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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Cuidar do meio ambiente: um chamado para a vida

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Paulo Teixeira - publicado em 02/10/25

O cuidado com a natureza vai além de um ato ecológico; é uma questão de sobrevivência. Existe uma conexão direta entre a degradação ambiental e o surgimento de doenças como Ebola, Zika e a pandemia de Covid-19. Precisamos de uma reflexão sobre a importância de preservar o meio ambiente para a saúde de toda a sociedade.

Em entrevista ao programa Viva a Vida, da Pastoral da Criança, Silvio Rocha Santana, presidente da Fundação Grupo Esquel Brasil,  reforça a importância de cuidar do meio ambiente. "O maior perigo vem de quem, sem nenhuma consciência, continua a fazer o que prejudica a vida", alerta. Para ele, lutar pela vida é, sobretudo, "cuidar e preservar a nossa casa, o meio ambiente". 

Comunidade precisa agir

Santana defende que as comunidades devem ser as primeiras a diagnosticar os problemas ambientais de suas localidades. "É importante observar o que está acontecendo", diz ele, citando exemplos como acúmulo de lixo, falta de saneamento básico e o excesso de áreas pavimentadas que impedem a infiltração da água no solo. Ele também menciona a frequência crescente de eventos climáticos extremos, como supertempestades e incêndios, como sinais urgentes de que a ação é necessária. 

A participação ativa da comunidade é a palavra-chave para a mudança. O especialista orienta que líderes e famílias se organizem para cobrar melhorias das autoridades, apoiem organizações ambientais e, se preciso, ajudem a criá-las. A presença em conselhos municipais e a colaboração em mutirões comunitários são vistas como passos essenciais para a proteção ambiental. 

Novo estilo de vida e cuidado do meio ambiente

É importante adotar um novo estilo de vida que respeite e cuide da natureza. Para Silvio Santana, a educação ambiental deve começar dentro de casa. "Os pais e adultos devem ser exemplos para as crianças", afirma. Atividades simples como criar uma horta doméstica ou separar o lixo podem educar sobre a origem dos alimentos e a importância da reciclagem. 

No espaço doméstico, no cotidiano das nossas vidas, os chamados 3 R (erres) são uma boa dica. Reutilizar, Reciclar e Reaproveitar. Além disso, reduzir o consumo de água, de energia, tomar banho mais rápido, gastar menos água. Evitar desperdício como lavar o chão, o carro etc. "Se você tem condição, por exemplo, na sua casa, tente captar a água da chuva e use essa água para outras finalidades. Ao consumir energia, lembrar de reduzir seu consumo de combustível de automóvel, usar transporte público, tentar dar mais carona, caminhar, usar bicicleta etc. E não jogar lixo", destaca Silvio.

Silvio ressalta, ainda, que o cuidado com o meio ambiente está diretamente ligado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, que visam garantir a sobrevivência do planeta. "São os objetivos que vão garantir, agora e no futuro, que todas as crianças tenham vida, e vida em abundância", conclui. 

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/10/02/cuidar-do-meio-ambiente-um-chamado-para-a-vida/

Papa: “É preciso passar dos discursos ambientalistas a uma conversão ecológica”

Conferência Interbacional Raising Hope For Climate Justice (vatican Media)

Leão XIV presidiu nesta quarta-feira (1/10), em Castel Gandolfo, a abertura da Conferência Espalhando Esperança, que celebra os dez anos da encíclica Laudato si’. No encontro, o Pontífice ressaltou que a ecologia integral só pode ser alcançada por meio de uma conversão do coração e destacou a urgência de ações diante da crise climática global.

https://youtu.be/h48K3B9eaoE

Thulio Fonseca - Vatican News

Na tarde desta quarta-feira, 1º de outubro, em Castel Gandolfo, o Papa Leão XIV presidiu a “Celebração da Esperança pela Nossa Casa Comum” durante a Conferência Espalhando Esperança (Raising Hope), que marca o décimo aniversário da Encíclica Laudato si’. Em seu discurso, o Pontífice recordou a herança espiritual e pastoral deixada por Francisco e convidou todos a redescobrir a ecologia integral como caminho de unidade, paz e esperança.

No encontro, realizado no Centro Mariápolis, o Santo Padre agradeceu aos organizadores, conferencistas e participantes, assim como ao Movimento Laudato si’, que desde os primeiros anos promoveu a difusão e a implementação da Encíclica. O Papa destacou que o documento do Papa Francisco impulsionou iniciativas em todos os continentes, envolvendo comunidades religiosas, dioceses, escolas, universidades e até instâncias internacionais.

“As preocupações e recomendações do Papa Francisco foram apreciadas e acolhidas não apenas pelos católicos. Muitos, inclusive fora da Igreja, sentiram-se compreendidos, representados e apoiados neste momento histórico”, afirmou Leão XIV. O Pontífice frisou que o apelo de Francisco ao diálogo, à ecologia integral e à união da família humana na busca de um desenvolvimento sustentável permanece atual e urgente: “Trata-se de desafios ainda mais prementes hoje do que há dez anos. Eles exigem uma verdadeira conversão”.

Papa Leão XIV durante o encontro em Castel Gandolfo   (@Vatican Media)

O coração como lugar da conversão ecológica

Ao refletir sobre o futuro, o Papa Leão XIV advertiu para que o cuidado da casa comum não se torne “uma moda passageira ou um tema divisivo”. Retomando a Laudate Deum, exortou a enfrentar o risco de minimizar os sinais das mudanças climáticas ou de ridicularizar quem defende o meio ambiente:

“Nas Escrituras, o coração não é apenas o centro dos sentimentos e emoções: é a sede da liberdade. [...] É somente por meio de um retorno ao coração que pode acontecer também uma verdadeira conversão ecológica. É preciso passar da coleta de dados ao cuidado; de discursos ambientalistas a uma conversão ecológica que transforme o estilo de vida pessoal e comunitário. Para quem crê, trata-se de uma conversão que não difere daquela que nos orienta ao Deus vivo, porque não se pode amar o Deus que não se vê desprezando suas criaturas, e não se pode dizer discípulo de Jesus Cristo sem compartilhar de seu olhar sobre a criação e de seu cuidado pelo que é frágil e ferido.”

Unidade pela casa comum

Em sua fala, o Papa reforçou que a ecologia integral não pode ser vista separada da justiça social e do cuidado com os mais pobres: “Não se pode amar o Deus que não se vê desprezando suas criaturas”. E acrescentou: “Somos uma única família, com um Pai comum; habitamos um mesmo planeta, do qual devemos cuidar juntos”.

Ao encorajar os participantes, o Pontífice apontou ainda para a importância de que os próximos encontros internacionais – como a COP30, a sessão da FAO sobre segurança alimentar e a Cúpula da Água da ONU em 2026 – escutem “o grito da Terra e o grito dos pobres”.

Prestar contas a Deus

Na conclusão, ao recordar que "não podemos dar espaço para a indiferença nem para a resignação", o Papa deixou uma pergunta aberta aos fiéis e a todos os homens e mulheres de boa vontade: 

“Deus nos perguntará se cultivamos e cuidamos do mundo que Ele criou, para o bem de todos e das gerações futuras, e se cuidamos de nossos irmãos e irmãs. Qual será a nossa resposta?”

O evento

A Conferência Internacional é organizada pelo Movimento Laudato si’, em colaboração com o Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, Caritas Internationalis, CIDSE, UISG, Movimento dos Focolares e a Ecclesial Networks Alliance. O evento, que reúne mais de mil participantes de todo o mundo, realiza-se de 2 a 3 de outubro.

Na cerimônia de abertura, o Pontífice também abençoou um fragmento de gelo de 20 mil anos, proveniente da Groenlândia, trazido a Roma pelo artista Olafur Eliasson e pelo geólogo Minik Rosing. O gesto simbolizou a urgência da crise climática e se inseriu no projeto artístico Ice Watch, que já levou blocos de gelo em processo de derretimento para praças públicas em Copenhague, Paris e Londres.

Ministra Marina Silva durante seu discurso   (@Vatican Media)

O convite ao Papa para participar da COP30

No início do evento, foram apresentados alguns testemunhos do compromisso ambiental. A ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, tomou a palavra, ligando o décimo aniversário da Laudato si’ ao do Acordo de Paris. A representante do Brasil alertou para a distância entre promessas e ações, denunciando os trilhões ainda investidos em combustíveis fósseis, e pediu “uma transição justa, ordenada e equitativa” para energias limpas. A ministra também convidou o Papa a participar da COP30, que será realizada em Belém em 2026: 

“Desejo aqui reafirmar o grande interesse e o convite da presidência brasileira da COP30 para que Sua Santidade o Papa Leão XIV nos honre com sua presença em Belém. Estou convencida de que, dessa forma, Sua Santidade dará uma indispensável contribuição para que a COP30 entre para a história como a COP decisiva da implementação. Ela se converterá assim, como todos ardentemente desejamos, na COP da esperança de preservar e cultivar todas as formas de vida que enriquecem o jardim da Criação, em benefício das presentes e das futuras gerações. É uma missão para todos nós, mas que adquire uma dimensão e envergadura universais graças ao alto poder de convocação da Igreja Católica e da autoridade moral de Sua Santidade Leão XIV”.

Por fim, a ministra Marina Silva afirmou que "já temos as respostas técnicas, o que falta é o compromisso ético de usar a técnica, o conhecimento, em benefício do enfrentamento da mudança do clima, do combate à desigualdade, para que tenhamos um mundo próspero, justo e sustentável. É incoerente dizermos que amamos o Criador e destruirmos a criação. A encíclica Laudato si’ nos convoca a fazer essa integração."

Ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger   (@Vatican Media)

Já o ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, recordou os avanços obtidos em seu estado – como a redução de 25% das emissões de gases de efeito estufa e a instalação de um milhão de telhados solares – e destacou que “a energia limpa não é inimiga da prosperidade, mas motor do crescimento”. Dirigindo-se aos líderes religiosos presentes, afirmou: “Vocês estão mais próximos do povo do que qualquer governo. Lembrem às pessoas que a poluição é uma questão de saúde e de justiça”.

O encontro contou ainda com a intervenção de Yeb Saño, presidente do Conselho do Movimento Laudato si’, que reforçou o apelo à responsabilidade ética e à unidade diante da crise climática global.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

O conselho de dom Bosco sobre o anjo da guarda que salvou várias pessoas da morte

Anjo da Guarda. | Renata Sedmakova - Shutterstock

Por Abel Camasca

2 de out de 2025 às 04:00

Hoje (2), a Igreja Católica celebra os Anjos da Guarda, que têm a missão de nos proteger. Dom Bosco, grande devoto deles, costumava dar um conselho especial aos seus jovens e conhecidos, com o qual conseguiu até que alguns deles escapassem milagrosamente da morte.

Nas Memórias Biográficas (MB), conjunto de 19 volumes sobre a vida de dom Bosco, consta que o santo “estava tão convencido de tê-lo ao seu lado que parecia vê-lo com os olhos”. Ele cumprimentava o anjo da guarda das pessoas que encontrava e pedia aos anjos da guarda de seus meninos que os ajudassem.

Ele incutia nos seus meninos um profundo respeito e amor pelo seu próprio anjo, dizendo-lhes que era um amigo. “Invoque seu Anjo nas tentações. Ele quer o ajudar mais do que você quer ser ajudado... Não dê ouvidos ao diabo e não o tema; Ele treme e foge diante da presença do seu Anjo”, dizia-lhes.

Certa vez, ele lhes prometeu: “se você se encontrar em algum perigo grave para sua alma ou corpo, invoque-o: garanto-lhe que ele irá ajudá-lo e livrá-lo”.

Um dos jovens que seguia dom Bosco trabalhava como pedreiro. Um dia, enquanto estava no andaime, alguns suportes quebraram. Ele e outros dois companheiros começaram a cair do quarto andar em meio a tábuas, pedras e tijolos. O rapaz se lembrou do conselho do santo e exclamou: “Meu anjo, me ajude”.

Os três caíram no chão. Um morreu no local, outro morreu no hospital, mas o jovem que invocou o seu anjo da guarda se levantou ileso e sem ferimentos, para o espanto de todos os presentes. Relatos das MB dizem que o rapaz ainda continuou trabalhando naquele dia e depois confirmou a promessa de dom Bosco.

O anjo e os cavalos

As MB também narram o que viveu a esposa de um embaixador português que se confessou a dom Bosco. O santo lhe deu como penitência dar esmola em certas circunstâncias daquele dia, mas ela disse que não poderia porque tinha que viajar.

Então, o padre lhe disse para rezar três vezes a oração do Anjo de Deus ao seu anjo da guarda, para que ele a ajudasse e assim não se assustasse com o que iria acontecer com ela. A mulher ficou impressionada e em casa fez a oração com seus empregados.

Ela viajou de carruagem com a filha e uma empregada. Quando estavam a caminho, os cavalos ficaram assustados e começaram a correr rapidamente. O cocheiro não conseguiu detê-los e a carruagem capotou, enquanto os cavalos continuavam a puxar.

As mulheres gritavam e parecia que seriam esmagadas até a morte. A senhora reagiu e começou a implorar com todas as forças: “Anjo de Deus, você é meu guardião…”. De repente, os cavalos pararam e ninguém morreu. Por isso, mãe e filha exclamaram: “Viva Deus e viva o Anjo da Guarda que nos salvou!”.

Algum tempo depois, a senhora se tornou uma grande benfeitora de dom Bosco em favor dos jovens mais necessitados.

*Abel Camasca é comunicador social. Foi produtor do telejornal EWTN Noticias por muitos anos e do programa “Más que Noticias” na Radio Católica Mundial.

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/56323/o-conselho-de-dom-bosco-sobre-o-anjo-da-guarda-que-salvou-varias-pessoas-da-morte

Exposição na Catedral celebra os 65 anos da Arquidiocese de Brasília

Exposição na Catedral de Brasília (arqbrasilia)

Exposição na Catedral celebra os 65 anos da Arquidiocese de Brasília

A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida recebeu jornalistas e convidados para a coletiva de imprensa de lançamento da nova exposição “Igreja e Brasília – 65 anos caminhando juntas”, que celebra o Jubileu de 65 anos da Arquidiocese de Brasília, na manhã desta quinta-feira (2/10).

02/10/2025

O evento marcou oficialmente a abertura da galeria que retrata a caminhada conjunta da Igreja Católica e da Capital Federal desde sua fundação. Durante a coletiva, o Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília, destacou a importância da Catedral não apenas como símbolo da fé Católica, mas também como referência cultural, arquitetônica e social para o Brasil e o mundo.

“Eu digo que a Catedral é da Igreja Católica, mas ela é também um monumento cultural. As pessoas vêm aqui para conhecer a arquitetura, a arte, a beleza. Ela é referência para a cidade, para o Brasil e para o mundo. Quem quer conhecer a obra de Oscar Niemeyer tem que passar por aqui”, afirmou Dom Paulo.

O Arcebispo ressaltou ainda o compromisso da Igreja com a preservação do templo e com sua vocação de espaço aberto ao diálogo e à diversidade. “É nosso dever cuidar bem da Catedral, que está bonita, com estruturas renovadas, banheiros reformados, espelho d’água tratado e com um projeto de iluminação especial que permitirá, por exemplo, homenagear campanhas como a do Outubro Rosa ou celebrar datas importantes de outros países. Queremos que a Catedral seja um grande monumento de acolhida e diálogo, símbolo da convivência entre fé, cultura, sociedade e poderes públicos”, disse.

A nova galeria, localizada no espaço que conecta a Catedral ao Auditório da Cúria Metropolitana, reúne mais de 90 fotografias em grandes formatos, documentos históricos, citações e marcos significativos da presença da Igreja em Brasília ao longo de seis décadas e meia. O projeto nasceu inspirado na Carta Pastoral do Cardeal Paulo Cezar, e foi idealizado pelo Padre Agenor Vieira, Pároco da Catedral, em parceria com a curadora Tatiana Braga.

“Queremos que quem entra na Catedral possa, de forma leve, se encontrar com a história da cidade e da Igreja. Que caminhe por esses corredores e saia enriquecido por ter se encontrado com a cultura, a arte e a beleza. A inspiração veio da carta pastoral do nosso Cardeal e do desejo de homenagear a Arquidiocese neste Jubileu. Fomos amadurecendo a ideia até chegarmos a esta galeria, que é um presente para a cidade e uma oportunidade de renovar a esperança para o futuro”, explicou padre Agenor.

O Arcebispo destacou que o projeto da nova galeria reflete o espírito de colaboração e missão. “Esse projeto nasceu do diálogo com os poderes da República, com o empresariado e com todos aqueles que convergem seus esforços para o bem. Ele quer ensinar a sociedade a caminhar unida. A Catedral é símbolo da Igreja Católica, mas também é símbolo de Brasília e do Brasil. Ela deve ser esse monumento acolhedor, onde todos possam viver uma experiência de fé, de encontro com a cultura e com a história.”

Com 70 metros lineares de exposição, a mostra integra salões internos, lojas e serviços de apoio a visitantes e turistas, oferecendo um espaço adequado para acolher quem deseja conhecer de perto a história de Brasília e da Arquidiocese. O projeto foi viabilizado com o apoio da Brasal e do Grupo Bancorbrás, que reafirmaram o compromisso com a preservação da memória e da identidade da capital. “A Brasal se orgulha de apoiar iniciativas que preservam a história de Brasília. Esta galeria é um legado para as próximas gerações”, afirmou Osório Neto, CEO da Brasal.

Entre os destaques da mostra estão os vitrais monumentais de Marianne Peretti, a única mulher da equipe de artistas que trabalharam com Niemeyer na construção dos monumentos de Brasília. Sua obra, considerada uma das maiores expressões de arte sacra moderna do século XX, ganha novo protagonismo no espaço expositivo. “A exposição reforça o papel da Catedral como referência cultural do país e oferece aos visitantes a oportunidade de compreender a relação entre arte, arquitetura e história”, destacou Cláudio Roberto Nogueira de Souza Filho, diretor-geral do Grupo Bancorbrás.

Finalizando a coletiva de imprensa, Dom Paulo também comentou sobre seu recente encontro com o Papa Leão XIV, no Vaticano, no qual apresentou a realidade da Igreja em Brasília. “Disse ao Papa que Brasília é uma cidade jovem e acolhedora, com cerca de 3 milhões de habitantes, formada por pessoas vindas de todas as partes do Brasil. A Igreja cresceu junto com a cidade. Hoje somos 164 paróquias vivas, missionárias, evangelizadoras e participativas. O que move essa Igreja não é o dinheiro, é o amor. Pessoas que trabalham a semana inteira e no fim de semana estão lá, servindo com alegria. Isso é a força do nosso laicato e da nossa Igreja”, salientou.

Serviço:

Exposição: Igreja e Brasília – 65 anos caminhando juntas
Local: Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida – Espaço das Galerias
Horário: Terça a sexta-feira, das 8h às 16h45; sábado, das 8h às 16h30; e domingo, das 7h às 17h30Acervo: Mais de 90 fotografias em grandes formatos
Outras informações:
Instagram: @catedralbrasilia
Facebook: facebook.com/catedraldebrasilia
Site: www.catedral.org.br

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

O Papa: relação médico-paciente é importante. A IA nunca poderá substituir o médico

O Papa com a Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe, na Sala do Consistório, no Vaticano (Vatican News)

Leão XIV recebeu os membros da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (CONFEMEL) e disse que "o diálogo e o contato físico devem estar sempre presentes na relação terapêutica, para além dos instrumentos e ferramentas utilizados para tratar as enfermidades". Citou o Beato José Gregório Hernández Cisneros o "médico dos pobres" que será canonizado em 19 de outubro.

Mariangela Jaguraba - Vatican News

O Papa Leão XIV recebeu em audiência, nesta quinta-feira (02/10), no Vaticano, os representantes da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe (CONFEMEL), uma organização que representa mais de dois milhões de médicos que trabalham para levar assistência médica de qualidade a todos os cantos de seus países.

O Pontífice recordou que a Igreja celebra, neste 2 de outubro, os Santos Anjos da Guarda e essa ocasião ajudou o Pontífice a refletir sobre "a relação médico-paciente, que se baseia no contato pessoal e no cuidado da saúde, se poderia dizer, tal como os anjos cuidam de nós e nos protegem no caminho da vida".

A seguir, Leão XIV recordou algumas palavras de Santo Agostinho, "nas quais se refere a Cristo como médico e como remédio. " Ele é médico porque é palavra, e remédio porque é palavra feita carne. "Certamente, a 'palavra' e a 'carne' são fundamentais; o diálogo, a comunicação e o contato físico devem estar sempre presentes na relação terapêutica, para além dos instrumentos e ferramentas utilizados para tratar as enfermidades", disse ainda o Papa.

O "médico dos pobres" como exemplo 

O Evangelho nos mostra que "Jesus curou vários doentes", como o leproso, por exemplo. Jesus o tocou e imediatamente a lepra o deixou e ele ficou limpo. "Este não é um gesto mecânico; uma relação pessoal foi estabelecida entre o leproso e Jesus: aquele que não podia ser tocado encontra saúde e salvação numa carícia de Jesus", disse o Papa.

“Da mesma forma, há muitos médicos que dedicaram suas vidas ao bem de seus pacientes. Gostaria de recordar o Beato José Gregório Hernández, um dos médicos mais conhecidos da Venezuela no início do século XX. Considero-o um bom exemplo para vocês, pois soube conciliar sua elevada competência médica com sua dedicação aos mais necessitados, o que lhe valeu o título de "médico dos pobres".”

O lugar da inteligência artificial na medicina

À luz destas reflexões, o Papa os convidou "a aprofundar ainda mais a importância da relação médico-paciente. Uma relação entre duas pessoas, com os seus corpos e sua interioridade, com a sua história".

“Esta convicção nos ajuda também a esclarecer o lugar da inteligência artificial na medicina: ela pode e deve ser uma grande ajuda para melhorar o atendimento clínico, mas nunca poderá substituir o médico, porque vocês são, como dizia o Papa Bento XIV, «reservas de amor, que dão serenidade e esperança aos sofredores». Um algoritmo nunca pode substituir um gesto de proximidade ou uma palavra de conforto.”

O Papa disse aos representantes da Confederação Médica Latino-Ibero-Americana e do Caribe que eles "têm grandes desafios pela frente, que devem ser enfrentados com esperança". Pediu a bênção do Senhor sobre eles e seus colegas e concluiu, reiterando a importância da "relação, da possibilidade de vida e esperança" que eles "também oferecem a todos os seus pacientes, a todos os enfermos".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

Leão XIV entra no debate sobre Durbin

O papa Leão XIV acena para peregrinos reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano, para sua audiência geral em 24 de setembro de 2025. | Vatican Media.

Por Valentina di Donato* , Madalaine Elhabbal*

1 de out de 2025 às 09:53

O papa Leão XIV respondeu ontem (30) à controvérsia sobre os planos do arcebispo de Chicago, EUA, cardeal Blase Cupich, de homenagear um senador católico americano que apoia o aborto legalizado, dizendo que o histórico do senador deve ser considerado em sua totalidade e que os americanos devem buscar juntos a verdade sobre questões éticas.

Vários bispos dos EUA condenaram os planos do cardeal de Chicago de homenagear o senador americano Richard Durbin, democrata de Illinois, com um "prêmio pelo conjunto da obra" por seu trabalho em torno da política de imigração, apesar de seu histórico de votação pró-aborto.

“Não estou muito familiarizado com o caso em questão. Acho importante analisar o trabalho geral que um senador fez por, se não me engano, 40 anos de serviço no Senado dos EUA”, disse o papa ontem a repórteres, em resposta a uma pergunta da EWTN News.

“Entendo a dificuldade e as tensões”, disse ele. “Mas acho que, como eu mesmo já disse no passado, é importante analisar muitas questões relacionadas às doutrinas da Igreja”.

“Alguém que diz que é contra o aborto, mas é a favor da pena de morte, não é realmente pró-vida”, disse Leão XIV. “Alguém que diz que é contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano de imigrantes nos EUA, não sei se isso é pró-vida”.

“Portanto, são questões muito complexas e não sei se alguém tem toda a verdade sobre elas”, disse também o papa, “mas eu pediria, antes de tudo, que se respeitassem mutuamente e que buscássemos juntos, tanto como seres humanos quanto, neste caso, como cidadãos americanos e cidadãos do Estado de Illinois, assim como católicos, dizer que precisamos estar próximos de todas essas questões éticas. E encontrar o caminho a seguir como Igreja. A doutrina da Igreja sobre cada uma dessas questões é muito clara”.

O número de bispos dos EUA que condenaram a decisão de Cupich de homenagear Durbin com um "prêmio pelo conjunto da obra" aumentou para dez, entre eles dois bispos eméritos.

O papa Leão XIV, nascido em Chicago, falou com repórteres ao deixar a vila papal de Castel Gandolfo, perto de Roma, onde nas últimas semanas ele tem o hábito de passar as terças-feiras antes de retornar ao Vaticano.

Sete bispos atuais se uniram ao bispo de Springfield, Illinois, Thomas Paprocki, pedindo a Cupich que reconsidere homenagear Durbin, como o arcebispo de São Francisco, Salvatore Cordileone; o bispo de Lincoln, Nebraska, James Conley; o bispo de Gallup, Novo México, James Wall; o bispo de Green Bay, Wisconsin, David Ricken; o bispo de Wichita, Kansas, Carl Kemme; o bispo de St. Joseph-Kansas City, Missouri, James Johnston; e o bispo de Fort Worth, Texas, Michael Olson.

O recém-aposentado arcebispo de Kansas City, Kansas, Joseph Naumann de Kansas City, Kansas, também falou sobre a controvérsia no último fim de semana ao jornal National Catholic Register, da EWTN, na qual ele falou sobre a ação de Cupich como uma "fonte de escândalo".

Cupich defendeu o prêmio por estar alinhado com as instruções da então Congregação para a Doutrina da Fé (atual Dicastério para a Doutrina da Fé) em 2022, que instruiu os bispos a "buscar e dialogar com políticos católicos dentro de suas jurisdições".

Um porta-voz de Cupich não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Respondendo ao argumento de Cupich, Naumann disse: “O diálogo não exige a concessão de prêmios a líderes políticos católicos que desconsideram o mais fundamental dos direitos humanos, o direito à vida do nascituro”.

O bispo emérito de Tyler, Texas, Joseph Strickland, também pediu a Cupich que revertesse sua decisão de prosseguir com a concessão do prêmio.

Em entrevista ao programa The World Over with Raymond Arroyo, da EWTN, em 25 de setembro, Paprocki pediu ao cardeal de Chicago que retire o prêmio ou que o próprio Durbin o recuse.

Um porta-voz de Durbin não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Desde então, Cupich cancelou reuniões com dois grupos de líderes católicos de Illinois, a Conferência Católica de Illinois e uma reunião separada de bispos de Illinois, na semana passada.

Até agora, os bispos do Estado de Illinois de Peoria, Rockford e Joliet se abstiveram de se unir a Paprocki no apelo para que Cupich reverta sua decisão, enquanto a diocese de Belleville está atualmente aguardando a nomeação de um bispo, depois que seu ex-bispo Michael McGovern foi nomeado arcebispo de Omaha, Nebraska.

*Valentina di Donato é produtora do escritório da EWTN Vaticano.

*Madalaine Elhabbal é uma repórter da Catholic News Agency baseada no escritório da EWTN em Washington, D.C. Ela escreveu para o CatholicVote e também trabalhou como assistente de língua estrangeira na França. Ela é formada pelo Benedictine College (EUA).

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/64767/leao-xiv-entra-no-debate-sobre-durbin

O Papa: "Sejam instrumentos de reconciliação no mundo"

O Papa durante a Audiência Geral desta quarta-feira (Vatican Media)

Na catequese da Audiência Geral desta quarta-feira, o Santo Padre falou sobre a ressurreição de Jesus, definindo-a "um testemunho maravilhoso de como o amor é capaz de ressurgir após uma grande derrota para continuar a sua viagem imparável". As feridas de Jesus "são a prova de que no momento do nosso fracasso, Deus não recuou. Ele não desistiu de nós".

Mariangela Jaguraba - Vatican News

"O centro da nossa fé e o coração da nossa esperança estão profundamente enraizados na ressurreição de Cristo." Com estas palavras o Papa Leão XVI iniciou sua catequese na Audiência Geral, desta quarta-feira (1°/10), realizada na Praça São Pedro.

De acordo com o Papa, "a ressurreição de Jesus não é um triunfo retumbante, nem é uma vingança ou uma desforra contra os seus inimigos. É um testemunho maravilhoso de como o amor é capaz de ressurgir após uma grande derrota para continuar a sua viagem imparável".

“Quando recuperamos de um trauma causado por outros, a nossa primeira reação é, normalmente, a raiva, o desejo de fazer alguém pagar pelo que sofremos. O Ressuscitado não reage assim. Tendo emergido das profundezas da morte, Jesus não se vinga. Não retribui com gestos de poder, mas com mansidão manifesta a alegria de um amor maior do que qualquer ferida e mais forte do que qualquer traição.”

Jesus leva o dom da paz

Leão XIV frisou que "o Ressuscitado não sente necessidade de reiterar ou afirmar a sua superioridade. Ele aparece aos seus amigos — os discípulos — e o faz com extrema discrição, sem forçar a sua capacidade de o acolher. O seu único desejo é regressar à comunhão com eles, ajudando-os a superar o sentimento de culpa. Vemos isso muito claramente no Cenáculo, onde o Senhor aparece aos seus amigos aprisionados pelo medo".

“É um momento que expressa uma força extraordinária: Jesus, depois de descer às profundezas da morte para libertar os que ali estavam presos, entra no quarto fechado dos paralisados ​​pelo medo, levando um dom que ninguém ousaria esperar: a paz.

Serem instrumentos de reconciliação no mundo

"A sua saudação é simples, quase comum: «A paz esteja com vocês!»", disse ainda o Papa, e "Jesus mostra aos discípulos as mãos e o lado, marcados pelas marcas da sua paixão", ou seja, "as feridas" que "não servem para repreender, mas para confirmar um amor mais forte do que qualquer infidelidade. São a prova de que no momento do nosso fracasso, Deus não recuou. Ele não desistiu de nós". "O Senhor mostra-se nu e desarmado. Não exige, não chantageia. O seu é um amor que não humilha; é a paz de quem sofreu por amor e agora pode finalmente dizer que valeu a pena".

“No entanto, muitas vezes mascaramos as nossas feridas por orgulho ou medo de parecermos fracos. Dizemos: “Não faz mal”, “já passou”, mas não estamos verdadeiramente em paz com as traições que nos feriram. Por vezes, preferimos esconder a nossa luta para perdoar para não parecermos vulneráveis ​​e corrermos o risco de sofrer ainda mais. Jesus não faz isso. Ele oferece as suas chagas como garantia de perdão. E mostra que a Ressurreição não é o apagamento do passado, mas a sua transfiguração em esperança de misericórdia.”

«Tal como o Pai me enviou, também Eu vos envio». "Com estas palavras", Jesus "confia aos apóstolos uma tarefa que não é tanto um poder, mas uma responsabilidade: serem instrumentos de reconciliação no mundo".

Redescobrir a beleza de regressar à vida

"Jesus sopra sobre eles e dá-lhes o Espírito Santo. É o mesmo Espírito que o sustentou na sua obediência ao Pai e no seu amor até à cruz. A partir desse momento, os apóstolos não podem mais calar-se sobre o que viram e ouviram: que Deus perdoa, ressuscita e restaura a confiança", disse ainda Leão XIV, acrescentando:

“Este é o cerne da missão da Igreja: não exercer poder sobre os outros, mas comunicar a alegria daqueles que foram amados precisamente quando não o mereciam. É a força que deu origem e crescimento à comunidade cristã: homens e mulheres que descobriram a beleza de regressar à vida para a dar aos outros.”

O Papa recordou que "também nós somos enviados", e convidou a não ter medo de mostrar nossas feridas, "curadas pela misericórdia", a não ter medo de nos "aproximar daqueles que estão presos no medo ou na culpa". "Que o sopro do Espírito nos torne também testemunhas dessa paz e desse amor mais forte do que qualquer derrota", concluiu.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

ECUMENISMO: Unidos na fé e na defesa dos pobres

Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium | Nossa História (ISDCSC)

Arquivo 30Dias nº 12 - 1998

Unidos na fé e na defesa dos pobres

As bases do diálogo entre a Igreja Caldeia e a Igreja Assíria do Oriente segundo as diretrizes do Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium.

por Philip B. Najim

A Declaração Cristológica Comum entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria do Oriente , de 11 de novembro de 1994 , assinada por Sua Santidade João Paulo II, Bispo de Roma e Papa da Igreja Católica, e Sua Santidade Mar Dinkha IV, Católico-Patriarca da Igreja Assíria do Oriente, é um passo fundamental rumo à reconciliação e à plena unidade. Em particular, foi criada uma Comissão Conjunta para o Diálogo Teológico entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria do Oriente para "dissipar os obstáculos do passado que ainda impedem a realização da plena comunhão" entre as duas Igrejas. 

A primeira sessão dos trabalhos da Comissão foi realizada em Roma, de 22 a 24 de novembro de 1995. Sessões subsequentes foram realizadas em Adma, Líbano, em 12 de outubro de 1996, e em Roma, de 23 a 28 de outubro de 1997. A Igreja Assíria do Oriente, juntamente com a Igreja Católica Caldeia, tem suas origens na "Igreja do Oriente", que remonta à época da pregação apostólica, sediada em Selêucia-Ctesifonte e também chamada de "Igreja da Pérsia", incluindo as regiões assíria e babilônica da antiga Mesopotâmia. A origem da Igreja do Oriente é atestada em documentos antigos, em liturgias e em costumes eclesiásticos. No final do século V, após os Concílios de Éfeso e Calcedônia, com o surgimento do Nestorianismo e do Monofisismo, a Igreja Assíria do Oriente adotou a terminologia conhecida como "Nestoriana", mantendo sua veneração por Teodoro de Mopsuéstia e Nestório. 

Por essa razão, seus oponentes a chamaram de "Nestoriana". Em 1553, uma parte dessa Igreja entrou em comunhão eclesial com Roma, adotando o nome de Igreja Caldeia, enquanto a Igreja que permaneceu independente foi chamada de Igreja Assíria do Oriente. A assinatura da Declaração Cristológica entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria, formalizada na Declaração Cristológica Comum , expressa sua fé compartilhada no mistério da Encarnação e projeta amplos horizontes para a busca da promoção da unidade cristã. A Igreja Caldeia, em comunhão com Roma, e a Igreja Assíria, partes da antiga Igreja do Oriente, herdeiras da tradição siríaca comum, que adotam a mesma liturgia e se caracterizam por uma gênese histórica comum marcada por longos períodos de opressão, iniciaram um diálogo e uma reaproximação na caridade e na verdade. Considerando que, de acordo com o cân. 1, o Codex Canonum Ecclesiarum Orientalium CCEO) «diz respeito a todas e somente às Igrejas Orientais Católicas» e não vincula as Igrejas Orientais que não estão em plena comunhão com a Igreja Católica (Sé Apostólica de Roma), o diálogo entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria do Oriente faz parte daquela dinâmica de compromisso ecumênico na promoção da unidade dos cristãos delineada pelo Concílio Vaticano II e confirmada no CCEO no Título XVIII, intitulado: Ecumenismo, isto é, a Promoção da Unidade dos Cristãos e composto pelos cânones 902-908.

O cân. 902 com sua sollicitudo unitatis instaurandae estabelece o princípio fundamental segundo o qual a realização da unidade dos cristãos é uma função prioritária da Igreja.

Por esta razão, todos os christifideles , especialmente os Pastores da Igreja, devem orar ao Senhor pela plenitude da unidade da Igreja, participando zelosamente da atividade ecumênica inspirada pela graça do Espírito Santo. Neste ponto, o cân. 902 reflete a referência do n. 9 do Novo Diretório Ecumênico NDE , diretório para a aplicação dos princípios das normas sobre ecumenismo). 

Além disso, o cân. 903 atribui per tabulas às Igrejas Orientais Católicas um munus oecumenicum especial , que consiste na promoção da unidade entre todas as Igrejas Orientais, "pela oração, pelo exemplo de vida, pela fidelidade religiosa às antigas tradições eclesiais, com a melhor compreensão mútua, colaboração e estima fraterna das coisas e dos corações". A lógica do cân. 903 é que a fidelidade às antigas tradições, a colaboração e a compreensão mútua ajudam a fazer viver e crescer o patrimônio litúrgico, teológico, espiritual, disciplinar e histórico-cultural, em união com as forças espirituais para o bem do homem e da sociedade. 

O cân. 904 § 1 expressa o dever sagrado de promover assiduamente a unidade eclesial. O plano de ação diz respeito a cada Igreja sui iuris que, de acordo com os ditames do CCEO cân. 27, consiste num agrupamento de fiéis reunidos pela hierarquia, segundo o direito, que a autoridade suprema da Igreja reconhece expressa ou tacitamente (através de normas especiais de direito particular, cân. 1493 § 2). O Concílio Vaticano II estabeleceu o direito e o dever das Igrejas do Ocidente e do Oriente de se governarem segundo as suas próprias disciplinas particulares ( Orientalium Ecclesiarum , n. 5).

O CCEO , cân. 28 § 1, acolheu o ensinamento conciliar, especificando que o rito constitui um patrimônio litúrgico, teológico, espiritual e disciplinar, distinto das culturas e histórias dos povos, expresso num particular modus vivendi de fé, próprio de cada Igreja sui iuris. No que diz respeito ao direito particular, as Igrejas Caldeia e Assíria têm tradição e fontes canônico-jurídicas comuns. O mesmo direito pode, assim, tornar-se expressão de fidelidade perseverante, onde a unidade se torna um sinal visível.

A própria liderança do movimento ecumênico vê um diálogo particular com a Sé Apostólica de Roma para a Igreja universal: a este respeito, a NDE n. 53 reconhece a competência do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos.

No cân. 904 § 2 exige a criação de uma comissão especial de especialistas em ecumenismo, enquanto o § 3 exige a criação de um Conselho específico ou, pelo menos, a nomeação de um fiel cristão para essa tarefa (ver NDE 22). A Igreja Caldeia cumpriu as obrigações impostas pela norma ao criar tais estruturas ecumênicas, profundamente consciente da gravidade do compromisso com a unidade e do próprio papel das Igrejas Orientais. Isso é tanto mais verdadeiro quanto existem fortes elementos de conexão espiritual com a Igreja Assíria do Oriente, não apenas tradicionais, mas também devido à força vital comum que provém das mesmas raízes.

Nesse sentido, a NDE nn. 37-40 também prevê a organização do serviço da unidade cristã dentro da Igreja Católica.

A Comissão Episcopal Conjunta, denominada "Comissão Mista para a Unidade", composta por doze membros, seis para cada Igreja, já foi estabelecida.

De acordo com o cân. 905 do CCEO , o diálogo aberto e confiante por meio da adoção de iniciativas conjuntas foi realizado em 29 de novembro de 1996. De fato, por ocasião da dedicação da Igreja Caldeia em Troy, Michigan, EUA, na Eparquia Caldeia, esses esforços de reunificação foram formalizados, com ambos os patriarcas, Sua Beatitude Rafael I Bidawid, Patriarca da Igreja Caldeia, e Sua Santidade Mar Dinkha IV, Patriarca da Igreja Assíria, reunidos na celebração litúrgica. Após uma reunião oficial, a primeira em 444 anos, os prelados assinaram um projeto conjunto para o restabelecimento da plena comunhão, convocando seus fiéis a apoiá-los na busca desse objetivo.
Em 15 de agosto de 1997, o altar da Igreja de Mart Maryam em Roselle, Illinois, EUA, a sede patriarcal da Igreja Assíria do Oriente, foi consagrado por Mar Dinkha IV, com a participação de Raphael I Bidawid. Este ato litúrgico, com a adoção de um decreto sinodal conjunto para a implementação da unidade, confirmou o trabalho anterior dos sínodos das duas Igrejas acima mencionadas.

Além disso, após a aprovação do Decreto Sinodal Conjunto , uma importante iniciativa programática foi implementada, visando a restauração completa da unidade eclesial: a nomeação de duas comissões para continuar o trabalho empreendido em preparação para o Ano Santo Jubilar de 2000.

Uma carta conjunta a Sua Santidade João Paulo II, assinada em 28 de agosto de 1997 pelos Patriarcas das duas Igrejas, relata a atividade conjunta realizada de 13 a 15 de agosto para estudar a missão das duas Igrejas. A carta destaca e reitera o sofrimento e as dificuldades do povo iraquiano devido ao embargo decretado pela ONU, com a esperança de que todos os líderes nacionais permaneçam comprometidos com a busca por uma rápida solução de paz. 

O documento, além de seu aspecto estritamente ecumênico, em aplicação do cân. 908 do CCEO, tem uma profunda dimensão humanitária, apelando à colaboração e solidariedade internacionais, envolvendo todos os fiéis das Igrejas Caldeia e Assíria, na busca da paz. Os cânones 906, 907 e 908 do CCEO (cf. NDE n. 48-49) são considerados em relação à atividade ecumênica realizada no nível das Igrejas locais, onde atualmente, embora ainda em consideração, o objetivo é implementar aquele "diálogo direto" que pode surgir do estabelecimento de iniciativas conjuntas de assistência espiritual e material. O "projeto conjunto" envolve a colaboração pastoral em questões de catequese, preparação e publicação de livros litúrgicos, promoção da língua aramaica e formação de futuros sacerdotes, diáconos e catequistas na diáspora. A implementação de iniciativas de caridade e justiça social, especialmente para aqueles que sofrem, está atualmente em estudo, especialmente no que diz respeito ao embargo e à situação no Oriente Médio. No que diz respeito à defesa da dignidade humana e dos direitos fundamentais, bem como à promoção da paz, as datas comemorativas da pátria e os feriados nacionais tornar-se-ão elementos adicionais na busca da verdadeira unidade.

Em 12 de setembro de 1997, Sua Eminência o Cardeal Edward Idris Cassidy, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, enviou uma carta de agradecimento a Sua Beatitude Rafael I Bidawid pelas iniciativas que promoveram as relações entre a Igreja Católica e as antigas Igrejas do Oriente, em consonância com o pensamento do Santo Padre João Paulo II, expresso na encíclica Ut unum sint n.º 63. A carta pretendia encorajar, contribuir e concretizar ainda mais o caminho ecumênico empreendido. A experiência espiritual de reunificação entre a Igreja Católica e a Igreja Assíria do Oriente envolve a mediação da Igreja irmã caldeia.

É preciso recordar que a antiga Igreja do Oriente na sua tradição canônica sempre reconheceu Roma como a primeira sé (cf. Caldeus – Lei Antiga II: Ordo judiciorum ecclesiasticorum collectus, dispositus, ordinatum et compositum a Mar “Abdiso” Metropolita Nisibis et Armeniae , in Fonti , I, fasc. XV, Cidade do Vaticano 1940). 

O caminho ecumênico da unidade, magistralmente elaborado pelas normas jurídicas do CCEO , traz espiritualidade e sacralidade (pense nos Cânones Sagrados ), fruto da oração. Esperamos sinceramente que a Igreja do Oriente, restaurada à sua plenitude histórica em sua fidelidade ao Senhor, possa se tornar um instrumento de renovação espiritual e moral, harmonia social, equidade e renascimento cultural entre os fiéis, como um impulso para levar a "Boa Nova do Evangelho aos quatro cantos do mundo para a glória do nome de Deus" (cf. Decreto Sinódico Conjunto nº 10: "Decreto Sinódico Conjunto para Promover a Unidade" entre a Igreja Assíria do Oriente e a Igreja Católica Caldeia).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Portugal: bispo de Coimbra gostaria de “uma Igreja mais viva e mais dinâmica”

Dom Virgílio Antunes, bispo de Coimbra (Portugal) | Vatican News.

D. Virgílio Antunes celebra 40 anos de ordenação sacerdotal e em entrevista ao jornal “Correio de Coimbra” recorda o seu percurso de vida e reflete sobre o presente e o futuro da Igreja.

Rui Saraiva – Portugal

Virgílio do Nascimento Antunes nasceu há 64 anos na aldeia da Pia do Urso, paróquia de São Mamede, na diocese de Leiria-Fátima e celebra 40 anos de ordenação sacerdotal.

Partilha memórias do seu percurso de vida e algumas reflexões com o “Correio de Coimbra”, numa entrevista conduzida pela jornalista Sônia Neves, diretora daquele jornal diocesano e agora também diretora do Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Coimbra.

Viver com Jesus a vida toda

D. Virgílio Antunes foi ordenado a 29 de setembro de 1985. Foi aluno do Seminário Menor em Leiria e recorda o momento quando na sua infância pensou pela primeira vez ser padre.

“A primeira vez que eu pensei em ser padre foi na igreja, quando naquela catequese, que era a doutrina, que tinha um grande grupo na igreja, o padre falou na possibilidade que nós tínhamos, enquanto criança, de viver com Jesus a vida toda. E depois, a certa altura, eu acabei por pensar que queria viver com Jesus a vida toda e por dizê-lo. Acabei por dizê-lo à minha professora na escola primária. E ela disse: “então, podes ser padre, podes ir para padre”, que era a expressão mais comum. E pronto, porque não teve assim um impacto grande, mas de facto aconteceu. O conjugar estes diferentes fatores e com o auxílio dela, depois do meu pároco e da minha família, acabei por ir para o seminário menor logo aos dez anos.

Naturalmente, quando se vai para um seminário menor, como era um seminário de Leiria naquela altura, que era um regime bastante aberto de uma residência no seminário, das aulas no exterior, no ciclo preparatório, no liceu. Andávamos à vontade, íamos para as aulas a pé, fazendo ali vinte minutos ou meia hora a pé, dentro de uma cidade que era uma vilazinha que era muito pequena na altura. Andava toda a gente à vontade, toda a gente tranquila.

Naturalmente, o sair de casa constituiu alguma marca, porque tinha acabado de fazer dez anos. Mas depois, no contexto, na envolvência, no ambiente, tínhamos um benefício, é que íamos a casa praticamente todos os fins de semana. E, portanto, ao sábado de manhã íamos para casa e regressávamos, ou no domingo à noite, ou na segunda de manhã, a tempo de ir para as aulas. Era um seminário menor com esta particularidade que não dava aquela sensação de um afastamento tão distante da família”, afirma.

Deus é tudo na tua vida

Aos dezoito anos, o jovem Virgílio Antunes ingressou no Seminário Maior de Coimbra. Desses tempos de discernimento recorda uma frase que o marcou: “Deus é tudo na tua vida”.

“Em mim teve muita importância, na altura, uma frase que circulava em alguns movimentos eclesiais, que era “Deus é tudo na tua vida”. Se estás com Deus, estás com tudo. Depois, a forma de realização da tua vocação pode ser diversificada desde que tenhas como objetivo fundamental manter-te em Deus e sentires que Deus é tudo na tua vida.

E isto, do ponto de vista espiritual, dá uma volta ao pensamento e ao modo de ser e ao modo de estar de uma pessoa. E deixa-se de andar a fazer cálculos, contas, o que é que é melhor, o que é que é pior, o que é que se ganha, o que é que se perde, do ponto de vista da razão. E passa-se a uma dimensão que é mais espiritual e essa quando entra definitivamente em nós é sempre vencedora. E esta ideia, para mim, teve muita importância”, assinala.

Memórias excelentes do tempo de Seminário

D. Virgílio Antunes tem memórias excelentes do seu tempo de formação no Seminário de Coimbra. Lembra a relação de amizade com os seus formadores.

“Tenho memórias muito boas do meu tempo de seminarista, tenho memórias muito boas do meu tempo de seminarista, no seminário menor, em Leiria, nessas circunstâncias que eu referi, memórias excelentes do meu tempo de Coimbra, foram uns seis anos maravilhosos, éramos um grupo pequeno, tínhamos uns sacerdotes fabulosos, havia ali sintonia, havia amizade, portanto foi um tempo fabuloso.

Havia um sacerdote que nos acompanhava aqui em Coimbra, que depois acabou por falecer bastante novo, chamava-se Rogério, padre Rogério, e que era o nosso irmão, era o nosso pai, era nosso amigo, era uma relação muitíssimo boa, muitíssimo boa, que não mostrava nada daquilo que às vezes eu via na literatura, o seminário é isto, o seminário é aquilo, eu não conheci algum tipo de seminário que fosse assim uma coisa dessas, estranha, obscura, não conheci, e portanto tive uma experiência de seminário muito tranquila”, declara.

A Sagrada Escritura é uma paixão

E eis que o seu percurso de sacerdote estava destinado para o estudo de Ciências Bíblicas em Roma. E com passagem por Jerusalém. O bispo de Coimbra afirma que estudar a Sagrada Escritura é uma paixão.

“Eu estava a trabalhar no seminário de Leiria há sete anos, colaborava também nas paróquias ali ao lado, nunca fiquei só fechado ali, e depois o bispo de Leiria, o mesmo bispo que me tinha ordenado, D. Alberto Cosme do Amaral, um dia chamou-me para me dizer que queria que fosse estudar a Sagrada Escritura, Ciências Bíblicas para o Instituto Bíblico de Roma.

Foi uma novidade. Não sabia que isso iria acontecer e deixou-me um bocadinho atemorizado. O facto de ir para fora, o facto de ser ciências bíblicas, que à partida já sabia que era um percurso bastante exigente, sobretudo por causa do estudo das línguas originais, o hebraico, o aramaico e o grego, e sobretudo daquela escola jesuítica.

É uma escola de muito exigência, que aperta muito com as pessoas, mas, confiei. Fui no mês de setembro para Roma, em 1992. Fui estudar um bocadinho de italiano e depois iniciei aquele percurso de estudar grego e hebraico. De manhã grego e hebraico de tarde, durante um ano inteiro, depois os outros anos seguintes. Concluí com tranquilidade. Depois foi Jerusalém. No final, já conhecia a realidade de Jerusalém, que era importante para a formação bíblica, fui conhecer mais da história bíblica, a arqueologia bíblica, os lugares bíblicos, a geografia bíblica. Fiz a proposta de mandar uma carta ao bispo da altura que, entretanto, tinha mudado, era D. Serafim de Sousa, Ferreira e Silva, a pedir se me concedia a possibilidade de ir um semestre frequentar a escola bíblica e arqueológica francesa de Jerusalém. E ele respondeu que sim. Eu fiquei até mais uma vez admirado, porque além do tempo, também era dinheiro, porque custa dinheiro. E ele respondeu-me que sim, de modo que me deixou muito feliz.

Foi uma experiência única de estudar no Instituto Bíblico de Roma, estudar a Sagrada Escritura, é uma paixão”, sublinha.

Em Fátima, uma experiência inesquecível

D. Virgílio Antunes foi também reitor do Santuário de Fátima, experiência que recorda como absolutamente inesquecível, pelo lugar, pela mensagem, pela espiritualidade.  

“Foi mais uma experiência de vida que é absolutamente inesquecível, pelo lugar, pela mensagem, pelo significado, pela espiritualidade mariana e católica, que foi sempre muito importante, que sempre fez parte da minha vida.

Eu tinha também, de algum modo, nascido ali um bocadinho à sombra da devoção à Nossa Senhora, incluindo o conhecimento da vida dos pastorinhos, as peregrinações, desde a escola primária… Fez sempre parte da minha vida”, salienta.

No futuro, mais entusiasmo, mais ânimo e confiança

Para o futuro, D. Virgílio Antunes gostava de ver mais entusiasmo, mais ânimo e confiança na Igreja em Portugal. Uma Igreja mais viva e mais dinâmica.

“Dito assim de forma muito breve, gostava de ver muito mais entusiasmo, muito mais ânimo, muito mais confiança. Não significa que gostasse de ver uma igreja exuberante, não é isso que eu peço… Nem uma igreja exuberante ou uma igreja dominadora, mas uma Igreja extremamente visível, da parte dos cristãos, uma Igreja com mais entusiasmo, com mais ânimo, com mais espírito, com mais fé, com mais capacidade de testemunho, sem medo de mostrar aquilo que é e de dar a sua colaboração em ordem à transformação da própria comunidade humana, da própria sociedade, de uma forma humilde e de uma forma simples, de forma como nos sentimos irmãos e em que abraçamos a humanidade toda, mesmo que não se identifique com a nossa fé, nem com os nossos valores, nem com os nossos ideais. Eu gostava de ver uma Igreja em Portugal mais viva, mais dinâmica”, disse D. Virgílio Antunes.

Caminho sinodal para se viver em fraternidade

O bispo de Coimbra afirma que o caminho sinodal é o caminho da Igreja, para que se possa viver mais na partilha e na fraternidade.

“É o caminho, evidentemente. É uma história muito antiga que teve agora neste pontificado do Papa Francisco e concretamente na realização do sínodo um epicentro, por assim dizer, no que diz respeito à clarificação, ao assumir desta convicção da clarificação, inclusivamente de muitas realidades que precisavam ser clarificadas. A Igreja de Cristo tem que viver mais no amor, tem que viver mais na partilha, tem que viver mais na fraternidade, tem que ser uma Igreja em que todos podem partilhar os dons de Deus, em que as relações, um tema fundamental no sínodo, as relações têm de ser, de facto, fraternas, a partir da comunhão com Deus, evidentemente, em que todos têm o seu lugar, a sua missão, a sua participação, a sua quota parte de responsabilidade no ambiente de fraternidade e de amor cristão. Portanto, há muito que nós temos de fazer e a sinodalidade diz isso tudo”, declara o bispo de Coimbra.  

D. Virgílio Antunes celebra 40 anos de ordenação sacerdotal neste Ano Santo de 2025. Foi formador no Seminário de Leiria, professor no Seminário de Coimbra, estudou Ciências Bíblicas em Roma e Jerusalém e foi reitor do Santuário de Fátima. É desde 28 de abril de 2011, bispo de Coimbra.  

Laudetur Iesus Christus

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Teresinha repetia esta frase sempre que se sentia sozinha

Zvonimir Atletic | Shutterstock

Philip Kosloski - publicado em 28/09/22 - atualizado em 01/10/25

Não eram raros os momentos em que Santa Teresinha do Menino Jesus se sentia sozinha e lutava contra a depressão. Porém, esta frase lhe garantia momentos de profundo consolo.

A vida de Santa Teresinha do Menino Jesus nem sempre foi fácil. Apesar dos amigos e familiares queridos, muitas vezes ela se sentia sozinha e lutava contra a depressão.

Esses sentimentos de solidão ocorreram em sua infância, bem como durante seu tempo no Carmelo.

Em sua autobiografia História de uma Alma ela explica que, quando criança, era tímida e não tinha muitos colegas. Pelo contrário: tinha Jesus como seu único amigo:

Naqueles momentos, ela se lembrava de uma frase, na verdade de um poema que seu pai, São Luís Martin, lhe ensinou quando criança:

Santa Teresinha escreve: “É verdade que nesses períodos de solidão eu às vezes me sentia triste, e costumava me consolar repetindo este verso de um belo poema que papai me ensinara: 'A vida é teu navio, não é tua morada'".

Curiosamente, ela está fazendo referência a um poema de Alphonse de Lamartine que, na verdade, diz: "O tempo é teu navio, não a tua morada”.

Consolo e esperança

De qualquer forma, a frase proporcionava muito consolo à Santa Teresinha, como ela explica:

Com isso em mente, é fácil ver como esta frase confortou Santa Teresinha e como poderia nos ajudar a “suportar o exílio desta vida”, sabendo que um dia todas as nossas lágrimas serão enxugadas e seremos abraçados por todos os nossos entes queridos na vida eterna.

Fonte: https://pt.aleteia.org/2022/09/28/santa-teresinha-repetia-esta-frase-sempre-que-se-sentia-sozinha/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF