria, continuou Francisco, que é "atenta às necessidades dos seus filhos", serve de "modelo plenamente realizado" para a humanidade. Assim como têm feito as mães, filhas, esposas e sogras da associação pública de fiéis da Igreja Católica "Manos Unidas" que seguem a missão de "combater a fome, o subdesenvolvimento e a falta de instrução". E o Papa dividiu uma anedota:

Ursula Von der Layen, a presidente do Conselho da Europa, é médica e mãe de 7 filhos. Um dia eu lhe disse - após ter resolvido um problema muito difícil com a Bélgica, a Holanda e muito dinheiro, e ela o resolveu bem - e eu lhe disse: 'senhora - estávamos sentados ali - como fez para resolvê-lo?' E ela começou a fazer assim com as mãos (no sentido de equilibrar tudo). 'Como fazemos nós, mães'. A mulher tem talento, o gênio feminino.

A dignidade de ser filho de Deus

E o Papa Francisco finalizou o discurso, encorajando a prosseguir com o trabalho voluntário e de assistência "na construção da civilização do amor":

"Ao nos aproximarmos do Jubileu de 2025, convido-os a serem peregrinos de esperança e a reorientar a vida para Jesus, também por meio da contribuição de vocês para a melhoria material, o progresso moral e o desenvolvimento espiritual dos mais frágeis e necessitados, para ajudá-los a obter uma vida que corresponda à dignidade deles de filhos de Deus."

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Nossa Senhora de Loreto: Croácia terá um dos maiores monumentos do mundo

Općina Primošten - Facebook - Reprodução

Aleteia Brasil - publicado em 13/03/17

Região nutre devoção toda especial pela Santíssima Virgem Maria! Os habitantes de Primosten, na Croácia, nutrem uma devoção toda especial a Nossa Senhora de Loreto.

É em honra a ela que, todos os anos, eles realizam uma celebração especial nos dias 9 e 10 de maio. E é em honra a ela, também, que eles estão agora levantando um dos maiores monumentos do mundo dedicados à Virgem Maria: uma imagem de Nossa Senhora de Loreto com 17 metros de altura!

O projeto vem despertando grande interesse não apenas localmente: de acordo com o site Total Croatia News, a prefeitura da cidade informou que “a Santa Sé e o Papa Francisco nos deram a sua bênção”.

Graças à sua altura, a imagem da Virgem poderá ser vista nos dias de céu claro a partir da costa italiana, que se estende a alguns quilômetros dessa parte do território croata.

A construção da imagem conta com a colaboração da Via Lauretana, uma iniciativa que integra os santuários marianos da Europa e promove um turismo religioso sustentável.

Nossa Senhora de Loreto é uma devoção mariana que surgiu a partir do relato do milagroso traslado da casa em que viveu a Virgem Maria em Nazaré. Casinha pequena feita de pedras, ela se tornou uma relíquia protegida pelos católicos na Terra Santa. Sob aquele teto, afinal, “o anjo do Senhor tinha anunciado a Maria e ela concebera do Espírito Santo“. Tinha sido lá que São José ensinou a Jesus o seu ofício de carpinteiro; era lá que Jesus “crescia em estatura, sabedoria e graça diante do Senhor“; era lá que a Família de Nazaré vivia em amor e felicidade.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2017/03/13/nossa-senhora-de-loreto-croacia-tera-um-dos-maiores-monumentos-do-mundo

Folheto Litúrgico “O Povo de Deus” completa 60 anos

Folheto "O Povo de Deus" - Arquidiocese de Brasília (arqbrasilia)

Folheto Litúrgico da Arquidiocese de Brasília “O Povo de Deus” completa 60 anos e recebe novo layout

Pensando em uma reformulação no layout do folheto Arquidiocesano O Povo de Deus, a Arquidiocese de Brasília trouxe mudanças na edição deste domingo (08/12), que já foram apreciadas pelos fiéis na Solenidade da Imaculada Conceição.

  • dezembro 9, 2024

O folheto arquidiocesano surgiu no início da década de 60, com o incentivo de Dom José Newton de Almeida Baptista, primeiro Arcebispo de Brasília, fruto da inspiração no Concílio Vaticano II, que desejava favorecer uma participação mais ativa e frutuosa das pessoas na Liturgia da Missa.

Ao longo de todos estes anos, o folheto litúrgico foi ampliando ainda mais a sua presença nas paróquias, sendo suspenso apenas no período da Pandemia, entre 2020 e 2021.

“Este importante subsídio Litúrgico, que acompanha os fiéis todos os domingos nas Celebrações Eucarísticas nas paróquias do Distrito Federal, quer ser um instrumento de ajuda e facilitação na participação da Santa Missa, além de ser um canal de comunicação com os informes dos eventos que acontecem em nossa Arquidiocese e também apresenta uma reflexão do evangelho dominical do Arcebispo Metropolitano para todos os fiéis, através da Palavra do Pastor,  para que possam se aprofundar no conhecimento bíblico, teológico e espiritual”, explica o Padre Paulo Alves, editor geral do folheto litúrgico arquidiocesano.

Padre Paulo destaca que o nome do folheto vem da expressão bíblica e Conciliar “Povo de Deus”, para identificar a Igreja, com ela não nos referimos a um determinado grupo de fiéis em contraposição a um outro grupo da hierarquia.

“O conceito designa a Igreja como uma grande unidade. E é justamente isso que acontece na Celebração da Missa, existe o sacerdote que preside e a comunidade que reza junto com ele, de modo que se forma uma Assembleia celebrante”, salienta.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

São Gregório III, Papa

São Gregório III (A12)
10 de dezembro
Localização: Síria
São Gregório III, Papa

São Gregório III, natural da Síria, tornou-se Papa em 731, sucedendo Gregório II. Ele assumiu o papado em um tempo de grande dificuldade, enfrentando as controvérsias e perseguições do imperador bizantino Leão III, que ordenou a proibição das imagens sagradas em Constantinopla.

Defensor da fé, Gregório III condenou a iconoclastia e reafirmou a importância das imagens na vida cristã, sustentando que elas são formas de levar os fiéis a contemplarem o mistério de Deus. Ele convocou um sínodo para defender a veneração das imagens, atitude que provocou grande tensão com o império, mas revelou sua firmeza em proteger a tradição da Igreja.

Além disso, Gregório III acolheu muitos cristãos perseguidos pelo movimento iconoclasta, oferecendo-lhes proteção em Roma. Ele era um pastor compassivo, que cuidava dos necessitados e refugiados, criando oportunidades para que os fiéis pudessem viver e praticar a fé em paz.

O papa também incentivou a construção de igrejas e mosteiros, promovendo o crescimento da fé na Europa. Sua atuação foi fundamental para a expansão do cristianismo em terras distantes, enviando missionários e fortalecendo as comunidades cristãs.

Ele buscou preservar a unidade e manter a paz em meio a conflitos, mostrando um exemplo de liderança firme e espiritualidade profunda. São Gregório III faleceu em 741, deixando um legado de coragem e fidelidade ao Evangelho.

Sua vida é recordada como a de um verdadeiro pastor e defensor da fé, que nunca se afastou dos princípios cristãos, mesmo diante das pressões externas.

Reflexão:

São Gregório III nos mostra o valor da coragem e da fidelidade à nossa fé, mesmo quando somos desafiados. Seu exemplo nos encoraja a manter firme nossa devoção e a cuidar das tradições que nos aproximam de Deus. Como ele, somos chamados a defender nossa fé com firmeza e amor. A espiritualidade de São Gregório III é também um convite à caridade e ao cuidado com os necessitados. Sua vida nos ensina a acolher e proteger nossos irmãos em situações difíceis, sendo sinais do amor de Cristo no mundo.

Oração:

Ó Deus, que concedestes a São Gregório III a força para defender a fé e a tradição da Igreja, dá-nos a graça de viver com fidelidade nossa fé. Amém. São Gregório III, ajuda-nos a sermos sinais de caridade e compaixão, acolhendo com amor os que mais precisam de cuidado. Amém!

Fonte: https://www.a12.com/

Viver o Advento com São José

Advento: São José é exemplo de proteção e fé (cancaonova)

VIVER O ADVENTO COM SÃO JOSÉ

Dom Carlos José

Bispo de Apucarana (PR)

“José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que Nela foi concebido vem do Espírito Santo.” (Mt 1,20).

São José, pai terreno de Jesus, poucas vezes citado nas Sagradas Escrituras, não pode ser por nós esquecido neste tempo em que nos preparamos para o Santo Natal. Assim como a Virgem Maria, José, à sua maneira, disse sim aos planos de Deus para sua vida, assumindo Mãe e Filho, conforme a vontade de Deus. Suas ações, atitudes e gestos falam por si. Seu Sim foi expressado com sua vida dedicada a cuidar de Jesus e da Virgem Maria, a partir do momento em que o Anjo do Senhor lhe anuncia em sonho: “Ela dará à Luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados.” (Mt 1,21). Ao despertar, sem questionamentos ou dúvidas, José, com a mesma disponibilidade da Virgem Maria, diz o seu Sim e a recebe como sua Esposa assumindo, com Ela,  o grande mistério de serem pais do Filho de Deus. Muito temos a aprender com São José: fé, coragem, humildade, oração, silêncio, justiça, fidelidade a Deus e doação de si mesmo.

Vejamos que José tinha tudo para abandonar Maria, mas escolhe ficar. E nós, diante das adversidades, fugimos ou ficamos?

José acreditou no anúncio do Anjo, pois era um homem de fé e de oração. Sua fé o levou a permanecer onde Deus o havia colocado: ao lado de Jesus e de Maria, enfrentando as lutas de cada dia, provendo o sustento de sua família com o trabalho de suas mãos. José,  foi sustentado pela fé e, com coragem, tudo fez para proteger aqueles que lhe foram confiados. José silenciou diante das más línguas que os julgavam pela gravidez antes do casamento, pois sabia que o Mistério fora lhe confiado por Deus e só eles pertenciam. Humilde e fiel aos princípios divinos, José ainda hoje nos ensina que quanto mais nos doamos a Deus mais agraciados somos. Que, muitas vezes,  o silêncio diz mais que muitas palavras; que a oração contínua nos fortalece e nos aproxima do Pai; que o servir a Deus é o melhor caminho para a santidade. Enfim, São José, homem Justo e Santo, nos ensina a fazermos deste Advento um caminho centrado em Deus, obedientes à sua Vontade, mesmo quando não entendemos o Seu querer;  a amarmos devotamente a Virgem Maria para acolhermos novamente o Verbo Divino e com Ele, os irmãos e irmãs que necessitam de nós para conhecer e sentir o Amor de Jesus e a presença da Senhora Mãe de Deus e nossa. São José, vinde em nosso auxílio!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

'Fui trocar lâmpada e fiquei' (I)

Entre 2019 e 2023 houve um aumento de 15% no número de cuidadores remunerados no Brasil, segundo a Pnad (Crédito Getty Images)

A crescente demanda por cuidadores de idosos em um Brasil cada vez mais velho: 'Fui trocar lâmpada e fiquei'

Por Mônica Vasconcelos

Da BBC News Brasil em Londres

9 dezembro 2024

"Eu sentia um amor muito grande. Não tem nem explicação para o sentimento."

É assim que o cuidador de idosos Rodrigo Rafael de Camargo, de 39 anos, lembra de Carlos, que tinha demência e faleceu em abril, aos 87.

“Quando eu chegava, ele já dava um grito. ‘Rodrigo, vem aqui um pouco. Você não viu o que está acontecendo com o controle da TV aqui?’", recorda-se.

"Aí eu mexia no controle e tava tudo funcionando. Eu abria o controle, tirava a pilha, colocava a pilha no lugar, pegava um paninho, limpava por dentro. Aí eu falava, ‘tá funcionando’. Mas não tinha nem parado, sabe? Aquilo era só para eu estar perto dele", prossegue.

"Era um sentimento muito gostoso, ver como ele gostava de ficar perto de mim.”

A demanda por profissionais como Rodrigo é cada vez maior em um Brasil que fica cada vez mais velho.

Em 2070, mais de um terço (37,8%) dos brasileiros serão idosos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De 2000 para 2023, a proporção de pessoas com 60 anos ou mais na população brasileira quase duplicou: subiu de 8,7% para 15,6%.

Ao mesmo tempo, a taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 em 2000 para 1,57 filho por mulher em 2023. E a população do país vai parar de crescer em 2041, segundo projeção do IBGE.

Boa parte do cuidado com a população brasileira que envelhece recai e recairá cada vez mais na figura do cuidador de idosos — um trabalhador invisível em uma atividade não regulamentada que, segundo especialistas na área, pode ganhar mais de três salários mínimos (R$4.236).

Há expectativa de que uma nova política para a profissão seja aprovada em Brasília.

Após anos de campanhas pela sociedade civil, a Câmara dos Deputados aprovou, em 12 de novembro, um projeto de lei que institui a Política Nacional de Cuidado. O texto agora aguarda apreciação pelo Senado.

A proposta coloca o cuidado como um direito do cidadão e abre caminho, segundo especialistas, para a regulamentação da profissão de cuidador de idosos e, muitos esperam, a oferta de cuidado como um serviço no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A BBC News Brasil entrevistou especialistas na área, além de ouvir a experiência de Rodrigo, para entender como é o cotidiano dos cuidadores de idosos e o que pode mudar a regulamentação da atividade e o investimento na formação destes trabalhadores.

Afinal, seria esta uma profissão do futuro no Brasil?

'Fui trocar uma lâmpada e virei cuidador'

Rodrigo Rafael de Camargo, de 39 anos, trabalhava como segurança de um condomínio antes de se tornar cuidador de idosos (Crédito: Arquivo pessoal)

Rodrigo trabalhava como segurança de um condomínio em Indaiatuba, no interior de São Paulo, quando um pedido de um casal de moradores, Carlos e Maria das Dores, mudou sua vida.

“Fui trocar uma lâmpada, e eles me convidaram para ser motorista deles. Depois virei cuidador. Com o Seu Carlos, eu chegava de manhã, tinha de preparar os medicamentos — ele tomava muitos comprimidos."

"Ele tinha demência, e teve também derrame. Às vezes, dava um branco na mente dele e ele acabava esquecendo algumas coisas. Aí eu ficava conversando com ele, até que ele começava a lembrar. Nos tornamos muito amigos.”

O cuidador se lembra do dia em que começou a ajudar Carlos a fazer a higiene pessoal. Um momento delicado, mas a partir dali "ficou tudo mais fácil".

“Foi uma vez que fomos ao hospital colher um exame. Ele era bem fechado. Ia colocar uma camisa, você tinha de sair de perto. E ele não estava conseguindo fazer a coleta. Eu falei, ‘seu Carlos, o senhor quer uma ajuda?’ ‘Mas não tem problema?’ ‘Não.’ Ajudei a fazer a coleta do xixi. Aí ele começou a pegar intimidade."

"Nos últimos tempos, ele ficou bem debilitado, então tive de ajudar mais com a higiene. Mas eu me sentia muito confortável com ele. E acho também porque eu tive uma convivência com meu tio, ele é cadeirante. Ajudei a cuidar dos ferimentos dele. Então veio me ajudar nessa parte."

Rodrigo é um perfil atípico entre cuidadores de idosos.

O cuidador típico no Brasil tem perfil mais parecido com o da empregada doméstica, diz à BBC News Brasil Jorge Félix, autor do livro A economia da longevidade: O envelhecimento populacional muito além da previdência.

“O cuidador é uma mulher com cerca de 40 anos de idade, negra, pobre, com poucos anos de estudo, que vê hoje, com a regulamentação da profissão de empregada doméstica, menos demanda por seus serviços como doméstica”, diz Félix, que é pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e professor de gerontologia na Universidade de São Paulo (USP).

Ele afirma que a classe média não quer mais contratar empregadas em horário integral para não ter que arcar com o custo de assinar a carteira. A demanda por cuidadoras, por outro lado, aumenta cada vez mais.

Isso se reflete, inclusive, nos salários, diz o pesquisador.

“A cuidadora hoje consegue ganhar até três salários mínimos e, se ela tiver formação, pode ganhar até mais”, diz.

Rodrigo, que depois passou a cuidar da viúva de Carlos, Maria das Dores, 85 anos, diz não ter intenção de fazer o curso de cuidador.

“Conheço uma pessoa que trabalha (como cuidadora) que falou para mim que eu faço muito mais do que uma pessoa que fez o curso. Sou uma pessoa que o que tiver que fazer, eu faço. Levo no pilates, agacho, coloco o sapato no pé dela. Às vezes, quem está em volta fica olhando, mas eu faço. Porque vejo a dificuldade que tem."

"E gosto de fazer a mais do que aquilo que tem de fazer. Na maioria das vezes, quando você estuda, você tem um limite. Mas eu não vejo uma barreira. Participo de tudo, me sinto como um filho. Prefiro assim do que ter um curso e ter de me limitar.”

No Brasil, o trabalho de cuidador é tipicamente feito por 'uma mulher com cerca de 40 anos de idade, negra, pobre, com poucos anos de estudo', diz pesquisador (Crédito: Getty Images)

No entanto, especialistas chamam a atenção para os riscos que a falta de formação e preparos adequados dos cuidadores pode trazer para os próprios trabalhadores.

Félix compara a postura de Rodrigo à de muitas trabalhadoras domésticas brasileiras.

“Há um voluntarismo muito grande. ‘Pode deixar, eu limpo a vidraça, subo na escada, comigo não tem tempo feio’”, diz o pesquisador.

No trabalho de cuidado, no entanto, essa atitude pode ser muito mais prejudicial ao profissional, explica Félix.

“Vão levantar a pessoa, vão pegar o peso do corpo da pessoa idosa, mas não colocam uma cinta para proteger a coluna, não conseguem ver seus próprios limites”, diz o pesquisador.

“Existe também o aspecto psicológico. Quando ela [a cuidadora] não tem formação, ela tem mais insegurança. Não sabe como lidar com uma situação de surto da pessoa que ela está cuidando. Então, o medo, a insegurança, o estresse, a ansiedade são muito grandes.”

O custo pessoal para o cuidador e das profissões que envolvem cuidado de uma forma geral também está ligado ao envolvimento emocional com a pessoa cuidada.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckg0l28v8d3o

São Juan Diego Cuauhtlatoatzin

São Juan Diego Cuauhtlatoatzin (A12)
09 de dezembro
Localização: México (Cidade do México)
São Juan Diego Cuauhtlatoatzin

Juan Diego nasceu em 1474 em Cuauhtitlan, atual cidade do México, pertencendo à mais baixa casta do Império Asteca; antes de ser batizado, seu nome era Cuauhtlatoatzin. Era pobre e dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Convertido com sua esposa pelos franciscanos chegados ao México em 1524, caminhava 20 quilômetros para participar da Santa Missa em Tlatelolco.

Era muito piedoso. Em 9 de dezembro de 1531, Nossa Senhora lhe apareceu pela primeira vez, chamando-o de “Joaõzinho”, “meu filho caçula”, em sua língua nativa (nahuatl). Queria Ela a construção de uma igreja naquele local, na região de Guadalupe, o que dependia da licença do Bispo, Dom João de Zumárraga. Este pediu a Juan provas da aparição; então no dia 12 a Virgem disse a Juan Diego para colher flores no alto da colina de Tepeyac, embora não fosse época delas, e as apresentasse ao bispo.

Ao abrir a sua túnica, feita de fibras de cacto, um tecido chamado tilma ou ayatenão apenas o bispo reconheceu o milagre das flores, como sobre o manto de Juan ficou a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe, que, à luz de estudos modernos, apresenta várias e impressionantes condições milagrosas – incluindo o fato da imagem não estar tingida ou impressa no manto, mas “flutuando” sobre ele.

 Depois disso, e já estando viúvo, Juan passou a morar numa sala ao lado da capela onde ficou o manto. Dedicou o resto da vida à divulgação das aparições de Guadalupe aos seus conterrâneos astecas, conseguindo inúmeras conversões. Faleceu em 3 de junho de 1548, com 74 anos.

Colaboração: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Nossa Senhora de Guadalupe é padroeira da América Latina. A importância deste fato é tanto maior quanto gravíssima é a crise de fé no mundo católico atual, que na América Latina se apresenta nos governos anticatólicos em quase todos os seus países, e nas campanhas políticas de fundo ateu e materialista que procuram confundir os povos com promessas de utópicos “paraísos terrestres” igualitários e dirigidos por regimes ditatoriais. “Sempre tereis pobres entre vós” (Mc 14,7), preveniu o Cristo (o que não quer dizer que devam ser ignorados, mas sim que este mundo jamais será perfeito), “mas a Mim não tereis sempre”: Jesus Se referia à Sua morte na Cruz, mas também ao fato de que, se nos preocuparmos mais com as coisas deste mundo, acabaremos por perdê-Lo na vida infinita que vem após a morte. A caridade e a preocupação legítima com os mais necessitados são parte da ação normal da Igreja, e de qualquer homem de boa vontade; mas mesmo isto não é mais importante que amar primeiro a Cristo – antes que à política, antes que ao mundo, antes que a si mesmo, antes que ao próximo. Tentativas de “justiça social” que oferecem métodos que afastam de Deus não são obra Dele: os fins não justificam os meios.

Oração:

Deus de infinito amor, que quereis a plenitude da felicidade humana, e não apenas bens passageiros para os Vossos filhos, concedei-nos por intercessão de Nossa Senhora de Guadalupe a mesma riqueza que destes a São Juan Diego, o de nos preocuparmos mais em Vos levar ao próximo e buscar a conversão dos pecadores, motivo pelo qual ele mereceu o Céu, do que desejarmos a impossível perfeição material deste mundo que passa. Amém.

Fonte: 
https://www.a12.com/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF