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terça-feira, 8 de abril de 2025

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

A cruz de Cristo: fonte de bênçãos e graças (Liturgia das Horas Online)

Dos Sermões de São Leão Magno, papa

(Sermo 8, De passione Domini, 6-8: PL 54,340-342)

(Séc. V)

A cruz de Cristo é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças.

Que a nossa inteligência, iluminada pelo Espírito da Verdade, acolha com o coração puro e liberto, a glória da cruz que se irradia pelo céu e a terra; e perscrute, com o olhar interior, o sentido destas palavras do Senhor, ao falar da iminência de sua paixão: Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado (Jo 12,23). E em seguida: Agora sinto-me angustiado. E que direi? “Pai, livra-me desta hora!”? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim. Pai, glorifica o teu Filho! (Jo 12,27). E tendo vindo do céu a voz do Pai que dizia: Eu o glorifiquei e o glorificarei de novo! (Jo 12,28), Jesus continuou, dirigindo-se aos presentes: Esta voz que ouvistes não foi por causa de mim, mas por causa de vós. É agora o julgamento deste mundo. Agora o chefe deste mundo vai ser expulso, e eu, quando for elevado da terra, atrairei tudo a mim (Jo 12,30-32).

Ó admirável poder da cruz! Ó inefável glória da Paixão! Nela se encontra o tribunal do Senhor, o julgamento do mundo, o poder do Crucificado!

Atraístes tudo a vós, Senhor, para que o culto divino fosse celebrado, não mais em sombra e figura, mas num sacramento perfeito e solene, não mais no templo da Judéia, mas em toda parte e por todos os povos da terra.

Agora, com efeito, é mais ilustre a ordem dos levitas, maior a dignidade dos sacerdotes e mais santa a unção dos pontífices. Porque vossa cruz é fonte de todas as bênçãos e origem de todas as graças. Por ela, os que creem recebem na sua fraqueza a força, na humilhação, a glória, na morte, a vida. Agora, abolida a multiplicidade dos sacrifícios antigos, toda a variedade das vítimas carnais é consumada na oferenda única do vosso corpo e do vosso sangue, porque sois o verdadeiro Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo (Jo 1,29). E assim realizais em vós todos os mistérios, para que todos os povos formem um só reino, assim como todas as vítimas são substituídas por um só sacrifício.

Proclamemos, portanto, amados filhos, o que o santo doutor das nações, o apóstolo Paulo, proclamou solenemente: Segura e digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores (1Tm1,15).

E é ainda mais admirável a misericórdia de Deus para conosco porque Cristo não morreu pelos justos, nem pelos santos, mas pelos pecadores e pelos ímpios. E como a natureza divina não estava sujeita ao suplício da morte, ele assumiu, nascendo de nós, o que poderia oferecer por nós.

Outrora ele ameaçava nossa morte com o poder de sua morte, dizendo pelo profeta Oséias: Ó morte, eu serei a tua morte; inferno, eu serei a tua ruína (cf. Os 13,14). Na verdade, morrendo, ele se submeteu às leis do túmulo, mas destruiu-as, ressuscitando. Rompeu a perpetuidade da morte, transformando-a de eterna em temporal. Pois, como em Adão todos morrem, assim também em Cristo todos reviverão (1Cor 15,2).

Fonte: https://liturgiadashoras.online/

Homem invade igreja e destrói imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges em São Paulo

Homem invade igreja e quebra as imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges da paróquia Bom Jesus das Oliveiras. | Crédito: Captura de tela de vídeo do Instagram da Paróquia Bom Jesus das Oliveiras.

Por Nathália Queiroz*

8 de abril de 2025

Um homem invadiu a igreja e quebrou as imagens do Bom Jesus e de santa Edwiges da paróquia Bom Jesus das Oliveiras, no setor Itaim Paulista, Zona Leste de São Paulo (SP). Identificado pela Polícia Civil, ele será investigado por ultraje a culto religioso.

No domingo (6) de manhã, “alguém desaforado entrou aqui na Igreja e com fúria procurando pelo padre partiu para a agressão quebrando as duas imagens que a gente tinha na Igreja. A imagem do Bom Jesus e a imagem de santa Edwiges, padroeiro e a copadroeira da nossa Igreja”, disse o pároco de Bom Jesus das Oliveiras, padre Genaldo Laurindo, num vídeo publicado no Instagram da paróquia. “As imagens ficaram completamente destruídas e sem nenhum tipo de reaproveitamento”.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou ao portal de notícias G1 que o homem tem 28 anos e foi encontrado ontem (7) na cidade de Itaquaquecetuba. Ele foi levado ao 50º Distrito Policial (Itaim Paulista) e confirmou ser o responsável pela destruição das imagens, sem dizer o motivo. Foi feito o registro da ocorrência por ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo e o homem foi liberado.

O padre Genaldo “lamenta profundamente” o vandalismo e pede a oração e compreensão dos fiéis “porque nos próximos dias não teremos as duas imagens repostas lá no lugar delas”.

Ele disse que conta com a ajuda dos fiéis para “adquirir novas imagens” e pediu orações pela pessoa “que cometeu esse ato insano contra as imagens sagradas aqui do Bom Jesus das Oliveiras”.

A diocese de São Miguel Paulista, a que pertence a paróquia Bom Jesus das Oliveiras, disse em nota publicada ontem (7) que “repudia com veemência o ato de vandalismo” e convidou todos a “rezarem em um ato de reparação contra essa situação lamentável”.

“O desagravo pode ser feito mediante a participação na Missa, a visita ao Santíssimo Sacramento e orações nesta intenção”, conclui a nota.

Nathália Queiroz*: Escrevo para a ACI Digital há oito anos e desde 2023 sou correspondente do Brasil para o telejornal EWTN Notícias. Sou certificada em espanhol pelo Instituto Cervantes. Tenho experiência em redação de conteúdo religioso para mídias católicas em português e espanhol e em tradução de sites religiosos. Sou casada, tenho três filhos e sou catequista há mais de 15 anos. Escrevo de Petrópolis (RJ).

Fonte: https://www.acidigital.com/noticia/62061/homem-invade-igreja-e-destroi-imagens-do-bom-jesus-e-de-santa-edwiges-em-sao-paulo

As Redes Sociais como terra promissora de evangelização

Internet  (Julien Eichinger - Fotolia)

O rápido avanço tecnológico e a popularização das redes sociais estão quebrando paradigmas no modo de viver e, principalmente, na forma de comunicar. Essa realidade do mundo digital tem transformado radicalmente a nossa maneira de interagir com nossos semelhantes. Uma verdadeira revolução!

Dom Edson Oriolo - Bispo da Igreja Particular de Leopoldina MG

Hoje, quando se fala em comunicação, pensa-se logo em conectividade pela internet, especialmente nas “Redes Sociais”. É a cultura de relacionamento midiático, que está em constante construção e supera a equação “emissor”, “mensagem” e “receptor”, que constituía a teoria da comunicação na década de 1980. 

Destarte, as redes sociais servem para conectar pessoas, expressar opiniões, dar acesso a notícias e todo tipo de informação, acompanhar eventos em tempo real, compartilhar conteúdos ( fotos, vídeos e textos) e proporcionar entretenimento. No campo do marketing, auxiliam a atrair clientes por meio de campanhas. Podemos também dizer que nesses espaços virtuais pessoas, instituições, grupos, marcas e empresas podem se relacionar.

As redes sociais vêm transformando radicalmente a maneira como interagimos. Na atualidade, a socialização - troca de experiências, conhecimentos e informações-, ocorre mais intensamente on-line do que off-line. E a comunicação online tem causado um grande impacto em conceitos e métodos de ciências como a psicologia, a antropologia, a sociologia. Ajuda, especialmente, no desenvolvimento econômico, técnico, religioso e científico dos nossos tempos. 

O rápido avanço tecnológico e a popularização das redes sociais estão quebrando paradigmas no modo de viver e, principalmente, na forma de comunicar. Essa realidade do mundo digital tem transformado radicalmente a nossa maneira de interagir com nossos semelhantes. Uma verdadeira revolução! Hoje, somos mais online do que off-line.

Datareport, uma plataforma de análise de dados, afirma que os brasileiros estão quase sempre conectados. Quando se fala em redes sociais, estamos em terceiro lugar mundial no tempo gasto nessas plataformas, com uma média de 3horas e 37minutos por dia dedicados às redes sociais. As cinco mais usadas no Brasil são: Whatsapp (147 milhões de usuários), Youtube (144 milhões), Instagram (134,6 milhões), Facebook (113 milhões) e Tik-tok (98,59 milhões). Mas é bom ressaltar que, em relação aos usuários, as mulheres representam 55,6%, enquanto os homens 44,4%.

Nos dias de hoje, estamos, em grande maioria, 24 horas online.  Na rua, pais acessam seus celulares, enquanto os filhos, andando ao lado, fazem o mesmo. Nos restaurantes, as pessoas colocam os celulares sobre a mesa mesmo antes de se sentarem. Nos pontos de ônibus, todos conectados; todos com seus aparelhos, escutando, conversando, buscando informações, se relacionando.

Essas pesquisas nos alertam sobre a importância de nos informarmos e nos relacionarmos por meio da internet.  É fundamental o uso das plataformas do sistema on-line - das redes sociais- para a evangelização. É preciso estar presente neste cenário on-line, sem ter medo de lançar as sementes do Verbo. É preciso, também saber usar das redes sociais, que são meios de compartilhamentos eficazes para a evangelização e, com criatividade, colocar nossa mensagem para transmitir Cristo às pessoas, nas redes mais populares:  Facebook, Linkedin, Youtube, Twitter, TikTok, Instragram, Whatsapp, Snapchat (aplicativo de mensagens com base de imagens). Porém, nada Overshoring (compartilhamento excessivo de conteúdo nas redes sociais).

Exímio comunicador das verdades reveladas, Jesus Cristo usou todos os recursos da sua época para proclamar a Boa-nova, informar (anunciar) sobre o Reino de Deus e relacionar-se com a humanidade (fazer história). Sua temática é plataforma de evangelização. Assim, a grande missão da Igreja é seguir o exemplo de Cristo e revelar o comunicador do Pai; levar a Boa-nova ao mundo inteiro.

As redes sociais fazem parte de todos os aspectos da vida das pessoas. Muita coisa é online. A velocidade da comunicação, a expectativa da mídia e os aplicativos são realidades com as quais devemos nos envolver para tornar mais eficaz a nossa missão de anunciar o evangelho e de viver o mandamento maior de amor aos irmãos. A Igreja tem que ser presença apropriada no mundo digital para atingir a vida das pessoas. Trata-se de um novo mundo. 

“As redes sociais como terra promissora de evangelização” nos possibilitam dinamizar a Pastoral do Encontro, que deve ter como proposta evangélica: estar ciente de que as pessoas necessitam de ser salvas, redimidas (resgatadas) e de se assumirem como criaturas (criação). A ação da Pastoral do Encontro deve ser processada em distintos níveis, pois, muitos ainda precisam ser ajudados a se valorizar como pessoas (autonomia, racionalidade, convivência) e a saírem de si, do próprio mundo, do foco apenas na sobrevivência material. Há pessoas que necessitam ser resgatadas em sua própria estima e de situações conflitivas (droga, exclusão, exploração material e afetiva, prisão etc.). Há pessoas que necessitam ser salvas de uma vida sem sentido ou sem horizontes (a doença grave, velhice, morte iminente...).

Enfim, estar nas redes sociais é ajudar as pessoas a fazerem a experiência do encontro com Cristo pela Palavra, a comprometerem-se com a comunidade paroquial e eclesial missionária e a serem ainda melhores, isto é, transparecerem o rosto do bom Deus nos lugares onde estão construindo a sua história de Salvação. Desse modo, as redes sociais se apresentam como uma verdadeira terra de missão, onde as pessoas podem ser alcançadas pela graça de Deus, crescer na fé e no seu discipulado a Jesus Cristo, comprometendo-se com a vida da Igreja.  

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Como rezar a “Via Sacra”?

Via-Sacra (paroquiaimaculada7lagoas)

Como rezar a “Via Sacra”?

A Via-Sacra consiste em considerar 14 momentos do caminho de Jesus para o Calvário, na primeira Sexta-feira Santa, a fim de meditar os sofrimentos de Jesus Cristo e unir-se interiormente a Ele. São Josemaria tinha muita devoção a esta prática de piedade.

27/03/2024

Entre os exercícios de piedade com que os fiéis veneram a Paixão de Jesus poucos são tão amados como a Via-Sacra, que percorre o último trajeto da caminhada percorrida por Jesus durante a sua vida terrena, desde o Monte das Oliveiras, onde numa «propriedade chamada Getsêmani» (Marcos 14,32) Jesus ficou «cheio de angústia» (Lucas 22,44), até ao Monte Calvário, onde foi crucificado entre dois malfeitores (cf. Lucas 23,33), ao jardim onde foi deposto num sepulcro novo, escavado na rocha (cf. João 19, 40-42).

Testemunho do amor a este exercício de piedade são as incontáveis vias sacras colocadas nas igrejas, nos santuários, nos claustros e também ao ar livre, no campo ou ao longo da encosta de uma colina.

A Via-sacra, ou "Via Crucis", é a síntese de várias devoções surgidas na Idade Média: a peregrinação à Terra Santa, durante a qual os fiéis visitam devotamente os lugares da Paixão de Jesus; a devoção às «quedas de Cristo» sob o peso da cruz; a devoção aos «passos dolorosos de Cristo» que consiste em ir processionalmente de uma igreja para outra em memória dos percursos feitos por Cristo durante a sua Paixão; a devoção às «estações de Cristo», isto é, aos momentos em que Jesus para ao longo da caminhada para o Calvário por ser obrigado pelos algozes ou por estar muito cansado ou, porque procura dialogar com os homens e mulheres que assistem à sua Paixão.

("Diretório sobre piedade popular e Liturgia. Princípios e orientações"- Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos)

Imagens tiradas da Via Crucis de 2013 do Vaticano

Link com textos de São Josemaria meditando sobre a Via Sacra: Via Sacra

Fonte: https://opusdei.org/pt-br/article/via-sacra/

segunda-feira, 7 de abril de 2025

Quando a tentação se converte em pecado

andreonegin | Shutterstock

Philip Kosloski - publicado em 04/04/25

Há momentos em que, se formos honestos com nós mesmos, nos encontramos em uma situação que provocou uma tentação, levando-nos a pecar.

Quando uma tentação vem em nosso caminho, desde que não consintamos com ela ou não tenhamos prazer nela, não pecamos. 

No entanto, há momentos em que essa tentação não surgiu do nada. 

Nesses casos, fomos uma das principais causas da tentação, pois nos colocamos em uma situação que levou a essa tentação.

Tentações pecaminosas

São Francisco de Sales ajuda a esclarecer essa realidade espiritual em sua Introdução à Vida Devota:

Às vezes acontece que a tentação em si mesma é pecado para nós, porque nós mesmos a trouxemos sobre nós. Por exemplo, se eu sei que o jogo me leva à paixão e à blasfêmia, e que todo jogo é uma tentação para mim, eu peco toda vez que jogo, e sou responsável por todas as tentações que podem vir sobre mim na mesa de jogo. Então, novamente, se eu sei que certa sociedade me envolve na tentação do mal, e ainda assim eu a procuro voluntariamente, sou inquestionavelmente responsável por tudo o que posso encontrar no caminho da tentação nela.

Determinar se uma tentação foi um pecado requer discernimento. Um conselheiro espiritual de confiança geralmente é útil nesse sentido, capaz de determinar se você buscou a tentação ou se ela simplesmente surgiu em sua mente. 

São Francisco de Sales oferece outro ponto de conselho em termos de discernimento:

Portanto, quando você for tentado a qualquer pecado, examine se você voluntariamente se expôs à tentação, e se você achar que o fez colocando-se em seu caminho, ou não prevendo a tentação, como deveria ter feito, então é pecado; mas se você não fez nada para causar a tentação,  não deve ser imputado a você como pecado.

Se alguém é viciado em pornografia, muitas vezes simplesmente entrar na Internet quando ninguém está por perto é uma receita para o desastre. 

Precisamos ser honestos com nós mesmos e saber quais situações trarão tentações. 

Pode até ser um amigo que fofoca o tempo todo. Se estamos tentando superar nossa própria atração por fofocas, isso pode significar passar menos tempo com esse amigo. Sabemos que, se estivermos perto deles, seremos tentados e não seremos capazes de resistir. 

Levar uma vida virtuosa, unida a Deus, não é fácil. A boa notícia é que Deus pode nos dar muitas graças que nos dão forças para resistir às tentações quando elas vierem.

 Fonte: https://pt.aleteia.org/2025/04/04/quando-a-tentacao-se-converte-em-pecado

O sinal de uma presença numa época da realidade virtual

Papa Francisco na Praça São Pedro  (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

A participação de Francisco no Jubileu dos Enfermos.

Andrea Tornielli

A inesperada participação do Papa Francisco nos últimos momentos da celebração litúrgica do Jubileu dedicada aos enfermos e ao mundo da saúde representa uma mensagem cheia de significado. Mesmo na época da realidade virtual, na época em que acreditamos que podemos participar de tudo permanecendo por trás de uma tela de computador, o estar presente fisicamente é muito importante. Estar pessoalmente, fazer o esforço de viajar, sair, esperar; fazer o esforço de caminhar, aproximar-se dos outros, suar, expor-se ao sol ou às intempéries, faz sentido para encontrar o olhar das pessoas ao nosso redor pessoalmente, para experimentar a companhia dos outros, para fazer parte de um povo peregrino. Com seu gesto não anunciado, o Sucessor de Pedro nos ensina que nada pode ser realmente substituído pela presença física, com o estar presente. Portanto, a saída do Papa no sagrado de São Pedro é, por si só, uma mensagem mais significativa do que quaisquer palavras: apesar de sua voz ainda fraca, apesar de suas cânulas de oxigênio, ele quis estar ali.

Há também um segundo significado: Francisco escolheu para sua primeira saída após o término de sua hospitalização no Gemelli uma celebração do Jubileu que ele sente ser particularmente próximo: uma celebração dedicada aos doentes, àqueles que sofrem e àqueles que cuidam dos que sofrem. Embora o pior já tenha passado, o Papa é um convalescente que ainda mostra os sinais da doença. Frágil entre os frágeis, ele não desistiu de viver o “seu” Jubileu, confessando-se na basílica e atravessando a Porta Santa como milhares de pessoas fazem todos os dias. Essa porta que ele abriu como Pontífice na noite de Natal, ontem ele a atravessou como um simples peregrino que ainda sofre as consequências da pulmonite.

Por fim, a saída surpresa na manhã de domingo nos fala do relacionamento do Pastor com o seu rebanho, do bispo com seu povo. Apesar de sua convalescença, apesar das advertências dos médicos, Francisco não renunciou ao encontro com o povo, mesmo sabendo dos riscos que isso pode acarretar para sua saúde. Ao fazer isso, ele nos diz que, mesmo que as circunstâncias às vezes possam impor uma aproximação virtual devido a uma hospitalização, ao confinamento devido à pandemia ou à impossibilidade de viajar, o encontro presencial é insubstituível. Porque, como ele disse há pouco mais de um ano, “o amor precisa de concretude, o amor precisa de presença, de encontro, precisa de tempo e espaço dados: não pode ser reduzido a palavras bonitas, a imagens em uma tela...”. E isso também se aplica ao amor do Papa pelo povo de Deus, a quem ele sempre “falou” também com gestos e ternura.

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

Perdoai-nos, Senhor, porque pecamos

Perdão Senhor, pois pecamos contra vós! (Comunidade Instrumento de Deus)

Perdoai-nos, Senhor, porque pecamos.

Cardeal Odilo Pedro Scherer

Arcebispo de São Paulo

28 de fevereiro de 2025

A Quaresma inicia com um chamado à conversão: “convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,25). A vida do cristão é um constante processo de conversão a Deus. Somos tentados de muitos modos para nos desviarmos de Deus e dos seus caminhos e a construir uma vida sem Deus. A grande e mais perigosa tentação é a da autossuficiência, aliada à soberba: achar que não precisamos de Deus, que nos bastamos a nós mesmos, que podemos, tomar o lugar de Deus. E então passamos a viver em pecado.

Talvez não vejamos motivos para nos convertermos e achamos que está tudo bem em nossa vida. E vivemos friamente nossa fé e nossa relação com Deus e o próximo e não progredimos na vida cristã. O chamado à conversão é para nos voltarmos para Deus novamente, abandonando a atitude de soberba e autossuficiência. O chamado à conversão é concreto: é reconhecer que Deus é Deus e que nós não somos deuses; é abraçar sua vontade, praticando os mandamentos; é vivendo a caridade para com o próximo e não fechar o coração diante de suas necessidades e sofrimentos.

A Quaresma nos recorda a atitude de penitência e conversão, que deve acompanhar toda a nossa vida, até o último dos nossos dias neste mundo. Neste ano, mediante a Campanha da Fraternidade, nosso processo de conversão passa também pela revisão de nossas atitudes em relação ao cuidado do mundo criado por Deus. No final do relato bíblico da criação do mundo, Deus contempla a sua obra e se alegra. “Deus viu tudo o que tinha feito. E era muito bom” (Gn 1,31). Isso significa que era harmonioso, sem maldade, bonito e funcionava bem. O problema vem depois, com a história do pecado de Adão e Eva, que se deixaram levar pelo tentador e pretenderam ser como Deus. A partir daí, entrou a desarmonia e a confusão no mundo.

Começaram as brigas e a violência, a ambição desmedida, a ganância, a sede de poder e o descaso de um pelo outro. E também se estragou a relação do homem com a natureza. Em vez do cuidado do “jardim de Éden”, que Deus colocou sob os cuidados de Adão e Eva, começou uma relação de domínio e de exploração do homem sobre a criação de Deus. Assim chegamos ao ponto de termos um mundo cada vez mais descuidado e até hostil ao homem. Se não nos convertermos nas nossas relações com a natureza, ela deixará de ser a casa comum de toda a família humana para se transformar numa casa inabitável, hostil e em ruínas.

“Fraternidade e ecologia integral”: este é o tema da Campanha da Fraternidade deste ano. Ao longo da Quaresma, somos chamados a uma conversão que inclua nossas relações com a natureza: reconhecemos que ela é um dom precioso do Criador, não apenas para nós, mas também para as futuras gerações? Cuidamos do ar, da água, do verde, da vida de todos os seres e da pessoa humana, que também é parte desse mundo maravilhoso criado por Deus? Ou colaboramos com a nossa parte para que este mundo fique cada dia um pouco menos belo, bom e habitável?

O cuidado do próximo, em quem reconhecemos um irmão e uma irmã (“fraternidade”), é parte da ecologia integral. Todas as injustiças e violências, todo desprezo e ódio contra o próximo é contrário ao plano de Deus em relação à criação. Um mundo bem zelado e cuidado também é sinal de fé e de esperança. Neste Ano Jubilar, vivamos a Quaresma na perspectiva da conversão e da busca do perdão de Deus. E reviverá a esperança para nós e para o mundo. Somos todos “peregrinos de esperança”.

Artigo publicado no Folheto Litúrgico “Povo de Deus em São Paulo” para a Quarta-Feira de Cinzas05 de março de 2025

Fonte: https://arquisp.org.br/

A atração de Jesus

Santa Teresa de Lisieux | 30Giorni

Arquivo 30Dias n. 05 - 2006

Uma passagem de Santa Teresa do Menino Jesus

A atração de Jesus

«Ó Jesus, então nem é preciso dizer: Atraindo-me, atrai as almas que eu amo. Esta simples palavra: “Atraia-me” é suficiente.»

editado por Maurizio Benzi

É compreensível que o apelo por uma Nova Evangelização capital tenha se tornado tão insistente. É compreensível, em primeiro lugar, porque o mandamento do Senhor: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” ( Mc 16,15) não pode ser evitado e, depois, porque uma descristianização inimaginável está ocorrendo, especialmente nas últimas décadas.

Mas é exatamente esse o ponto: às vezes o apelo parece um pouco inquieto demais, mais preocupado em alcançar um resultado do que em contribuir para a alegria de quem deveria obtê-lo. Como se isso (a alegria, o fruto surpreendente da graça) não fosse operante, não fosse o próprio objetivo de tudo o que Jesus disse e fez ("Eu vos disse essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa" João 15:11), não fosse a força livre de um pobre cristão juntamente com o pedido de que o Senhor trabalhe conosco ("...enquanto o Senhor trabalhava com eles" Mc 16:20).

É como se fosse necessário acrescentar algum compromisso adicional à recitação diária de orações e à humilde observância dos Dez Mandamentos ("Nisto consiste o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos" ( 1 João 5:3).

O texto da Lumen Gentium é tão reconfortante e convincente – e, portanto, inevitavelmente operativo – quando no número 31 fala das “ condições ordinárias da vida familiar e social” como o lugar onde os fiéis leigos são chamados “a tornar Cristo visível aos outros, principalmente pelo testemunho da sua vida e pelo esplendor da fé, da esperança e da caridade”.

O recente Compêndio do Catecismo da Igreja Católica vai na mesma direção, quando no número 97 explica «como Maria colabora no plano divino de salvação»: «pela graça de Deus, ela permaneceu imune a todo pecado pessoal durante toda a sua existência»; e depois, no número 433, quase como um comentário à Lumen gentium 31, ele explica que «com a sua vida em conformidade com o Senhor Jesus, os cristãos atraem os homens para a fé no Deus verdadeiro, edificam a Igreja, informam o mundo com o espírito do Evangelho e apressam a vinda do Reino de Deus» (todos os sublinhados são nossos, aqui e acima).

Mas uma palavra ainda mais convincente, cheia da leveza e da candura da santidade, vem das últimas páginas do manuscrito C de História de uma alma , onde a pequena Teresa de Lisieux relata a realização inesperada de sua vocação missionária. Nós os publicamos como a melhor contribuição à causa da nova evangelização, que a padroeira das missões, declarada doutora da Igreja pelo Papa João Paulo II, é certamente a mais ativa em defender.

Por Don Maurizio Benzi « As almas simples não precisam de meios complicados: como estou entre elas, uma manhã, durante a ação de graças, Jesus me deu um meio simples para cumprir minha missão. Ele me fez entender esta palavra do Cântico dos Cânticos: “ Atrai-me, e correremos ao perfume dos teus perfumes” ( Cântico dos Cânticos 1:4). Ó Jesus, então nem é preciso dizer: Atraindo-me, atrai as almas que eu amo. Esta simples palavra: “Atraia-me” é suficiente. Senhor, eu compreendo, quando uma alma se deixa cativar pelo cheiro inebriante dos teus perfumes, ela não consegue correr sozinha, todas as almas que ela ama são arrastadas atrás dela: isso acontece sem constrangimento, sem esforço, é uma consequência natural da sua atração por ti.

O Chamado de Pedro e André, Caravaggio, Coleção da Royal Gallery, Palácio de Hampton Court, Londres | 30Giorni

Assim como uma torrente que se precipita impetuosamente no oceano arrasta consigo tudo o que encontra em seu caminho, assim, ó meu Jesus, a alma que se submerge no oceano sem margens do teu amor arrasta consigo todos os tesouros que possui...».

[…]

« Minha Mãe , creio que é necessário dar-lhe mais algumas explicações sobre a passagem do Cântico dos Cânticos: “Atrai-me, correremos”, porque o que eu queria dizer sobre ela me parece difícil de entender.

“Ninguém pode vir a mim”, disse Jesus, “se meu Pai , que me enviou, não o trouxer”. Depois, com parábolas sublimes, e muitas vezes sem sequer recorrer a este meio tão familiar ao povo, ensina-nos que basta bater para que a porta se nos abra, basta procurar para encontrar e humildemente estender a mão para receber o que pedimos... Diz também que tudo o que pedirmos ao seu Pai em seu nome, ele o concederá. É certamente por isso que o Espírito Santo, antes do nascimento de Jesus, ditou esta oração profética: Atrai-me, correremos.

O que é então pedir para ser atraído, senão unir-se de forma íntima ao objeto que cativa o coração? Se o fogo e o ferro tivessem inteligência e este dissesse ao outro: Desenha-me, ele demonstraria que deseja identificar-se com o fogo, de modo que este o penetrasse e o impregnasse com sua substância ardente e parecesse formar uma coisa com ele.

Mãe Amada, aqui está minha oração: peço a Jesus que me atraia para as chamas do Seu amor, que me una tão intimamente a Ele, que Ele possa viver e agir em mim.

Sinto que quanto mais o fogo do amor inflama meu coração, quanto mais digo: Atrai-me, tanto mais as almas que se aproximam de mim (pobre pedacinho de ferro inútil, se eu me afastasse do braseiro divino) correrão rapidamente para o aroma dos perfumes do seu Amado, porque uma alma inflamada de amor não pode permanecer inativa: certamente, como Santa Madalena, ela permanece aos pés de Jesus, escutando sua palavra doce e ardente. Parecendo não dar nada, ela dá muito mais do que Marta, que é agitada por muitas coisas e gostaria que sua irmã a imitasse. Não são as tarefas de Marta que Jesus culpa: sua divina Mãe submeteu-se humildemente a essas tarefas durante toda a sua vida porque tinha que preparar refeições para a Sagrada Família. É somente a inquietação de sua ardente anfitriã que ele gostaria de corrigir." «Não são as tarefas de Marta que Jesus culpa: sua divina Mãe submeteu-se humildemente a essas tarefas durante toda a sua vida porque tinha que preparar refeições para a Sagrada Família. É apenas a inquietação do seu ardente hóspede que gostaria de corrigir.»

Fonte: https://www.30giorni.it/

domingo, 6 de abril de 2025

O Papa: na doença, Deus não nos deixa sozinhos.

Jubileu dos Enfermos 2025 (Vatican Medeia)

O Papa: na doença, Deus não nos deixa sozinhos. Francisco chega de surpresa à Praça

Na doença, Deus não nos deixa sozinhos e, se nos abandonarmos a Ele, precisamente onde as nossas forças falham, podemos experimentar a consolação da sua presença. Ele mesmo, feito homem, quis partilhar a nossa fraqueza em tudo e sabe bem o que é o sofrimento. Por isso, podemos dizer-Lhe e confiar-Lhe a nossa dor, certos de que encontraremos compaixão, proximidade e ternura: disse o Papa na Missa deste domingo, presidida por dom Fisichella, ponto alto do Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde.

Raimundo de Lima – Vatican News

“Com o seu amor cheio de confiança, Deus envolve-nos para que, por sua vez, nos tornemos nós mesmos, uns para os outros, “anjos’, mensageiros da sua presença, a tal ponto que tanto para quem sofre como para quem presta assistência, a cama de um doente se pode transformar, muitas vezes, num ‘lugar santo’ de salvação e redenção”, disse Francisco na homilia por ele preparada para a Missa deste domingo - presidida na Praça São Pedro pelo arcebispo Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização -, ponto alto do Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde, com a participação de cerca de 20 mil peregrinos: pacientes, médicos, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, profissionais da saúde, voluntários, provenientes de mais de 90 países.

Fiéis durante a celebração (Vatican Media)   (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

De seu quarto, Francisco está particularmente perto de nós

Antes de pronunciar a homilia, o arcebispo Fisichella quis dirigir-se aos participantes da Eucaristia com as seguintes palavras:

Irmãos e irmãs, a poucos metros de nós, o Papa Francisco, de seu quarto na Casa Santa Marta, está particularmente perto de nós e está participando, como tantos doentes, tantas pessoas frágeis, desta Santa Eucaristia pela televisão. Sinto-me feliz e honrado por oferecer minha voz para ler a homilia que ele preparou para esta ocasião.

Partindo da promessa de Deus trazida pelo profeta Isaías que se dirige ao povo de Israel exilado na Babilônia assegurando-lhe realizar algo de novo, que já está a aparecer, e do trecho do Evangelho em que Jesus entra na vida da pecadora que está para ser apedrejada, defendendo-a e resgatando-a da violência de seus carrascos, Francisco ressalta que em ambos os casos em que tudo parece perdido, Deus dá a possibilidade de começar uma nova existência.

Fiéis durante a celebração   (Vatican Media)

Deus está sempre ao nosso lado para nos salvar

Com estas narrativas dramáticas e comoventes, a liturgia de hoje convida-nos a renovar, no caminho quaresmal, a confiança em Deus, que está sempre ao nosso lado para nos salvar. Não há exílio, nem violência, nem pecado, nem qualquer outra realidade da vida que o impeça de estar à nossa porta e bater, pronto a entrar logo que lho permitamos. Aliás, observou o Santo Padre, é sobretudo quando as provações se tornam mais duras que a sua graça e o seu amor nos apertam com uma força ainda maior, para nos reerguer.

Irmãs e irmãos, lemos estes textos no momento em que celebramos o Jubileu dos enfermos e do mundo da saúde, e não há dúvida que a doença é uma das provas mais difíceis e duras da vida, durante a qual tocamos com a mão o quanto somos frágeis. Tal como aconteceu com o povo exilado ou a mulher do Evangelho, ela pode levar a fazer-nos sentir privados de esperança no futuro. Mas não acontece assim.

Nesses momentos, continuou o Pontífice, Deus não nos deixa sozinhos e, se nos abandonarmos a Ele, precisamente onde as nossas forças falham, podemos experimentar a consolação da sua presença. Ele mesmo, feito homem, quis partilhar a nossa fraqueza em tudo e sabe bem o que é o sofrimento. Por isso, podemos dizer-Lhe e confiar-Lhe a nossa dor, certos de que encontraremos compaixão, proximidade e ternura.

Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde

https://youtu.be/JAIwVe_t76c

Partilho convosco a experiência da enfermidade

Queridos médicos, enfermeiros e demais profissionais de saúde, enquanto cuidais dos vossos pacientes, em especial dos mais frágeis, o Senhor oferece-vos a oportunidade de renovar continuamente a vossa vida, alimentando-a com gratidão, misericórdia e esperança. Ele chama-vos a iluminá-la com a consciência humilde de que nada está garantido e tudo é dom de Deus; e a alimentá-la com aquela humanidade que se experimenta quando, deixadas por terra as aparências, permanece o que conta: os pequenos e grandes gestos de amor. Permiti que a presença dos doentes entre na vossa existência como um dom, para curar o vosso coração, purificando-o de tudo o que não é caridade e aquecendo-o com o fogo ardente e doce da compaixão.

E convosco, queridos irmãos e irmãs doentes, neste momento da minha vida, estou a partilhar muito: a experiência da enfermidade, de me sentir frágil, de depender dos outros em tantas coisas, de precisar de apoio. Nem sempre é fácil, mas é uma escola na qual aprendemos todos os dias a amar e a deixarmo-nos amar, sem exigir nem recusar, sem lamentar nem desesperar, agradecidos a Deus e aos irmãos pelo bem que recebemos, abertos e confiantes no que ainda está para vir. O quarto do hospital e a cama da enfermidade podem ser lugares para ouvir a voz do Senhor que também nos diz a nós: “Vou realizar algo de novo, que já está a aparecer: não o notais?” (Is 43, 19). E, deste modo, renovar e fortalecer a fé.

A saudação do Papa Francisco ao término da Missa   (VATICAN MEDIA Divisione Foto)

Saudação e agradecimento do Santo Padre aos presentes

Ao término da celebração, Francisco presenteou os participantes fazendo uma surpresa a todos, deixando-os comovidos: apresentou-se brevemente diante do altar, em sua cadeira de rodas. Detendo-se em poucos minutos, o Papa acenou aos presentes, abençoou-os e fez uma saudação:

“Bom domingo a todos! Muito obrigado!”

Antes de saudar os peregrinos e os fiéis na praça, o Santo Padre recebeu o sacramento da reconciliação na Basílica de São Pedro, deteve-se em oração e atravessou a Porta Santa.

Por fim, ao término da Missa foi lida uma mensagem de Francisco de agradecimento:

Sua Santidade o Papa Francisco saúda com afeto todos os que participaram desta celebração e agradece do fundo do coração as orações dirigidas a Deus pela sua saúde, desejando que a peregrinação jubilar seja rica de frutos. Ele lhes concede a bênção apostólica, estendendo-a aos entes queridos, aos doentes e aos sofredores, bem como a todos os fiéis hoje reunidos.

Ainda uma imagem do Papa Francisco ao término da Santa Missa   (Vatican Media)
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

“Estou fazendo coisas novas, e já estão despontando: ainda não percebeis?”

“Estou fazendo coisas novas, e já estão despontando: ainda não percebeis?” (Is 43,19) | Palavra de Vida Abril 2025.

por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida   publicado às 00:00 de 26/03/2025, modificado às 09:12 de 27/03/2025

O exílio na Babilônia e a destruição do templo de Jerusalém tinham criado um trauma coletivo no povo de Israel, levantando uma questão teológica: Deus ainda está conosco ou nos abandonou? O objetivo desta parte do livro de Isaías é ajudar o povo a entender o que Deus está realizando, a confiar Nele e, dessa forma, poder retornar à própria pátria. Pois é exatamente na experiência do exílio que se revela o semblante de Deus criador e salvador.

“Estou fazendo coisas novas, e já estão despontando: ainda não percebeis?”

Isaías recorda o amor fiel de Deus pelo seu povo. A sua fidelidade permanece constante, até mesmo durante o período dramático do exílio. Embora as promessas feitas a Abraão pareçam inatingíveis e o pacto da Aliança pareça estar em crise, o povo de Israel continua sendo um lugar particularmente privilegiado da presença de Deus na História.

O livro profético aborda questões existenciais, fundamentais não só para aquela época: o desenrolar-se da História e o seu significado estão nas mãos de quem? Essa pergunta também pode ser feita na esfera pessoal: o destino da minha vida está nas mãos de quem? Qual é o significado de tudo o que estou vivenciando ou que vivenciei?

“Estou fazendo coisas novas, e já estão despontando: ainda não percebeis?”

Deus atua na vida de cada pessoa, constantemente, fazendo “coisas novas”. Se nem sempre nos damos conta delas ou não conseguimos compreender seu significado e alcance, é porque essas “coisas novas” ainda estão germinando ou porque não estamos prontos para reconhecer o que Ele está realizando. Distraídos pelos acontecimentos que nos afetam, pelas mil preocupações que angustiam a nossa alma, por pensamentos que ficam nos importunando, talvez não estejamos nos detendo o suficiente para observar esses germes que são a certeza da sua presença. Ele nunca nos abandonou. Ele cria e recria continuamente a nossa vida.

“Somos nós a ‘coisa nova’, a ‘nova criação’ que Deus gerou. […] Não olhemos mais para o passado, com saudades de tudo o que nos aconteceu de bom, ou com pesar, chorando nossos erros. Acreditemos decididamente na ação de Deus, que pode continuar realizando coisas novas1”.

“Estou fazendo coisas novas, e já estão despontando: ainda não percebeis?”

Juntamente com aqueles que partilham conosco o caminho da nossa existência, a nossa comunidade, os amigos, os colegas de trabalho, procuremos trabalhar, confrontar nossas opiniões e não perder a confiança de que as coisas podem mudar para melhor.

O ano de 2025 é especial, porque a data da Páscoa Ortodoxa coincide com a das outras denominações cristãs. Que este acontecimento, a celebração da Páscoa comum, possa ser um testemunho da vontade das Igrejas na continuidade de um diálogo sem tréguas, para enfrentar em conjunto os desafios da humanidade e promover ações compartilhadas.

Preparemo-nos, portanto, para viver este período pascal com plena alegria, fé e esperança. Do mesmo modo como Cristo ressuscitou, também nós, depois de termos atravessado os nossos desertos, deixemo-nos acompanhar nesta viagem por Aquele que guia a História e a nossa vida.

Nota:

1) LUBICH, Chiara, Novos por dentro e por fora, Palavra de Vida, março de 2004. 

Organizado por Patrizia Mazzola com a comissão da Palavra de Vida

Fonte: https://www.cidadenova.org.br/editorial/inspira/4055-estou_fazendo_coisas_novas_e_ja_estao_de

Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF