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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Filho de faxineira passa em medicina e faz surpresa emocionante para a mãe

Shutterstock
Por Ricardo Sanches

"Não era uma ilusão, era só um sonho difícil", disse o rapaz ao agradecer à mãe.

É a notícia que toda mãe quer receber: o filho passou no vestibular. Principalmente se for para medicina, um dos cursos mais concorridos. Agora, se a família é de origem humilde, tal notícia tem os sabores de vitória e orgulho ainda mais acentuados.

E essa é, exatamente, a história de André Ramon, 26 anos, e da mãe dele, Vilenilde Arruda Maciel, de 48 anos. Em agosto de 2021, quando soube que passou em medicina na Universidade Federal do Acre, André foi até a academia onde Vilenilde trabalha como faxineira para dar a notícia pessoalmente à mãe.

“Mãe, eu vim lhe avisar que não era uma ilusão, era só um sonho difícil e eu passei em medicina na Universidade Federal do Acre”, disse André, que depois de dar um longo e apertado abraço na mãe, começou a chorar de emoção.

Dona Vilenilde também se emocionou, e respondeu: “Esse é o melhor presente da mamãe. Graças a Deus, parabéns mesmo”.

Assista:

https://twitter.com/i/status/1458232173610340357

Sonho difícil

E tanta emoção tem motivo. De origem pobre, Dona Vilenilde é mãe de sete filhos e, atualmente, apenas ela sustenta a casa. Teve que trabalhar muito como faxineira para permitir que André ficasse em casa estudando para o vestibular. Mas, nas horas vagas ele também fazia bicos para ajudar a pagar as despesas da casa. Dividia a rotina dos livros com os serviços de limpeza de piscinas e quintais.

André foi alfabetizado em uma escola rural. Depois, estudou em escolas públicas. Tentou passar em medicina por seis vezes consecutivas. Em 2020, ganhou uma bolsa integral para fazer um cursinho pré-vestibular. A jornada rumo ao sonho incluía mais de oito horas por dia em meio a leituras, cálculos, pesquisas e simulados.

Na pandemia, a escola fechou e ele não conseguia estudar em casa. O rapaz mora em uma casa de madeira (onde faz muito calor) e não tem internet para acessar as aulas. Com as bibliotecas também fechadas, precisou contar com a ajuda de um amigo, que lhe cedeu um quarto com ar-condicionado, computador e internet.

Mudança de vida

“Tenho certeza que agora começa uma nova etapa nas nossas vidas. Estou com muito orgulho e espero que a gente consiga caminhar para uma vida melhor a partir de agora”, disse a mãe ao G1.

Ao relembrar as dificuldades por que passou, o rapaz também tem esperança de mudar de vida com a faculdade. “Nossa cultura no Acre e no Brasil é que quando uma pessoa pobre faz 19 anos ela tem que sair de casa e procurar trabalho e eu não, fui contra isso e as pessoas não entendem. Muitas vezes, fui chamado de vagabundo, mas continuei estudando e minha mãe entendia. Eu sabia que somente a educação ia poder me fazer virar a chave”, afirmou.

Enquanto as aulas na universidade não começam, André trabalha como porteiro para ajudar a pagar as contas de casa.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF