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segunda-feira, 23 de maio de 2022

Fio i-lógico

Guadium Press
Se ponderadas, as notícias dessa semana refletem uma peculiar situação mundial.

Redação (21/05/2022 18:54Gaudium Press) As notícias dessa semana chamam a atenção, ao leitor atento. Vejamos:

O editorial do qualificado semanário britânico, The Economist, advertiu sobre o perigo iminente que ameaça o mundo como consequência da guerra Russo-Ucraniana: a fome generalizada ou, ao menos, uma acentuada crise alimentícia.[1]

E se não bastassem as palavras (sempre ponderadas) do The Economist, uma vez mais, a capa do semanário é notável por seu caráter em especial ilustrativo e permeado de informações: uma espiga de trigo, cujos grãos estão substituídos por caveiras humanas. Um aviso? Ao menos, um alerta…

Nesta esteira, o The New York Times frisou a conjunção de dois fatores que acentuam o perigo da fome mundial, o caos climático e as sanções impostas à Rússia devido à guerra.

Com efeito, enquanto boa parte do mundo alimenta a Ucrânia com armas, a Rússia deixa de alimentar aqueles que são seus opositores, fechando a exportação de grãos e fertilizantes (empregados especialmente em plantios) a não pequena porção de países.

De fato, a fome é também uma arma; e não está fora da estratégia russa, visto que, em sua história, seus generais mais eficazes foram o frio e a fome… Napoleão o comprovou; Hitler, não pôde fazer-lhe descaso.

Mas os ventos contrários sopram não só sobre o leste do globo, pois tormentas – dessa vez telúricas, na força do termo – não perdoam sequer a Alemanha, onde muitos danos materiais puderam ser computados, em particular em Westfalia e em Paderborn.[2]

De maneira parecida, os Estados Unidos também foram alvo de um tornado, que atravessou a cidade de Gaylord, deixando feridos e mortos.[3]

A França, por sua vez, atingida por secas infrequentes, teme pelas produções agrícolas. O que acentua e ratifica ainda mais as previsões feitas pelo semanário britânico.[4]

Em terras brasileiras, por outro lado, a situação é diversa, pois os rios que banham o grande estado do Amazonas são afetados por enchentes, dado que as chuvas não cessam há dias, já prejudicando trinta e cinco municípios, cujas residências encontram-se quase submersas.[5]

O que também chama a atenção – como se estivéssemos vivendo ainda numa era pré-moderna –, a degradação de Roma: a poucos metros do Vaticano, são os javalis que assaltam as ruas, deixando a população irrequieta. Agouro de dias menos felizes?

Enfim, de norte a sul, de leste a oeste, as ocorrências preocupantes são muitas; e tecendo o crochet entre esses fatos, haveria um fio lógico que os una todos?

Buscando as causas, para evitar de engolir um subproduto malfazejo, simplesmente porque divulgado pelos jornais e/ou revistas, sou levado a pensar que, sim, existe um fio lógico que os une.

Mas, para espanto do leitor, afirmo ser um fio i-lógico. Ou seja, a lógica entre os fatos – entre os promovidos pelos homens – estaria em pretender mostrar um mundo instável, inseguro, prestes a ruir; ilógico, dentro da lógica usada.

Ora, para desconcerto dos promotores da guerra e da fome, é o caos climático – os furacões, as enchentes, as secas e as queimadas – o que mais temem. Justamente porque isso foge da lógica que desejam acentuar no i-lógico dos fatos.

E a razão é evidente: quem coordena tais elementos naturais, Deus, não pode fazer parte da lógica dos que querem ser i-lógicos.

Assim, num só compasso, Deus permite que o homem vá promovendo desordens, mas vai avisando por meios naturais que, desde que se busque socorro em sua providência, a real lógica dos fatos e suas causas aparece.

Destarte, dessa amálgama de fios que se contorcem e se entrecruzam – os humanos e os naturais – pode vir a surgir uma bela obra, desde que, a partir da situação intricada, o homem saiba recorrer ao sobrenatural, fundamentando suas esperanças em Deus.

Dessa maneira, bem ao contrário do que tal situação mundial pretende provocar (ou já provoca?) – isto é, a confusão entre as mentes e o afastamento da religião –, os homens terão meios para se unirem ao Criador, desde que não sejam i-lógicos.

Bonifácio Silvestre


[1] https://www.cronista.com/internacionales/para-the-economist-el-mayor-temor-del-mundo- es-inminente-y-lo-demuestra-con-una-tapa-escalofriante/

https://www.infobae.com/economia/2022/05/21/guerra-produccion-y-comercio-mundial- segun-the-economist-el-mundo-esta-al-borde-de-una-catastrofe-alimentaria/

[2] https://www.elmundo.es/internacional/2022/05/21/628821e5fdddff12a28b45f9.html

[3] https://metsul.com/tornado-deixa-um-morto-e-dezenas-de-feridos-nos-eua/

[4] https://www.france24.com/es/medio-ambiente/20220514-sequ%C3%ADa-francia- cambio-climático-agua-medioambiente

[5] https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/05/21/cheia-dos-rios-no-am-muda- cenario-e-afeta-vida-de-moradores-veja-fotos.ghtml

Fonte: https://gaudiumpress.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF