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segunda-feira, 15 de maio de 2023

Ser e tornar-se irmãos na convivência sociopolítica (1/5)

Ser e tornar-se irmãos | Opus Dei

Ser e tornar-se irmãos na convivência sociopolítica

Uma das novidades mais importantes da encíclica “Fratelli Tutti” é o vínculo que ela postula entre a fraternidade e o bem comum político. Oferecemos o estudo de Maria Aparecida Ferrari, publicado no boletim Romana.

04/05/2023

A santidade na vida cotidiana afeta todas as ações do cristão: “Pensem, por exemplo, na atuação que têm como cidadãos na vida civil. Um homem ciente de que o mundo — e não só o templo — é o lugar do seu encontro com Cristo, ama este mundo, procura adquirir um bom preparo intelectual e profissional, vai formando — com plena liberdade — seus próprios critérios sobre os problemas do meio em que se desenvolve; e, por consequência, toma suas próprias decisões, as quais, por serem decisões de um cristão, procedem além disso de uma reflexão pessoal, que tenta humildemente captar a vontade de Deus nesses detalhes pequenos e grandes da vida”.

Com estas palavras de São Josemaria abrimos a nossa reflexão sobre o que significa ser irmãos na convivência sociopolítica, à luz dos ensinamentos da encíclica Fratelli Tutti. Na primeira parte deste estudo iremos examinar o bem comum político numa perspectiva relacional, com a ideia de mostrar que todos os cidadãos são chamados a alcançá-lo, cada um de acordo o seu lugar na sociedade. As seções posteriores, seguindo o fio condutor do documento pontifício, evidenciarão o sentido em que é pertinente identificar a fraternidade, no âmbito social e cívico, como um dos princípios éticos básicos dos quais é derivado o bem comum político.

Não é costume apresentar a fraternidade como um dos princípios estruturadores da convivência política. Tanto a doutrina social da Igreja como o pensamento filosófico-político enfatizam antes outros princípios como configuradores do bem comum: a inalienável dignidade da pessoa, a justiça, a solidariedade, a subsidiariedade, a liberdade de associação etc. A fraternidade aparece sobretudo em outros âmbitos, como o familiar, o religioso, e o das relações de amizade. De fato, uma das novidades mais importantes da encíclica Fratelli Tutti é o vínculo que ela postula entre a fraternidade e o bem comum político.

Não são, de fato, dimensões independentes umas das outras, pois “para tornar possível o desenvolvimento de uma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam a amizade social, é necessária a melhor política colocada a serviço do verdadeiro bem comum” (FT 154).

Maria Aparecida Ferrari* Professora Associada de Ética Aplicada na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade da Santa Cruz (Roma)

Fonte: https://opusdei.org/pt-br

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF