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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Santa Josefina Bakhita: um exemplo de esperança

Marcin Mazur | cbcew.org.uk | Catholic Church England and Wales | Flickr CC BY-NC-ND 2.0

Philip Kosloski - publicado em 08/02/21 - atualizado em 30/01/25

Santa Josefina Bakhita, uma escrava africana do século 19, experimentou grande escuridão, mas foi capaz de manter a esperança de Cristo viva em seu coração.

Santa Josefina Bakhita, uma escrava africana do século 19, experimentou os horrores da humanidade. Quando jovem, foi sequestrada, escravizada e espancada até sangrar.

Ela teve uma vida difícil, mas, quando encontrou o Cristianismo, foi capaz de ter um profundo sentimento de esperança que superou qualquer sofrimento.

O Papa Bento XVI destacou o exemplo dela em sua encíclica sobre a esperança, Spe salvi, e narrou como ela foi apresentada à esperança encontrada em Jesus.

"Depois de «patrões» tão terríveis que a tiveram como sua propriedade até agora, Bakhita acabou por conhecer um «patrão» totalmente diferente – no dialeto veneziano que agora tinha aprendido, chamava «paron» ao Deus vivo, ao Deus de Jesus Cristo. Até então só tinha conhecido patrões que a desprezavam e maltratavam ou, na melhor das hipóteses, a consideravam uma escrava útil. Mas agora ouvia dizer que existe um «paron» acima de todos os patrões, o Senhor de todos os senhores, e que este Senhor é bom, a bondade em pessoa. Soube que este Senhor também a conhecia, tinha-a criado; mais ainda, amava-a. Também ela era amada, e precisamente pelo «Paron» supremo, diante do qual todos os outros patrões não passam de miseráveis servos. Ela era conhecida, amada e esperada; mais ainda, este Patrão tinha enfrentado pessoalmente o destino de ser flagelado e agora estava à espera dela «à direita de Deus Pai»".

A esperança de Santa Bakhita

Foi esse amor de Deus que deu a ela um novo propósito na vida e uma esperança que nada poderia alcançar. Diz a encíclica:

"Agora ela tinha «esperança»; já não aquela pequena esperança de achar patrões menos cruéis, mas a grande esperança: eu sou definitivamente amada e aconteça o que acontecer, eu sou esperada por este Amor. Assim a minha vida é boa. Mediante o conhecimento desta esperança, ela estava «redimida», já não se sentia escrava, mas uma livre filha de Deus. Entendia aquilo que Paulo queria dizer quando lembrava aos Efésios que, antes, estavam sem esperança e sem Deus no mundo: sem esperança porque sem Deus. Por isso, quando quiseram levá-la de novo para o Sudão, Bakhita negou-se; não estava disposta a deixar-se separar novamente do seu «Paron»".

Testemunho da esperança

Sua recém-descoberta esperança em Deus alimentou cada parte de seu ser e ela espalhou esse sentimento para todos que encontrava:

"Em várias viagens pela Itália procurou sobretudo incitar à missão: a libertação recebida através do encontro com o Deus de Jesus Cristo, sentia que devia estendê-la, tinha de ser dada também a outros, ao maior número possível de pessoas. A esperança, que nascera para ela e a «redimira», não podia guardá-la para si; esta esperança devia chegar a muitos, chegar a todos."

Portanto, quando a vida ficar difícil, olhe para a vida de Santa Josefina Bakhita e peça-lhe que instale em você uma esperança sobrenatural que pode suportar qualquer prova.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2021/02/08/santa-josefina-bakhita-um-modelo-de-esperanca

A celebração do Ano Santo nas Paróquias

Paróquia Imaculada Conceição - Sobradinho (DF) | Comunidade Um.

A CELEBRAÇÃO DO ANO SANTO NAS PARÓQUIAS

Dom Antonio de Assis Ribeiro
Bispo eleito de Macapá (AP)

A significatividade da Paróquia

A celebração do Ano Santo é uma ocasião muito significativa para a renovação da paróquia. É no território paroquial que acontecem as mais variadas iniciativas evangelizadoras e catequéticas. É no âmbito paroquial que os fiéis crescem, participam das comunidades, assumem responsabilidades, vivem a experiência da caridade fraterna, se comprometem em múltiplas formas de engajamento eclesial.
O Documento de Aparecida ressaltou a importância da paróquia: comunidade de comunidades, células viva da Igreja, lugar privilegiado da experiência de Cristo e da comunhão eclesial, chamada a ser casa e escola de comunhão, espaço da iniciação à vida cristã, de carismas, serviços e ministérios (cf. CELAM, Doc. Aparecida, 170). Para o Papa Francisco a paróquia é uma estrutura viva, de grande plasticidade, criatividade missionária, capaz de adaptar-se constantemente; é presença eclesial no território, e santuário onde os sedentos vão beber para continuarem a caminhar e centro de constante envio missionário (cf. Papa Francisco, EG, 28).

Para que a celebração do Ano Santo, em nível paroquial, seja bem vivenciada, é importante estarmos atentos a alguns possíveis riscos. O primeiro grande risco é aquele de não concebermos o Ano Santo como grande oportunidade de evangelização e catequese, pois o ano jubilar é um grande movimento de estímulo à conversão de toda a Igreja. Outro risco possível é aquele de reduzi-lo puramente à atividades litúrgicas, mas o Ano Santo tem muitas dimensões. Para que a liturgia provoque bons efeitos existenciais, deve estar profundamente vinculada à vida (cf. Is 1,10-17).

A celebração do Ano Santo em nível paroquial também pode correr o risco de ser reduzida à dimensão pessoal; sem dúvida, o processo de conversão tem uma dimensão íntima (do coração e da consciência), mas a dimensão comunitária não pode ser esquecida. É na vida comunitária que se revela o teor das nossas relações humanas, a profundidade dos afetos, a qualidade das relações interpessoais, a experiência da acolhida, cuidado, perdão, compaixão, respeito; é no nível comunitário, de convivência concreta, que emergem os impactos destrutivos dos nossos pecados capitais (soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja, preguiça). Por isso, pedagogicamente, é muito importante apresentar aos fiéis pistas de ação e estimulá-los a fazer em bons propósitos, sobretudo, em momento celebrativos extraordinários, como celebrações da palavra, celebrações penitenciais, retiros etc.

Algumas pistas de ação

Muitas ações podem ser programadas em nível paroquial para a celebração do Ano Santo, tomando em consideração a diversidade de sujeitos, vocações, carismas, ministérios, situações existenciais e também o contexto sociocultural e geográfico das pessoas (na Amazônia há paróquias com centenas de quilômetros e, às vezes, com povos, línguas e culturas diferentes). Vejamos alguns exemplos de possíveis atividades:

  • Organizar uma agenda de atividades pastorais, em sintonia com aquela diocesana;
  • Preparar celebrações específicas para os agentes de pastorais, grupos e movimentos;
  • Organizar uma peregrinação à catedral diocesana para a renovação dos bons propósitos de comunhão eclesial com uma programação específica;
  • Preparar e convocar todos os coordenadores de pastorais, grupos, movimentos e serviços para a renovação de compromissos pastorais e missionários;
  • Promover, ao longo do ano, experiências de visitas missionárias no território paroquial, sobretudo, naquelas áreas menos atendidas ordinariamente;
  • Organizar na sede da paróquia (ou nas comunidades) uma agenda com horários específicos para o atendimento das confissões dos fiéis e, onde for possível, que se convoque outros sacerdotes para ajudar; os mutirões de confissões em geral são positivos;
  • Relançar a atenção para com os mais necessitados: idosos, pobres, sofredores, doentes, moradores de rua, encarcerados, viciados, deficientes, migrantes;
  • Dar atenção particular, a todas as categorias de pessoas: crianças, adolescentes, jovens, casais, idosos… organizando celebrações específicas;
  • Onde for possível, tentar a promoção de uma celebração ecumênica ou forma de reflexão sobre a fraternidade universal (Fratelli Tutti) ou alguma forma de ação filantrópica conjunta em benefício do bem comum;
  • Estimular na paróquia a leitura orante da Palavra de Deus, promovendo a experiência com grupos específicos;
  • Promover a experiências de retiros com grupos, refletindo sobre o sentido do ano Santo e o seu tema “Peregrinos da Esperança”;
  • Organizar pequenas celebrações e romarias no território paroquial estimulando a participação das famílias mais acomodadas;
  • Estimular voluntariado de profissionais como advogados, psicólogos, médicos, assistentes sociais etc. e de instituições para que possam acolher as demandas de quem precisa de ajuda; pode ser um ação conjunta, um mutirão de serviços gratuitos;
  • Refletir ao longo do ano sobre o tema do Jubileu “Peregrino da Esperança” na festividade dos padroeiros das Comunidades;
  • Adaptar uma proposta de celebração da Palavra com o tema do Jubileu para as escolas, universidades, instituições filantrópicas, empresas e onde for possível deixando uma mensagem de reconciliação e de esperança.

O jubileu na Política

O jubileu na Política

Na Bula de proclamação do Ano Santo, o Papa Francisco estimula a Igreja a ir além das estruturas eclesiais para a celebração do Ano Jubilar convidando a pensar na sua dimensão civil com possíveis propostas provocantes em nível político no número 10 da da Bula Spes non confundit.

“No Ano Jubilar, seremos chamados a ser sinais palpáveis de esperança para muitos irmãos e irmãs que vivem em condições de dificuldade. Penso nos presos que, privados de liberdade, além da dureza da reclusão, experimentam dia a dia o vazio afetivo, as restrições impostas e, em não poucos casos, a falta de respeito”. Isso significa um estímulo para o relançamento da Pastoral Carcerária.

“Proponho aos Governos que, no Ano Jubilar, tomem iniciativas que lhes restituam esperança: formas de amnistia ou de perdão da pena, que ajudem as pessoas a recuperar a confiança em si mesmas e na sociedade; percursos de reinserção na comunidade, aos quais corresponda um compromisso concreto de cumprir as leis”. Dessa preocupação uma possível atividade poderia ser a promoção de uma sessão especial solene nas Câmaras municipais, nas Assembleias legislativas estaduais, na Câmara dos deputados federais e Senado. Essa atividade poderia também se estender aos mais variados órgãos públicos. A Esperança cristã promove o espírito ético e a transparência.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Papa ao Dia Mundial das Missões: “mensageiros e construtores da esperança”

Papa Francisco durante Viagem Apostolica  (ANSA)

Na mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2025, Francisco recorda aspectos da identidade missionária cristã e a necessidade de seguir as “pegadas de Cristo, nossa esperança”. Pontífice convida “os cristãos, portadores e construtores da esperança entre os povos”, a “renovar a missão da esperança”.

Victor Hugo Barros - Cidade do Vaticano

“Missionários da esperança entre os povos”. Este é o tema da mensagem do Papa Francisco para o 99° Dia Mundial das Missões, que será celebrado no próximo dia 19 de outubro.

O texto, assinado pelo Pontífice no último dia 25 de janeiro e divulgado na manhã desta quinta-feira (06/02) pela Sala de Imprensa da Santa Sé, está em sintonia com o “Ano Jubilar 2025, cuja mensagem central é a esperança”. Por este motivo, afirma o Papa, o lema escolhido “recorda a cada um dos cristãos e a toda a Igreja, comunidade dos batizados, a vocação fundamental de ser mensageiros e construtores da esperança nas pegadas de Cristo”.

Jesus, modelo de missionário da esperança

Em sua mensagem, o Santo Padre evoca a centralidade de Jesus, “enviado do Pai, com a unção do Espírito Santo, a fim de levar a Boa Nova do Reino de Deus e inaugurar «um ano favorável da parte do Senhor» para toda a humanidade”. Ele, prossegue o pontífice, “é o cumprimento da salvação para todos, especialmente para aqueles cuja única esperança é Deus”, o “modelo supremo de todos aqueles que, ao longo dos séculos, dão seguimento à missão recebida de Deus, mesmo no meio de provações extremas”. 

A mensagem convida a Igreja a seguir o exemplo do Senhor, e “a avançar, unida a Ele, neste caminho missionário e a escutar, como Ele e com Ele, o grito da humanidade, ou melhor, o gemido de toda a criatura que espera a redenção definitiva”.

O Santo Padre recorda ainda a vocação missionária de cada batizado, chamando os cristãos a se tornarem “com Ele e n’Ele, sinais e mensageiros de esperança para todos, em qualquer lugar e circunstância que Deus nos concede viver”. “Que cada um dos batizados, discípulos-missionários de Cristo, faça brilhar a Sua esperança em todos os cantos da terra!”, clama Francisco.

Construtores de esperança

Recordando o Concílio Vaticano II, o pontífice lembra que “no seguimento de Cristo Senhor, os cristãos são chamados a transmitir a Boa Nova, partilhando as condições concretas de vida daqueles que encontram e tornando-se assim portadores e construtores de esperança”. Esta missão, segundo o Papa, é especialmente necessária em locais que apresentam, nos dizeres do Santo Padre, “graves sintomas de crise do humano: sensação generalizada de desorientação, solidão e abandono dos idosos, dificuldade em encontrar disponibilidade para ajudar quem vive ao nosso lado”. A mensagem recorda que, diante destes desafios, “o Evangelho, vivido em comunidade, pode devolver-nos uma humanidade íntegra, saudável e redimida”.

Renovando o convite para a concretização das ações indicadas na Bula Spes non confundit, de proclamação do Jubileu de 2025, o Papa pediu “especial atenção aos mais pobres e fracos, aos doentes, aos idosos, aos excluídos da sociedade materialista e consumista”. Francisco anima a “fazê-lo com o estilo de Deus, ou seja, com proximidade, compaixão e ternura, cuidando da relação pessoal com os irmãos e irmãs na situação concreta em que se encontram. Então, serão eles a ensinar-nos muitas vezes a viver com esperança”, garante.

Uma urgência renovada

Diante destes cenários, o Papa afirma ser urgente a missão da esperança. Nela, “os discípulos de Cristo são os primeiros convocados a formar-se para serem “artesãos” de esperança e restauradores de uma humanidade, frequentemente, distraída e infeliz”.

Para Francisco, a renovação da esperança passa pela renovação da espiritualidade pascal, “que vivemos em cada celebração eucarística e especialmente no Tríduo Pascal, centro e cume do ano litúrgico”. Neste mistério, prossegue o pontífice, “tiramos continuamente a força do Espírito Santo, com o zelo, a determinação e a paciência para trabalhar no vasto campo da evangelização do mundo”.

Missionários da esperança: “homens e mulheres de oração”

Rememorando a figura do Venerável Cardeal Van Thuan - vietnamita detido por 13 anos nas prisões do regime comunista - o Santo Padre afirma “que a oração é a primeira ação missionária e, ao mesmo tempo, «a primeira força da esperança»”.

Em seu texto, o Papa convida a renovar “a missão da esperança a partir da oração, sobretudo daquela que se faz com a Palavra de Deus e, de modo particular, com os Salmos, que são uma grande sinfonia de oração cujo compositor é o Espírito Santo”. “Rezando, mantemos viva em nós a centelha da esperança, que foi acesa por Deus para que se torne um grande fogo, iluminando e aquecendo todos os que nos rodeiam, também através de ações e gestos concretos inspirados pela mesma oração”, recomenda o pontífice.

Sinodalidade missionária

Finalizando sua mensagem, o Santo Padre afirma que “a evangelização é sempre um processo comunitário, como o caráter da esperança cristã”. Reforça ainda a necessidade da “construção de comunidades cristãs através do acompanhamento de cada batizado a caminho nas vias do Evangelho”.

Insistindo na “sinodalidade missionária da Igreja” e na “responsabilidade missionária dos batizados”, o Papa convidou todos os fiéis “crianças, jovens, adultos, idosos – a participar ativamente na comum missão evangelizadora com o testemunho da vossa vida e oração, com os vossos sacrifícios e a vossa generosidade”, conclui.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Doroteia

Santa Doroteia (A12)
06 de fereiro
Localização: Turquia (Capadócia)
Santa Doroteia

No dia 6 de fevereiro, a Igreja celebra a memória de Santa Doroteia, uma figura venerada por sua profunda espiritualidade e compromisso com a fé. Nascida no final do século III, em Cesareia da Capadócia, atual Turquia, Doroteia foi criada em uma família cristã devota, o que moldou sua jornada de vida desde cedo.

Doroteia destacou-se pela sua inteligência e beleza, mas seu coração estava voltado para algo maior. Ela escolheu dedicar sua vida a Cristo e auxiliar os necessitados. Sua benevolência a levou a distribuir suas posses entre os pobres, tornando-se um exemplo de caridade e compaixão na sociedade em que vivia. Sua decisão de permanecer celibatária em uma cultura onde o casamento era uma norma demonstrou sua dedicação inabalável à fé.

espiritualidade de Santa Doroteia era notável. Ela buscava aprofundar sua compreensão das Escrituras e praticar os ensinamentos de Jesus em sua vida cotidiana. Sua devoção foi testada quando enfrentou perseguições durante o reinado do imperador Diocleciano, que buscava erradicar o cristianismo. Mesmo diante da ameaça de tortura e morte, ela se recusou a renunciar à sua fé, inspirando outros a permanecerem firmes também.

Reflexão:

O legado de Santa Doroteia transcende gerações. Sua coragem diante da adversidade e seu compromisso com os valores cristãos a tornaram um símbolo de fé inabalável. Ela é celebrada como uma padroeira da caridade, lembrando-nos da importância de auxiliar os menos afortunados e de sermos compassivos com aqueles que estão em necessidade. A devoção a Santa Doroteia continua a inspirar muitos a enfrentar desafios com fé e amor.

Oração:

Santa Doroteia, exemplo brilhante de devoção e caridade, nós te louvamos por tua vida de fé inabalável e amor pelos necessitados. Inspirados por tua coragem diante das adversidades, pedimos que nos concedas a força para enfrentar os desafios da vida com a mesma determinação que demonstraste. Que possamos seguir teu exemplo de generosidade, compartilhando nossos dons com os menos afortunados e espalhando o amor de Cristo por onde quer que passemos. Nós te suplicamos, Santa Doroteia, que intercedas por nós diante de Deus, para que possamos crescer em nossa fé, buscar a sabedoria das Escrituras e viver uma vida de autêntico compromisso cristão. Que teu legado de compaixão e devoção possa continuar a tocar os corações daqueles que buscam orientação espiritual e inspiração. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

O esplendor da paz de Francisco

A oração de São Francisco na igreja de San Damiano, detalhe, Histórias de São Francisco, Giotto, basílica superior, Assis | 30Giorni

O esplendor da paz de Francisco

«Deste homem, de Francisco, que respondeu plenamente ao apelo de Cristo crucificado, emana ainda hoje o esplendor de uma paz que convenceu o sultão e pode verdadeiramente derrubar muros». Um artigo para 30Giorni do prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.

pelo Cardeal Joseph Ratzinger

Quando, na quinta-feira 24 de Janeiro, sob um céu chuvoso, partiu o comboio que deveria levar a Assis os representantes de um grande número de Igrejas cristãs e comunidades eclesiais, juntamente com representantes de muitas religiões do mundo, para darem testemunho e rezarem por paz, este trem me pareceu um símbolo da nossa peregrinação pela história. Não somos, de fato, todos passageiros do mesmo trem? O fato de o trem ter escolhido como destino a paz e a justiça, a reconciliação dos povos e das religiões, não é uma grande ambição e, ao mesmo tempo, um esplêndido sinal de esperança? Por todos os lugares, passando pelas estações, grandes multidões se reuniam para saudar os peregrinos da paz. Nas ruas de Assis e na grande tenda, lugar do testemunho comum, fomos novamente envolvidos pelo entusiasmo e pela alegria cheia de gratidão, em particular de um grande grupo de jovens. As saudações das pessoas eram dirigidas principalmente ao homem idoso vestido de branco que estava no trem. Homens e mulheres, que na vida quotidiana muitas vezes se confrontam com hostilidade e parecem divididos por barreiras intransponíveis, saudaram o Papa, que, com a força da sua personalidade, a profundidade da sua fé, a paixão que os move pela paz e pela reconciliação, extraiu o impossível do carisma de seu cargo: convocar em uma peregrinação pela paz representantes do cristianismo dividido e representantes de diferentes religiões. Mas o aplauso, dirigido em primeiro lugar ao Papa, exprimiu também um consenso espontâneo para todos aqueles que com ele procuram a paz e a justiça, e foi um sinal do profundo desejo de paz que os indivíduos sentem perante a devastação que nos rodeia. causada pelo "ódio e pela violência". Mesmo que às vezes o ódio pareça invencível e se multiplique implacavelmente na espiral da violência, aqui, por um momento, percebeu-se a presença da força de Deus, a força da paz. Vêm à mente as palavras do salmo: “Com o meu Deus saltarei muros” ( Sl 18,30). Deus não nos coloca uns contra os outros, mas Aquele que é Um, que é Pai de todos, ajudou-nos, ao menos por um momento, a transpor os muros que nos separam, fazendo-nos reconhecer que Ele é paz e que Ele não é, podemos estar perto de Deus se estivermos longe da paz.

Duas imagens do Dia de Assis: acima, o mufti da mesquita de Roma enquanto coloca a lâmpada no tripé colocado em frente ao palco; à direita, um grupo de líderes religiosos não cristãos | 30Giorni

Em seu discurso, o Papa citou outra pedra angular da Bíblia, a frase da Carta aos Efésios: “Cristo é a nossa paz. Ele fez de ambos um só, derrubando o muro de separação: a inimizade” ( Ef 2:14). Paz e justiça são nomes de Cristo no Novo Testamento (para “Cristo, nossa justiça”, veja por exemplo 1Cor 1, 30). Como cristãos, não devemos esconder esta nossa convicção: a confissão de Cristo, nossa paz, por parte do Papa e do Patriarca Ecumênico foi clara e solene. Mas é por isso mesmo que há algo que nos une além das fronteiras: a peregrinação pela paz e pela justiça. As palavras que um cristão deve dizer a alguém que se propõe a tais fins são as mesmas que o Senhor usou em sua resposta ao escriba que havia reconhecido no duplo mandamento que exorta a amar a Deus e ao próximo a síntese do Antigo Testamento. Mensagem do Testamento: «Não estais longe do Reino de Deus» ( Mc 12, 34).

Para uma correta compreensão do evento de Assis, parece importante considerar que não se tratou de uma autorrepresentação de religiões que seriam intercambiáveis ​​entre si. Não se tratava de afirmar a igualdade das religiões, que não existe. Assis foi antes a expressão de um caminho, de uma busca, de uma peregrinação pela paz, que só o é se estiver unida à justiça. De fato, onde falta justiça, onde os direitos dos indivíduos são negados, a ausência de guerra só pode ser um véu atrás do qual se escondem a injustiça e a opressão.

Com seu testemunho pela paz, com seu compromisso pela paz na justiça, os representantes das religiões empreenderam, até o limite de suas possibilidades, um caminho que deve ser um caminho de purificação para todos. Isto também se aplica a nós, cristãos. Só chegamos verdadeiramente a Cristo se chegamos à sua paz e à sua justiça. Assis, a cidade de São Francisco, pode ser a melhor intérprete desse pensamento. Mesmo antes de sua conversão, Francisco era cristão, assim como seus concidadãos. E até mesmo o exército vitorioso de Perugia, que o jogou na prisão como prisioneiro e o derrotou, era formado por cristãos. Foi só então, derrotado, prisioneiro, sofrendo, que ele começou a pensar no cristianismo de uma nova maneira. E só depois desta experiência lhe foi possível ouvir e compreender a voz do Crucifixo que lhe falava na pequena igreja em ruínas de São Damiano que, portanto, se tornou a própria imagem da Igreja do seu tempo, profundamente danificada e em ruínas. declínio. Só então ele viu como a nudez do Crucifixo, sua extrema pobreza e humilhação contrastavam com o luxo e a violência que antes lhe pareciam normais. E só então ele realmente conheceu Cristo e também entendeu que as Cruzadas não eram o caminho certo para defender os direitos dos cristãos na Terra Santa, mas sim que a mensagem de imitar o Crucifixo tinha que ser levada ao pé da letra.

Deste homem, de Francisco, que respondeu plenamente ao chamado de Cristo crucificado, emana ainda hoje o esplendor de uma paz que convenceu o sultão e pode realmente derrubar muros. Se nós, como cristãos, empreendemos o caminho rumo à paz seguindo o exemplo de São Francisco, não devemos temer perder a nossa identidade: é justamente então que a encontramos. E se outros se juntarem a nós na busca pela paz e pela justiça, nem eles nem nós precisaremos temer que a verdade seja pisoteada por clichês. Não, se caminharmos seriamente em direção à paz, então estaremos no caminho certo, porque estamos no caminho do Deus da paz ( Rm 15:32), cujo rosto se tornou visível para nós, cristãos, pela fé em Cristo.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Em que tempos estamos vivendo?

O Tempo de Deus (Facebook)

EM QUE TEMPOS ESTAMOS VIVENDO?

Dom Leomar Brustolin
Arcebispo de Santa Maria (RS)

Podemos Como podemos definir o tempo em que estamos vivendo? O racionalismo da modernidade entrou em crise, mas o que veio depois? Há muitas respostas para essas perguntas, sob diversas perspectivas, nem sempre convergentes.

A Filosofia, por exemplo, apresenta reflexões sobre a era da hipermodernidade, do pós-moralismo e da sociedade da decepção, conforme as categorias definidas por Gilles Lypovetsky, além da teoria da complexidade formulada por Edgar Morin. Na Sociologia, emergem concepções como a modernidade líquida, de Zygmunt Bauman, e a sociedade em rede, de Manuel Castells.

Nas últimas décadas ocorreram transformações profundas no mundo e na própria percepção da realidade. As inovações tecnológicas e os novos meios de comunicação alteraram nossa relação com o corpo, a cultura, a religião e até com Deus.

Impactos da pós-modernidade na fé

Podemos identificar duas leituras principais sobre a realidade contemporânea e sua influência no âmbito da fé. Para alguns estudiosos essa “pós-modernidade” feriu três aspectos vitais da identidade religiosa: imaginação, memória e sentido de pertença.

A imaginação pode ser reduzida à superficialidade. A memória pode ser sufocada pelo imediatismo. E o sentido de pertença pode ser atropelado pelo ritmo frenético da vida cotidiana. Há certa ausência de repouso e de raízes que induz a uma paralisia interior, apesar de todo frenesi exterior.

Esse cenário cria uma aparente contradição: ao mesmo tempo em que as pessoas estão cada vez mais conectadas digitalmente, estão menos conectadas consigo mesmas. O excesso de estímulos ao nosso redor dificulta o tempo necessário para o silencio, a reflexão e o discernimento. Quando o desejo se torna cego e o afeto perde a dimensão do compromisso, até mesmo a religião pode se reduzir à mera atenção ou a um mero objeto de consumo, guiado pela lógica de mercado.

Uma nova abertura espiritual

Por outro lado, há quem faça uma leitura mais positiva da situação. Esse momento de crise do progresso e da racionalidade exagerada pode levar a uma consciência diferenciada em direção a uma nova espiritualidade. Levar a um despertar espiritual e a uma maior valorização da comunidade.

Entendemos, ainda, que é preciso ter uma postura equilibrada. Ou seja, não rejeitar completamente a cultura contemporânea, mas tentando moldá-la à nossa visão ideal. Assim como não podemos ignorar os desafios éticos que essa nova realidade impõe.

Como cristãos, somos chamados a discernir os acontecimentos e reconhecer os sinais da presença de Deus. Conforme a constituição pastoral Gaudium “Compete-nos, discernir os acontecimentos, nas exigências e nas aspirações de nossos tempos […], quais sejam os sinais verdadeiros da presença ou dos desígnios de Deus.” (Gaudium et Spes n.1).

Vivemos um tempo único e irrepetível. Tudo depende da forma como nos posicionamos diante da realidade. Abrir os olhos, cultivar o pensamento crítico, escutar os sinais e perceber Deus em meio aos conflitos humanos – isso é buscar a sabedoria da vida em meio aos revezes de todos os tempos.

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Brasileiros encontram Papa Francisco no Vaticano e ganham doces do Pontífice

Francisco Lacourt, seu irmão, Benjamin Lacourt e seu primo Renan com o Papa Francisco (Vatican Media)

Victor Hugo Barros - Cidade do Vaticano

Milhares de fiéis participaram da oração das Vésperas com o Papa Francisco no fim da tarde do último sábado (01/02), na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Entre eles, uma família de sete brasileiros, que viveu um momento especial junto ao Papa Francisco, no fim da cerimônia. Vindos de Porto Alegre (RS), eles estão aproveitando as férias para conhecer a Itália. 

“Foi muito emocionante porque como nós fomos os primeiros quase a entrar, nós conseguimos sentar na lateral para ver o Papa Francisco passar. E nós estávamos com grande expectativa principalmente porque as crianças estavam juntas e elas vieram com muita fé também para ver o Papa Francisco. E quando terminou a celebração e o Papa Francisco passou, ele veio gentilmente passando por cada um de nós, entregou balas para as crianças. Foi um momento muito importante para nós e para elas porque é um momento de acolhida também da Igreja conosco e do Papa Francisco”, conta Jéssica Crestani, que estava junto de sua família no momento em que viram o Papa Francisco.

Sentados na nave da Basílica, em meio a milhares de peregrinos - entre eles muitos religiosos que celebravam o Dia da Vida Consagrada - os familiares foram surpreendidos pelo encontro com o Papa. Foi o próprio pontífice quem se dirigiu até eles, distribuindo sorrisos e doces para os pequenos.

“Nós nunca imaginamos que estaríamos tão próximos do Papa, inclusive as crianças ganhando balas dele. Então foi um momento muito emocionante que foi proporcionada a nossa família, graças a Deus. Nós estamos muito felizes. Nós fomos embora aquele dia sorrindo, agradecendo e renovando a nossa fé de que milagres são possíveis sim, pois para nós isso foi um verdadeiro milagre”, testemunha Jessica.

O encontro de dois Franciscos

Entre as crianças, Francisco Lacourt, de nove anos, encontrou seu homônimo, o Papa. “Ele tem o nome de Francisco em homenagem ao Papa Francisco e era o sonho da Daviane (mãe de Francisco) este encontro entre os dois, pelo menos estar no mesmo local. Mas nunca imaginávamos que o nosso Francisco encostaria nas mãos do Papa. Então teve este encontro de mãos, encontro de dois Franciscos”, confidencia Crestani.

Um momento que ficará marcado na vida do pequeno Francisco. Ele não esconde a alegria em poder viver este encontro junto ao Santo Padre. 

“Eu também senti muita emoção quando eu encostei no Papa. Eu também me senti muito abençoado”, garante o menino.

Seu irmão, Benjamin Lacourt e seus primos Clara e Renan também receberam balas do Santo Padre. Um gesto simples, mas que marcou a vida de Francisco.

“Ele também me deu bala e foi muito gentil. Foi emocionante eu encontrar o Papa. Fiquei muito, muito feliz”, relembra.

Jéssica e parte da família após o encontro com o Santo Padre (Vatican Media)

Com a fé fortalecida

O desejado, mas inesperado encontro, marcou a história da família. Agora, para eles, o dia 1° de fevereiro será uma data para recordar.

“É um momento que vai ficar para a história da nossa família, para o resto das nossas vidas. Então foi um dia muito, muito especial e emocionante, que nós vamos guardar. E também para nós foi um dia de grande fé porque foi um momento único que Deus nos proporcionou em nossas vidas”, garante Jessica.

Assim como com a família de Jéssica, muitas outras crianças também foram presenteadas com o carinho e as balas do Papa Francisco. Sinais simples, mas que evidenciam a proximidade e o carinho do Santo Padre.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

São Brás, o médico que se tornou santo

© Montage Aleteia

Cibele Battistini - publicado em 03/02/25

Desde jovem, ele demonstrou notável sabedoria e compaixão,motivos pelos quais se tornou médico e sacerdote.

Blaise de Sebaste, conhecido por nós como São Brás, nasceu na Armênia, no século III. Ainda jovem, iniciou seus estudos em medicina e filosofia. No entanto, frente tantas misérias humanas, ele decidiu seguir conjuntamente a vocação ao sacerdócio, tornando-se bispo de Sebaste, onde exerceu seu ministério até o ano de sua morte, em 316. São Brás dedicou a vida a Deus, através dos cuidados não só do corpo, mas principalmente da alma das pessoas que o encontravam.

Durante o reinado do imperador romano Licínio, houve grande perseguição aos cristãos liderada por Agricolau, governador da Capadócia. São Brás vivenciou a situação de precariedade que seu povo pastoreado vivia. Refugiou-se no Monte Argeu, vivenciando a solidão e na oração, guiando suas ovelhas. Encontrado pelos guardas do governo Agrícola, foi à prisão. E ali, no caminho, uma mãe desesperada acorreu a ele, trazendo nos braços o filho já desfalecido por estar engasgado com uma espinha de peixe. No mesmo instante, São Brás rezou e abençoou o menino, e suas orações foram atendidas. O garoto foi milagrosamente curado! Esse foi o primeiro milagre que moveu grande comoção e devoção ao santo, venerando-o como protetor da garganta.

Depois de preso, São Brás foi martirizado, tendo seu corpo flagelado e rasgado por ganchos para, enfim, ser decapitado. 

Um rito dedicado a São Brás

A tradição de fé e devoção a São Brás é tão especial que um rito foi desenvolvido para celebrar esta bênção: no dia 3 de fevereiro, em que celebramos sua memória, o sacerdote, munido com duas velas em forma de cruz, abençoa cada um dos fiéis contra os males da garganta, rezando a seguinte oração: “Por intercessão de São Brás, Bispo e Mártir, livre-te Deus do mal da garganta e de qualquer outro mal. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém”

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/02/03/sao-bras-o-medico-que-se-tornou-santo

A virtude Escatológica da Esperança

«A esperança é a virtude teologal pela qual desejamos o Reino dos céus e a vida eterna como nossa felicidade, pondo toda a nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não nas nossas forças, mas no socorro da graça do Espírito Santo»   (AFP or licensors)

"Esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres. Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus".

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

O mundo de hoje tem muita necessidade desta virtude cristã! O mundo precisa da esperança, assim como tem tanta necessidade da paciência, uma virtude que caminha de mãos dadas com a esperança. Os homens pacientes são tecelões de bem. Desejam obstinadamente a paz, e embora alguns tenham pressa e queiram tudo e já, a paciência tem a capacidade da espera. Até quando muitos à sua volta cederam à desilusão, quem é animado pela esperança e é paciente, torna-se capaz de atravessar as noites mais escuras. 

Em 8 de maio de 2024, o Papa Francisco concluía seu ciclo de catequeses "Os vícios e as virtudes", com uma reflexão sobre "A esperança", onde ressaltava que "Esperança e paciência caminham de mãos dadas!". Esperança, esta, que não engana, como reza o título da Bula de Proclamação do Jubileu 2025 que estamos vivendo.

Dando sequência a sua série de reflexões sobre este tema,  Pe. Gerson Schmidt* nos fala hoje sobre "A virtude Escatológica da Esperança":

"O Ano Jubilar 2025 tem como tema sermos todos “Peregrinos de Esperança”, num mundo mergulhado de crises, guerras, revoltas, falta de fé e busca de reconciliação. Refletimos já o aspecto de sermos todos peregrinos, pois, conforme a liturgia reza, não temos aqui “cidade permanente, mas buscamos a cidade que há de vir”. O Caderno do Jubileu número 23, - “A Igreja Peregrina rumo à plenitude”, de autoria de Achim Schütz, concentra-se na questão da relação entre o tempo e a eternidade. O Caderno proposto pela Sagrada Congregação para a Evangelização, a pedido do Papa Francisco, apresenta o capítulo 4 intitulado: “A virtude Escatológica da Esperança”. Baseia-se nas suas reflexões nos números 48 a 51 da Constituição sobre a Igreja, a Lumen Gentium, que aponta a índole escatológica da nossa vocação. A virtude da esperança, tema rico de nosso Papa, é a virtude por excelência que determina o caráter escatológico dos fiéis da Igreja.

O autor diz que “a esperança Cristã não é uma utopia, nem tem as características de uma fantasia. Essa última oferece as perspectivas de condições que não tem nenhum fundamento na realidade. Cavalo com três cabeças ou com asas tem, inegavelmente, características fantásticas. Um animal assim não existe no mundo. É construído pelo engenho humano, combinando, de modo bizarro, vários elementos que existem realmente. Na base de uma fantasia, portanto, há um sujeito humano que utiliza as suas capacidades criativas, de tal modo, a invocar um ser que jamais foi visto no reino da experiência real. Utopia é um pouco diversa. Mesmo nesse caso, o homem cria algo da sua imaginação a partir de elementos da realidade, que são combinados conforme seu desejo. Um estudante de medicina poderia imaginar ter frequentado todas as aulas prescritas em menos de três anos e poder reivindicar, finalmente o título de doutor”. A esperança cristã não é utópica, nem fantasiosa, mas é real, verdadeira porque se assegura e se alicerça naquele que ressuscitou e nos dá razão para acreditar na sua presença, atuação e na sua obra redentora.

Papa Francisco tem refletido em seu Pontificado a virtude da esperança. Na Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, em 2013, a sua mensagem ecoava assim: “não deixem que lhes roubem a esperança”. Nosso Sumo Pontífice, com os gestos e palavras, é uma testemunha dessa esperança, entendida como ação espiritual de quem não se rende à noite do mal no mundo. Aquele que vive da esperança, afirma o Pontífice, colabora com Deus para “fazer novas todas as coisas”. A esperança, um dom de Deus, também é uma tarefa que todo cristão deve cultivar, alerta o Papa Francisco no novo livro "A esperança é uma luz na noite" (em língua original "La speranza è una luce nella notte"), uma antologia que reflete sobre essa virtude, também tema do Ano Santo. O livro publicado em novembro do ano passado, disponível nas editoras, é um grande subsídio para esse ano Jubilar 2025.

Reflete o Papa Francisco: "O Jubileu de 2025, ano santo que eu quis que fosse dedicado ao tema 'Peregrinos de esperança', é uma ocasião propícia para refletir sobre essa virtude cristã fundamental e decisiva. Especialmente em tempos como os que estamos vivendo, em que a terceira guerra mundial em pedaços que está se desenrolando diante de nossos olhos pode nos levar a assumir atitudes de desânimo sombrio e cinismo mal disfarçado. A esperança, por outro lado, é um dom e uma tarefa para todo cristão. É um dom porque é Deus quem a oferece a nós. Esperar, de fato, não é um mero ato de otimismo, como quando, às vezes, esperamos passar em um exame na universidade (“esperamos conseguir”) ou esperamos que o tempo esteja bom para o passeio fora da cidade em um domingo de primavera (“esperamos que faça tempo bom”). Não, esperar é aguardar algo que já nos foi dado: a salvação no amor eterno e infinito de Deus. Aquele amor, aquela salvação que dão sabor ao nosso viver e que constituem a base sobre a qual o mundo permanece de pé, apesar de toda a maldade e crueldades causadas por nossos pecados de homens e de mulheres. Esperar, portanto, é acolher esse presente que Deus nos oferece todos os dias. Esperar é saborear a maravilha de ser amado, procurado, desejado por um Deus que não se fechou em seus céus impenetráveis, mas que se fez carne e sangue, história e dias, para compartilhar o nosso destino”."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Não tenham medo de trazer filhos ao mundo, diz papa Francisco a casais jovens

Papa Francisco com um grupo de crianças no Vaticano | Vatican Media

Não tenham medo de trazer filhos ao mundo, diz papa Francisco a casais jovens.

Por Walter Sánchez Silva*

2 de fevereiro de 2025

O papa Francisco encorajou os jovens casais a não terem medo de trazer filhos ao mundo, como parte do 47º Dia Mundial da Vida, celebrado hoje (2) na Itália sob o lema “Transmitir a vida, esperança para o mundo”.

Nas suas palavras depois da oração do Ângelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, o papa uniu-se aos bispos italianos “para expressar gratidão às tantas famílias que acolhem de bom grado o dom da vida e para encorajar os jovens casais a não terem medo de trazer filhos ao mundo”.

Francisco também saudou o “Movimento Pró-Vida Italiano, que celebra seu 50º aniversário” e que anunciou neste domingo que a Manifestação Nacional pela Vida acontecerá em 10 de maio em Roma.

 “Sobre o tema do valor primordial da vida humana, reitero o ‘não’ à guerra, que destrói, destrói tudo, destrói a vida e leva a desprezá-la. E não esqueçamos que a guerra é sempre uma derrota”, disse Francisco.

“Neste Ano Jubilar, renovo meu apelo, especialmente aos governantes de fé cristã, para que se empenhem ao máximo nas negociações para por fim a todos os conflitos em curso. Rezemos pela paz na martirizada Ucrânia, Palestina, Israel, Líbano, Mianmar, Sudão e Kivu do Norte”, exortou o papa.

Francisco recordou também que amanhã (3), o Vaticano acolherá o Encontro Internacional sobre os Direitos da Criança, com o tema ‘Vamos amá-las e protegê-las, “que tive a alegria de promover e do qual participarei”.

“É uma oportunidade única para colocar no centro da atenção do mundo as questões mais urgentes que dizem respeito à vida das crianças. Convido vocês a se unirem em oração pelo bom êxito”, disse.

A rainha Rania da Jordânia; a senadora vitalícia italiana Liliana Segre, sobrevivente do campo de concentração nazista de Auschwitz; o ativista indiano Kailash Satyarthi, ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 2014 junto a Malala Yousafzai; Al Gore, ex-vice-presidente dos EUA, são alguns dos participantes deste evento, que o papa anunciou em 20 de novembro.

No dia que anunciou o encontro o papa disse que "será uma oportunidade para identificar novos caminhos que visam ajudar e proteger milhões de crianças que ainda não têm direitos, vivem em condições precárias, são exploradas e abusadas e sofrem as consequências dramáticas das guerras".

*Walter Sánchez Silva é jornalista na ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, com mais de 15 anos de experiência cobrindo eventos da Igreja na Europa, América e Ásia.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/61109/nao-tenham-medo-de-trazer-filhos-ao-mundo-diz-papa-francisco-a-casais-jovens

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF