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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

“No Natal, a palavra aos avós e idosos”, iniciativa do Dicastério para os Leigos

Poster da iniciativa "Um presente de sabedoria.
No Natal, a palavra aos avós e idosos".
Foto: Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, convida os jovens a participarem desta iniciativa, recordando as palavras do Papa Francisco para a 32ª Jornada Mundial da Juventude, realizada no Panamá: “Queridos jovens, vocês precisam da sabedoria e da visão dos idosos. [...] Eles lhes dirão coisas que apaixonarão a sua mente e comoverão o seu coração”.

Vatican News

O Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, lançou nesta sexta-feira (27/11), uma iniciativa aos jovens intitulada “Um presente de sabedoria. No Natal, a palavra aos avós e idosos”.

“Aproximamo-nos do Natal, Jesus nasce nas nossas famílias. Este ano, no clima particular em que vivemos, pode ser uma oportunidade para os jovens receberem um presente especial”, ressalta a mensagem do organismo vaticano.

“Também devido à pandemia, muitos idosos vivem sozinhos”, frisa o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, convidando os jovens a construírem “laços com cada um deles: será uma forma de descobrir um tesouro!”

Depois do sucesso da campanha “Cada idoso é seu avô”, com a qual o organismo recolheu os abraços virtuais que muitos jovens enviaram aos seus avôs e avós, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida convida agora os jovens de todo o mundo a dar a palavra aos idosos e receber deles um presente de sabedoria, #aGiftOfWisdom.

“Hoje, no difícil clima de um Natal ainda envolvido pela pandemia, propomos aos jovens que publiquem nas redes sociais uma lembrança, um conselho, um presente de sabedoria de um dos idosos com quem estabeleceram vínculo nos últimos meses. Infelizmente, em muitos casos, o encontro só pode ocorrer à distância, de acordo com as normas de saúde em vigor, com vídeo-chamadas, telefonemas e mensagens”, ressalta o organismo vaticano.

Para participar da campanha, basta postar as palavras dos avós e dos idosos nas redes sociais por meio da hashtag #aGiftOfWisdom. As mensagens mais significativas serão divulgadas nas redes sociais do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. @laityfamilylife.

Vatican News

Do tratado sobre a morte, de São Cipriano, bispo e mártir

São Cipriano

(Cap.18.24.26:CSEL3,308.312-314)            (Séc.III)

 

Superemos o pavor da morte

com o pensamento da imortalidade

Lembremo-nos de que devemos fazer a vontade de Deus e não a nossa, de acordo com a oração que o Senhor ordenou ser rezada diariamente. Que coisa mais fora de propósito, mais absurda: pedimos que a vontade de Deus seja feita e quando ele nos chama e nos convida a deixar este mundo, não obedecemos logo à sua ordem! Resistimos, relutamos e, quais escravos rebeldes, somos levados cheios de tristeza à presença de Deus, saindo daqui constrangidos pela necessidade, não por vontade dócil. E ainda queremos ser honrados com os prêmios celestes a que chegamos de má vontade. Por que então oramos e pedimos que venha o reino dos céus, se o cativeiro terreno nos encanta? Por que, com preces frequentemente repetidas, suplicamos que se apresse o dia do reino, se maior desejo e mais forte vontade são servir aqui ao demônio do que reinar com Cristo?

Se o mundo odeia o cristão, por que tu o amas, a ele que te aborrece, e não preferes seguir a Cristo que te remiu e te ama? João em sua carta clama, fala e exorta a que não amemos o mundo, deixando-nos levar pelos desejos da carne: Não ameis o mundo nem o que é do mundo. Quem ama o mundo não tem em si a caridade do Pai; porque tudo quanto é do mundo é concupiscência dos olhos e ambição temporal. O mundo passará e sua concupiscência; quem, porém, fizer a vontade de Deus, permanecerá eternamente (cf. 1Jo 2,15-17). Ao contrário, tenhamos antes, irmãos diletos, íntegro entendimento, fé firme, virtude sólida, preparados para qualquer desígnio de Deus. Repelido o pavor da morte, pensemos na imortalidade que se lhe seguirá. Com isso, manifestamos ser aquilo que acreditamos. Irmãos caríssimos, importa meditar e pensar amiúde em que já renunciamos ao mundo e vivemos aqui provisoriamente como peregrinos e hóspedes. Abracemos o dia que designará a cada um sua morada, restituindo-nos ao paraíso e ao reino, uma vez arrebatados daqui e quebrados os laços terrenos. Qual o peregrino que não se apressa em voltar à pátria? Nossa pátria é o paraíso. O grande número de nossos queridos ali nos espera: pais, irmãos, filhos. Deseja estar conosco para sempre a grande multidão já segura de sua salvação, ainda solícita pela nossa. Quanta alegria para eles e para nós chegarmos nós até eles e a seu abraço! Que prazer estar ali, no reino celeste, sem medo da morte, tendo a vida para sempre! Que imensa e inesgotável felicidade!

Lá, o glorioso coro dos apóstolos; lá, o exultante grupo dos profetas; lá, o incontável povo dos mártires coroados de glória e de triunfo pelos combates e sofrimentos; lá as virgens vitoriosas, que pelo vigor da continência corporal subjugaram a concupiscência da carne;lá remunerados os misericordiosos, que pelos alimentos e liberalidades aos pobres fizeram obras de justiça, e, observando o preceito do Senhor, transferiram seu patrimônio terreno para os tesouros celestes. Para lá, irmãos caríssimos, corramos com ávida sofreguidão. Que Deus considere este nosso modo de pensar! Que Cristo olhe este propósito do espírito e da fé! Os maiores prêmios de sua caridade ele os dará àquele, cujos desejos forem intensos.


https://liturgiadashoras.online/

Mulheres da periferia argentina contra o aborto: o Papa escreve para agradecer

AP/Associated Press/East News

Francisco questiona: para resolver um problema, é justo eliminar uma vida humana?

Mulheres da periferia argentina contra o aborto: o Papa escreve para agradecer. Em carta de 22 de novembro, Francisco destacou a importância de proteger a vida contra as tentativas de legalizar o aborto em seu país natal.

A mensagem do Papa é uma resposta à carta das “mujeres de las villas“, ou seja, mulheres das periferias argentinas que, em aliança, lutam desde 2018 pela proteção dos nascituros, em particular nos bairros pobres de Buenos Aires.

Em sua carta, as mulheres tinham pedido o apoio de Francisco para impedir a legalização do aborto na Argentina, uma insistente bandeira do atual governo de esquerda. Na resposta, o Papa “agradece de coração” pelo trabalho e testemunho dessas mulheres e as incentiva a “seguir em frente”. Ele afirma:

“O problema do aborto não é uma questão de religião, mas de ética humana. É bom fazer-se duas perguntas: para resolver um problema, é justo eliminar uma vida humana? É correto contratar um assassino?”

Mulheres da periferia argentina contra o aborto

As “mujeres de las villas” tinham escrito ao Papa que o projeto de lei do aborto na Argentina foi apresentado tendenciosamente como uma “solução fácil” para as adolescentes das periferias. Elas afirmam que se sentem “dominadas pelo terror”, porque “este projeto cultiva a ideia de que o aborto é mais uma possibilidade na gama de métodos contraceptivos e que os seus principais destinatários são as meninas pobres”. E acrescentam:

“A nossa voz, como a das crianças que não nasceram, nunca é ouvida. Os legisladores e a imprensa não querem nos ouvir. Se não tivéssemos sacerdotes nas ‘vilas’ que levantam a voz por nós, estaríamos ainda mais sozinhas. Nossas filhas adolescentes estão crescendo com a ideia de que não têm o direito de ter filhos porque são pobres”.

Marchas pela vida

Neste sábado, 28 de novembro, várias manifestações contra o projeto de lei do aborto estão programadas em várias cidades da Argentina. Na “Marcha dos Sapatinhos”, por exemplo, os participantes rezarão o terço e colocarão os nascituros sob a proteção de Nossa Senhora.

Os bispos argentinos têm reiterado a importância de proteger a vida desde a concepção. Em 20 de novembro, a Comissão Episcopal para a Vida, os Leigos e a Família emitiu nota denunciando que “pela primeira vez, na Argentina e na democracia, poderia ser aprovada uma lei que inclui a morte de uma pessoa para salvar outra”. Contra isto, os bispos respondem que “somente salvando as duas vidas poderemos todos ser salvos”.

Aleteia

Você conhece a história da Medalha Milagrosa?

Guadium Press

Redação (26/11/2020, 17:00, Gaudium Press) Aconteceu em Paris, na Rua De Lubac, em 1830.
Nossa Senhora apareceu a uma jovem freira –Santa Catarina de Labouré- na capela do convento que pertencia à Congregação fundada por São Vicente de Paulo. Ela já tinha recebido anteriormente alguns sinais de Nossa Senhora.

Nossa Senhora revela a Catarina como deveria ser a Medalha Milagrosa

Santa Catarina descreve como foi a aparição e como Nossa Senhora lhe revelou a Medalha da Imaculada Conceição:
“A Virgem apareceu sobre um globo, pisando uma serpente e segurando nas mãos um globo menor, oferecendo-o à Deus, num gesto de súplica”.

Os raios de luz que saem das mãos de Nossa Senhora

Enquanto A contemplava, Catarina ouviu uma voz que lhe disse:
“Este globo que vês representa o mundo inteiro e especialmente a França, e cada pessoa em particular.
Os raios são o símbolo das Graças que derramo sobre as pessoas que Me as pedem. Os raios mais espessos correspondem às graças que as pessoas se recordam de pedir. Os raios mais delgados correspondem às graças que as pessoas não se lembram de pedir.”

Santa Catarina notou que alguns raios estavam apagados; Nossa Senhora lhe explicou que eram as graças que ela queria distribuir, mas que as pessoas não lhe pediam.

A Virgem apareceu a Santa Catarina e mostrou como seria uma medalha a ser distribuída entre o povo e prometendo graças aos que a usassem. Os milagres foram tantos que os fiéis a chamaram “Medalha Milagrosa”.

“Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”

Nossa Senhora, então, se fez circundar por uma frase escrita em dourado: “Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós”, e mandou que Catarina fizesse cunhar a imagem que ela via em medalha, e prometeu que quem a usassem receberia dela muitas graças:
“Manda cunhar uma Medalha por este modelo; as pessoas que a trouxerem indulgenciada, receberão grandes graças, mormente se a trouxerem ao pescoço; hão de ser abundantes as graças para as pessoas que a trouxerem com confiança. “

As graças e milagres foram tantos que os fiéis passaram a chama-la de Medalha Milagrosa

Depois de algumas resistências de alguns eclesiásticos, foram cunhadas 20 mil medalhas que, então foram distribuídas entre os franceses e que, depois, se espalhou pelo mundo inteiro, derramando graças tão numerosas e extraordinárias que o povo, espontaneamente, passou a chamá-la: “A Medalha Milagrosa”.

Naquela ocasião, uma peste terrível atingiu a França, e milhares de pessoas morreram rapidamente: os que usaram a Medalha não morreram!
A conversão de um judeu chamado Afonso Ratisbona

Um fato que se tornou muito conhecido e famoso foi o da conversão do, ainda jovem, judeu Afonso Ratisbona.
Afonso não era católico, mas era amigo de um francês que lhe deu uma Medalha Milagrosa. Ratisbona, mesmo sem aderir a fé, começou a usar a medalha. Quando chegou o quarto dia que ele a usava, olhando para um quadro de Nossa Senhora, sentiu uma súbita mudança no seu interior.

Nossa Senhora da Medalha Milagrosa havia tocado sua alma, ele tornou-se cristão, pediu o batismo, e alguns meses depois entrou em um seminário.
Afonso tornou-se sacerdote e fundador de uma congregação religiosa.

A Virgem apareceu a Santa Catarina e mostrou como seria uma medalha a ser distribuída entre o povo e prometendo graças aos que a usassem. Os milagres foram tantos que os fiéis a chamaram “Medalha Milagrosa”.

Peçamos as graças que necessitamos e, sobretudo aquelas que Maria nos quer dar e nós não as pedimos…

Ainda hoje Nossa Senhora continua com os braços abertos e com as mãos estendidas de onde saem raios de luz.
É um convite a que recorramos a ela pedindo as graças que necessitamos e, sobretudo aquelas que Maria nos quer dar e nós não as pedimos… (JSG)

https://gaudiumpress.org/

Catolicismo Primitivo (Parte 3/4) – São Clemente Romano

Veritatis Splendor

São Clemente Romano foi o terceiro sucessor de São Pedro e bispo de Roma, tal como afirma Santo Ireneu de Lião em seu tratado “Contra as Heresias”[1] e Eusébio de Cesareia em sua “História Eclesiástica”[2], que também o identificaram com o colaborador de São Paulo mencionado no Novo Testamento (Filipenses 4,3). Pensa-se que conheceu pessoalmente São Pedro e São Paulo. Eusébio fixa o seu pontificado entre os anos 92 a 101. Há algumas tradições pouco dignas de crédito que afirmam que ele foi martirizado[3].

CARTA AOS CORÍNTIOS

Ainda que se lhe atribuam diversos escritos, considera-se autêntica a Carta à comunidade de Corinto, escrita para disciplinar essa comunidade que atravessava uma crise por ter deposto de seus cargos os presbíteros legitimamente constituídos. Referida carta foi considerada canônica por alguns cristãos notáveis, ao ponto de constar no Novo Testamento apresentado por Cirilo, patriarca de Alexandria, ao Rei Carlos I, hoje conservado no Museu Britânico.

Conta com um rico conteúdo apologético em vários temas como: a primazia petrina, a justificação, a sucessão apostólica e a unidade da Igreja.

PRIMAZIA PETRINA

No que diz respeito ao tema do primado de São Pedro, é um documento importantíssimo porque recolhe uma forte evidência implícita de que já no século I, São Clemente, como bispo de Roma e sucessor de São Pedro, possuía uma clara consciência de sua primazia como cabeça visível da Igreja e, portanto, da sua missão de manter a unidade e ortodoxia. Daí que ao escrever à comunidade de Corinto, começa desculpando-se pela demora em abordar o problema e posteriormente emprega um tom de autoridade que seria totalmente impróprio se não tivesse jurisdição sobre uma igreja tão distante.

  • “Por causa das repentinas e sucessivas calamidades e tribulações que sobrevieram sobre nós, cremos, irmãos, ter voltado nossa atenção um pouco tardiamente para os assuntos discutidos entre vós. Nos referimos, caríssimos, à sedição, estranha e alheia aos eleitos de Deus, abominável e sacrílega, que uns tantos sujeitos, pessoas atrevidas e arrogantes, acenderam até tal ponto de insensatez, que vosso nome, venerável, celebradíssimo e digno do amor de todos os homens, veio a ser gravemente ultrajado.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 1,1)
  • “Mas se alguns desobedecerem às advertências que por nosso meio Ele mesmo [=Deus] vos dirigiu, saibam que se tornarão réus de não pequeno pecado e se exporão a grave perigo. Mas nós seremos inocentes deste pecado e pediremos com fervorosa oração e súplica ao Criador de todas as coisas para que conserve íntegro em todo o mundo o número exato de seus eleitos, por meio de seu servo amado Jesus Cristo.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 59,1)

Ao longo da História se repetirá, uma e outra vez, que as diferentes igrejas do orbe apelarão para a autoridade da Sé Apostólica, ao longo dos seus vários e numerosos conflitos.

JUSTIFICAÇÃO E SALVAÇÃO

No tema da justificação pela fé, São Clemente nos deixa outra rica contribuição. Ainda que deixe claro que o homem se justifica pela fé e não pelas obras, esclarece que também é necessário realizar boas obras e cumprir os Mandamentos para se salvar; daí que tenha que esforçar-se perseverando no bem para encontrar-se no número dos salvos:

  • “Vigiai, caríssimos: não seja que vossos benefícios, que são muitos, se convertam para nós em motivo de condenação, caso não se faça em toda concórdia, levando conduta digna Dele, o que é bom e agradável em Sua presença.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 21,1)
  • “Pois bem: o que vamos fazer, irmãos? Vamos ser desidiosos no bem agir e abandonaremos a caridade? Não permita o Senhor que tal coisa ocorra, pelo menos em nós, mas apressemo-nos a levar a cabo toda obra boa com fervor e generosidade de ânimo. Com efeito, o próprio Criador e Dono de todas as coisas se regozija e se compraz em suas obras (…) Já vimos como todos os justos se adornaram com boas obras e o Senhor mesmo, encoberto com elas, se alegrou. Assim, tendo este Modelo, aproximemo-nos intrepidamente da Sua vontade e com toda nossa força façamos obra de justiça.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 33,1-2.7)
  • “Agora, pois, de nossa parte, lutemos por encontrarmo-nos no número dos que O esperam, a fim de ser também partícipes dos dons prometidos. Mas, como conseguir isto, caríssimos? Consegui-lo-emos sob a condição de que nossa mente esteja fielmente afiançada em Deus; sob a condição de que busquemos onde quer que seja o que é agradável e aceito por Ele; sob a condição, finalmente, de que cumpramos plenamente o quanto diz com seus desígnios irreprováveis e sigamos o caminho da verdade, atirando para longe de nós toda injustiça e maldade, avareza, contendas, malícia e erros, fofocas e calúnias, ódio a Deus, soberba e jactância, vanglória e inospitalidade. Porque os que tais coisas realizam são odiosos a Deus; e não só os que as realizam, como também aqueles que as aprovam e consentem.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 35,4-6).
  • “Porque Deus vive e vive o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo, e também a fé e a esperança dos eleitos, só aquele que em espírito de humildade e perseverante modéstia cumprir sem voltar atrás nas justificações e nos mandamentos dados por Deus, só esse será ordenado e eleito no número dos que se salvam por meio de Jesus Cristo, pelo qual se dá a Deus a glória pelos séculos dos séculos. Amém.” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 58,2).

A SUCESSÃO APOSTÓLICA

Nesta Carta, temos também outro testemunho importantíssimo a partir do ponto de vista apologético, porque nos deixou uma definição explícita da doutrina católica da sucessão apostólica, na qual é o próprio Jesus Cristo quem institui os Apóstolos, os quais, obedecendo Sua vontade, instituem os Bispos como seus sucessores no ministério apostólico:

  • “Os Apóstolos nos pregaram o Evangelho da parte do Senhor Jesus Cristo; Jesus Cristo foi enviado de Deus. Em suma, Cristo da parte de Deus e os Apóstolos da parte de Cristo: uma e outra coisa, portanto, sucederam ordenadamente por vontade de Deus. Assim, pois, tendo os Apóstolos recebido os mandatos, e plenamente garantidos pela ressurreição do Senhor Jesus Cristo, e confirmados na fé pela Palavra de Deus, saíram cheios da certeza que lhes infundiu o Espírito Santo, para dar a alegre notícia de que o Reino de Deus estava para chegar. E assim, segundo pregavam por lugares e cidades a Boa Nova, e batizavam os que obedeciam ao desígnio de Deus, iam estabelecendo os que eram primícias deles – depois de prová-los pelo Espírito – como inspetores e ministros dos que haveriam de crer. E isto não era novidade, pois já muito tempo antes se havia escrito acerca de tais inspetores e ministros. A Escritura, com efeito, diz assim em algum lugar: ‘Estabelecerei os inspetores deles em justiça e os seus ministros na fé’ (…) Também nossos Apóstolos tiveram conhecimento, por inspiração de nosso Senhor Jesus Cristo, que haveria contenda sobre este Nome e dignidade do episcopado. Por causa disso, portanto, como tiveram perfeito conhecimento do porvir, estabeleceram os supra mencionados e juntamente impuseram para o futuro a norma de que, morrendo estes, outros homens aprovados lhes sucedessem no ministério. Agora, pois, homens estabelecidos pelos Apóstolos ou, posteriormente, por outros exímios homens com consentimento da Igreja inteira; homens que têm servido irreprovavelmente ao rebanho de Cristo com espírito de humildade, pacífica e desinteressadamente; atestados, ademais, durante muito tempo por todos. Justamente a tais homens, vos dizemos, não cremos que possam ser expulsos de seu ministério. E é assim que cometeremos um pecado nada pequeno se depormos do cargo de Bispo a quem incontestável e religiosamente ofereceu os dons” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 42,1-5; 44,1-4).

DIVISÕES ENTRE CRISTÃOS

Outro elemento importante é a condenação que São Clemente faz às divisões na Igreja e que no Protestantismo fragmentado em milhares de denominações encontra atualmente sua máxima expressão. Insiste que os cismáticos, quando criam divisões, causam escândalos e extraviam almas:

  • “Com que fim desgarramos e despedaçamos os membros de Cristo e nos revoltamos contra nosso próprio corpo, chegando a tal ponto de insensatez que nos esquecemos que somos membros uns dos outros? Lembrai-vos das palavras de Jesus, Senhor nosso. Ele disse, com efeito: ‘Ai daquele homem! Mais lhe valeria não ter nascido do que escandalizar um só de meus eleitos. Melhor seria que lhe colocassem uma pedra de moinho no pescoço e o afundassem no mar do que extraviar um só de meus eleitos’. Vossa cisão extraviou a muitos, desanimou a muitos, fez muitos duvidarem, mergulhou todos nós na tristeza; e, no entanto, vossa sedição é contumaz” (Clemente Romano, Carta aos Coríntios 46,7-9).

Você pode ler uma tradução católica da Primeira carta aos Coríntios nesta url: São Clemente Romano, Primeira carta aos Coríntios

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NOTAS

[1] Santo Ireneu em suas “Adversus Haereses” ou tratado “Contra as Heresias” assinala que “logo depois de ter fundado e edificado a Igreja, os beatos Apóstolos, entregaram o serviço do episcopado a Lino, a este Lino que Paulo recorda em suas providências a Timóteo (2Timóteo 4,21). Anacleto o sucedeu. Depois dele, em terceiro lugar desde os Apóstolos, Clemente herdou o episcopado, o qual viu os beatos Apóstolos e com eles conferiu e teve diante dos olhos a pregação e tradição dos Apóstolos que ainda ressoava; e não somente ele, porque ainda viviam então muitos que dos Apóstolos tinham recebido a doutrina. No tempo deste mesmo Clemente, ocorrendo uma dissensão não pequena entre os irmãos que estavam em Corinto, a Igreja de Roma escreveu a carta de maior autoridade aos Corintos, para congregá-los na paz e reparar sua fé, e para anunciar-lhes a Tradição que pouco tempo antes havia recebido dos Apóstolos” (Santo Ireneu de Lião, Contra as Heresias 3,3).

[2] Eusébio narra que “Paulo também dá testemunho de que Clemente – o qual, por sua vez, foi estabelecido terceiro bispo da igreja de Roma – foi seu colaborador e companheiro de combate” (Eusébio de Cesareia, História Eclesiástica 3,4,9).

[3] Johannes Quasten assinala o seguinte em sua obra “Patrologia”, vol. I, publicada pela Biblioteca de Autores Cristãos: “As Pseudo-Clementinas, que fazem de Clemente membro da família imperial dos Flávios, não são de modo nenhum dignas de fé. Merece ainda menos credibilidade a opinião de Dion Cássio (Hist. Rom. 67,14), segundo o qual Clemente seria nada menos que o próprio cônsul Tito Flávio Clemente, da família imperial, executado no ano 95 ou 96 por professar a fé de Cristo. Tampouco consta historicamente o martírio deste quarto bispo de Roma; o ‘Martyrium S. Clementis’, escrito em grego, é do século IV e apresenta, ademais, um caráter puramente lendário.”

Portal Veritatis Splendor

O Consistório no tempo da pandemia

Consistório 2020  (Vatican Media)

Será uma cerimônia remodelada pela emergência sanitária a que o Papa presidirá neste sábado à tarde. Dos 13 novos cardeais, 2 não poderão chegar a Roma, uma plataforma digital permitirá que os cardeais do Colégio de Cardeais se unam à celebração. A participação na basílica também será restrita.

Gianluca Biccini, Silvonei José – Vatican News

Consistório no tempo da Covid-19: respeitando a tradição, mas também observando o distanciamento e outras medidas necessárias para evitar a difusão do contágio. De acordo com as explicações do Escritório das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice (Ucepo), como todas as celebrações neste período pandêmico, também o rito para a criação de novos cardeais realiza-se no altar da Cátedra da Basílica de São Pedro, e não na Confissão; e, consequentemente, com uma participação muito reduzida dos fiéis: cerca de uma centena de pessoas.

Redução no número de presenças

Assim, o evento que tradicionalmente atrai eclesiásticos e fiéis dos cinco continentes - os novos cardeais com as suas famílias e amigos, e os cardeais já membros do colégio - foi marcado pelo Papa Francisco para as 16 horas deste sábado, 28 de novembro, no início do novo ano litúrgico. A missa do dia seguinte, que o Papa concelebrará com os novos cardeais também na Basílica, às 10 da manhã do primeiro domingo do Advento, também foi confirmada. Ambas as celebrações não tomarão a forma da Capela Papal e terão lugar com um número muito limitado de pessoas: leigos, pessoas consagradas, padres e bispos ligados aos cardeais recém-criados. A este respeito, os bilhetes, emitidos pela Prefeitura da Casa Pontifícia, serão reservados apenas para aqueles que acompanharão os eclesiásticos e, portanto, nenhuma outra pessoa poderá estar presente nos dois eventos.

Máscaras sim, visitas de cortesia não

Além disso, em conformidade com as normas em vigor que visam contrastar a circulação do coronavírus, também no Consistório Ordinário Público para a criação de novos cardeais - o sétimo do pontificado de Bergoglio - haverá a obrigação de usar a máscara; e a única verdadeira novidade litúrgica será a omissão do abraço da paz que os novos cardeais recebem de outros cardeais de criação mais antiga.

Quanto ao resto, a celebração no sábado tem lugar como habitualmente, com a presença também dos párocos e reitores das igrejas titulares confiadas aos novos cardeais: o primeiro deles, neste caso o maltês Mario Grech, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, cumprimenta o Santo Padre. E, sobretudo, os ritos da imposição do barrete, a entrega do anel e a atribuição do título tera lugar regularmente perante o Pontífice, destaca Escritório das celebrações litúrgicas do Sumo Pontífice Ucepo quase respondendo aos rumores e hipóteses fantasiosas que circularam em alguns meios de comunicação social nos últimos dias. É verdade que, em conformidade com as disposições atualmente em vigor, as visitas de cortesia habituais aos novos cardeais não terão lugar. Portanto, o tradicional evento das chamadas "visitas calorosas" ao Vaticano, onde amigos e conhecidos prestam homenagem aos escolhidos em algumas salas do Palácio Apostólico e na Sala Paulina, não será realizado.

Participação à distância

A atual emergência, enfim, terá repercussões na participação, antes de tudo, dos diretamente interessados: dos treze anunciados pelo Papa no Angelus de 25 de outubro passado, onze deverão estar presentes, dado que os dois asiáticos - o filipino José Fuerte Advincula, arcebispo de Capiz, e Cornelius Sim, vigário apostólico de Brunei - já comunicaram que não participarão "por causa da contingente situação sanitária". A este respeito, a Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou que "os cardeais serão igualmente criados no Consistório". Um representante do Santo Padre, em outro momento a ser determinado, irá entregar-lhe o barrete, o anel e a bula com o título". Por outras razões, também ligadas às condições de saúde e à idade avançada, existem pelo menos cinco precedentes recentes de novos cardeais incapazes de receber as insígnias do Papa: Sebastian Koto Khoarai, do Lesoto, em 2016; o colombiano José de Jesús Pimiento Rodríguez, em 2015; os italianos Loris Capovilla, em 2014, e Alberto Bovone, em 1998, e o dominicano francês Yves Congar, em 1994.

Muito mais amplo poderá ser o número de deserções no resto do Colégio dos Cardeais, cujos membros impossibilitados de chegar a Roma poderão unir-se à celebração, participando remotamente da sua sede, através de uma plataforma digital que lhes permitirá coligar-se à Basílica do Vaticano.

Vatican News

S. VIRGÍLIO, BISPO DE SALZBURGO

Icatolica

São Virgílio nasceu no ano 700, na Irlanda, onde abraçou com sua juventude e ardor a vida monástica e sacerdotal. Foi batizado com o nome de Fergal, depois traduzido para o latim como Virgílio. Católico, na juventude voltou-se para a vida religiosa, tornou-se monge e, a seguir, abade do Mosteiro de Aghaboe, na Irlanda, onde adquiriu vasta cultura não só teológica e bíblica, mas também científica, sobretudo em matemática e geografia. Deixou a ilha em peregrinação evangelizadora em 743 e não mais voltou. Por isso, é considerado um dos grandes missionários irlandeses do período medieval.

Pepino, rei dos francos, desejando fundar em seu reino centros culturais e pacificar o seu povo com a fé cristã, convidou Virgílio em 743 para abrir uma escola superior na região da Baviera, junto ao Duque Odilon. Com a morte do bispo de Salzurgo, atual Áustria, Virgílio foi eleito abade da Abadia de São Pedro, do qual dependia o bispado. Nesta qualidade, Virgílio devia governar a diocese embora sem sagração episcopal.

Na época, São Bonifácio, o chamado apóstolo da Alemanha, atuava como representante do papa na região, e caberia a ele essa indicação e não a Odilon. O que o desagradou não foi a escolha de Virgílio, mas o fato de ter sido feita por Odilon. Ambos nutriam entre si uma profunda divergência no campo doutrinal e Virgílio participava do mesmo entendimento de Odilon. Essa situação perdurou até a morte de são Bonifácio, quando, e só então, ele pôde ser consagrado bispo de Salzburgo.

Como pastor e mestre da diocese, Virgílio se destacou por seu zelo, por seu espírito de organização, pelas iniciativas que visavam a educação religiosa do povo e por seu alto saber. Conhecia o grande apóstolo da Alemanha, São Bonifácio, discutindo inclusive com ele questões litúrgicas e doutrinais, chegando ambos a acordo amigável.

Edificou uma catedral majestosa separada do mosteiro de São Pedro, dando origem a uma pacífica distinção entre a abadia dos monges e a diocese. O rei Pepino, ao convidar Virgílio a trabalhar em seu reino, talvez tivesse objetivos políticos, mas o santo soube habilmente corrigi-los, impondo sua ação pastoral e seu ensinamento num plano exclusivamente espiritual e com preocupações unicamente morais.

Virgílio era apelidado de “o Geômetra” em seu tempo. Viveu oito séculos antes de Galileu e Copérnico e já sabia que a Terra era redonda, o que na ocasião e em princípio era uma heresia cristã. Foi para Roma para se justificar com o papa, deixou a ciência de lado e abraçou integralmente o seu apostolado a serviço do Reino de Deus como poucos bispos consagrados o fizeram.

Em 755, um ano após a morte de São Bonifácio, Virgílio foi consagrado bispo de Salzburgo. Continuou evangelizando a Áustria de Norte a Sul, inclusive uma parte do Norte da Hungria. Fundou e restaurou mosteiros e igrejas, com isso construiu o primeiro catálogo e crônica dos mosteiros beneditinos, obra magistral que continuou seus relatórios por cinco séculos, transmitindo preciosas notícias da vida cristã, inclusive, oito mil nomes de personalidades e lugares.

Virgílio faleceu aos 27 de novembro de 784, já octogenário. Foi sepultado na Catedral de Salzburgo por ele construída e que foi destruída pelo fogo 500 anos depois. Contudo, suas relíquias foram salvas e, por ocasião da trasladação, ocorreram vários milagres. O Papa Gregório IX reconheceu oficialmente a santidade do grande bispo Virgílio, em 1233, que recebeu um vasto culto popular, sobretudo na Alemanha.  São Virgílio foi proclamado padroeiro de Salzburgo.

https://catedraldeosasco.com.br/

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

NÃO ÀS ARMAS: Santa Sé pede adesão à Convenção sobre Munições de Fragmentação

Foto: Reuteus
Da redação (Canção Nova), com Vatican News

O Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas em Genebra apela à adesão universal à Convenção sobre Munições de Fragmentação.

Santa Sé reiterou com firme determinação a contribuir para a adesão universal à Convenção sobre Munições de Fragmentação (CCM, na sigla em inglês) e renovou seu apelo a todos os estados fora da Convenção para que considerem unirem-se aos esforços globais para construir juntos um mundo mais seguro. O Tratado foi assinado em 2008 por mais de 100 estados a fim de abordar as consequências humanitárias e os danos inaceitáveis causados a civis por este tipo de munição, por meio de categórica proibição de seu uso.

Arcebispo Ivan Jurkovič, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas / Foto: Reprodução Yotube

Falando à Segunda Conferência de Revisão da Convenção, atualmente realizada em 25-27 de novembro de 2020 em formato virtual, o arcebispo Ivan Jurkovič, Observador Permanente do Vaticano junto à ONU e outras Organizações Internacionais em Genebra, expressou o apreço da Santa Sé pelos esforços feitos à universalização da Convenção, dando suas boas-vindas a São Tomé e Príncipe, Niue e Santa Lúcia como novos estados integrantes do acordo.

Segundo a CCM, as munições de fragmentação são inaceitáveis por duas razões. A primeira: elas têm um efeito abrangente e não têm a capacidade de diferenciar civis e combatentes. Segundo: o uso destas munições deixa para trás um grande número de munições perigosas e não detonadas. Esses resíduos matam e ferem civis, obstruem o desenvolvimento econômico e social e têm outras consequências graves que persistem por anos a fio após seu uso.

Objetivos firmados em 2015 estão longe de serem atingidos

No entanto, o religioso lamentou que a meta de adesão de 130 estados, definida na primeira Conferência de Revisão em Dubrovnik em 2015, ainda esteja longe de ser alcançada e — mais importante — o fato de que “estas munições continuam a ser usadas em alguns conflitos mesmo hoje em dia, inevitavelmente dando origem a novas vítimas. “A universalização não é um componente opcional da convenção. É uma obrigação legal que tem implicações diretas e consequências de longo prazo nas operações e na implementação efetiva da Convenção, em particular no que se refere ao atendimento às vítimas”, afirmou, destacando ainda que “quanto mais investimos na universalização e esforços de desarmamento, menos teremos de gastar em assistência humanitária”.

Em sua declaração, o arcebispo Jurkovič também reiterou a preocupação da Santa Sé acerca da introdução de uma nova terminologia no Plano de Ação proposto que, afirmou, “desviaria a atenção e os esforços das obrigações essenciais da Convenção para questões mais políticas e ideológicas”. Sendo assim, o arcebispo mais uma vez pediu “que qualquer linguagem que possa ter um impacto negativo nos esforços de universalização deve ser evitada”.

Apelo aos estados fora da convenção

Finalmente, o Observador do Vaticano destacou a firme determinação da Santa Sé em contribuir para a adesão universal à Convenção e a determinação em manter seus padrões e renovou o apelo a todos os Estados fora da Convenção para que considerem a adesão: “Devemos isso às muitas vítimas do passado e às vítimas potenciais cujas vidas podemos proteger com a plena implementação da Convenção ”, concluiu.

Portal Canção Nova

Estudante católica presa em Hong Kong após protestos pró-democracia

Presídio. Foto referencial: Pixabay

HONG KONG, 25 nov. 20 / 10:30 am (ACI).- Três ativistas pró-democracia em Hong Kong, incluindo a estudante universitária católica Agnes Chow, declararam-se culpados nesta segunda-feira por sua intervenção em uma “assembleia ilegal” em 2019 diante de uma delegacia de polícia.

Chow, de 23 anos, junto com Joshua Wong, de 24 anos, e Ivan Lam, de 26 anos, se confessaram culpados na segunda-feira. Os três foram presos em agosto de 2019 por um protesto em junho e foram presos novamente este ano.

Inicialmente, esperava-se apenas que Chow se declarasse culpada. O jornal South China Morning Post informou que Lam e Wong decidiram no "último minuto" mudar suas declarações de inocentes para culpados.

Wong disse que espera que suas sentenças na prisão sirvam para chamar a atenção para as ações do governo chinês, que impôs amplas restrições à liberdade de expressão em Hong Kong após a nova Lei de Segurança Nacional que entrou em vigor em julho.

Wong criticou a "contínua repressão aos cidadãos [de Hong Kong]", dizendo que isso significa que os jovens estão indo "dos protestos às prisões para salvaguardar a liberdade" em Hong Kong. "Nem as grades da prisão, nem as proibições eleitorais, nem qualquer outro poder arbitrário nos impedirão de fazer ativismo", disse.

Wong e Chow estão entre os cofundadores de um partido político pró-democracia agora extinto em Hong Kong. O partido deixou de funcionar após a promulgação da Lei de Segurança Nacional.

Esta regra surgiu para impedir as manifestações pró-democracia em Hong Kong. A administração da cidade apoiada por Pequim considerou o movimento pró-democracia uma atividade terrorista, e a nova legislação visa punir crimes como terrorismo e secessão.

Tanto Wong quanto Chow foram acusados "sedição" e impedidos de concorrer separadamente nas eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong.

Chow disse que estava "se sentindo incomodada” sobre a possibilidade de ser enviada à prisão pela primeira vez, e disse que a sentença significava que teria um “futuro incerto”. “Mas espero que vocês não se esqueçam das muitas pessoas que fizeram sacrifícios maiores que os nossos”, afirmou na segunda-feira.

O Cardeal Joseph Zen-ze kiun, Bispo Emérito de Hong Kong, criticou o silêncio do Vaticano sobre a situação dos direitos humanos nesta província e na China.

"Inclusive as pessoas de fora da Igreja dizem 'por que o seu Papa não diz nada sobre o que a China está fazendo?'".

“O Papa tem um poder espiritual e deve usá-lo para encorajar o governo a agir melhor, a mudar suas posições”, disse o Cardeal em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Em outubro, a Santa Sé e a República Popular da China prorrogaram até 22 de outubro de 2022 o Acordo Provisório para a Nomeação de Bispos, aprovado em 22 de setembro de 2018 em Pequim.

A este respeito, o Cardeal considerou que “parece que [o Papa] acreditava que com este compromisso, esta situação, ele poderia obter qualquer coisa, mas os fatos mostram que não conseguiu nada”.

Publicado originalmente em CNA.

ACI Digital

Egito: jovens católicos seguem os caminhos de São Tomás de Aquino

Guadium Press
Os jovens da Família de São Tomás querem dar testemunho da glória de Cristo e não buscam sucesso em si e para si.

Minya – Egito (26/11/2020, 11:15, Gaudium Press) A organização religiosa “Família de São Tomás” nasceu em 2019 da iniciativa de um grupo de jovens que frequentavam a catedral copta católica de Minya, no Egito.

Os jovens egípcios da “Família de São Tomás de Aquino” afirmam que a entidade adotou o nome do “Doutor Angélico” movidos exatamente pelo intuito preciso de manifestar sua devoção ao grande Santo dominicano, referência e expoente teológico no horizonte da Igreja Católica e em todo o mundo.

A Família de São Tomás não busca o sucesso da Igreja Católica em si e para si: querem dar testemunho da glória de Cristo

Os jovens procuram trilhar pelos caminhos de um singular “retorno às fontes”. Eles estão dando seus primeiros passos na pesquisa científica e acadêmica, com o objetivo primordial de conhecer e difundir os ensinamentos e a doutrina da Igreja Católica
Os jovens da Família de São Tomás afirmam que sua intenção “não é buscar o sucesso da Igreja Católica em si e para si, mas dar testemunho da glória de Cristo”.
Dentro deste horizonte, oferecem a todos, como contribuição específica, uma série variada de iniciativas voltadas a promover a redescoberta, o estudo e a difusão da doutrina, da teologia e da espiritualidade católicas em suas características essenciais.

Os jovens da Família de São Tomás querem dar testemunho da glória de Cristo e não buscam sucesso em si e para si.
Guadium Press

Importante reconhecimento pelos méritos de suas iniciativas

A Família de Santo Tomás de Aquino recebeu um importante reconhecimento pelos méritos de suas iniciativas durante a primeira Conferência sobre educação cristã, organizada em meados de novembro pelo Setor de comunicação católica do Egito e pelo Centro cultural franciscano no Convento franciscano localizado no bairro de Mokattam, no Cairo.

Organização, encargos, funções e assistência pastoral da Família de São Tomás

A atividade da “Família” é promovida por um responsável/secretário, assistido por um pequeno conselho de cinco pessoas. Todos os encargos e papéis são exercidos rotativamente pelos membros da Família, que também fazem uso do acompanhamento de um assistente pastoral, papel atualmente exercido pelo padre Saïd Luca.

Nos primeiros anos de atividade foi principalmente o padre Malek Sami, então pároco da Catedral de Minya, quem apoiou a iniciativa.

Primeiros passos na área da pesquisa científica e acadêmica

Os jovens da Família de São Tomás de Aquino estão dando seus primeiros passos no campo da pesquisa científica e acadêmica, com o objetivo de difundir os ensinamentos e a doutrina da Igreja católica através da divulgação de opúsculos – até agora foram publicados 45.

Eles animam conferências e encontros em paróquias de todo o país, encenam apresentações teatrais de textos cristãos e animam verdadeiros “Acampamentos escolares apostólicos” organizados no verão nos vilarejos da província egípcia de Minya.

A pandemia e surgimento do uso de vídeos e a utilização das redes sociais

No último ano, devido à suspensão de muitas iniciativas por causa da pandemia, a “Família” concentrou-se em utilizar as redes sociais para transmitir vídeos curtos com o conteúdo produzido pelo padre franciscano norte americano Frei Casey Cole. (JSG)

(Da Redação Gaudium Press, com informações Fides)

https://gaudiumpress.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF