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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Wuhan: a cidade conhecida pelo coronavírus foi palco de um martírio no passado

MOSSOT-CC-BY-SA-4.0 (modified)
por Dolors Massot

Conheça a história do missionário João Gabriel Perboyre, que plantou a semente do cristianismo na China e a regou com seu testemunho de fé.

Antes do surgimento do coronavírus, Wuhan era conhecida como uma cidade economicamente importante, que se destacava pela pesquisa acadêmica, pelas finanças, pelo comércio e desenvolvimento tecnológico. Trata-se de uma cidade de 11 milhões de habitantes na China Central. 

Hoje, entretanto, Wuhan ficou conhecida como epicentro mundial da pandemia de Covid-19, que já matou mais de 1,5 milhão de pessoas em todo o planeta.

Mas, para os cristãos, Wuhan é mais do que um simples “foco de mortes”: a cidade é um dos lugares do mundo em que o cristianismo deixou grandes heranças através dos santos. Um exemplo é o Pe. João Gabriel Perboyre, um missionário francês que foi martirizado em Wuhan em 11 de setembro de 1840, aos 38 anos de idade.

Antes de Wuhan

Perboyre nasceu em Puech, França, em 6 de janeiro de 1802. Ingressou na congregação de São Vicente de Paula e, em seguida, demonstrou sua vocação como missionário.

Entretanto, teve que esperar alguns anos até que sua saúde e a decisão de seus superiores permitissem que ele viajasse em missão para a China em 1835.

João Gabriel Perboyre trabalhou primeiro em Macau, dando suporte aos cristãos perseguidos. Para isso, teve que ficar na clandestinidade, pois ninguém podia saber que ele era padre.

Depois, mudou-se de cidade e trabalhou junto a crianças abandonadas. O trabalho social proporcionava também a evangelização de pequenos e adultos.

Perseguição aos cristãos

Dois anos mais tarde, o missionário foi para a província de Hupeh, onde havia muita perseguição religiosa. Tanto que o governador destruiu a sua missão. Perboyre conseguiu escapar e se esconder nas montanhas.No entanto, a pessoa que lhe deu abrigou acabou o denunciando a troco de dinheiro.

Perboyre foi, então, imediatamente preso. Foi aí que começou seu martírio. Ele se apresentou diante dos tribunais locais, foi torturado e, com um ferro quente, lhe marcaram com ideogramas chineses sobre o rosto.

Tudo pela fé

Depois de sofrer torturas, representantes do governo queriam que ele pisoteasse em um crucifixo. Mas Perboyre se negou. Por isso, foi novamente para o cárcere e teve que compartilhar a cela com outros criminosos. Um ano depois da prisão, foi levado à capital da província, Wuhan. Lá foi preso em uma cruz e estrangulado.

Enfim, como católicos, amamos Roma, pois lá muitos mártires derramaram seu sangue. Da mesma forma, Deus nos chama a amar Wuhan, não a considerá-la uma terra maldita, de onde se originou o coronavírus, mas porque é uma terra germinada pelo importante testemunho do mártir João Gabriel Perboyre. 

Aleteia

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF