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sábado, 22 de abril de 2023

O Papa: os ministérios são expressão da única missão da Igreja e formas de serviço aos outros

O Papa com uma família de participantes da Assembleia Plenária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida  (Vatican Media)

Na audiência aos participantes da Assembleia Plenária do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, dedicada ao tema "Leigos e ministérios na Igreja sinodal", Francisco recordou que há serviços ministeriais, atribuições, ofícios, cuja finalidade é levar "os valores cristãos ao mundo social, político e econômico" do nosso tempo. Uma missão confiada, sobretudo, aos leigos, que têm a tarefa de “anunciar o Evangelho e transformar a sociedade”.

Manoel Tavares - Vatican News

O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, 22, no Vaticano, os participantes da II Assembleia Plenária do “Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida”, acompanhados pelo Prefeito Kevin Joseph Farrell.

Ao saudar os numerosos presentes, o Papa agradeceu pelo trabalho, que realizaram ao longo dos anos, e o esforço que fizeram em suas áreas de competência: a vida cotidiana das pessoas, famílias, jovens, idosos, grupos associados de fiéis e, em geral, os leigos que vivem no mundo. A eles, Francisco disse: “Vocês pertencem a um Dicastério "popular", eu diria. Por isso, nunca percam o carácter de proximidade com as mulheres e os homens do nosso tempo”.

Partindo do tema desta II Assembleia do Dicastério: “Leigos e ministérios na Igreja sinodal”, o Papa explicou: “Quando se fala de ministérios, em geral, pensamos logo nos ministérios estabelecidos: leitor, acólito, catequista. Estes ministérios são caracterizados por uma intervenção pública da Igreja, um ato específico de instituição, e por certa visibilidade. Eles estão interligados ao ministério ordenado, por suas várias formas de participação em suas tarefas próprias”.

O encontro do Papa com os participantes da audiência (Vatican Media)

O Batismo

Porém, recordou Francisco, “os ministérios instituídos não esgotam a ação ministerial da Igreja, que, desde as primeiras comunidades cristãs, envolveu os fiéis”. E, retomando o tema da Assembleia, Francisco falou sobre a origem da ação ministerial na Igreja, aprofundando dois aspectos fundamentais: o Batismo e os dons do Espírito Santo. Sobre o Batismo, no qual o sacerdócio comum de todos os fiéis afunda suas raízes e se expressa nos ministérios, disse:

A ação ministerial dos leigos não se funda no sacramento da Ordem, mas no Batismo, porque todos os batizados – leigos, celibatários, casados, sacerdotes, religiosos – são ‘christifideles’, os que acreditam em Cristo, são seus discípulos e, portanto, chamados a participar da missão que a Igreja lhes confia, mediante ministérios específicos”.

Os dons do Espírito Santo

Falando sobre o segundo aspecto fundamental do ministério leigo, “os dons do Espírito Santo”, Francisco disse: “A ação ministerial dos fiéis e dos leigos, em particular, brota dos carismas que o Espírito Santo oferece ao Povo de Deus para sua edificação: o carisma é suscitado, primeiro, pelo Espírito; depois, a Igreja reconhece este carisma como serviço útil para a comunidade; por fim, o ministério específico é difundido aos demais.

Assim, acrescentou o Papa, a ação ministerial da Igreja não se reduz apenas aos ministérios instituídos, mas tem um campo bem mais vasto, como no caso de serviços temporários dos leigos, como a proclamação da Palavra ou a distribuição da Eucaristia.

Discurso do Papa aos participantes da plenária do Dicastério dos Leigos, Família e Vida (Vatican Media)

Ministério, testemunho cristão

Além disso, disse Francisco, os leigos podem desempenhar também várias tarefas, não só na Igreja, mas também nos ambientes onde vivem: entre as antigas e novas formas de pobreza, migração, que requer acolhida e solidariedade. Assim, o ministério se torna, além de um simples compromisso social, um lindo testemunho cristão.

Durante a Assembleia Plenária do Dicastério, os participantes refletiram também sobre alguns desafios da pastoral familiar: crise matrimonial, separações e divórcios. Aqui, o Santo Padre recordou que há ministérios fundados no Matrimônio, não apenas no Batismo e na Confirmação, como a missão educativa e evangelizadora da família. O espírito missionário intrínseco da vocação conjugal se expressa também fora da família, quando se torna "evangelizador de outras famílias”.

Francisco abençoa uma mãe que espera um filho (Vatican Media)

Missão e serviço

Estes são apenas alguns exemplos de ministérios leigos abordados pelo Papa Francisco, mas há outros serviços ministeriais, atribuições, ofícios, cuja finalidade é levar "os valores cristãos ao mundo social, político e econômico" do nosso tempo. Uma missão confiada, sobretudo, aos leigos, que têm a tarefa de “anunciar o Evangelho e transformar a sociedade”. "Fico irritado quando vejo ministros leigos que – me perdoem a palavra – "estufam o peito" por fazerem este ministério. Isto é ministerial, mas não é cristão. São ministros pagãos, cheios de si. Cuidado com isso: nunca devem se tornar autorreferenciais. Quando o serviço é unidirecional, não é "ida e volta", acrescentou Francisco.

Por fim, o Papa concluiu seu discurso aos participantes da Assembleia do Dicastério, perguntando: o que estes ministérios têm em comum? E respondeu:

Duas coisas: missão e serviço. Todos os ministérios são expressão da única missão da Igreja e formas de serviço aos outros... Na raiz do termo ministério, destaca-se a palavra ‘minus’ ou ‘menor’. Quem segue Jesus não tem medo de ser ‘inferior ou menor’ ao se colocar a serviço dos outros e, através deles, ao próprio Cristo. Assim, todo batizado descobre que é chamado a "iluminar , abençoar, animar, aliviar, curar, libertar".

Fonte: https://www.vaticannews.va/pt

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF