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terça-feira, 18 de novembro de 2025

Leão XIV: promover a participação do Povo de Deus e uma liturgia digna

O Papa com os participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica (@Vatican Media)

O Papa Leão recebeu, no Vaticano, os participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica promovido pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo. Em seu discurso, recordou que "a Pastoral Litúrgica é responsável, em cada diocese, pela formação litúrgica permanente do clero e dos fiéis, pela preparação aos ministérios e pelo cuidado dos grupos litúrgicos paroquiais, dos ministrantes, leitores e cantores".

Mariangela Jaguraba – Vatican News

O Papa Leão XVI encontrou-se, nesta segunda-feira (17/11), na Sala do Consistório, no Vaticano, com os participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica promovido pelo Pontifício Instituto Litúrgico Santo Anselmo.

Em seu discurso, o Papa sublinhou que o programa de formação que eles estão fazendo "corresponde à dupla missão do Pontifício Instituto Litúrgico". Conforme o desejo do Papa Bento XVI, este instituto "continua vigorosamente seu serviço à Igreja, em plena fidelidade à tradição litúrgica e à reforma desejada pelo Concílio Vaticano II, segundo os princípios orientadores da Sacrosanctum Concilium e os pronunciamentos do Magistério. Por outro lado, iniciativas como esta implementam as tarefas formativas estabelecidas na Constituição Apostólica Veritatis Gaudium, como a de formar ministros e fiéis para prepará-los para o seu serviço na pastoral e na liturgia".

Iniciar percursos bíblicos e litúrgicos

Leão XIV disse que o caloroso convite do Papa Francisco se dirige também a esse Instituto, como ele recomendou na sua Carta Apostólica 'Desiderio desideravi': «É preciso encontrar os canais para uma formação como estudo da liturgia: a partir do movimento litúrgico muito tem sido feito nesse sentido, com contributos preciosos de muitos estudiosos e instituições acadêmicas. Entretanto, é preciso divulgar estes conhecimentos para fora do âmbito acadêmico, de modo acessível, para que todos os fiéis cresçam num conhecimento do sentido teológico da Liturgia […] bem como do desenvolvimento do celebrar cristão».

“De fato, nas dioceses e nas paróquias há necessidade dessa formação e é importante, onde ela não existe, iniciar percursos bíblicos e litúrgicos. O Pontifício Instituto Litúrgico poderia qualificá-los, para ajudar as Igrejas particulares e as comunidades paroquiais a se deixarem formar pela Palavra de Deus, explicando os textos do Lecionário ferial e festivo, e também para continuar uma iniciação cristã e litúrgica que ajude os fiéis a compreender, por meio dos ritos, das orações e dos sinais sensíveis, o mistério da fé que se celebra.”

O Papa com os participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica (@Vatican Media)

Uma preparação completa dos leitores

A propósito da formação bíblica unida à formação litúrgica, o Pontífice convidou os diretores da pastoral litúrgica a prestarem "especial atenção aos que proclamam a Palavra de Deus".

“Assegurem uma preparação completa dos leitores instituídos e dos que leem as Escrituras regularmente durante as celebrações. Conhecimentos bíblicos básicos, dicção clara, capacidade de cantar o salmo responsorial e compor as orações dos fiéis para a comunidade, são aspectos importantes que implementam a reforma litúrgica e promovem o crescimento da caminhada do Povo de Deus.”

De acordo com o Papa Leão, "a formação litúrgica é um dos temas principais de todo o percurso conciliar e pós-conciliar". "Muitos passos foram dados, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Não nos cansemos: retomemos com entusiasmo as boas iniciativas inspiradas pela reforma e, ao mesmo tempo, procuremos novos caminhos e novos métodos", sublinhou.

Promover uma participação frutuosa do Povo de Deus

O Pontífice recordou que "a Pastoral Litúrgica é responsável, em cada diocese, pela formação litúrgica permanente do clero e dos fiéis, pela preparação aos ministérios e pelo cuidado dos grupos litúrgicos paroquiais, dos ministrantes, leitores e cantores. Trata-se de promover uma participação frutuosa do Povo de Deus, bem como uma liturgia digna, atenta às diferentes sensibilidades e sóbria em sua solenidade".

A seguir, o Papa falou a propósito da" promoção da Liturgia das Horas, da preocupação com a piedade popular e da atenção à dimensão festiva na construção de novas igrejas e na adaptação das já existentes". "Esses são temas que vocês abordarão durante o Curso e com os quais lidam todos os dias", disse o Papa aos participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica.

Encontro com os participantes do Curso de Atualização para Responsáveis Diocesanos da Pastoral Litúrgica (@Vatican Media)

Uma comunidade que cuida das celebrações

De acordo com o Papa Leão, "em muitas paróquias, há também grupos litúrgicos, que devem trabalhar em sinergia com a comissão diocesana. A experiência de um grupo, mesmo pequeno, mas bem motivado, que se ocupa da preparação da liturgia é expressão de uma comunidade que cuida de suas celebrações, as prepara, as vive em plenitude, em acordo com o pároco".

“Desta forma, evita-se delegar tudo a ele e deixar a alguns a responsabilidade do canto, da proclamação da Palavra, da ornamentação da igreja. Com o tempo, infelizmente, alguns desses grupos foram diminuindo até desaparecerem, como se tivessem perdido sua identidade; é preciso, então, trabalhar para que este âmbito da vida da Igreja volte a ser atraente, capaz de envolver pessoas competentes ou pelo menos inclinadas a este tipo de serviço.”

Revigorar as energias espirituais

"Como diretores encarregados pelos bispos, vocês poderiam propor aos confrades párocos percursos de formação para iniciar ou consolidar nas paróquias os grupos litúrgicos, formando seus membros e oferecendo sugestões para suas atividades", disse o Papa. "As oficinas do curso os ajudarão nesse sentido a encontrar e experimentar formas adequadas, que poderão ser introduzidas nas Igrejas particulares. Sua criatividade pastoral saberá então encontrar as formas mais adequadas", sublinhou.

Leão XIV concluiu, desejando aos participantes do curso que este percurso de formação, em Roma, "no Ano Jubilar, além de oferecer-lhes instrumentos de aprofundamento, revigore suas energias espirituais, para que, ao retornarem às Igrejas locais, possam continuar com renovado ardor a ação pastoral a serviço da liturgia".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Três perigos que aguardam os casais (e como evitá-los)

MAYA LAB | Shutterstock

Mathilde de Robien - Paulo Teixeira - publicado em 17/11/25

O Padre Paul Préaux, moderador geral da comunidade de Saint-Martin, identifica três perigos que ameaçam um casal: o desgaste, a decepção e a indiferença. Três armadilhas que impedem a comunhão entre os cônjuges.

"O casamento não é uma vocação de segunda categoria!", afirma o Padre Paul Préaux, que acompanha regularmente casais ao matrimônio e acaba de publicar um livro intitulado “Em um relacionamento, doar-se ao amor... sem se esquecer de si mesmo!”. Pelo contrário, o sacramento do matrimônio é uma "graça imensa", mas também inclui, por parte do homem e da mulher, uma "colaboração saudável". "Os cônjuges são chamados a viver a partir da graça do Espírito Santo, "não nas condições da vida monástica, mas nas condições de um casal", explicou o padre a Aleteia. Como demonstraram o santo casal Matrin, pais de Santa Teresinha, canonizado há dez anos, o matrimônio é um caminho para a santificação e contém todos os ingredientes "para se tornar um grande santo". Esse caminho depende da qualidade da doação que cada cônjuge faz de si mesmo. Mas, nesse caminho para a santificação, os cônjuges enfrentam certos perigos, independentemente da maturidade do casal: desgaste, decepção e indiferença.

Desgaste

Na espiritualidade cristã, o desgaste leva à acédia, essa aflição da alma que se expressa através do tédio, da amargura e do desgosto. Alguns também a chamam de "crise da meia-idade", mas para o Padre Paul Préaux, não se trata apenas de uma questão de idade. Pode ocorrer mais cedo ou mais tarde. "O desgaste, esse vazio em que a alma está mergulhada, muitas vezes leva à tristeza e ao desgosto." Em um casal, isso se traduz em irritação, fadiga e impaciência com o parceiro, ou até mesmo ativismo. O problema reside em assumir múltiplas atividades e compromissos fora do relacionamento. A solução? "Respire fundo, descanse. Descanse um no outro, entre no descanso de Deus."

A decepção

Após alguns anos de casamento, a decepção também pode surgir, ligada à constatação de que "a outra pessoa não é simplesmente a soma das qualidades que te atraíram". A outra pessoa tem defeitos! E é fácil focar neles. O melhor antídoto para a decepção é, então, olhar "para a trave no nosso próprio olho e não para o cisco no olho do outro" (cf. Mt 7,5). "Quando um relacionamento fica tenso, sempre será mais fácil listar os defeitos do parceiro por meio de uma suposta observação objetiva do que questionar a si mesmo", observa o Padre Paul Préaux. De tempos em tempos, é bom pensar: "Ei, vou tentar avaliar meus próprios defeitos". A autorreflexão é a primeira lição a ser cultivada em um relacionamento.

Indiferença

Para o Padre Paul Préaux, a indiferença é talvez o maior dos pecados e alimenta a mais profunda tristeza. "Enquanto houver raiva, nem tudo está perdido!", enfatiza ele. A indiferença surge quando os cônjuges "caminham em duas estradas paralelas", quando lutam para se ver e se ouvir. "Viver na indiferença é deixar de tentar compreender e satisfazer os desejos do outro, é não mais buscar atender aos desejos do outro, porque estender a mão ao outro se torna muito custoso, muito doloroso", afirma o sacerdote da comunidade de Saint-Martin. "Ir além de si mesmo se torna muito difícil", disse o Papa Francisco.

Portanto, é apropriado tomarmos Deus como nosso exemplo, sempre indo ao encontro de cada pessoa. "Deus se encarnou, tomou a iniciativa, desceu à Terra. O Senhor sempre encontra um jeito de promover um encontro, um diálogo, um encontro face a face com a pessoa amada ou com quem se deseja amar", enfatiza o Padre Paul Préaux, cheio de esperança: "Se o Senhor permitiu que vocês se encontrassem, Ele saberá como ajudá-los a se reencontrarem. Busquem a Sua vontade e tenham fé nele."

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/11/17/tres-perigos-que-aguardam-os-casais-e-como-evita-los/

TEOLOGIA : O desconhecido além da palavra (Parte 2/3)

Peter (30Giorni)

TEOLOGIA

Arquivo 30Dias nº 01 - 2003

O desconhecido além da palavra

Considerações sobre o Espírito Santo.

Por Rino Fisichella

É sobretudo com os profetas que a sua ação se tornará mais visível. O profeta é o homem chamado pelo Espírito de Javé para fazer ouvir a sua voz nas mais diversas situações da história. Isaías, Jeremias, Ezequiel, assim como Amós, Oséias e todos os profetas menores, mesmo que não explicitamente declarados por receio de mal-entendidos, expressam a consciência de terem sido chamados e "arrebatados" para a missão profética pelo Espírito do Senhor. A expressão de Ezequiel aplica-se a todos: "O Espírito do Senhor veio sobre mim e disse-me: Fala!" ( Ezequiel 11:5). O profeta é possuído pelo Espírito e pela "boca" através da qual Deus faz ouvir a sua voz. É interessante notar, a este respeito, que alguns Padres da Igreja optaram por se referir ao Espírito como a "boca" de Deus.

Simeão, o Novo Teólogo, que viveu em 1022, escreveu o seguinte em sua obra Ética : "A boca de Deus é o Espírito Santo, e sua Palavra e Verbo é seu Filho, que também é Deus. Mas por que o Espírito é chamado de boca de Deus, e o Filho de Palavra e Verbo? Da mesma forma que a fala interior sai de nossa boca e se revela aos outros, sem que possamos pronunciá-la ou manifestá-la por qualquer outro meio que não seja o da boca, da mesma forma o Filho e a Palavra de Deus, se não forem expressos ou revelados pelo Espírito Santo como por uma boca, não podem ser conhecidos nem compreendidos." O Espírito Santo é plenamente revelado por Jesus Cristo.

Como se fosse uma síntese harmoniosa de todo o Evangelho de Lucas e João, São Gregório de Nazianzo escreve: "Cristo nasce e o Espírito o precede; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é posto à prova e o Espírito o conduz de volta à Galileia... traze-o de volta à Galileia; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é posto à prova e o Espírito o traz de volta à Galileia; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é batizado e o Espírito testifica dele; ele é batizado e o Espírito o traz de volta à Galileia; ele é batizado e o Espírito testifica; realiza milagres e o Espírito o acompanha; ele ascende ao céu e o Espírito o sucede" ( Discursos , XXX). 29)

De fato, o Espírito repousa em plenitude sobre Cristo e acompanha toda a sua existência. Visto que Jesus possui o Espírito Santo em plenitude, ele pode dá-lo em abundância e sem medida àqueles que creem nele ( Jo 7,37-39). A nova criação que Jesus realiza, por meio do sacrifício de sua morte e ressurreição, torna-se evidente quando ele, soprando sobre os discípulos reunidos no Cenáculo, infunde neles o seu Espírito: “soprou sobre eles e disse: Recebei o Espírito Santo” ( Jo 20,22). Para que a Igreja fosse forte em seu anúncio, coerente em sua vida e capaz de levar perdão e amor a todos, a efusão do Espírito Santo no Pentecostes marca o início oficial da missão dos discípulos de Jesus diante do mundo.

O Espírito Santo é um dom do Pai e do Filho; sua ação é sempre plenamente trinitária numa relacionalidade que forma a pericorese perene da doação mútua, plena e total das três Pessoas divinas. "Ele receberá o que é meu e vo-lo anunciará" ( Jo 16,14-15). A missão do Espírito, portanto, é trazer à compreensão o que Jesus revelou. A revelação que ele traz não tem conteúdo específico; este só pode ser o que o Logos falou, tendo-o ouvido do Pai. Mas a compreensão do mistério não é menos importante que o conteúdo. Cada compreensão é uma ação sempre nova na qual a Igreja vê e experimenta a presença de seu Senhor, que nunca a abandonou e que sempre a segue e acompanha ao longo da história, até que ela alcance a verdade em sua plenitude. É sempre o ensinamento de Fausto de Riez que nos permite compreender este pedido: «A nossa existência parece ser propriamente atribuída ao Pai, 'em quem', como disse o Apóstolo, 'vivemos, nos movemos e existimos' ( At 17,28); em vez disso, a nossa capacidade de raciocínio, sabedoria e justiça é atribuída em particular àquele que é a razão ( logos ), a sabedoria e a justiça, isto é, ao Filho. Através da Palavra de Deus, então, na pessoa do Espírito Santo é claramente atribuída a nossa vocação à regeneração, à renovação que se segue e à subsequente santificação... Talvez se possa dizer: o Espírito Santo é maior, cujas obras são mais importantes e mais nobres. Não é esse o caso... mesmo que as pessoas individualmente façam algo por si mesmas, o plano geral permanece nos três» ( O Espírito Santo , I,10).

A Igreja, já presente no grupo de discípulos que seguiram o Senhor por três anos, formando uma comunidade com Ele, nasceu naquele derramamento do Espírito que já havia sido marcado na cruz e simbolizado pelo fluxo de sangue e água do lado aberto do crucificado. Agora, no dia de Pentecostes, ela tem a força para se apresentar ao mundo como testemunha da ressurreição do Senhor. E assim como Jesus inaugurou sua missão pública com a pregação da conversão e do perdão, também a Igreja, seguindo os passos de Cristo, proclama seu primeiro sermão, chamando as pessoas à conversão e à fé no Senhor Jesus ( Atos 2:14).

A divisão de Babel, fruto do pecado, é destruída por Pentecostes, restaurando a unidade pelo Espírito. É o Espírito que dá aos discípulos a força para abrir as portas trancadas do Cenáculo, onde se reuniram "por medo", e os conduz à missão da evangelização. O que emerge, porém, de forma original, a ponto de criar uma ruptura com a mentalidade e a prática judaicas, é que em Jesus o Espírito é dado a todos. A visão profética de Joel, que previa a futura expansão do Espírito Santo sobre todos os filhos e filhas de Israel, se cumpre e se torna visível na comunidade dos fiéis.

Assim como o Espírito Santo acompanhou Jesus, agora acompanha a sua Igreja. Um olhar para as diferentes comunidades e sua vida interna, progressivamente estruturada, revela a sua ação onipresente. É Ele quem revela aos apóstolos o caminho a seguir e o caminho a evitar ( Atos 16:6-10); é sempre Ele quem concede a cada pessoa os carismas necessários para edificar a comunidade ( 1 Coríntios 12:7); ​​é o mesmo Espírito que dá aos discípulos as palavras necessárias para se defenderem durante as provações ( Lucas 12:11-12), e é o Espírito do Ressuscitado que permite a Estêvão oferecer o seu supremo testemunho ( Atos 7).

É o mesmo Espírito que inspira os autores sagrados a registrarem os Evangelhos e os ensinamentos dos apóstolos por escrito, para que a Igreja tenha uma referência constante para a sua vida futura. E é sempre o mesmo Espírito que guia a transmissão incessante de tudo o que não foi escrito, mas que constitui a fé de todos os tempos e de todos. É o Espírito da verdade que nunca falha na história da Igreja; ele permite que todos os fiéis permaneçam intactos naquele “sentido de fé” ( Lumen gentium , 12) que permite ao mais simples saber em que consiste a fé e que dá certeza aos seus Pastores, unidos a Pedro, para interpretar o Evangelho na verdade.

Neste sentido, são muito significativas as palavras de um dos últimos autores da literatura romana do terceiro século, Novaciano: "O Espírito designa profetas na Igreja, instrui mestres, organiza as línguas, opera milagres e curas, realiza feitos maravilhosos, concede o discernimento dos espíritos, atribui posições de comando, sugere conselhos, dispõe e distribui todos os outros dons; e assim aperfeiçoa e completa a Igreja do Senhor em todo lugar e em toda coisa... Ele dá testemunho de Cristo nos apóstolos, demonstra fé inabalável nos mártires, envolve as virgens com a maravilhosa castidade da caridade excepcional, em outros preserva os preceitos da doutrina do Senhor inalterados e incontaminados, destrói os hereges, corrige os infiéis, desmascara os mentirosos, refreia os ímpios, mantém a Igreja incorrupta e inviolável na santidade da virgindade perpétua e da verdade" ( A Trindade , 26, 10-26).

Fonte: https://www.30giorni.it/

Veja como estão os primeiros sétuplos do mundo a sobreviver

Bobbi McCaughey deu à luz em 1997 — Foto: Ambassador/Sygma/Corbis/VCG via Getty Images

Primeiros sétuplos do mundo a sobreviver estão prestes a comemorar 28 anos; veja como estão

Os irmãos McCaughey fizeram história ao nascerem em 19 de novembro de 1997.

Por Crescer

16/11/2025 12h49


A história dos irmãos McCaughey repercutiu muito no final dos anos 90! Afinal, eles eram os primeiros sétuplos do mundo a sobreviver, informou o Daily Mail. Bobbi e Kenny McCaughey deram as boas-vindas a Nathan, Kelsey, Brandon, Joel, Natalie, Alexis e Kenny Jr em 19 de novembro de 1997 em Iowa (EUA). Agora, adultos, eles estão prestes a completar 28 anos.

Desde que nasceram, cada um dos irmãos tomou um rumo diferente na vida. No entanto, eles sempre serão lembrados por seu nascimento que se tornou histórico. No entanto, chegar até esse momento não foi fácil. Por muito tempo, Bobbi enfrentou problemas para conceber devido a um problema em sua glândula pituitária — que estimula a ovulação.

A norte-americana e o marido conseguiram ter a primeira filha chamada Mikayla, mas acabaram tendo dificuldade para tentar uma segunda gravidez. Bobbi iniciou um tratamento de fertilidade e, logo soube, que estava grávida de sétuplos. Na época, os médicos orientaram o casal a fazer a redução seletiva, mas os pais não aceitaram e decidiram seguir com a gestação mesmo com os riscos.

Irmãos aparecem com seus cônjuges e seus próprios filhos em uma foto de família de 2024 — Foto: Reprodução Daily Mail/Facebook

Ao longo do processo, a família contou com o apoio de amigos e familiares. Mas a raridade da gravidez também chamou a atenção da mídia e rendeu certos benefícios para os irmãos, como férias na Disney e entrada gratuita na Universidade Hannibal-LaGrange, no Missouri. Na época, o então presidente Bill Clinton chegou a ligar para parabenizar a família e George W. Bush conheceu os pequenos pouco tempo depois.

Família no casamento de Kelsey em 2020 — Foto: Reprodução Daily Mail/Facebook

Como estão os sétuplos hoje?

Cada um dos irmãos trilhou seus próprios caminhos.

Kenny Jr: trabalha como carpinteiro, mora em Dallas Center, Iowa, com sua esposa Synthia. Em 2022, os dois deram as boas-vindas ao primeiro filho.

Alexis: trabalha como professora em uma creche e mora com os pais em Runnells, Iowa. Ela teve paralisia cerebral.

Natalie: é casada e teve um bebê com seu marido Shawn no ano passado. Ela concluiu o mestrado em treinamento atlético no Culver-Stockton College e agora trabalha em sua antiga universidade, Hannibal-LaGrange, como chefe de treinamento atlético.

A família retratada em 2017 — Foto: Reprodução Daily Mail/Facebook

Kelsey: é casada com Kevin Morrison com quem adotou um filho. Ela também se formou na Universidade de Hannibal-LaGrange no curso de Relações Públicas e, hoje, trabalha como recepcionista em um consultório médico no Missouri.

Nathan: também se formou na Universidade de Hannibal-LaGrange em 2021. Atualmente, ele, que também teve paralisia cerebral, trabalha como suporte técnico.

Brandon: serve no exército dos Estados Unidos, o que era seu sonho desde criança. Ele se casou com a namorada do ensino médio, Alana. Hoje, o casal mora na Carolina do Sul com os filhos.

Joel: mora ainda com os pais em Iowa e trabalha como suporte técnico. Seu sonho é se tornar analista de cibersegurança.

Embora muitos dos irmãos estejam morando em outras cidades, eles garantem que buscam sempre passar um tempo juntos. “Esses momentos são ainda mais sagrados. Eles são incrivelmente doces com todos os nossos parceiros e filhos”, contou Kelsey ao Des Moines Register.

Fonte: https://revistacrescer.globo.com/fique-por-dentro/noticia/2025/11/primeiros-setuplos-do-mundo-a-sobreviver-estao-prestes-a-comemorar-28-anos-veja-como-estao.ghtml

Papa: não há paz sem justiça; é preciso romper o muro da solidão

Santa Missa, 16/11/2025 - Papa Leão XIV (Vatican Media)

No Jubileu dos Pobres, Leão XIV identificou na solidão o elemento comum a todas as formas de pobreza, sejam elas materiais ou espirituais. Para combater este fenômeno, pediu que os fiéis desenvolvam uma "cultura da atenção" e exortou os líderes das nações a ouvirem o clamor dos vulneráveis.

https://youtu.be/YhDZYtcKgPw

Bianca Fraccalvieri - Vatican News

O Papa presidiu à Santa Missa na Basílica Vaticana por ocasião do Jubileu dos Pobres, com a participação de cerca de seis mil fiéis, muitos dos quais assistidos pela Igreja Católica.

Antes da cerimônia, o Santo Padre saudou os 12 mil peregrinos na Praça São Pedro, afirmando que todos queremos estar entre os pobres do Senhor, "porque a nossa vida é um dom de Deus e o recebemos com muita gratidão". O Pontífice agradeceu a todos pela presença, pedindo que participassem da missa, através dos telões, "com muito amor, muita fé, sabendo que estamos todos unidos em Cristo", e marcando encontro com os fiéis mais tarde para o Angelus.

Papa saúda os fiéis na Praça São Pedro antes da missa   (@VATICAN MEDIA)

Já em sua homilia, Leão XIV comentou as leituras do Evangelho do dia, que convidam a olhar para a história nos seus desfechos finais. Na primeira leitura, o profeta Malaquias vislumbra a chegada do “dia do Senhor”, com um amanhecer que faz surgir um "sol de justiça". Trata-se do próprio Jesus. No Evangelho, Cristo anuncia e inaugura esse Reino. Ele é o senhorio de Deus que se torna presente em meio aos acontecimentos dramáticos da história. Por isso, os discípulos não devem se assustar, já que a promessa de Jesus é sempre viva e fiel: "não se perderá um só cabelo da vossa cabeça".

A Igreja, "mãe dos pobres"

"Irmãos e irmãs, esta é a esperança à qual nos agarramos, mesmo diante das vicissitudes nem sempre felizes da vida", afirmou o Pontífice. "Deus não nos deixa sozinhos nas perseguições, nos sofrimentos, nas dificuldades e nas opressões da vida e da sociedade. Ele manifesta-se como Aquele que toma partido por nós." A proximidade de Deus atinge o ápice do amor em seu filho Jesus: por isso, a presença e a palavra de Cristo tornam-se júbilo e jubileu para os mais necessitados.

Dirigindo-se diretamente aos pobres, Leão XIV transmitiu as palavras de Jesus: "Dilexi te - Eu te amei": "Sim, diante da nossa pobreza e pequenez, Deus nos olha como ninguém mais e nos ama com amor eterno. E a sua Igreja, ainda hoje, talvez especialmente neste nosso tempo tão ferido por velhas e novas pobrezas, quer ser 'mãe dos pobres, lugar de acolhimento e justiça'."

O Papa abençoa a assembleia com o Evangelho   (@Vatican Media)

A "cultura da atenção" como antídoto à "globalização da impotência"

"Quantas pobrezas oprimem o nosso mundo!", constatou o Santo Padre. Trata-se, primordialmente, de pobrezas materiais, mas também morais e espirituais, que afetam sobretudo os mais jovens. Para Leão, todas têm um elemento em comum, que é a solidão, que pode ser superada se os fiéis forem capazes de desenvolver uma "cultura da atenção", isto é, a capacidade de olhar para o lado e se tornar testemunha da ternura de Deus na família, nos locais de trabalho e de estudo, nas comunidades e, inclusive, no mundo digital.

O Papa aponta a "cultura da atenção" como um antídoto à globalização da impotência que ele vem denunciando desde o início do seu pontificado, ou seja, a crença de que a história sempre foi assim e não pode mudar. O Evangelho, de modo diverso, diz que é precisamente nas grandes perturbações da história que o Senhor vem nos salvar. E a tarefa da comunidade cristã é ser sinal vivo dessa salvação no meio dos pobres.

Leão XIV pronuncia a homilia   (@Vatican Media)

"Não poderá haver paz sem justiça"

Leão XIV chamou em causa também os chefes de Estado e os responsáveis das Nações para que ouçam o clamor dos mais pobres. "Não poderá haver paz sem justiça", lembrou, e os pobres nos recordam disso de muitas maneiras, "com a sua migração, bem como com o seu grito muitas vezes abafado pelo mito do bem-estar e do progresso".

Aos operadores da caridade e aos voluntários, o Pontífice manifestou a sua gratidão. E aos fiéis renovou seu convite ao comprometimento, já que a "questão dos pobres remete ao essencial da nossa fé". Para nós, "eles são a própria carne de Cristo e não apenas uma categoria sociológica", afirmo, citando a sua Exortação Dilexi te: "A Igreja, como mãe, caminha com os que caminham. Onde o mundo vê ameaça, ela vê filhos; onde se erguem muros, ela constrói pontes".

“Enquanto aguardamos o glorioso regresso do Senhor, não devemos viver uma vida voltada para nós mesmos e num intimismo religioso que se traduz no descompromisso para com os outros e a história. Pelo contrário, buscar o Reino de Deus implica o desejo de transformar a convivência humana num espaço de fraternidade e dignidade para todos, sem excluir ninguém.”

O Santo Padre advertiu para o perigo de viver como "viajantes distraídos", indiferentes ao próximo, e exortou a nos inspirar no testemunho dos Santos que serviram Cristo nos mais necessitados e o seguiram no caminho da pequenez e do despojamento. A propósito, citou a figura de São Bento José Labre, que com a sua vida de “vagabundo de Deus” tem as características para ser o padroeiro de todos os pobres sem-abrigo.

"Que a Virgem Maria nos ajude a entrar na nova lógica do Reino, para que na nossa vida de cristãos esteja sempre presente o amor de Deus que acolhe, perdoa, cuida das feridas, consola e cura", concluiu Leão XIV.

Momento do ofertório   (@VATICAN MEDIA)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Santa Isabel da Hungria

Santa Isabel da Hungria (A12)
17 de novembro
Santa Isabel da Hungria

Isabel era princesa na Hungria, foi rainha na Alemanha, e se fez santa na Terra e para o Céu.

Nasceu no ano de 1207, e desde então já foi prometida em casamento para o duque Ludwig da Turíngia, na Alemanha. Cresceu e foi educada junto com o futuro marido. Ele a amava sinceramente, e a apoiava nas suas iniciativas de espiritualidade. Porém a sogra e demais parentes do esposo tinham ciúmes e procuraram prejudicá-la por quase toda a sua curta vida.

Embora em nada descuidando do seu papel de esposa e mãe, o que mais caracterizou Isabel foi a sua vida de espiritualidade e particular caridade aos pobres. Como a eles dedicava não só o próprio serviço, pessoalmente lavando-os, alimentando-os e vestindo-os, mas também utilizava dinheiro para as suas necessidades, a sogra tentou indispor Ludwig, alegando que Isabel esbanjava as riquezas da coroa. Numa ocasião, saindo ela com alimentos para distribuir aos necessitados, ele a questionou e ela disse que só levava rosas – esquecendo ser inverno – e, ao abrir a sacola, de fato apareceram rosas.

De outra vez, a sogra o avisou de que Isabel estava a cuidando de um leproso no seu próprio quarto, mas ao entrar Ludwig encontrou sobre o leito Cristo crucificado, em quem o leproso se transformara.

Apesar das dificuldades, o casamento foi muito feliz. Ludwig porém faleceu de peste, na Itália, quando ia para as cruzadas na Terra Santa. Então a sogra e parentes do marido a expulsaram da corte com os filhos, pretextando de que ela esbanjava os bens da família, quando Isabel, por causa de um período de carência de víveres na região, sustentou pelos cofres públicos a centenas de pobres.

Acolhida finalmente, sem nada mais ter, no Convento Cisterciense de Ktizingen, onde uma sua tia era abadessa, Isabel decidiu confiar a seus parentes a educação dos filhos, Hermano, Sofia e Gertrudes, e tomou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco.

Confrontados por companheiros de Ludwig nas cruzadas, os seus irmãos, os príncipes, arrependeram-se, pedindo perdão a Isabel e restituindo-lhe os bens. Ela porém preferiu viver na pobreza, numa modesta residência em Marburg, onde, com o valor da sua herança, mandou construir um hospital. Morreu em 1231, aos 24 anos: foi noiva aos 14, mãe aos 15 e viúva aos 20. Por causa dos milagres ocorridos no seu túmulo, foi canonizada já em 1235, e declarada padroeira da Ordem Terceira Franciscana.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Revisão e acréscimos: José Duarte de Barros Filho

Reflexão:

Santa Isabel foi tão especial quanto singular foi a sua vida, curta e responsável. Desde nova demonstrou extraordinária espiritualidade, que a levou a ser a única soberana recusando-se a usar a coroa na cerimônia de casamento, dentro da igreja, alegando que não poderia usar objeto tão precioso e símbolo da realeza diante de Cristo, nosso Rei coroado de espinhos. De origem real, sua maior nobreza foi a santidade, que partilhava com outras pessoas da família (Santa Edwiges, Santa Inês da Boêmia, etc.), manifesta especialmente na caridade com os pobres. Dela disse o Papa Bento XVI: “E como tinha descoberto realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura distante, mas o Senhor e o Irmão da sua vida, encontrou a partir de Deus o ser humano, imagem de Deus. Essa é também a razão porque quis e pôde levar aos homens a justiça e o amor divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser autenticamente humano”. (Da homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria de Munique, 2 de dezembro de 1981).

Oração:

Deus, nosso Pai, Santa Isabel foi um conforto para os pobres e defensora dos desesperados. A ninguém negava sua caridade e o apoio nas horas difíceis. Colocou a serviço dos necessitados todas as suas riquezas. Transformai também o nosso interior, para que sejamos luz para o mundo de hoje, como Santa Isabel o foi para o seu tempo. Por Cristo Nosso Senhor. Amém.

Fonte: https://www.a12.com/

domingo, 16 de novembro de 2025

TEOLOGIA: O desconhecido além da palavra (Parte 1/3)

Imagens do Lecionário de St. Trond, Bélgica, meados do século XII. M.883, f.62v., preservado na Biblioteca Pierpont Morgan, Nova Iorque. Pentecostes | 30Giorni.

TEOLOGIA

Arquivo 30Dias nº 01 - 2003

O desconhecido além da palavra

Considerações sobre o Espírito Santo.

Por Rino Fisichella

"O Desconhecido que vem além da Palavra." Esta é a expressão mais concisa com que um teólogo de Hans Urs von Balthasar poderia falar do Espírito Santo. Que o Espírito Santo seja um "Desconhecido" pode ser verdade por pelo menos duas razões: a primeira, teológica, é determinada pelo fato de que nunca antes fomos colocados diante do mistério. Ele é o Espírito do Amor e inevitavelmente nos conduz de volta à sublimidade da própria essência de Deus, revelada por Jesus Cristo. A linguagem humana é severamente limitada por suas palavras, sempre aprisionada dentro dessa "gaiola" — para usar a expressão de Ludwig Wittgenstein — que nos impede de expressar o que constitui a essência do mistério. Com razão, portanto, nossos irmãos orientais sugerem que é melhor invocar o Espírito do que falar dele; ele, na verdade, é uma graça concedida pelo amor do Pai. Dessa perspectiva, portanto, é importante enfatizar que, para ter uma compreensão coerente desse mistério, é crucial adquirir uma atitude de admiração e recepção silenciosa.

A segunda razão é mais histórica e decorre do fato de que, durante muito tempo, a teologia negligenciou a inteligência do Espírito Santo. Isso resultou em uma teologia fraca, carente da centralidade do mistério trinitário e, portanto, fragmentada em sua exposição dos diversos mistérios que compõem a fé. A marginalização do tema do Espírito à esfera exclusiva da espiritualidade, por exemplo, impediu a obtenção de uma teologia coerente dos ministérios e dos leigos. A recuperação do lugar central que os estudos sobre o Espírito Santo merecem permitiu-nos verificar, nas últimas décadas, o quanto o traçado da teologia foi atrasado, tanto em sua correspondência com a missão eclesial quanto em dar voz ao poder da profecia.

Quem é, então, o Espírito Santo? “Se queres saber qual deve ser o teu pensamento sobre o Espírito Santo, precisas voltar aos apóstolos e aos Evangelhos, com os quais e nos quais tens certeza de que Deus falou” ( O Espírito Santo , I, 9). Este texto de Fausto, bispo de Riez em meados do século V (452/460?), permite ao teólogo redescobrir o método correto para balbuciar algo sobre o mistério do Espírito de Cristo. "Retorne aos apóstolos e aos Evangelhos." Eis a fonte original da fé cristã: Tradição e Escritura em sua unidade inseparável e na plena reciprocidade que nos permite apreender a única Palavra que Deus dirigiu à humanidade (cf. Dei Verbum 9).

«Examinemos agora as noções atuais que temos sobre o Espírito Santo, tanto as que foram extraídas das Escrituras quanto as que nos foram transmitidas pela tradição oral dos Padres... O Espírito Santo é chamado de Espírito de Deus, Espírito da verdade que procede do Pai, Espírito reto, Espírito que guia.

Seu nome mais apropriado é Espírito Santo, porque este nome indica o ser mais incorpóreo, mais imaterial e mais isento de composição. Pois o Senhor ensinou à mulher samaritana, que estava convencida de que Deus deveria ser adorado em um lugar, que o incorpóreo não pode ser contido por limites, e disse-lhe: “Deus é espírito”. Portanto, quem ouve a palavra “Espírito” não pode imaginar uma natureza limitada, sujeita a mudanças e variações, ou semelhante em todos os aspectos a uma coisa criada». Estas são as palavras de São Basílio, monge e bispo de Cesareia, que em 375 escreveu seu tratado Sobre o Espírito Santo .»

Sabemos que a Escritura fala preferencialmente do Espírito como "ruah": "sopro", "ar", "espírito", "vento", "sopro"... todas realidades cujo som, para usar as palavras de Jesus, "ouvis, mas não sabes de onde vem nem para onde vai" ( Jo 3,8); percebemos, portanto, a sua presença e o seu poder, mas não podemos dizer mais, porque ele está envolto no mistério da vida de Deus. O Concílio de Constantinopla, ao professar: "Ele é o Senhor e o Doador da Vida", procura dar substância ao ensinamento da Sagrada Escritura, que sempre coloca o Espírito em relação com a vida. O salmista explicita o texto do Gênesis quando atesta: "Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o seu exército pelo sopro da sua boca" ( Sl 33,6). O Espírito, em suma, é o sopro que sai da boca de Deus e cria todas as coisas, dando vida.

O gênio de Michelangelo, no afresco da Capela Sistina, dará forma artística a este ensinamento. O "digitus paternae dexterae" do Veni Creator é o que dá vida ao homem e sustenta todas as coisas (cf. Sl 8,5). É tão verdade que, "se Deus retirasse o seu espírito e lhe tirasse o fôlego, toda a carne morreria juntamente, e o homem voltaria ao pó" (  34,14). Em suma, o Espírito é o poder e a força de Deus; por meio dele tudo vem à luz e tudo se completa.

O Espírito Santo, portanto, é o protagonista de toda a história da salvação. Sempre que Deus intervém entre o seu povo para libertá-lo e mostrar-lhe o cumprimento das suas promessas, é sempre o Espírito que o acompanha. É pelo seu poder que as batalhas são vencidas; da mesma forma, é pela sua força que se vencem as batalhas. É ele quem transforma os homens, capacitando-os a cumprir a missão que receberam. É, novamente, o Espírito que "vence Gideão" ou que "penetra em Sansão", dando a cada um a força necessária para a vitória. É sempre o mesmo Espírito que desce sobre o rei, o coroa e o protege para que ele possa reinar em nome de Deus sobre o seu povo: "o Espírito do Senhor repousou sobre Davi daquele dia em diante" ( 1 Samuel 16:13).

Fonte: https://www.30giorni.it/

O que é melhor, tomar banho de manhã ou à noite? O que diz a ciência

O que é melhor, tomar banho de manhã ou à noite? (Olhar Digital)

O que é melhor, tomar banho de manhã ou à noite? O que diz a ciência

Autor: Jasmin Fox-Skelly

De BBC Future

27 setembro 2025

Neste mundo cada vez mais polarizado em que vivemos, existe uma questão que talvez nos divida mais do que qualquer outra: você toma banho assim que acorda, de manhã, ou antes de ir dormir à noite?

Ou talvez você faça como 34% da população dos Estados Unidos, que não tomam banho todos os dias.

Seja qual for o seu grupo, talvez você se pergunte qual seriam as consequências da sua escolha para a saúde.

Para muitos de nós, uma das primeiras coisas a fazer de manhã, ainda com os olhos cansados, é pular no chuveiro.

Os defensores do banho matinal costumam afirmar que ficar de pé por 10 minutos sob um fluxo de água quente os ajuda a acordar e se sentir renovados e prontos para começar o dia.

Mas as pessoas que tomam banho à noite argumentam que o banho antes de dormir os ajuda a retirar a sujeira do dia antes de entrar debaixo das cobertas e se render ao sono restaurador.

O que diz a ciência a respeito? O que realmente é mais benéfico para nós?

O banho ajuda a retirar a poeira, o suor e a gordura da nossa pele.

Estas impurezas podem se acumular ao longo do dia, ao lado dos poluentes, poeira e pólen do ambiente. E, se você não tomar banho antes de dormir, tudo isso irá se depositar nos seus lençóis e fronhas.

Isso não é tudo. A nossa pele está repleta de vida microbiana. Se você examinar qualquer centímetro quadrado de pele do corpo, irá encontrar entre 10 mil e um milhão de bactérias vivendo ali.

Elas se alimentam do óleo expelido pelas suas glândulas sudoríparas. O suor em si não tem odor, mas sim os compostos sulfurosos produzidos por bactérias como Staphylococcus.

Por isso, tomar banho antes de dormir pode parecer a opção mais higiênica. Mas, como sempre acontece, a verdade é mais complicada do que isso.

"Se você tomar banho à noite, irá para a cama limpo, mas ainda irá suar enquanto dorme", afirma a microbióloga Primrose Freestone, da Universidade de Leicester, no Reino Unido.

Segundo ela, mesmo no tempo frio, as pessoas liberam até cerca de 285 ml de suor na cama, além de pelo menos 50 mil células da pele — um verdadeiro bufê livre para os ácaros.

"Você ainda irá criar uma espécie de microambiente repleto de suor, do qual as bactérias da sua pele irão se alimentar e produzir odor corporal em menor nível", explica Freestone. "Por isso, quando você acordar de manhã, mesmo depois de tomar banho à noite, ainda estará com algum cheiro."

Os benefícios do banho noturno também se aplicam apenas se você lavar sua roupa de cama regularmente.

As bactérias podem sobreviver por semanas nos cobertores, lençóis e travesseiros. Os ácaros e fungos também podem se acumular ao longo do tempo, especialmente em áreas úmidas, como o travesseiro.

Pessoas com sistema imunológico em pleno funcionamento podem enfrentar este ataque de micróbios, mas até 76% das pessoas com asma em alta gravidade são alérgicas a pelo menos uma espécie de fungo.

A exposição a A. fumigatus pode causar doença pulmonar crônica em pessoas que sofrem de tuberculose ou doenças pulmonares relativas ao cigarro.

"Provavelmente, é mais importante limpar a roupa de cama do que tomar banho à noite", afirma a professora de cura de feridas e microbioma Holly Wilkinson, da Universidade de Hull, no Reino Unido.

"Porque, se você for para a cama depois de tomar banho, mas deixar as mesmas roupas de cama por um mês, elas irão acumular bactérias, poeira e ácaros."

Este é um problema, pois a exposição às excreções dos ácaros a longo prazo aumenta seu risco de sofrer alergias.

Se você já for sensível a alérgenos como o pólen, não lavar suas roupas de cama provavelmente também irá agravar os seus sintomas.

Também é possível que ir regularmente para a cama com os lençóis sujos aumente o risco de infecções da pele, mas as evidências são inconclusivas a este respeito.

Benefícios do sono

Alguns proponentes do banho noturno defendem que ele ajuda as pessoas a dormir melhor. E existem evidências que apoiam esta afirmação.

Uma meta-análise comparando os resultados de 13 estudos concluiu, por exemplo, que um banho quente de 10 minutos, de chuveiro ou banheira, uma ou duas horas antes de dormir reduziu significativamente o tempo que as pessoas levaram para adormecer.

É possível que elevar a temperatura corporal e resfriar o corpo em seguida atue como sinal circadiano, dizendo para o nosso corpo que se prepare para dormir. Mas é preciso ter mais pesquisas para confirmar esta hipótese.

Mas no que isso nos ajuda a responder à questão do banho de manhã ou à noite?

Freestone prefere o banho de manhã, que retira grande parte do suor e dos micróbios adquiridos na cama durante a noite, permitindo que as pessoas comecem o dia mais limpas e renovadas.

Mas é provável que sua decisão faça muito pouca diferença em relação à saúde. É mais uma questão de se você prefere ficar limpo e renovado durante o dia ou à noite.

"Se você tomar banho uma vez por dia, o horário provavelmente não faz diferença", afirma Wilkinson.

Na verdade, se você lavar diariamente as regiões principais do corpo, o banho duas vezes por semana provavelmente é suficiente para manter a saúde e a higiene.

"Realmente depende do tipo de trabalho que você faz", explica Wilkinson.

"Se você for agricultor, por exemplo, você provavelmente irá querer se lavar quando chegar em casa no final do dia. Mas acho que manter a cama limpa, provavelmente, é mais importante."

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c740jm4kdlwo

XXXIII Domingo do Tempo Comum (C)

Evangelho do domingo (Vatican News)

Estamos no final do Ano Litúrgico. No próximo domingo celebraremos Cristo Rei do Universo. Tivemos mais um ano para crescer no conhecimento do amor de Deus, no aumento da fé, da esperança e da caridade.

Vatican News

“Para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol de justiça, trazendo salvação em suas asas.”

Esta frase de Malaquias nos garante a vitória final em que, apesar de vermos o triunfo do mal, o bem será o triunfador.

Mas para que a justiça triunfe ainda neste mundo, será necessário que trabalhemos com fé, esperando uma sociedade nascida do trabalho daqueles que atuam em seu favor e da liberdade. Cada gesto, por menor que seja, mas que demonstre resistência ao mal e adesão ao bem das pessoas, é uma pequena vitória dos justos.

No Evangelho, temos uma página de estilo apocalíptico, isto é, uma linguagem aparentemente incompreensível, mas que fortifica a esperança na ação de Deus.

É-nos proposta uma resistência inteligente que desmonta os sistemas que geram opressão e morte. Jesus fala da destruição do Templo de Jerusalém.

O Templo representa a antiga aliança e como tudo que é antigo, também ele sofrerá destruição, não ficará pedra sobre pedra, mas os amados de Deus ficarão incólumes e nem um fio de cabelo de sua cabeça se perderá. O antigo será destruído, se perderá porque o novo será o eterno, mesmo que se desenvolva de modo discreto, simples, ele permanecerá.

Também nós enfrentamos dificuldades em nossa vida, em nosso dia a dia e ficamos muito tristes e preocupados porque perdemos coisas que foram duramente conquistadas e parecem desaparecer para sempre.

Nesse momento surge Jesus, a fé na vida, e nos diz que é necessário permanecer firmes, que será desse modo que ganharemos a vida.

Estamos no final do Ano Litúrgico. No próximo domingo celebraremos Cristo Rei do Universo. Tivemos mais um ano para crescer no conhecimento do amor de Deus, no aumento da fé, da esperança e da caridade.

Neste momento poderemos fazer uma avaliação de como nos portamos face à Misericórdia de Deus, que nos deu mais um ano para crescermos na fé.

Deixamo-nos impressionar pelos eventos apocalípticos de em nossa vida? Ficamos assustados com as atitudes desconcertantes de algumas pessoas? Somos dependentes da aprovação das pessoas?

O Senhor nos manda permanecermos firmes, isto é, firmes na fé em suas palavras de esperança e de fé na vida!

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Um missionário entre dois mundos

web | Um missionário entre dois mundos (Aleteia)

pteixera - publicado em 10/08/25

Padre Mario Lanciotti soube compreender a visão dos povos da Amazônia.

Nascido em 1901, em Ascoli na Itália, Padre Mario Lanciotti se tornou missionário Xaveriano. A missão animava sua juventude e passou 17 anos na China, atravessando estepes com sua bicicleta e anunciando o Evangelho para os novos filhos da Igreja. Depois retornou à sua terra natal para colaborar na formação de novos missionários. 

O destino seguinte foi o Japão. Mas lá não conseguiu se integrar com a cultura e a língua, mesmo depois de quatro anos de insistência. Assim, a vida missionária o lançou em um distante, improvável e imenso desafio. Aos 56 anos chegou na Amazônia. Em seus cadernos, deixou esta preciosa anotação: 

“Deixei a China chorando, escolhi o Japão com entusiasmo, aceitei o homem da Amazônia com o coração que transbordava de alegria, porque pude sempre viver a minha vocação missionária. Procurei sempre ver a mão de Deus que dirigia a minha vida e a minha atividade. Também procurei entender sempre melhor o povo que Deus me confiou, amando-o e aceitando-o, segundo a sua natureza... Agora estou velho e desejo somente poder continuar a viver a minha vida missionária, como vivi até hoje, para ser ainda um instrumento nas mãos de Deus, em benefício do próximo”. 

Escuta do missionário

Padre Mario já escrevia crônicas relatando sua ação missionária na China. Mais do que histórias, seus textos se tornaram uma referência para conhecer os métodos missionários e a espiritualidade que animava o serviço. 

Tem destaque ao que hoje se chama de escuta ativa e estava muito presente na missão de Padre Mario. Ele ouvia as histórias dos nativos e dos ribeirinhos com o intuito de compreender o pensamento deles. Procurava descobrir as referências que as pessoas tinham e saber como elas pensavam para, assim, poder anunciar o Evangelho de uma forma compreensível. Mais do que contar a história de Jesus, Padre Mario buscava evangelizar as histórias que ouvia e apresentar o pensamento de Jesus para as pessoas.  

Missionário idoso

Depois de percorrer longas distâncias no Pará e no Amazonas, organizando comunidades e pregando, Padre Mario se dirigiu para um último desafio. Aos 72 anos foi para o sul do Pará, na região do Xingu, porque não havia padres no local. Mesmo idoso, ofereceu sua contribuição.

“Minha saúde declina. Sinto uma fraqueza nunca experimentada. A vista diminui sempre mais. Quanto tempo poderei ainda resistir? Seja feita a vontade de Deus! Sinto-me feliz e agradecido por estar perto dos meus 52 anos de Sacerdócio missionário. Deus foi muito bom comigo, especialmente nestes últimos sete anos que passei no Xingu. Quero sempre corresponder à graça de Deus...” 

Faleceu em 23 de janeiro de 1983. Os últimos dias de sua vida se deram em Belém, em um asilo com idosos pobres, vivendo realizado pela plenitude que abrangeu os dias de sua vida missionária.  

Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/08/10/um-missionario-entre-dois-mundos/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF