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quarta-feira, 24 de maio de 2023

Ser madrinha ou padrinho, um compromisso em diálogo com Cristo

Shutterstock | Maurotoro | #image_title

Por Benoist De Sinety

Ser madrinha ou padrinho é um compromisso exigente que só vale a pena se você quiser assumi-lo. "Não é uma questão de ser exemplar", explica Benoist de Sinety, pároco de Saint-Eubert em Mille, "mas de dizer sim, sem medo, a Cristo".

“Evocês, que concordaram em ser padrinhos dessa criança, concordam em ajudar os pais a exercer essa responsabilidade?” Nos quatro cantos do mundo, a pergunta ressoa em cada batismo. “Vocês têm de responder ‘sim’, caso contrário, paramos tudo…” Um dia, quando eu estava falando um pouco levianamente sobre esse diálogo com os interessados, um futuro padrinho olhou para mim e me repreendeu de forma educada, mas firme: ‘Você acha que não podemos responder levianamente?’ De repente, meu senso de humor foi chamado à ordem e eu também!”

Um dom e um compromisso

É claro que essa pergunta não deve ser respondida levianamente, pois ela interpela a liberdade da pessoa a quem é feita e, portanto, provoca um compromisso. Pois, no final das contas, o que é ser padrinho ou madrinha se não um compromisso em resposta a um dom gratuito dado a você? Um dom que geralmente vem de uma amizade ou de um vínculo familiar com os pais do bebê. Uma história comum que nos construiu e que continua nas escolhas de vida de cada um de nós e, portanto, no compartilhamento da boa notícia de um nascimento. Compromisso, porque diante dessa criança, a vida chama e, por sua beleza, dá a cada um o desejo de acreditar que tudo é possível.

“Sim”: nessas três letras há o tremor de uma promessa a ser cumprida, a alegria de ser convidado e a esperança de não estar sozinho demais para cumprir o que essa palavra contém de certezas e também de desilusões. O valor de uma promessa não está tanto na fidelidade com que ela é feita, mas na aceitação de que ela não pode ser cumprida sozinha. Ajudar alguém a descobrir Cristo, a Igreja, a Vida do Evangelho… quem pode razoavelmente esperar ser bem-sucedido? Será que os laços de amizade perdurarão com os pais que chamamos para essa missão? Minha fé resistirá ao envelhecimento do meu ser? É necessário ser exemplar?

Mostrando seu desejo

Não existe cristão sem um relacionamento com Cristo. A vida do Espírito é relacionamento, a Palavra de Deus é relacionamento, os sacramentos são relacionamento. Não há vida cristã que não entre em diálogo com Cristo de alguma forma. Ou não se é cristão: é-se um homem religioso, que teme a Deus e procura cair em suas boas graças ou, pelo menos, não desagradá-lo, o que não é nada, mas também não é tudo.

Não há vida cristã que não entre em diálogo com Cristo de uma forma ou de outra.
Ser padrinho ou madrinha, portanto, é manifestar publicamente o desejo de estabelecer ou continuar um relacionamento com Jesus, de buscá-lo, de querer conhecê-lo melhor, de acolhê-lo. Desejá-lo não significa sempre alcançá-lo de acordo com uma curva progressiva, sem lacunas ou retrocessos. Pois ninguém sabe o que o amanhã nos reserva. Mas todo mundo sabe o que pode fazer hoje, ali, agora, aqui. E se der a si mesmo o tempo e investir a energia para ser o que se comprometeu a viver. Nenhum afilhado precisa de uma figura heroica, basta que seja inspirador. Ou seja, ela precisa fazer com que o observador queira ir mais fundo, descobrir através dela, sair para o mar aberto.

Não tenha medo

Ser um bom cristão não faz muito sentido: quem pode afirmar que o é? Tudo depende do ardor do desejo, da força de vontade. Não porque se baseie apenas na força humana, mas porque, dessa forma, abrimos a possibilidade de a graça fazer seu trabalho em nós e por meio de nós. Além de nossos fracassos e quedas. Não mais do que um “bom cristão”, um “bom padrinho” tem a resposta para tudo. Demonstrar piedade e observância para com o afilhado, mesmo que isso seja muito bom, não é suficiente.

Talvez o segredo de viver essa missão, como de fato qualquer missão a serviço da proclamação do Evangelho, seja não ter medo de se comprometer, não ter medo de ir. Sabendo que cairemos, que falharemos. Mas que Cristo está lá, caminhando em nossos passos e nos levantando, restaurando-nos, confortando-nos e devolvendo-nos a vida sempre que a morte ameaçar. E que viver isso é viver a alegria da crença.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Papa Francisco: recordação e proximidade aos católicos chineses

Fiéis católicos chineses em oração | Vatican News

O Papa Francisco expressou nesta quarta-feira sua recordação e seu sentimento de "proximidade aos irmãos e irmãs" da Igreja chinesa, desejando que "a Boa Nova seja proclamada em sua plenitude, beleza e liberdade". Recordou-se também dos salesianos na Festa de Maria Auxiliadora e da martirizada Ucrânia.

Silvonei José – Vatican News

O Papa Francisco, no final da audiência geral desta quarta-feira (24/05/23), dirigiu seu pensamento à Igreja Católica na China: “Hoje é o Dia Mundial de Oração pela Igreja Católica na China. Coincide com a festa da Bem-Aventurada Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos, venerada e invocada no Santuário de Nossa Senhora de She Shan, em Xangai. Nesta ocasião, desejo assegurar a recordação e expressar a proximidade aos nossos irmãos e irmãs na China, compartilhando suas alegrias e esperanças”.

O Papa também dirigiu um pensamento especial a todos aqueles que sofrem, pastores e fiéis, para que na comunhão e solidariedade da Igreja universal possam experimentar consolo e encorajamento. E fez um convite:

“Convido todos a elevar suas orações a Deus para que a Boa Nova de Cristo crucificado e ressuscitado possa ser proclamada em sua plenitude, beleza e liberdade, produzindo frutos para o bem da Igreja Católica e de toda a sociedade chinesa”.

Papa Francisco na audiência geral | Vatican News

Francisco deu ainda suas boas-vindas aos peregrinos de língua italiana, em particular, saudou as Missionárias da Caridade, o Comitê Organizador de Eventos Especiais de Roma, o Grupo de Oncologia Pediátrica da Policlínica de Bari, a Escola da Divina Providência de Roma. Finalmente, como de costume, dirigiu-se aos jovens, aos doentes, aos idosos e aos recém-casados.

“Hoje é a festa de Nossa Senhora, venerada sob o título de Maria Auxiliadora. Que Maria os ajude, queridos jovens, a fortalecer sua fidelidade a Cristo a cada dia. Que ela obtenha conforto e serenidade para vocês, queridos idosos e queridos doentes. Que ela os incentive, queridos recém-casados, a traduzir o mandamento do amor em suas vidas diárias".

O Santo Padre recordou que o Dia de Maria Auxiliadora é uma vocação mariana tão cara a Dom Bosco: uma saudação – disse - e uma recordação à Família Salesiana, agradecendo por tudo o que fazem pela Igreja.

E ainda sentimos tristeza pela martirizada Ucrânia:

“Eles sofrem tanto lá, não nos esqueçamos deles. Rezemos hoje a Maria Auxiliadora para que ela esteja próxima do povo ucraniano”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Papa Francisco nomeia novo Bispo Auxiliar para Arquidiocese de Brasília

Dom Ricardo Hoepers | arqbrasilia

Na manhã desta quarta-feira (24/05), Papa Francisco nomeou como novo Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília o Secretário-geral da CNBB, Dom Ricardo Hoepers.

Eleito para o ofício na Conferência Episcopal, Dom Ricardo deixa a Diocese de Rio Grande, no Rio Grande de Sul e, como em outras ocasiões, colaborará, também, com a vida pastoral na Arquidiocese de Brasília.

Por conta das exigências da função de Secretário-geral da CNBB, que necessita de tempo integral na sede da instituição, Dom Ricardo Hoepers precisou deixar o pastoreio da Diocese de Rio Grande – RS. Usualmente, o Secretário-Geral da Conferência, se já não é, é nomeado Bispo Auxiliar de alguma Arqui (diocese), tendo o Papa Francisco escolhido a Arquidiocese de Brasília, neste caso, sendo esta cidade, também, local da sede da CNBB.

Esta é a 3ª vez que um Bispo Auxiliar de Brasília atua como Secretário-geral da CNBB. O 1º foi o Cardeal Raymundo Damasceno Assis que já era Bispo Auxiliar de Brasília e exerceu o ofício entre 1995 e 2003. O 2º foi o Cardeal Leonardo Ulrich Steiner, transferido da Prelazia de São Félix do Araguaia, quando da sua eleição, exercendo a função entre 2011 e 2019 na Conferência Episcopal.

Dom Ricardo Hoepers junta-se aos outros três auxiliares que colaboram com o Cardeal Paulo Cezar Costa na ação evangelizadora da Arquidiocese de Brasília, são eles: Dom José Aparecido, Dom Antonio Aparecido e Dom Denilson Geraldo, SAC.

Abaixo, conheça a biografia do novo Bispo Auxiliar:

Biografia

Nascido em 16 de dezembro de 1970, dom Ricardo ingressou no Seminário Arquidiocesano São José, em Curitiba, aos 15 anos. Foi ordenado presbítero em 1999, após ter cursado Filosofia na Universidade Federal do Paraná e Teologia no Studium Theologicum, da Faculdade Claretiana de Teologia, ambas na capital paranaense.

Tem especialização e mestrado em Bioética, respectivamente pela Faculdade São Camilo, de São Paulo (1999), e pela Academia Afonsiana, de Roma (2011). Também tem

mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e doutorado em Teologia Moral pela Academia Afonsiana.  

Acumulou experiências como docente e também diretor de instituição de ensino superior. Na arquidiocese de Curitiba, foi coordenador geral do clero, membro do Conselho Presbiteral e do Colégio de Consultores. No Regional Sul 2 da CNBB, foi assistente eclesiástico da Pastoral da Pessoa com Deficiência. 

Em 2016, foi nomeado bispo de Rio Grande (RS) e recebeu a Ordenação Episcopal pelas mãos do arcebispo de Curitiba (PR), dom José Antonio Peruzzo, no dia 14 de maio daquele ano. Em 2018, dom Ricardo Hoepers representou a CNBB numa audiência pública que debateu a descriminalização do aborto no Supremo Tribunal Federal (STF), o que fez com que fosse eleito em primeiro escrutínio para a presidência da Comissão para a Vida e a Família, na 57ª Assembleia Geral da CNBB, em 2019. No Regional Sul 3 da CNBB, articulou o Observatório Regional de Bioética. 

Dom Ricardo Hoepers faz parte da Equipe de Animação Nacional do Sínodo 2021-2024 e presidiu, no último quadriênio, a Comissão Especial de Bioética, articulando especialistas em iniciativas de formação e de embasamento para posições da Conferência na defesa, promoção e cuidado com a vida humana.

No último dia 25 de abril, durante a 60ª Assembleia Geral da CNBB, foi eleito secretário-geral para o quadriênio 2023-2027.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

terça-feira, 23 de maio de 2023

Kyrios: "Senhor" e Kairós

Ícone de Jesus, Kyrios | Oficina Veni Creator
Kyrios
Kyrios. Do Grego: "Senhor". Título atribuído no Novo Testamento e na teologia da Igreja a Cristo Ressuscitado, Senhor dos vivos e dos mortos.

O sentido inicial de rei messiânico ampliou-se para o aspecto religioso e divino. Como termo assemelha-se com o que era usado no mundo grego-romano. Já na tradição veterotestamentária aplicava-se ao próprio Deus. Todas as vezes, que se lia na Bíblia o "indizível" nome próprio de Deus: "Adonai" - equivalente a "meu Senhor". Por conseguinte também para Cristo é "Senhor" - ou seja, Deus.

À luz de multíplices testemunhos apostólicos, adquirem o seu pleno sentido as palavras pronunciadas por Pedro, no dia do Pentecostes, no seu primeiro discurso à multidão reunida à volta dos Apóstolos: "Deus estabeleceu, como Senhor e Messias, a esse Jesus por vós crucificado" (At 2, 36). Por outras palavras: Jesus de Nazaré, verdadeiro homem, que como tal padeceu a morte na cruz, é não só o Messias esperado, mas também "o Senhor" (Kyrios), e o verdadeiro Deus.

Na forma aramaica, parece ter sido empregado como denominação honorífica de Jesus durante a sua vida terrestre: Mari, Mari (cf. Mc 7, 21). Mais significativo sob o ponto de vista teológico é o emprego litúrgico na frase das antigas comunidades da Palestina: Maran atha (Vinde, Senhor nosso!") provavelmente uma aclamação eucarística a exprimir a fé no caráter divino de Jesus (1Cor 16, 22; cf. Ap 22, 30).

A utilização popular do Salmo 110, 1 para exprimir o efeito da exaltação de Jesus como uma participação na prerrogativa singular do Pai como Senhor universal ("Ele está sentado num trono à direita de Deus"), contribuiu, com toda a probabilidade, para a evolução de "Senhor" como um título divino para Cristo exaltado na glória.

 Fonte: Dicionário Enciclopédico das Religiões - (Volume II, pág. 1535 - Ed Vozes)

Kairós

Kairós: O tempo da graça de Deus | arquimoc

Kairós

Tempo ou ocasião de graças que Deus oferece ao homem.

Para os cristãos o kairós relaciona-se com a vinda histórica de Cristo e com o Dia do Senhor da sua segunda vinda. Equivale à hora da graça e da provação, encerrada na sua origem no passado e na sua direção para o futuro.

No presente, inscreve-se todo o passado como destino, A herança biológica, cultural e éticorreligiosa representa a trama já tecida e ainda por tecer que solicita "agora" a liberdade humana. A história deve entender-se à parte do "kairós", referido ao começo e ao fim.

Fonte: Dicionário Enciclopédico das Religiões - (Volume II, pág. 1490 - Ed Vozes)

Fé ou razão: precisamos escolher só uma?

Shutterstock

Por Joseph Pearce

Quando comecei a me interessar pela realidade num nível mais profundo, comecei a questionar se o racionalismo é mesmo racional.

Quando era jovem, imerso no espírito laico da época, pensei que precisava escolher entre a razão ou a religião. Não seria possível escolher as duas, porque uma contradiz a outra, pensava eu. Poderíamos ter os confortos da religião, mas para isso era preciso abandonar a razão; ou poderíamos aceitar as exigências da razão, mas elas excluiriam a crença em qualquer religião. Ou seja: aceitar a “mentira aconchegante” ou abraçar a “dura realidade”. Essa era a escolha que eu achava que todos precisávamos fazer.

Quando fiquei mais velho e comecei a me interessar pela realidade num nível mais profundo, comecei a questionar se o racionalismo é mesmo racional. Pareceu-me que ninguém poderia saber que Deus não existe. Pareceu-me que os ateus aceitam o seu ateísmo como uma questão de fé, não de razão. A maioria deles não queria que Deus existisse – e então escolheu negar a Sua existência. Acontece que isso não é racional.

Então comecei a me perguntar como poderíamos explicar a existência das coisas que sabemos que existem. Como surgiram as árvores? Ou, mais radicalmente, como veio a existir qualquer coisa que existe? Como é que o nada se tornou algo? Até uma partícula de poeira já era alguma coisa. Mas de onde ela surgiu?

E então me pareceu que os esforços dos ateus para responder a essas perguntas são totalmente inadequados. Não são respostas, mas apenas esforços para explicar as perguntas. Eles não fizeram a pergunta de Pilatos, “quid est veritas?” (o que é a verdade?), do ponto de vista de uma pergunta que precisa ser respondida, mas do ponto de vista de uma pergunta irrespondível e, portanto, que nem valia a pena formular.

Tropeçando nas obras de G.K. Chesterton e depois C.S. Lewis, descobri dois escritores que mostraram que a razão aponta para a fé. Eles não estavam apenas sendo lógicos no seu raciocínio: estavam sendo lógicos na sua discussão do teológico. Chesterton e Lewis me levaram mais a fundo, ou mais e mais, como diria Lewis. Eles me levaram aos grandes filósofos, como Platão, Aristóteles, Agostinho e Tomás de Aquino. As suas mentes estão entre as maiores de toda a história – e todas elas acreditavam em Deus!

Percebi que precisamos escolher, sim, mas que a escolha não precisa ser “ou fé, ou razão”: é possível também escolher “fé e razão”, indissoluvelmente unidas e inseparáveis.

Agora estou comprometido com esta realidade. E é por isso que, aos 28 anos, fui recebido na Igreja Católica.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

57º Dia Mundial das Comunicações Sociais

57º Dia Mundial das Comunicações | CRB Nacional

57º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Cardeal Orani João Tempesta
Arcebispo do Rio de Janeiro (RJ)

Falar com o Coração – “Testemunhando a verdade e o amor” (Ef 4,15)

Nesse ano de 2023, celebramos o 57º Dia Mundial das Comunicações Sociais. Essa data ocorre dentro da celebração do 7º Domingo da Páscoa, no qual celebramos, no Brasil, a Solenidade da Ascensão do Senhor. Na Solenidade da Ascensão do Senhor, Jesus sobe em definitivo para o Pai e promete enviar o Espírito Santo, o Paráclito, que caminha a frente dos discípulos na missão e no início da Igreja Primitiva.

Ao enviar os discípulos para a missão, eles se tornam comunicadores da boa nova e anunciam a esperança na vida nova que vem de Deus. Nos dias de hoje, Ele envia cada um de nós também para sermos anunciadores e construtores de Reino de Deus. Nos tempos de hoje, podemos usar diversos meios para comunicar o Evangelho, seja por meio da internet, rádio, TV e mensagens via celular.

Instituído pelo Papa Paulo VI, em 1967, a pedido do decreto sobre comunicação do Concílio Vaticano II, o Inter Mirifica, o Dia Mundial das Comunicações Sociais é comemorado pela Igreja Católica em todo o mundo – em 2023, será celebrado no dia 21 de maio. Este tema é particularmente relevante nos dias de hoje, em que a comunicação muitas vezes é utilizada de forma distorcida ou mal-intencionada, levando a conflitos, polarização e desconfiança.

Os meios de comunicação estão ao nosso serviço e cabe a nós saber usar, com prudência e sabedoria. Ao invés de usar as redes sociais para falar mal dos outros ou para viés político-partidário, temos que usar nossas redes sociais para anunciar o Evangelho e ajudar na conversão de outras pessoas. Podemos usar as nossas redes sociais falando sobre o Evangelho, rezando o terço, ensinando as pessoas sobre como viver bem a fé.

O Papa Francisco, como em todos os anos, preparou uma mensagem para esse 57° Dia Mundial das Comunicações Sociais, cujo tema é divulgado na festa dos arcanjos em setembro e o texto é publicado no dia 24 de janeiro, dia de São Francisco de Sales. O tema para a mensagem desse ano é: Falar com o Coração – “Testemunhando a verdade e o amor” (Ef 4,15). Com esse tema, o Papa Francisco quer nos dizer que devemos usar os nossos meios de comunicação para testemunhar a nossa fé. Falar para as pessoas sobre a alegria de viver a vida de fé. Esse testemunho deve vir do coração, pois é do coração que brotam as verdadeiras alegrias.

Para falar com o coração, é preciso ter um compromisso com a verdade. A verdade não é apenas um conjunto de fatos objetivos, mas também uma atitude de honestidade e transparência nas relações interpessoais e na comunicação pública. A verdade exige a busca pela informação completa e precisa, a verificação das fontes e a disposição para corrigir os erros quando eles ocorrem. A verdade também requer a capacidade de ouvir e respeitar os pontos de vista diferentes dos nossos.

Temos os meios de comunicação social e a pastoral da comunicação que devem estar em sintonia nessa missão. Esses canais de comunicação estão a serviço da evangelização e têm o intuito de ajudar as pessoas a amadurecerem a fé. Eles ajudam a levar o anúncio do Evangelho onde as pessoas não conseguem ir. Cada um de nós pode ser divulgador dos meios de comunicação de nossa Arquidiocese, sobretudo, da Rádio Catedral.

Celebrar o Dia Mundial das Comunicações Sociais é antes de tudo agradecer a Deus os meios de comunicação que temos, e que por meio deles muitas pessoas abraçaram a fé. Agradecer, sobretudo, que Palavra de Deus chega às pessoas enfermas, acamadas, idosas e aquelas que não podem ir à Igreja. Esses meios de comunicação falam com o coração e testemunham a verdade e o amor de Cristo a todos.

Aqueles que fazem parte desses meios de comunicação têm uma grande missão, não são apenas apresentadores, jornalistas, roteiristas, editores, enfim, eles têm a grande missão de serem anunciadores de Jesus Cristo nos dias de hoje. Além do trabalho diário que exercem e do salário que recebem para isso, recebem uma grande retribuição de Jesus Cristo. Inclusive, na missa do 7º Domingo da Páscoa, quando celebramos a Ascensão do Senhor, que é o 57° Dia Mundial das Comunicações Sociais, todos aqueles que trabalham com a comunicação na Arquidiocese são convidados a irem à missa, para renovarem o compromisso de anunciarem a verdade em suas publicações.

O Papa Francisco diz em sua mensagem preparada para esse ano que o comunicador deve anunciar a Palavra cordialmente, do mesmo modo que Jesus fazia. O comunicador não deve impor nada e nem falar impondo que a outra pessoa se converta, mas deve ser compassivo e anunciar com autoridade, ou seja, viver aquilo que está anunciando. Aos discípulos de Emaús, Jesus anuncia a Palavra com o coração e o coração deles se abriu para a Palavra anunciada. Do mesmo modo, o comunicador deve seguir o exemplo de Jesus e levar de maneira leve até as pessoas a Palavra de Deus.

Os discípulos de Emaús, ao ouvirem a Palavra de Deus transmitida por Jesus, sentiram um ardor no coração e o reconheceram ao partir o pão. Que ao ouvir a Palavra de Deus em cada celebração Eucarística o nosso coração também possa arder e possamos sempre o reconhecer ao partir o pão para nós. Que aqueles aos quais anunciarmos a Palavra possam sentir o coração ardendo e reconhecer Jesus como o Senhor de suas vidas. Por isso, temos que falar aquilo que ouvimos e acreditamos e anunciar com alegria a Palavra de Deus para aqueles que não creem.

O trabalho do comunicador deve ser feito com amor e não por obrigação, a comunicação tem que transmitir a alegria e não tristeza e nem nervosismo. O comunicador tem que ter a alegria de ser enviado por Jesus Cristo. Em um mundo cheio de notícias ruins, com guerras, violência e tantas outras coisas, o comunicador católico deve transmitir boas notícias e que motivem as pessoas.

Além disso, o falar com o coração exige amor e compaixão. A comunicação não pode ser apenas um meio para transmitir informações ou persuadir as pessoas a concordar conosco. Ela deve ser uma expressão do nosso cuidado e respeito pelos outros, especialmente, pelos mais vulneráveis e marginalizados. O amor nos leva a buscar a reconciliação, a construir pontes e a promover o diálogo, em vez de alimentar a polarização e o conflito.

Como bem sabemos, estamos vivendo na Igreja o “Sínodo”, a palavra sínodo significa caminhar juntos. Todo o povo de Deus é chamado a caminhar junto com a igreja nesse processo sinodal, colaborando com sugestões no processo de evangelização, inclusive, propondo novas formas de comunicação. Que por meio desse sínodo que estamos vivendo, possa surgir uma nova comunicação, sobretudo, a comunicação que alcance os mais pobres e infelizes e ilumine o caminho dos irmãos e irmãs. Que a comunicação nos dias de hoje seja profética.

Como pessoas, ainda, podemos nos perguntar se estamos realmente comprometidos com a verdade e o amor em nossas interações pessoais e online. Como sociedade, podemos nos perguntar como podemos promover uma cultura de comunicação que valorize a honestidade, a empatia e a solidariedade.

No Dia Mundial das Comunicações Sociais, somos convidados a nos comprometer com uma comunicação baseada na verdade e no amor. Devemos buscar a verdade com humildade e respeito, e comunicá-la com empatia e compaixão. A comunicação autêntica é uma ferramenta poderosa

para construir pontes entre as pessoas e promover a justiça e a paz em nossa sociedade.

Que a Igreja no geral possa se abrir à voz do Espírito Santo e deixa-Lo falar e direcionar os próximos passos. Quem em nossa comunicação possamos anunciar em primeiro lugar a verdade que vem do evangelho. Que todos os comunicadores sejam gratos à missão que receberam.

São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, rogai por nós!

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Equador: o frade que salva as florestas

Frei Giovanni Onore | Vatican News

Se uma parte da Amazônia ainda está intacta de árvores e biodiversidade, o crédito vai para Giovanni Onore que 26 anos atrás criou a Fundação Otonga com o objetivo de preservar o pulmão verde do mundo e todas as "almas" que ele contém, incluindo os filhos dos indígenas que recebem bolsas com projetos educacionais.

Cecilia Seppia – Vatican News

“Um dia acordei e estava completamente cego de um olho. No começo eu me assustei, chamei o médico, ele me receitou alguns exames e descobri que estava com uma trombose do nervo óptico. Um coágulo de sangue num local inoperável, nada a fazer. Foi difícil, não vou negar, depois aprendi a olhar o mundo de outra forma e me pareceu ainda mais bonito. Sabem por quê? Porque eu tinha que me esforçar mais para buscar a beleza, sem dar por certa". Giovanni Onore, 82 anos, frade marianista de Costigliole d'Asti, formado em Ciências Agrárias pela Universidade de Turim, vive e trabalha há quarenta anos no Equador, onde em 1997 criou a Fundação Otonga com o objetivo de defender a floresta localizada nas encostas ocidentais da cadeia andina da destruição, desmatamento e, entretanto, preservar o grande patrimônio da biodiversidade vegetal e animal presente, também dando instrução às crianças locais. Frei Giovanni, o professor como o chamam em Quito, não é mais um garoto, mas realmente não lhe falta o desejo de fazer as coisas e a paixão pelo que se tornou a sua razão de viver.

Frei Giovanni Onore, trabalhando na Fundação Otonga em Quito, Equador | Vatican News

Gênese de um sonho

“A história de Otonga é como uma história de Natal. Naqueles anos trabalhei como professor na Pontifícia Universidade Católica do Equador, em Quito, na cadeira de Zoologia de invertebrados. Um dia recebi a visita de um biólogo italiano. Ele queria conhecer a floresta e eu o acompanhei. Enquanto contemplamos a beleza do local, ouvimos ao fundo o barulho perturbador de uma serra elétrica, evidentemente alguém estava derrubando as árvores. Ele ficou muito chateado, então expliquei a ele que ali viviam pessoas pobres e provavelmente no lugar das árvores teria nascido uma pequena criação de vacas. Mas o meu amigo parecia realmente aflito; ele me perguntou como aquele tesouro poderia ser preservado e impedido de ser destruído. Eu simplesmente respondi: 'Você compra e assim estará protegido para sempre'. Não pensei nas consequências! Nosso hóspede sonhador voltou para casa e me enviou a primeira remessa, em liras antigas, para efetuar a compra. Então transformei a soma em tantos hectares. Depois, veio mais uma doação para comprar mais floresta, com o único objetivo de protegê-la. Ao primeiro doador se uniram também algumas empresas, dirigidas por industriais de visão. Ganhei até um prêmio literário: o prêmio Gambrinus. Não é que eu seja escritor, mas aconteceu que o conhecido montanhista Reinhold Messner por um motivo que desconheço não veio buscar o prêmio e ele foi doado ao projeto Otonga para a preservação das florestas. Confesso que me deixei levar pelo seu entusiasmo e nem de longe imaginava as dores de cabeça desta empreitada: advogados, notários, escrivães, agrimensores... Tantos problemas que enfrentei com serenidade e perseverança. Os problemas continuam lá, desde a burocracia até o carpinteiro que rouba uma árvore da floresta de Otonga à noite, mas todos os dias agradeço a Deus pela força que me dá e por como consegue abrir o caminho! Resumindo, foi assim: comecei a comprar florestas para realizar os sonhos de outros, depois me apaixonei por aquele sonho que se tornou meu”.

A sede da Fundação Otonga | Vatican News

Projetos educacionais e adoções à distância

Em lugares como este, dilacerados pela pobreza, corrupção e crises de vários tipos, diz o frei Giovanni, não se pode salvar uma árvore e transcurar uma criança pobre que não tem meios e possibilidades para estudar. Aqui, então, está uma nova ideia: dar-lhes bolsas de estudo para envolvê-las em projetos de conservação da natureza. “Graças à educação, essas crianças - explica frei Giovanni - terão uma alternativa de trabalho e, em vez de serem lenhadores, me ajudarão a conservar as florestas e a biodiversidade. A Fundação Otonga montou um projeto de adoção à distância que ajuda centenas de crianças em seus estudos. Os resultados são surpreendentes: um deles, Mário Tapia, tornou-se escultor e chegou a fazer uma estátua de mármore de uma santa equatoriana, Santa Mariana de Jesus Paredes y Flores, colocada em um dos nichos que cercam a Basílica de São Pedro: Mário era um menino da floresta, eu o vi um dia com meus próprios olhos esculpindo um lindo passarinho em um pedaço de madeira. Então o enviei para estudar em Carrara e hoje ele é um grande artista, mas haveria muitos outros para mencionar. A nossa vocação como frades marianistas é a educação e, portanto, esta componente não poderia faltar no projeto Otonga. Temos o compromisso de fornecer todo o necessário para ir à escola: mochila, livros, lápis, cadernos, uniformes. Também temos nossa própria escola em Quito, dirigida por freiras franciscanas: é uma escola de excelência e garante o acesso direto à universidade para as crianças que a frequentam”. Frei Giovanni fica sempre maravilhado com os frutos de bondade que esta fundação é capaz de produzir e com o fato de nunca ter que pedir nada a ninguém, porque a providência sempre chega até ele de alguma forma. "Quando vou falar deste projeto nas igrejas, paróquias, universidades ou mesmo em associações leigas há sempre alguém que me pergunta: 'Como posso te ajudar?' E multiplicam-se as pessoas de boa vontade que adotam à distância estas crianças pagando seus estudos e assim garantindo um futuro”.

Um dos pilares da Fundação Otonga é a educação das gerações mais jovens | Vatican News

O patrimônio a defender: a biodiversidade

A Reserva Otonga existe, portanto, não em virtude de atos legislativos de proteção, mas graças à compra progressiva de terrenos florestais pela Fundação Otonga, reconhecida por um acordo ministerial equatoriano. O objetivo principal do projeto é arrecadar fundos para novas aquisições territoriais e, assim, proteger áreas cada vez maiores de floresta. Outro aspecto decisivo é o envolvimento das populações locais que são educadas para uma gestão consciente do território. A floresta de Otonga no Equador é muito rica em nascentes de água e contém um dos mais importantes patrimônios de flora e fauna da Terra. Atualmente, estão registradas mais de cinquenta espécies de mamíferos, dentre elas a pacarana ou guanta (Dynomis marchickii), espécie declarada em perigo de extinção devido ao desmatamento e à caça. Existem também treze espécies diferentes de morcegos, o urso de óculos (Tremarctos ornatus), o gato das palhas (Oncifelis colocolo), o pequeno tigre (Felis tigrina), o puma ou leão americano. Mais de 200 espécies de aves vivem na reserva. Existem inúmeras espécies pertencentes à fauna menor como anfíbios, répteis, insetos. Alguns dos maiores insetos do mundo são encontrados aqui, como os famosos Dynastes hercules e Dynastes neptunus. Espécies novas para a ciência são frequentemente encontradas, como o espetacular louva-a-deus (Calopteromantis otongica). “Eu mesmo - diz Giovanni Onore - descobri cerca de 200 bichinhos que hoje levam meu nome. Existem milhões de espécies neste canto de paraíso: tudo é necessário, não há um animal nocivo”. Além da estação científica, que facilita o estudo da fauna e flora de Otonga no local, também foi criado um grande viveiro com 20 mil plantas nativas utilizadas para reflorestar algumas áreas dentro e nas bordas da Reserva. Com a ajuda de alguns jovens da região, são plantadas cerca de 35 mil mudas retiradas de canteiros e viveiros. Com as últimas aquisições, a floresta ultrapassa em muito os mil hectares.

Esta porção da Amazônia abriga milhões de espécies vivas, até mesmo raras | Vatican News

“Temos que nos apressar – disse frei Giovanni – ou acabaremos destruindo tudo isso e apagando essa incrível variedade de espécies que existe não só nesta porção de Paraíso. Trata-se de garantir a sobrevivência da própria humanidade. O mundo está se tornando consciente das mudanças climáticas que são aceleradas pelas atividades humanas. No Equador, as grandes geleiras que cobrem os picos dos Andes estão recuando e os fenômenos climáticos se acentuando: as áreas mais secas estão se desertificando rapidamente e as áreas chuvosas estão inundando cada vez mais. Costas oceânicas anteriormente protegidas por densas florestas de mangue foram desmatadas para dar lugar a fazendas de criação de camarão para exportação. A elevação do nível do mar e ondas estão erodindo praias com uma enorme perda de biodiversidade. Como entomologista, utilizo os insetos como termômetros para medir o grau de aquecimento dos ambientes em que vivem. Durante minhas pesquisas nos Andes, descobri que alguns deles viviam entre 2.000 e 2.300 metros de altura; agora eles se moveram para 2800 metros e depois irão ainda mais alto, mas num momento, se continuarem subindo até o topo das montanhas, serão extintos. Recentemente encontrei a dois mil metros na floresta de Otonga, a rã marinha Rhinella que vivia abaixo dos mil metros!”.

A variedade de plantas desta Floresta é inimaginável | Vatican News

O chamado constante da Laudato si'

“Como missionário estou 'orgulhoso' do Papa Francisco que, através da Encíclica Laudato sì, exortou todos, cristãos e não cristãos, a se comprometerem a salvaguardar a Terra, o pequeno paraíso terrestre que Deus nos deu para viver e para criar nossos filhos. O Papa é um grande conhecedor dos problemas da Amazônia porque em suas atividades pastorais entrou em contato com os pobres e as grandes empresas que se apoderaram das terras dos camponeses. A fundação também está recebendo recursos da Igreja e nós, religiosos ou mesmo muitos leigos, prestamos nossas mãos a este grande desafio: salvar o planeta, com qualquer meio e a todo custo. Os ideais do Santo Padre, suas advertências, seus apelos são para mim uma constante fonte de inspiração. Entre outras coisas, somos ambos originários de Asti, vivemos e absorvemos as realidades sul-americanas e há uma grande coisa que temos em comum: o Evangelho! Há tanto Evangelho na encíclica, talvez não o percebamos. No meu campo que é a biologia, a zoologia, mas também como missionário, da proximidade com as pessoas, sinto o dever de pôr em prática o que ele nos pede neste texto. O risco que corremos é destruir o planeta, é uma espécie de guerra atômica contra a Criação que o homem trava todos os dias com a poluição, o desmatamento das florestas, a emissão massiva de CO2. Portanto, independentemente de religiões, do próprio credo, de cada pertença, devemos nos unir para salvar a Terra”.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

segunda-feira, 22 de maio de 2023

ABERTURA OFICIAL DA SEMANA LAUDATO SI’

Campanha Laudato si' / CNBB

ABERTURA OFICIAL DA SEMANA LAUDATO SI’ ACONTECE NA SEDE DA CNBB NA SEGUNDA-FEIRA, 22, ÀS 10H

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de suas Comissões Episcopais Especiais para a Amazônia e para a Ecologia Integral e Mineração, o Movimento Laudato Si’ e a Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), promovem na segunda-feira (22), a abertura oficial da Semana Laudato Si’. A solenidade será realizada às 10h, no auditório Dom Helder Câmara, na sede da CNBB, em Brasília (DF). O lançamento poderá ser acompanhado, ao vivo, nas redes sociais da CNBB (Youtube, Facebook e Twitter) e dos parceiros.

A cerimônia contará com a presença do novo secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, do secretário da Comissão de Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Vicente Ferreira, da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, do gerente para Ibero-América do Movimento Laudato Si’, Igor Bastos, e da secretária executiva da REPAM-Brasil, Irmã Maria Irene Lopes. O cacique Dadá Borari, do povo Indígena Maró, no Estado do Pará, e um dos protagonistas do filme “A Carta”, inspirado na Encíclica Laudato Si’, também participa do evento.

Programação

CNBB

Começa no domingo (21) e segue até 28 de maio as atividades da Semana Laudato Si’. Com o tema “Esperança para a Terra. Esperança para a humanidade”, o evento marca o oitavo aniversário da encíclica do Papa Francisco sobre o cuidado da criação.

A programação conta com uma série de atividades em nível nacional, regional e local, além de promover em todas as regiões do Brasil um circuito de exibições do filme ‘A Carta: uma mensagem pela nossa Terra’, inspirado na Laudato Si’. Encontros com lideranças religiosas, políticas e de movimentos sociais, audiência pública, oficinas para juventude e um ato inter-religioso estão entre as atividades propostas.

A ação faz parte da Campanha Laudato Si’, lançada em março, para difundir o documentário “A Carta” como uma estratégia para a sensibilização e a mobilização do universo religioso para as questões intrínsecas à Encíclica Laudato Si’, que chama atenção para o cuidado da Casa Comum.

O filme resgata vozes dos poetas sociais, como os chama o Papa Francisco, em um diálogo sobre suas percepções a respeito das condições climáticas e socioambientais. Os protagonistas estabelecem um verdadeiro encontro entre si e com o Papa. No diálogo entre os interlocutores abre-se a oportunidade de resgatar a reflexão sobre a Ecologia Integral e o Cuidado com a nossa Casa Comum.

Confira a programação da Semana Laudato Si’ (aqui)

SERVIÇO:
Evento: Solenidade de Abertura da Semana Laudato Si’
Data: 22 de maio de 2023
Horário: 10h (horário de Brasília)
Local: CNBB, auditório Dom Helder Câmara – St. de Embaixadas Sul, QD 801 Conjunto B – Asa Sul, Brasília-DF.
Contatos: Ana Caroline Lira (61) 98595-5278/Letícia Florêncio – (86) 99938-6713

Fonte: https://www.cnbb.org.br/

Ansiedade: a cruz que não nos leva ao Pai

Mujer en oración / Shutterstock/Kmpzzz

Por Julia A. Borges

Viver baseado nas preocupações futuras é fator preponderante para o desvio da atenção à cruz real que é sua e que agora se faz necessário carregar.

Viver é uma batalha constante, e ainda que haja momentos de refrigério, as lutas enfrentadas fazem parte do cotidiano de qualquer ser humano. Esse é um fato incontestável e que não há muito o que fazer com relação a isso. Entretanto, é necessário ter em mente que se deve ter muito cuidado em carregar cruzes que não levam o seu nome, porque, ao invés de haver um crescimento pessoal, essa condução pode levar a distrações que, em muitos casos, desviam do foco principal.

As cruzes fazem parte da jornada da vida, e tê-las é sinônimo de auxílio para se chegar ao céu. É através dos obstáculos que o ser humano vai, ao longo da estrada, adquirindo as armas necessárias para o combate que está a enfrentar; e assim, munido de sabedoria, fortaleza, ciência, piedade, temor a Deus e inteligência, será possível confiar na vitória. Todavia, há contratempos que desviam o indivíduo desse galgar frutífero, dentre eles a ansiedade, tão comum nos tempos atuais.

Confiança

Jesus, em muitas passagens bíblicas, evidencia a importância da confiança no Pai e no fato de não deixar o medo ser seu guia. E se há algo que impede a crença total em Deus é justamente a ansiedade, que leva o homem a carregar cruzes imaginárias e todas ao mesmo tempo.

Na oração do Pai Nosso, pedimos “o pão nosso de cada dia”, o cristão suplica, portanto, a graça necessária para cumprir hoje a vontade reservada por Deus, porque a benção que é colocada em cada um se reserva ao presente e não às cruzes que ainda virão. Mas às vezes o cristão se esquece desse ensinamento e se deixa tomar pela paixão que o impede de confiar, e não vive no verdadeiro abandono à Divina Providência.

Preocupações

Viver baseado nas preocupações futuras é fator preponderante para o desvio da atenção à cruz real que é sua e que agora se faz necessário carregar. Os pesos futuros pelos tormentos de possibilidades que nem sequer são concretas tornam o percurso um processo de total extermínio e nunca de um verdadeiro crescimento. O murmúrios da mente que se fixam no “e se…” geram uma autotortura que cegam e dificultam as tomadas de decisão. Não se trata, entretanto, de um verdadeiro ode à imprudência. Pelo contrário, trata-se de não desviar a atenção e deixar de lado o que genuinamente é de sua competência realizar.

Vale acrescentar que se existe uma verdade antropológica é esta: a consciência humana acerca do presente, passado e futuro. Portanto, o dom do reconhecimento do hoje é essencial para que saibamos perceber que a graça nos visita sempre e que se assim foi no passado, assim será no futuro; por conseguinte, é através da benção de hoje, e não do ontem ou de amanhã, que haveremos de tirar a força necessária para carregar a nossa cruz.

Santa Teresinha do Menino Jesus compôs uma poesia a esse respeito: Je n’ai rien qu’aujourd’hui!, “Eu só tenho o dia de hoje”. “Eu não dou conta de pensar no futuro sombrio. Para viver e cumprir meu dever, eu só tenho o dia de hoje, eu só tenho o agora”. Que possamos entender a importância de estar e viver o presente que Deus nos dá diariamente.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Semeraro: Santa Rita "formada no amor", modelo de alegria para todos

Santuário de Santa Rita de Cássia / Vatican News

A homilia do Cardeal Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos na solene cerimônia pontifícia da festa litúrgica da Santa de Cássia: "Ela difundiu a paz que amava e perseguia como o bem supremo, o amor fraterno e sincero, a confiança em Deus".

Vatican News

Uma mulher, uma santa, marcada pelo sofrimento, mas ainda hoje, depois de séculos, um modelo de alegria para todos os fiéis. É assim que o Cardeal Marcello Semeraro, Prefeito do Dicastério para as Causas dos Santos, recorda Rita de Cássia, uma santa "universalmente conhecida, amada e invocada", cuja memória litúrgica a Igreja celebra neste 22 de maio. O Cardeal presidiu o solene serviço pontifício no Santuário, seguido da Súplica e da Bênção das Rosas.

Palavras doces como mel

No início de sua homilia, o Cardeal revelou que havia se preparado para a celebração tirando do Arquivo do Dicastério o volume da Positio super virtutibus impresso em 1897 para a canonização de Santa Rita, que resume sua história, começando com a referência às abelhas, presente desde o início na tradição do Rito. "As abelhas, virando-as sobre sua boca, predizem que suas palavras seriam doces como o mel." Logo em seguida, o hino recorda como ela entrou, exemplarmente, nos diferentes estados da vida cristã: conjugal, viuvez e vida consagrada. Depois, há a lembrança do milagre da estigmatização: "O Crucificado respondeu à sua oração, dando-lhe um dos espinhos de sua coroa", lembra Semeraro. Rita, disse uma testemunha, "concebeu um desejo real de fazer parte daquelas dores que Jesus quis sofrer por amor a nós...".

As palavras de João Paulo II

O Cardeal recorda, então, o que João Paulo II escreveu por ocasião do 6º centenário do nascimento da Santa: "O sinal do espinho, além do sofrimento físico que lhe causava, era em Santa Rita como o selo de seus sofrimentos interiores; mais ainda, porém, era a prova de sua participação direta na Paixão de Cristo", afirmou o Pontífice polonês. E ainda: "Os estigmas que brilham em sua fronte são a autenticação de sua maturidade cristã. Na cruz com Jesus, ela de certa forma se graduou naquele amor que já conhecia e expressava de forma heroica dentro dos muros de sua casa e em sua participação nos eventos de sua cidade", como disse aos devotos de Santa Rita recebidos em maio de 2000.

Sofrer por amor

"Graduada no amor!", uma imagem realmente eficaz: "O Senhor deu a Santa Rita a graça de levar em seu coração e em sua fronte os sinais do amor e da paixão de Cristo", diz Semeraro. Em seguida, cita um livro do padre Agostino Trapè, no qual o agostiniano escreveu que a estigmatização "foi o ápice da vida mística de Santa Rita e sua contemplação nos introduz no aspecto mais sublime e, ao mesmo tempo, mais difícil de sua mensagem, o do sofrimento: o sofrimento pedido e obtido por 'compaixão'". Essas palavras são confirmadas pelo depoimento de uma testemunha no processo de canonização, que disse que Santa Rita "extraía sua caridade para com o próximo do coração de Jesus, a quem ela queria se assemelhar em tudo". Enquanto outro testemunho dizia: "O amor de Deus de nossa Beata não era ocioso, mas operativo e modelado pela caridade de Jesus Cristo".

Um testemunho unânime, portanto, para a Santa que é um símbolo de sofrimento, de caridade, mas também de alegria. Essa alegria que, como Semeraro enfatizou, foi por muito tempo cortada da pregação cristã.  

Cheio de alegria

Apesar do "sofrimento amargo" causado a ela pela estigmatização, Rita de Cássia "estava sempre cheia de alegria. Não estou falando apenas do sofrimento físico, mas também de outras humilhações ligadas ao sinal da ferida da paixão", diz o prefeito do Dicastério, citando novamente a Positio, que explica como a ferida se tornou uma chaga nauseante pela qual "a Santa se tornou o desprezo das outras religiosas, que na língua dos camponeses a chamavam de Rita lercia, que significa suja e imunda, e a enojavam". "Mas a Santa, toda inflamada pelo amor de Deus e desejosa de ser semelhante a Jesus Crucificado, não só sofreu tudo com paciência, mas ainda amou as aflições e o desprezo", afirmou o cardeal.

"Spina spes gloriae": de acordo com o padre Trapè, essa é a frase que resume a vida de Santa Rita. Apesar dos dramas e tristezas que acompanharam os acontecimentos de sua vida, ela tinha alegria em seu coração e a espalhava ao seu redor... Ela espalhava, de fato, a alegria do perdão pronto e generoso, da paz amada e perseguida como bem supremo, do amor fraterno e sincero, da confiança plena e filial em Deus, da cruz carregada com Cristo e por Cristo", conclui Semeraro. 

O início das obras do novo hospital

Imediatamente após a solenidade, foram iniciadas as obras do novo hospital "Santa Rita de Cássia". "Hoje, concluímos a Festa de Santa Rita, que foi um momento renovado de fraternidade e oração pela família da santa dos impossíveis, dando juntos o primeiro passo de um dos marcos mais significativos para a reconstrução dos territórios afetados pelo terremoto de 2016", comentou Irmã Maria Rosa Bernardinis, Madre Priora do Mosteiro Santa Rita de Cássia. "O lançamento da pedra fundamental do novo hospital, representado pela placa que estava na antiga estrutura para comemorar a sua construção pelo mosteiro, engloba um grande desafio, que nos chama não só para a reconstrução das paredes, mas também para a de uma verdadeira proteção da saúde, após as graves consequências da pandemia, que evidenciaram a crise do sistema de saúde".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF