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domingo, 15 de agosto de 2021

Qual a vontade de Deus para a família?

Editora Cléofas
Por Prof. Felipe Aquino

“É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo, os primeiros mestres da fé” LG, 11

Deus nos criou para viver em família. Ele mesmo é uma Família, Três Pessoas distintas em uma única natureza, e quis de certa forma que isso se reproduzisse na Terra, em cada lar. Quando o Catecismo fala da família, começa dizendo:

“A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai” (CIC, §2205).

Deus quis a família como a base da humanidade; por isso, se a família se destruir, se desviando do caminho de Deus, como tem feito, a sociedade sofrerá muito; como já tem sofrido. Por que tantas crianças e jovens estão sofrendo, muitos criados longe dos pais, carentes do seu amor? Por que muitos estão no mundo da violência, das drogas, nas cadeias? Certamente por falta de uma boa família.

Então, para o cristão, filho ou pai, fazer a vontade de Deus é cuidar da família como algo sagrado, instituído por Deus para nela sermos felizes. O Papa João Paulo II disse que a família é o Santuário da vida; isto é, o lugar sagrado, onde a vida acontece, lugar onde é gerada por amor, criada por amor, defendida com amor; protegida dos males do mundo, etc. Numa verdadeira família, segundo o coração de Deus, não há lugar para as loucuras do aborto, eutanásia, brigas, divórcios etc.

São Paulo diz algo muito sério: “Quem se descuida dos seus, e principalmente dos de sua própria família, é um renegado, pior que um infiel” (1Tm 5,8).

É vontade de Deus que cada um de nós defenda os valores sagrados da família. O Papa João Paulo II disse na Carta às Famílias, que os inimigos de Deus não podendo destruí-Lo, então, tentam destruir sua obra mais importante, a família.

Os que atentam contra os valores sagrados da família: indissolubilidade do matrimônio, fidelidade conjugal, fertilidade, etc., atentam contra Deus. Os que pregam a defesa dos casamentos de pessoas do mesmo sexo, dos úteros de aluguel, das experiências com embriões, da concepção “in-vitro” (bebê de proveta), da limitação da natalidade por quaisquer meios, estão contra a vontade de Deus.

Vivendo na família de Nazaré, Jesus nos ensinou a importância da submissão e obediência dos filhos aos pais. Ele, mesmo sendo Deus, se fez obediente àqueles que Ele mesmo criou e escolheu para seus pais. Cumpriu em tudo o quarto mandamento que manda “honrar” os pais. Mais do que ninguém obedeceu à Palavra de Deus que diz:

Foi no seio da família que o Menino Jesus foi preparado para a grande missão de Salvador dos homens. A família é a grande escola da vida, é o educandário do amor, da fé, da justiça, da paz e da santidade.

O filho que foi amado e querido por seus pais, até o fim da sua adolescência, jamais será desequilibrado, carente, ou perigoso para a sociedade.

O Catecismo diz que a família “é a sociedade natural onde o homem e a mulher são chamados ao dom de si no amor e no dom da vida. A família é a comunidade na qual, desde a infância, se podem assimilar os valores morais, em que se pode começar a honrar a Deus e a usar corretamente a liberdade. A vida em família é iniciação para a vida em sociedade” (CIC, §2207).

“É no seio da família que os pais são para os filhos, pela palavra e pelo exemplo os primeiros mestres da fé”, ensina a Igreja (LG, n. 11).

Para os pais, a vida conjugal é uma oportunidade riquíssima de santificação, na medida em que, a todo instante, precisam lutar contra o próprio egoísmo, soberba, orgulho, desejo de dominação etc., para se tornar, com o outro, aquilo que é o sentido do matrimônio: “uma só carne”, uma só vida, sem divisões, mentiras, fingimentos, tapeações, birras, azedumes, mau humor, reclamações, lamúrias, etc.

A luta diária e constante para ser “exemplo para os filhos”, para manter a fidelidade ao outro, para “vencer-se a si mesmo”, a fim de se construir um lar maduro e santo, faz com que caminhemos para a nossa santificação.

Além do mais, o conhecimento profundo do “mistério do outro”, a luta para aceitá-lo e entendê-lo, para ajudá-lo a crescer, a paciência, o perdão dado, as renúncias de cada dia, a atenção com o outro para vencer a frieza e a monotonia, o cuidado do lar, da roupa, da comida, do estudo dos filhos, etc., Tudo isso é fazer a vontade de Deus e leva à santidade. Deus assim fez do casamento uma grande escola de santidade. A casa deve ser para o casal e os filhos o que o mosteiro é para o monge.

Prof. Felipe Aquino

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF