Translate

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

O apego que faz sofrer

Uma rosa (Ed. Cléofas)

O apego que faz sofrer

 POR PROF. FELIPE AQUINO

Deus dispôs tudo neste mundo de modo que nada fosse durável para sempre. Qual seria o desígnio de Deus nisso?

Sofremos muito nesta vida porque gastamos muito tempo correndo atrás de coisas transitórias, que não satisfazem o nosso coração. Só o que está acima de nós pode nos satisfazer, não o que está abaixo, a matéria e as paixões.

Deus dispôs tudo neste mundo de modo que nada fosse durável para sempre. Qual seria o desígnio de Deus nisso? A cada dia de nossa vida temos de renovar uma série de procedimentos: dormir, acordar, tomar banho, alimentar, etc. Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. A própria manutenção da vida depende do bater interminável do coração e do respirar contínuo dos pulmões; todo o organismo repete sem cessar suas operações para a vida se manter. Tudo é transitório nesta vida… Nada é imperecível.

Toda criança se tornará adulta um dia, e depois idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha, todo dia que nasce logo se esvai… E assim tudo passa, tudo é transitório. Compra- se uma camisa nova, e logo já está surrada; compra-se um carro novo, e logo ele estará bastante rodado e desgastado. Assim por diante. Por que será? Qual a razão de nada ser duradouro?

A razão inexorável dessa precariedade das coisas também está nos planos de Deus. A marca da vida é a renovação. A razão profunda dessa realidade tão transitória é a lição cotidiana que Deus nos quer dar de que esta vida é apenas uma passagem, um aperfeiçoamento em busca de uma vida duradoura, eterna, perene, muito melhor.

Santo Agostinho perguntava: “De que vale viver bem, se eu não puder viver para sempre?”.

Se não entendermos e não aceitarmos esta realidade, sofreremos muito nesta vida, pois estaremos o tempo todo, a vida toda, lutando, desesperadamente, contra esta lei inexorável: tudo passa. Em cada flor que murcha e em cada homem que falece, ouça Deus dizer: “Não se prenda a esta vida transitória. Prepare-se para aquela que é eterna, quando tudo será duradouro, e nada precisará ser renovado dia a dia”.

Isto mostra-nos também que a vida está em nós, mas não é nossa. Quando vemos uma bela rosa murchar, é como se ela estivesse nos dizendo que a beleza está nela, mas não lhe pertence. Muito sofre quem se apega a este mundo e às criaturas, achando que não vai ter fim, e pensando que aqui poderá ter toda a felicidade, ou que poderá construir o céu na terra.

Aquele que se apega às coisas e a este mundo, sente que a cada passo, as coisas são como que arrancadas das suas mãos pela vida. Então, quanto menos apego, melhor. Quanto menos você se apegar às coisas e às pessoas, menos você sofrerá. Mais livre será. Com a precariedade da vida e de tudo o que nos cerca, Deus nos ensina, diária e constantemente, que tudo passa e que não adianta querer construir o céu aqui nesta terra.

Toda esta realidade não é maldade de Deus; ao contrário, Ele tem algo melhor para nós do que esta vida, por isso não nos quer presos a esta vida precária e às criaturas que não podem nos satisfazer plenamente.

Mesmo com essa lição permanente que Deus nos dá, muitos de nós somos levados a viver como aquele homem rico da parábola narrada por Jesus. Ele abarrotou seus celeiros de víveres e disse à sua alma: “Descansa, come, bebe e regala-te (Lc 12,19b); ao que Deus lhe disse: ‘Insensato! Nesta noite ainda exigirão de ti a tua alma’” (Lc 12,20).

A efemeridade das coisas é a maneira mais prática e constante que Deus encontrou para nos dizer a cada momento que aquilo que não passa, que não se esvai, que não morre, é aquilo de bom que fazemos para nós, e, principalmente, para os outros. Isto não acaba. São Paulo afirma que “a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (1Tm 6,10).

“Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a ferrugem e as traças corroem, onde os ladrões furam e roubam. Ajuntai para vós tesouros no céu, onde não os consomem nem as traças nem a ferrugem, e os ladrões não furam nem roubam” (Mt 6,19-20). Jesus manda tomar cuidado para que o coração não seja embotado pela riqueza: “Guardai-vos escrupulosamente de toda avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas” (Lc 12,15).

Santo Agostinho disse que “o homem não se torna bom por possuir coisas boas. Ao contrário, o homem torna boas as coisas que possui, ao usá-las bem”.

Quem se preocupa em viver apenas para acumular bens e dinheiro, acumula sofrimentos e preocupações. O mal não é o dinheiro, mas o apego desordenado a ele.

Para vencer este mal aprenda a dar, abra as mãos e você será abençoado. “Quem se apieda do pobre, empresta ao Senhor, que lhe restituirá o benefício” (Pr 19,17).

Os talentos multiplicados no dia a dia, a perfeição da alma buscada na longa caminhada de uma vida de meditação, de oração, de piedade e caridade, essas são as coisas que não passam, que o vento do tempo não leva e que, finalmente, nos abrirão as portas da vida eterna e definitiva, quando “Deus será tudo em todos” (1 Cor 15,28b). É isto que nos faz feliz nesta vida.

A transitoriedade de tudo o que está sob os nossos olhos deve nos convencer de que só viveremos bem esta vida, se a vivermos para os outros e para Deus. São João Bosco dizia que “Deus nos fez para os outros”. Só o amor, a caridade, o oposto do egoísmo, pode nos levar a compreender a verdadeira dimensão da vida e a necessidade da efemeridade terrena.

Se a vida na terra fosse incorruptível, muitos de nós jamais pensaríamos em Deus e no céu. Acontece que Ele tem para nós algo mais excelente, aquela vida que levou São Paulo a exclamar: “Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2,9).

A corruptibilidade das coisas desta vida deve nos convencer de que Deus quer para nós uma vida muito melhor do que esta, uma vida junto d’Ele. E, para tal, Ele não quer que nos acostumemos com esta, mas que busquemos a outra, onde não existirá mais Sol, porque o próprio Deus será a Luz, e não haverá mais choro nem lágrimas.

Aqueles que não creem na eternidade jamais se conformarão com a precariedade desta vida terrena, pois sempre sonharão com a construção do céu nesta terra. Então, todo o sofrimento desta vida lhes parecerá uma tragédia sem sentido. Não para nós cristãos. Para os que creem, a efemeridade tem sentido: “a vida não será tirada, mas transformada”; o “corpo corruptível se revestirá da incorruptibilidade” (1Cor 15,54) em Jesus Cristo.

O desapego das coisas da terra depende do amor que temos a Deus. Um amor só se troca por outro maior. O livro dos Cânticos diz que: “Se um homem der todas as riquezas de sua casa por amor, ele as desprezará como se não tivesse dado nada” (Ct 8,7). Se todo o nosso amor estiver em Deus, então será suave e até agradável desprezar tudo: riquezas, prazeres, dignidades, honras, reputação e vanglória.

São Francisco de Sales diz que: “O amor puro de Deus consome tudo o que não é de Deus para transformar tudo nele”. Os santos foram como que “embriagados” de Deus, quase não sentiam as coisas do mundo, e só desejavam amar e agradar a Deus. É o caminho mais rápido para a paz interior.

Retirado do livro: “Sofrendo na Fé”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas.

Fonte: https://cleofas.com.br/

O munus regendi sacerdotal: luzes a partir da série The Crown

Elizabeth II do Reino Unido (Presbíteros)

O munus regendi sacerdotal: luzes a partir da série The Crown 

Um dos três múnus do sacerdote é o de reger (munus regendi). Unido a Cristo Cabeça, o padre deve fazer as vezes de Jesus, Rei do Universo, pastor do rebanho, e conduzir o povo de Deus. A tarefa de governar, como a totalidade da vida sacerdotal, é uma tarefa de agir de acordo com uma identidade recebida.

O sacerdote representa Cristo e a Igreja, in Persona Christi, in Persona Ecclesiae. Seu “eu” recebeu a identidade de Cristo e o sacerdote é chamado a ser imagem de Jesus e da Igreja no mundo.

Muitas contradições e dissabores na vida sacerdotal surgem pela falta da consciência íntima da identidade do padre católico. Num tempo em que se propõe a liberdade quase como um termo oposto à responsabilidade e também a realização pessoal como emancipação do coletivo, e que entende a personalidade como soberana em todas as situações, torna-se cada vez mais conveniente refletir sobre o papel do sacerdote e sua identidade.

Ajunta-se a esse problema a crise da autoridade; é importante falar isso quando se estuda o munus regendi. O poder e a missão de governo, figuram, em muitas teorias, como oposição ao Evangelho de Jesus, e não, como de fato deveria ser, um serviço grave e denso, imagem do governo do Pai celeste. Afinal, Jesus revela Deus como Pai aos discípulos.

O presente texto não tem pretensão de ter caráter acadêmico, nem estritamente teológico, mas quer propor algumas considerações para os sacerdotes. Faz isso, de modo pouco habitual, a partir de uma série televisiva, The Crown (2016), em especial sua primeira temporada.

Hoje parece ser comum a busca de momentos de lazer por meio das séries em streaming, isso também entre os sacerdotes, o que, a priori, com a devida cautela, prudência e temperança, pode ser um bom descanso. The Crown é uma crônica da vida da Rainha da Inglaterra, Elizabeth II.

Se vista com um olhar atento, é possível tirar algumas lições para a vida em geral, e, aqui, se pretende transmitir intuições dela para a realidade sacerdotal. Serão destacadas algumas falas, personagens e posturas que podem ser reflexões para os sacerdotes.

É importante dizer que, ao relacionar a Coroa com o sacerdócio, o governo temporal com o munus regendi dos presbíteros, se deve, obviamente, guardar as devidas proporções. Também, ao tratar dos personagens, se fala, de fato, dos personagens da série, de como foram retratados nela, e não fazendo juízo de valor de pessoas concretas.

Munus Regendi e a série The Crown

A coroa inglesa pairou sobre a cabeça do pai de Elizabeth, George VI, por conta da abdicação do seu tio, que renunciou ao trono por querer estabelecer um casamento ilegítimo, desaprovado pelas leis reais. Isso mudou a vida de Elizabeth, o que é claro na série.

A jovem, de membro coadjuvante da família, passou a ser a peça mais importante, a herdeira do trono. Faz parte do exigido à família real viver como uma espécie de modelo de moralidade e formalidade, ainda é necessário a busca de ser inspiração aos comuns.

Também, no sentido mais prático, se é que se pode assim dizer, o monarca seria um símbolo de estabilidade, não dependendo de viés político e votos populares, estando acima disso, trazendo ordem e intrepidez apesar de qualquer disputa na câmara. O monarca serve ao país com uma postura estável e procedimento modelar, sendo defensor e arauto de valores basilares para a sociedade, cooperando e vivendo de modo orgânico com o primeiro ministro, eleito pelo povo.

Ser membro da família real exigiria estar a serviço da instituição para a manutenção da mesma e o bem do país. The Crown, em especial sua primeira temporada, retrata o drama, os conflitos e tensões do entendimento da missão real como identidade da pessoa que a exerce. A função dada é mais importante que a particularidade do sujeito que a desempenha. 

Aqui surge um ponto oportuno para a vida sacerdotal. Muito mais que um monarca em seu reino, o homem ordenado recebe uma nova identidade, seu ser muda. Ele passa a ser sua missão.

Quanto mais ele existencialmente vive o que é ontologicamente, mais autêntica é sua missão e sua vida. Mas é inegável que isso não é tão simples, é sempre uma tarefa. Muito interessantes são os diálogos da Rainha Elizabeth com sua avó, a rainha Mary. 

Numa das cenas, a anciã dá a seguinte explicação sobre a monarquia – “A monarquia é um chamado de Deus. E por isso a coroação é numa abadia, não num prédio governamental, somos ungidos e não indicados. É um arcebispo que põe uma coroa na nossa cabeça, não um ministro ou um funcionário público. Quer dizer que você responde unicamente a Deus em seu cargo, não ao público”.

Esse trecho parece dar uma boa reflexão ao sacerdote no governo do povo de Deus. O padre governa não para ser popular, mas para honrar a Deus. Amabilidade pastoral e acolhida, sim, mas sem esquecer que o Evangelho, a vontade de Deus, deve estar acima de aplausos e a aprovação dos que o ouvem.

Do governo de uma paróquia, do governo das almas, o padre prestará contas somente a Deus, sua unção vem d´Ele e é a Ele que o padre deve servir. Governar em seu nome! 

A Rainha Elizabeth

Um dos acontecimentos mais emblemáticos e significativos da série se encontra nos primeiros momentos de Elizabeth, Lilibet, como Rainha. Ao receber a notícia da morte de seu pai, o rei, recebe também, momentos depois, a carta escrita por sua avó conscientizando-a de sua nova fase de vida:

“Querida Lilibet, eu sei o quanto você ama seu pai, meu filho, eu sei que ficará tão devastada quanto eu com esta perda, mas você deve colocar de lado esse sentimento, pois o dever a chama. O luto pela morte de seu pai será amplamente sentido. Seu povo precisará de sua força e segurança. Eu já vi três grandes monarcas ruírem por não conseguirem separar seus desejos pessoais do dever. Você não pode se permitir cometer erros similares. Enquanto se despede de seu pai também deve se despedir de outra pessoa, Elizabeth Mountbatten, pois ela agora será substituída por outra pessoa – a Rainha Elizabeth. As duas Elizabeth frequentemente entrarão em conflito. O fato é: a Coroa deve vencer. Deve sempre vencer”

Bem forte é esse texto, inclusive, permite boas considerações espirituais. Se o leitor transpõe a preocupação da manutenção de um governo para a realidade da pregação do Evangelho na vida sacerdotal e a propagação da Igreja, parece ter muito mais sentido.

O sacerdócio, que é vida consagrada a Deus, vai se deteriorando, e, de igual maneira, o governo do sacerdote se atropela, é desacreditado, quando governa para si e não pelo bem das almas. Quando opiniões, desejos, estilo de vida, gostos estão acima do chamado, da missão, a vocação pode ruir, pois é como não assumir a identidade recebida.

O conselho para Elizabeth se despedir dela mesma a fim de passar a viver como Elizabeth II, assumindo seu novo ser, sua nova missão, pode provocar o sacerdote a pensar no rito da ordenação. O candidato se prostra, como um morto. Parece que a tradicional roupa preta do sacerdote quer indicar algo disso também.

Por amor, o eleito morre para ser sua nova identidade – padre! Assim como dito na carta da rainha Mary para Elizabeth, pode existir volta e meia um conflito interno enquanto o padre não desposa inteiramente com sua vocação. Essa ideia traz muitas consequências.

Hoje, a cultura motiva a todos a particularismos e individualismos que podem, na prática, se fazer reduzir o sacerdócio a uma mera função exercida com uma folha de ponto, de tal hora a tal hora, para depois, enfim, viver sua vida. Deitar no chão, no rito, é, de algum modo, despedir de si mesmo, não de forma desumana e sem levar em conta os carismas dados por Deus, mas uma morte para particularismos e para uma vida leiga.

Na carta, ainda, foi aconselhado a guardar sentimentos, pois, o povo precisava da estabilidade no momento de tensão. Inclusive, mais à frente, Elizabeth questiona se não deve demonstrar seus sentimentos, indignação, tristeza etc., isso ela questionava pois sentia que assim não estava trabalhando, não estava sendo eficaz, estava sem fazer nada.

A avó responde, no sentido da missão do governo em servir dando estabilidade e não sendo volúvel aos fogos momentâneos, assim: “Não fazer nada é o trabalho mais difícil de todos. Ele exige cada gota de energia que você tem. Ser imparcial não é natural, não é humano. As pessoas vão querer que você sorria, concorde ou discorde. E quando fizer isso você terá declarado sua posição, seu ponto de vista. E essa é a única coisa que como soberana você não tem direito de fazer”. Esse conselho, num contexto de não se deixar levar pelas paixões para decidir bem, e, também, não permitir que emoções e sentimentos mexidos interfiram no modo de governar, pode ter serventia na ação pastoral. 

Quantas vezes pode-se flagelar paróquias e se passar insegurança aos fiéis em relação à mensagem que o sacerdote deve trazer, por não se saber separar conflitos, desânimos, cansaços, irritações, ímpetos internos, da missão que se deve exercer, da imagem de pastor que se deve passar. A série mostra a Rainha numa busca de honestidade interior com seus sentimentos familiares e opiniões pessoais, mas nunca deixando com que eles transponham sua missão, isso, não sem sofrimento para ela. 

Na primeira temporada, que é o objeto de nosso texto, Elizabeth vai sendo formada pelos mais velhos de sua família e da sua corte. Tem a humildade de seguir os protocolos, ouvir conselhos dos experientes para não desandar o governo. O sacerdote precisa muito disso.

Mesmo que o presbítero tenha uma graça para exercer a missão que recebe, deve saber ouvir para governar bem. Não, necessariamente em tudo, fará conforme sempre foi feito, mas parece ser conveniente levar em conta o caminho realizado e o parecer de pessoas de confiança para poder discernir. 

Em um momento, Elizabeth quer que seu antigo secretário, da época que era princesa, um jovem na carreira, assumisse o secretariado que estava ficando vago, e, para isso, quebraria um protocolo, passando o seu amigo à frente do homem que estava preparado para assumir. Tommy Lascelles, experiente na corte, dá um conselho muito oportuno.

Diz que ela pode fazer, que não é algo essencial, mas que as quebras de pequenos costumes levaram o tio Edward à abdicação. O “não tem problema” levou a outro “não tem problema” e isso o conduziu à renúncia de sua missão. 

Como não levar isso para a vida sacerdotal? Tal lugar, “não tem problema”, tal fala, “não tem problema”, tal hobby impróprio “não tem problema”, tal companhia, “não tem problema”. Isso pode gerar boas reflexões.

Interessante também é outra atitude da Rainha. Ao prepararem uma cerimônia de homenagem ao seu pai, o rei morto, sua irmã Margareth e sua mãe questionam quem deveria falar.

Margareth, com sua irreverência peculiar, alega que mesmo Elizabeth sendo Rainha, a mãe era a esposa do falecido e ela própria tinha mais jeito com público e dom para falar do que a irmã. Elizabeth, sem deixar de reconhecer suas limitações, diz que ela que vai falar por conta do cargo que ocupa, independente de seus dons, pois é devido ao povo ter a Rainha falando.

Hoje se tem, na realidade eclesial, uma crescente participação do laicato, o que a princípio não é ruim, mas os sacerdotes devem se atentar para o fato de que, por fé na unção que receberam, não convém delegar sua presença em todas as ocasiões. A presença sacerdotal é sacramental, é devida no meio do povo. 

Mesmo que muitos possam fazer melhor, por técnicas humanas e aptidões, algumas funções Deus ungiu o sacerdote para agir e conceder graças ao povo por meio dele e da missão que ele exerce. O munus regendi é exercido não por decretos, mas, a modo de pastor, por presença.

Príncipe Philip

A primeira temporada mostra o jovem, Philip, casado com a pessoa mais importante do reino, a Rainha. Quando casou, não casou enganado, que teria uma vida de protocolos, representações, publicidade e esquemas.

Philip ao entrar na vida de marido da Rainha, começa a sentir o peso de sua missão e passa a se portar como um adolescente mimado. Reclama constantemente do modo que vive, o peso da Rainha é redobrado, pois só ouve de seu marido reclamações da vida que, mais que ela, escolheu viver.

As reclamações fazem com que busque saídas com amigos, e um desejo de constante lazer. Com o passar do tempo, o sacerdote pode sentir o peso da responsabilidade e da vida sacerdotal.

Os protocolos litúrgicos, pastorais, os horários a cumprir, reuniões, funções etc. Tudo isso, sem espiritualidade e verdadeiro sentido, pode desgastar; é preciso lutar por vida e visão espiritual. Mas, no sentido de governo, a murmuração e a oposição ao ordinário, frequentemente, levam a desgastes deteriorantes, transmitindo fraqueza e insegurança aos que são objetos de seu governo.

Como Philip, a murmuração aos superiores lança pesos desonestos aos que estão hierarquicamente acima do sacerdote. De colaborador, o padre se muda em rival de seu superior.

Redobra o peso não só para si, mas para os que tem já muita carga e precisam de apoio. A oposição à responsabilidade que a vida que escolheu traz, fomenta revolta com o modus operandi da instituição e pode gerar insatisfação até com as coisas sagradas. Tem o padre que tomar cuidado para não transformar a vida sacerdotal, que tanto desejou, em uma tarefa fria e sem sentido.

Princesa Margareth

Margareth, irmã da Rainha, ao contrário de Elizabeth, gosta de holofotes, fama e valoriza de modo exacerbado a sua personalidade. Como a maioria dos personagens reais, Margareth tem dificuldade de se adequar ao seu papel e missão, fato que se agrava por sua inveja.

Deseja viver a vida, como membro da realeza, com seus privilégios, mas não gosta de muitos dos seus deveres. Margareth, em uma ocasião, pela ausência da Rainha, teve que representá-la e, querendo atrair a atenção para si em detrimento da imagem da irmã, desobedece protocolos, muda discursos que tinham sido ajustados pelos secretários para cada ocasião, se porta de modo irreverente para o cargo que ocupa e acaba causando muitas tensões. Em relação à inveja, Margareth chega a dizer claramente para a irmã que queria vê-la dar passos em falso para que pudesse se sentir feliz.

Na vida sacerdotal, quando foge à consciência de ser representante de Cristo e da Igreja, o sacerdote pode fazer muito mal não só ao seu governo paroquial, ou particular, mas ao governo universal. A unção que recebeu o faz representante de algo maior.

Quanto à personalidade, lógico que ela, na vida sacerdotal, não deve desaparecer, Deus usa dela também. Mas quando a personalidade está acima da postura conveniente, dos protocolos indicados, da experiência passada, a representatividade fica comprometida.

O envelope passa a chamar mais atenção que o conteúdo da carta. Há coisas individuais no sacerdote que chamam atenção para Cristo, mas outras podem chamar atenção para si. Quando a política, a corrente de pensamento e o estilo substituem o Evangelho e a Caridade de Cristo, sua missão fracassa.

Uma postura de antítese à Margareth pode fazer pensar na valorização dos colaboradores e das estruturas da Igreja. Às vezes os conselhos dos homens de confiança e algumas formalidades podem parecer engessamento, mas a missão de governar é uma missão de transmissão de segurança para se conduzir alguém, e, estruturas e comportamento são importantes para se fazer o que é preciso e não o que se quer de modo arbitrário.

Um pároco num evento municipal, numa cerimônia de casamento, numa solenidade civil e até num almoço de família, por exemplo, representa, de alguma forma, a Igreja. Está ali não por si, mas pela Igreja que ali o colocou e, em última instância, por Cristo que o ungiu.

Margareth ainda ensina, no sentido contrário do que ela faz, que a inveja é um desastre na vida do clero. Quando se age para sua própria glória e não para a glória de Deus, a virtude alheia passa a ser odiosa e isso gera insatisfação e peso para si e para os outros. As desavenças, intrigas e ironias no corpo clerical entravam o bom governo das almas, o Evangelho é desacreditado.

Com essas considerações, o texto pretendeu ajudar os sacerdotes a pensarem na sua vocação, no tesouro que receberam, e na grande responsabilidade que têm, contando com a graça de Deus, para serem fiéis. Que todo sacerdote se alegre por ter a responsabilidade não de governar um reino político, mas, de participar do governo do Reino de Cristo, e deseje um dia viver plenamente nesse Reino.

Pe. Matheus Pigozzo

Fonte: https://presbiteros.org.br/

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo

O poder da fé, ultrapassa as forças humanas (novaalianca)

Das Catequeses de São Cirilo de Jerusalém, bispo

(Cat. 5, De fide et symbolo, 10-11: PG33,518-519)             (Séc. IV)

O poder da fé ultrapassa as forças humanas

A fé tem um só nome, mas duas maneiras de ser. Há um gênero de fé que se relaciona com o dogma e inclui a elevação de uma pessoa e seu assentimento sobre determinado assunto; diz respeito ao interesse pessoal, conforme o Senhor: Quem ouve minhas palavras e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não incorre em condenação (Jo 5,24); e de novo: Quem crê no Filho não será julgado, mas passa da morte para a vida (cf. Jo 3,18.24).


Ó bondade imensa de Deus para com os homens! Com efeito, os justos foram agradáveis a Deus pelo labor de muitos anos. Mas aquilo que alcançaram entregando-se corajosamente e por dilatados anos ao serviço de Deus, isto mesmo em uma simples hora Jesus te concede. Porque se creres que Jesus Cristo é Senhor e que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo e levado ao paraíso por aquele que nele introduziu o ladrão. E não hesites em acreditar ser isto possível, pois quem salvou o ladrão neste santo Gólgota, pela fé de uma só hora, pode também salvar-te a ti, se creres. 

O outro gênero é a fé que Cristo concede por graça especial. Pois a uns pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria, a outros a palavra da ciência, segundo o mesmo Espírito. A outros a fé, no mesmo Espírito, a outros o dom de curar (1Cor 12,8-9).


Este carisma da fé dado pelo Espírito não se relaciona apenas com o dogma; torna ainda capaz de realizar coisas acima das forças humanas. Quem tiver uma fé assim, dirá a este monte: Vai daqui para ali; e irá (Mt 17,20). Quando, pois, pela fé, alguém isto disser, crendo que acontecerá sem hesitar em seu coração, então é sinal de que recebeu esta graça.


Dela se disse: Se tivésseis fé como um grão de mostarda(Mt 17,20). Como o grão de mostarda, tão pequenino, possui uma força de fogo, e semeado em estreito pedaço de terra produz grandes ramos, que depois de crescidos podem dar sombra às aves do céu, assim também, num abrir e fechar de olhos, a fé realiza as maiores coisas na pessoa. Porque lhe dá uma ideia sobre Deus e o vê tanto quanto é capaz, inundada pela luz da fé. Percorre os confins da terra; e antes da consumação do mundo, já prevê o juízo e a entrega das recompensas prometidas. 

Guarda então a fé que de ti depende e que te leva a ele; para que recebas de suas mãos também aquela que age muito além das forças humanas.

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

O que é a Comunhão dos Santos?

Todos os Santos, Fra Angelico (1423, National Gallery, Londres)
National Gallery, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons

Por Reportagem local - publicado em 07/11/23

Você sabia que o valor infinito da Missa não beneficia apenas os fiéis vivos, mas também os defuntos? Sim: alivia o sofrimento das almas do purgatório - e isso decorre justamente da Comunhão dos Santos.

A Santa Missa tem valor infinito não somente para os fiéis vivos, mas também para os defuntos. Você sabia que a celebração da Missa também alivia o sofrimento das almas do purgatório? Pois é, e isso decorre justamente da Comunhão dos Santos.

Mas o que é essa comunhão?

Quem a explica de forma resumida é o seminarista Igor Pavan Trez, que compartilhou em sua rede social a seguinte explicação:

“A Comunhão dos Santos é como uma grande e divina instituição que une todos os santos, os justos que estão no Purgatório e os filhos da Igreja na Terra, formando uma única e vasta família. Tendo por chefe Jesus Cristo, todos esses membros participam dos bens espirituais que lhes são comuns.

É vital compreender que o elo fundamental e originário desta comunhão é o próprio Cristo. Ele é a Cabeça do Corpo ao qual pertencemos, como descrito em Efésios 1, 22-23. Os méritos infinitos de Cristo são a fonte de todos os bens compartilhados nessa íntima união entre os que foram santificados pelo Batismo. Como bem destacou São Tomás de Aquino, todos os crentes compõem um único Corpo, e os bens espirituais são compartilhados entre eles. Se deve acreditar, portanto, que uma comunhão de bens existe na Igreja”.

Igor então aborda o verdadeiro fluxo de méritos e bens que essa comunhão promove:

“Os bens que fluem nessa comunhão, além dos méritos do Salvador, incluem os méritos incomparáveis da Santíssima Virgem Maria e de todos os outros santos. Esses méritos são adquiridos por meio de orações, mortificações e boas obras, possuindo um valor tão abundante que pode ser aplicado às necessidades de outros fiéis. Isso significa que as orações e sacrifícios de um podem obter de Deus a graça necessária a outro”.

É quando o seminarista esclarece a relação entre a Missa e o alívio às almas que se purificam para entrar no paraíso após a morte:

“Um exemplo notável dessa comunhão é a celebração da Santa Missa. O valor infinito da Missa não beneficia apenas os fiéis vivos, mas também os defuntos, aliviando o sofrimento que enfrentam antes de entrar no Céu”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

O Senhorio de Cristo no Tempo (4/4)

O Cordeiro rodeado de 18 mártires, ou o número correspondente ao nome de Jesus; nas plumas quatro anjos seguram os quatro ventos da destruição, afresco da cúpula do cibório da igreja de San Pietro al Monte Pedale perto de Civate (Lecco) - 30Giorni.

Arquivo 30Dias – 11/2003

O Senhorio de Cristo no Tempo

No curto espaço de tempo que vai desde a ascensão de Jesus Cristo ao céu até seu retorno glorioso, a vitória do Senhor já está manifestada neste mundo. Reconstituamos os ensaios sobre o Apocalipse de Heinrich Schlier vinte e cinco anos após a morte do grande exegeta bávaro.

por Lorenzo Cappelletti

3) Da paciência, que, tal como o testemunho e a fé, é a paciência de Cristo, Schlier, na RNT (pp. 480-481), esboça apenas algumas características que noutras obras desenvolve em páginas muito eficazes: «resistência incansável à dor e tentação”; «calma reservada»; "Cuidado"; «tolerância caridosa para com os outros e, em certo sentido, também para comigo»; “simples firmeza na resistência contra a adoração do Estado mundial totalitário”; «caminhar rápido e esperar».

a) Quanto à resistência incansável à dor e à morte e à calma reservada, são colocadas particularmente próximas da fé: «O profeta [o autor do Apocalipse ] exorta os leitores dos seus escritos à escuta e convida-os a manterem-se calmos:» Se for prisão, que seja prisão. Se for morte pela espada, que seja morte pela espada. Agora são necessárias a perseverança e a fé dos santos” ( Ap 13,9-10). [...] os cristãos nem sequer se rebelam contra a besta; eles não são rebeldes políticos. Eles não o adoram, mas também não o combatem violentamente. Eles sabem que fazem parte do número de almas que estão debaixo do altar ( Ap 6,9ss), que ainda não está completo, e que não podem escapar da dor. Eles opõem a paciência e a fé à ira da besta. É a paciência que vive da paciência de Cristo (ver Ap 3,10), e é a fé que Cristo testificou” ( TC , p. 41).

b) A resistência contra o culto do Estado totalitário mundial não envolve uma obediência leal à autoridade política legítima, pois esta tende a preservar a ordem e a paz, bens muito preciosos também para os cidadãos da cidade de Deus. Portanto, «mesmo no Apocalipse » [como na Carta aos Romanos , comentando que em outro lugar Schlier escreve que “só quem, fazendo isso, quer e é capaz de obedecer a Deus pode obedecer ao Estado” ( RNT , p. 266)] os mártires não o fazem. são rebeldes e, portanto, a autoridade do Estado não é prejudicada. Para compreender o julgamento do Apocalipse devemos prestar atenção a qual Estado ele se refere e em que situação esse Estado se apresenta” ( TC , p. 24). Enquanto «o Estado, enquanto ainda Estado, obstaculiza o Estado degenerado» ( RNT, pág. 269), é justamente a sua degeneração que se apresenta no Apocalipse como algo monstruoso, que não exige obediência, mas adoração religiosa. «Não é “o Estado” em si, isto é, o poder político, que está ao serviço da ordem deste mundo, mas o poder que foge à tarefa de estabelecer a ordem certa e, portanto, em vez de um poder ordenador, é uma força política degenerada, que concretamente se manifesta de forma desumana ( Ap 13,2a)” ( TC , p. 35). Tanto que no final «já nem sabe punir, mas apenas assassinar ou, como lemos a certa altura ( Ap 18,24), “matar”» ( RNT , p. 272). No entanto, mesmo diante desta degeneração bestial, “simples firmeza”, não batalha.

c) Quanto à rapidez do caminho que não compromete a expectativa da vitória de Jesus Cristo, lemos uma passagem de supremo realismo. Diante daquela espécie de imortalidade do estado mundial que surpreende a terra (cf. Ap 13,3), diante da palavra de ordem da juventude imortal (cf. Ap 18,7), «a paciência não antecipa nada presumindo e sonhando, nem mesmo o pão de cada dia; mas nem mesmo a morte; enquanto o homem, agarrado ao seu próprio futuro e ao futuro do seu mundo, perde-se em ilusões por pura impaciência” ( FT , p. 70). Pelo contrário, «a impaciência prática e metafísica surge da ansiedade do tempo, que recebemos de presente junto com ele, e se revela entre outras coisas em perseguir o tempo, acreditando que lhe fazemos justiça. Em vez disso, a justiça só é feita ao tempo se for dado tempo ao tempo. E só lhe damos tempo se nos abandonarmos, e o abandonarmos, no tempo de Deus” ( ibid ., p. 91).

4) Aqui somos levados pela paciência à esperança. «E assim se afirma a esperança, que espera e, no entanto, avança rapidamente, avança rapidamente e, no entanto, espera vigilante e eleva o olhar para o Senhor, precisamente quando não há mais nada a esperar, na angústia concreta da vida, no desapego, no morrendo. Revela-se a força sustentadora de uma existência sustentada e, portanto, aberta, que aceita e tolera a morte como morte e a vida como vida” ( ibid ., p. 70).
Embora a palavra não apareça uma só vez no Apocalipse , "a esperança não é uma das vozes da nossa escrita, mas é a sua voz fundamental" ( RNT , p. 481), como "aquilo que a esperança só espera e aquilo que que lhe é dada em compensação é a revelação da vitória de Jesus Cristo, oculta mas real" ( ibid .).

5) «O fruto e a prova da esperança» é «o louvor a Deus que permeia todo o livro» ( ibid .). Louvado seja Deus Criador em primeiro lugar. A criação não é silenciada: «no meio das visões dos danos e da ruína da terra e do seu céu, sobem continuamente o louvor e a ação de graças pela criação e pelo Criador e a admoestação para adorar "o Criador do céu e da terra, do mar e fontes" ( Ap 14,7; cf. 4,11; 5,13)" ( ibid. ). Mas sobretudo “o louvor ressoa ao salvador da história” ( ibid. ), que contém também “o louvor ao juiz” ( ibid ., p. 482). Em reação, "a auto-adoração e a autotransfiguração do mundo tornam-se o objetivo de uma história possuída por si mesma, uma autoglorificação que parece ainda mais sinistra porque não tem mais qualquer fundamento, o poder da história agora sendo quebrado " (ibid., pág . 472).

«A fidelidade, a vigilância, a paciência, a esperança e o louvor são os objetos solicitados no nosso livro, sem que nada se diga sobre o seu significado para o desenrolar quotidiano da história. É certo, porém, que neles não só esta história é superada em liberdade, mas também se preparam espaços históricos de ordem e refrigério e períodos de alívio e salvação” (ibid., p. 482 ) . Que lindo que dentro e fora da guerra, e mesmo antes de compreender passo a passo porque, precisamente através da fidelidade, da vigilância, da paciência, da esperança e do louvor, já podemos viver tão tranquilamente como crianças, em paz.

Fonte: https://www.30giorni.it/

Papa às crianças: invoquem sempre Nossa Senhora

Antoine Mekary | ALETEIA

Por Reportagem local - publicado em 07/11/23

Francisco se reuniu com mais de 7 mil crianças do mundo inteiro; delegação brasileira apresentou uma canção ao Papa.

O Papa Francisco recebeu cerca de 7 mil crianças de todo o mundo no Vaticano. O encontro durou cerca de uma hora e aconteceu nesta segunda-feira, 6 de novembro de 2023.

Embora tenha admitido que estava se sentindo um pouco indisposto quando recebeu os rabinos antes do evento com as crianças, o Pontífice argentino mostrou-se alegre e animado diante dos pequenos. Ele conversou os convidados mirins sobre os acontecimentos atuais, como guerra e ecologia. O tema do encontro foi “Aprendamos com meninos e meninas”.

“Sempre fico feliz quando os encontro, porque vocês me ensinam algo novo a cada vez”, disse ele, depois que eles afirmaram energicamente que há muito a aprender com meninos e meninas. “Por exemplo, vocês me lembram como a vida é bela em sua simplicidade e também me ensinam como é bom estarmos juntos! Esses são dois grandes presentes de Deus: estar juntos e com simplicidade.”

Guerra e ecologia

Durante a conversa com as crianças, Francisco exortou-as a não se esquecerem “das mudanças climáticas, da fome, da guerra e da pobreza”.

“Vocês sabem que tem gente ruim que faz o mal, que faz guerra, que destrói? Vocês querem fazer o mal?”, questionou o Papa. “Não”, responderam, as crianças. “Vocês querem ajudar?”, acrescentou Francisco, ao que as crianças responderam com um caloroso “Sim”.

O Papa ainda afirmou: “Queridas crianças, sua presença aqui é um sinal que vai direto ao coração de todos nós, adultos, e nós, as pessoas grandes, temos que olhar para a sua espontaneidade e ouvir a sua mensagem”.

Ele também convidou as crianças a rezar: “A vida é um dom maravilhoso. Deus nos ama muito e é lindo estarmos juntos, comunicar, partilhar e doar. Façam sempre assim, Nossa Senhora ajudará vocês. Por favor: invoquem sempre Nossa Senhora e rezem por mim”.

Depois, Francisco passou a responder as perguntas elaboradas pelos meninos e pelas meninas. Entre os assuntos: a paz, a valorização da vida o perdão e a amizade.

Participação brasileira

Dentre as 7 mil crianças presentes na Sala Paulo VI, estava a delegação brasileira formada por meninos e meninas dos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pará. Eles apresentaram ao Papa uma canção que fala sobre a importância de cuidar do meio-ambiente.

Um presépio com traços indígenas foi oferecido ao Papa Francisco pelas crianças da Amazônia. 

Vejas abaixo as fotos do encontro:

https://pt.aleteia.org/slideshow/slideshow-encontro-do-papa-com-criancas/

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Do Brasil para a Sala Paulo VI, o abraço das crianças ao Papa

Encontro das crianças brasileiras com o Papa Francisco (Vatican Media)

"Não vamos esquecer de tantas crianças que sofrem pela guerra", disse o Papa durante o encontro com as crianças na Sala Paulo VI, do qual participaram crianças vindas da Amazônia, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

https://youtu.be/efKmgGR5lck

Rosa Martins - Cidade do Vaticano

Um encontro com o Papa Francisco na tarde desta segunda-feira, 06 de novembro, na Sala Paulo VI, no Vaticano, marcou positivamente a vida de 7,5mil crianças vindas dos mais variados países do mundo. Dentre estas, se destaca uma delegação brasileira representada por Minas Gerais (Belo Horizonte), Rio de Janeiro e Amazônia (Pará).

Na companhia do frei Antônio OFMConv, três crianças entre 7 e 8 anos, viajaram cerca de 552 km para chegar à cidade de Manaus, AM, e de lá partirem para Roma. Da favela do Rio de Janeiro, quatro adultos e oito crianças e um grupo de crianças de Belo Horizonte, MG. Todos eles obtiveram, pela primeira vez a carteira de identidade e um passaporte.

Brasileirinhas e brasileirinhos falam sobre o encontro com o Papa

Crianças brasileiras na Sala Paulo VI:

https://youtu.be/lQlMJaasjGI

“Eu consegui tocar na mão do Papa”, disse com um sorriso largo de satisfação, a pequena Lívia Manoela dos Santos Martins, de 6 anos, de Belo Horizonte, MG.

Ana Carolina Araújo Farias, 15 anos, veio de Belém do Pará junto à mãe e o irmão. Ela se revela muito feliz por ter visto o Papa de pertinho. “Fiquei muito feliz por esta experiência nova e inexplicável de poder ficar de frente com o Papa e poder pegar na mão dele. Muita emoção”, conta.

Para Isadora Pereira Rodrigues da Silva, que veio de Caxias, RJ, o encontro foi muito bom. “Eu estava super animada para encontrar com o Papa. Um evento muito bom. Ele me passa a ideia de ser muito bonzinho”.

Um presépio com traços indígenas é oferecido como presente ao Papa

Um presépio com traços indígenas foi oferecido ao Papa Francisco pelas crianças da Amazônia. O presépio foi preparado por artesãos de Icoaraci, Belém, PA, com argila (barro) dos rios da Amazônia e foi entregue juntamente com um documento que explica suas origens e confecção. “Em nossa mente veio o presépio como presente porque estamos nos aproximando do tempo do advento. E o presépio tem os nossos traços amazônidas, no qual Maria é uma indígena, José um pescador ribeirinho, os três reis magos também com traços de um artesão, o outro um batedor de açaí e o terceiro um cantor de carimbó. Os animais que circundam o presépio são a nossa onça, a arara azul, para lembrar nossa cultura e nossa fé” explica Cristiane Araújo, secretária do Regional Norte 2, da CNBB.

Presépio indígena confeccionado por artesãos de Belém do Pará (Vatican Media)

“Um encontro especial”

A expressão é do padre Arnaldo Rodrigues, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, assessor de comunicação da CNBB e professor de comunicação da PUC/Rio, um dos coordenadores da delegação brasileira. Para ele o encontro mostra uma Igreja presente em todo mundo. Trazer crianças do Brasil e de outras realidades e situações de guerra, é um sinal de que as crianças têm muito a nos ensinar com sua simplicidade, modo de ver e resolver as coisas, nos fazem aprender com elas. “Grande parte das crianças tinham dificuldade com a língua, mas conseguiam interagir com tranquilidade, brincar, conversar, trocar bandeiras. Elas nos ensinam o sentido do diálogo e da troca quando os adultos tendem a se dividirem cada vez mais”, enfatizou.

Pe. Arnaldo Rodrigues, um dos coordenadores da delegação brasileira (Vatican Media)

Para a secretária executiva da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil), Irmã Irene Lopes, “após o Sínodo da Sinodalidade, o fato de o Papa estar realizando um encontro dessa magnitude evidencia o compromisso da Igreja em ouvir e se unir ao povo, especialmente dando voz a grupos que antes não eram ouvidos e tem muito a compartilhar conosco como no Sínodo para a Amazônia e agora neste encontro com as crianças”, disse.

“As crianças nos ensinam a clareza das relações e o acolhimento espontâneo de quem é forasteiro e o respeito por toda a Criação”, disse Francisco, ao afirmar que o objetivo do encontro “é manifestar o sonho de todos de voltar a ter sentimentos puros como as crianças, porque o Reino de Deus pertence a quem é como criança”.

Ao se dirigir a elas, o Papa enfatizou que a presença delas “é um sinal que vai direto ao coração dos adultos, a voz da inocência que nos interroga e nos faz pensar e que nos obriga a nos questionarmos, o que estamos fazendo com o nosso mundo, com o nosso planeta, com a nossa sociedade, que futuro estamos preparando”.

Após momentos de animação e brincadeiras na Sala Paulo VI, o Papa Francisco se dirigiu ao local para responder as perguntas das crianças. O diálogo trouxe à tona o tema do cuidado com o planeta, estratégias para se viver em paz e a valorização da vida, perdão e amizade.

Crianças brasileiras com o Papa Francisco (Vatican Media)
Crianças brasileiras com o Papa Francisco (Vatican Media)

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

terça-feira, 7 de novembro de 2023

FORMAÇÃO DOS PADRES

Formação dos Padres (rmater)

23/10/2023

Realizando o nosso ciclo de Formação Permanente, na manhã do dia 23 de outubro, tivemos a alegria de contar com a presença de Dom Ricardo Hoepers, Bispo Auxiliar de Brasília e Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Ele tratou um tema ligado à Teologia Moral, sobretudo retomando realidades profetizadas por São João Paulo II na Carta Encíclica Evangelium Vitae e que são extremamente atuais em nossa vida pastoral.

Formação dos Padres (rmater)

Fonte: https://www.rmater.org.br/

“Não estou me sentindo bem”, afirma o Papa durante audiência no Vaticano

Antoine Mekary | ALETEIA

Por I. Media - publicado em 06/11/23

Durante encontro com rabinos europeus nesta segunda-feira, o Papa Francisco não conseguiu ler um discurso preparado antecipadamente para a ocasião.

“Não estou me sentindo bem”, confidenciou o Papa Francisco ao receber uma delegação da Conferência dos Rabinos Europeus em 6 de novembro de 2023, no Vaticano. Com a voz cansada, o Santo Padre desculpou-se por não conseguir ler seu discurso previamente preparado para a ocasião.

Durante a audiência transmitida ao vivo pela sala de imprensa da Santa Sé, o Pontífice, que completará 87 anos em 17 de dezembro, saudou seus convidados, dando-lhes as boas-vindas e expressando sua satisfação com a visita.

Visivelmente sem fôlego, o Papa lhes disse: “Acontece que não estou me sentindo bem e, por isso, prefiro não ler o discurso, mas entregá-lo a vocês, e que vocês o levem embora”.

Mais tarde, a Sala de Imprensa da Santa Sé informou que o Santo Padre “está um pouco resfriado” e quis “cumprimentar os rabinos individualmente”. O Papa seguiu a agenda do dia normalmente. Entre os compromissos, um encontro com mais de 7.000 crianças de vários países.

A saúde do Papa

O Papa Francisco foi hospitalizado duas vezes em 2023: em março, por causa de uma pneumonia, e em junho, devido a uma cirurgia abdominal. Falando na televisão italiana em 1º de novembro, o chefe da Igreja Católica foi tranquilizador sobre seu estado de saúde. “Agora me sinto muito bem, posso comer de tudo”, disse ele aos jornalistas.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF