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quarta-feira, 18 de maio de 2022

Igreja Católica estaria “crescendo escondida” na Coreia do Norte

Robsonphoto | Shutterstock
Por Francisco Vêneto

"Nas árvores brotam novos rebentos em cada galho todos os anos. Assim também crescem os católicos que se escondem em algum lugar do norte."

A declaração do arcebispo emérito de Gwangju, na Coreia do Sul, foi registrada no livro “A História da Igreja da Coreia do Norte” (obra não traduzida ao português), escrito por Kwon Eun-jung a partir de oito entrevistas concedidas pelo prelado em 2021.

Antes da divisão

Em matéria a respeito, o portal Crux informa que dom Victorinus nasceu numa região da península coreana que atualmente está sob o regime do tirano Kim Jong-un.

Ele se recorda de como a Igreja florescia na Coreia antes da divisão do país e destaca que este crescimento estava alinhado com o trabalho social junto aos mais pobres, a quem se ofereciam escolas, cuidados hospitalares e várias outras obras de caridade.

O agora idoso arcebispo se lembra de uma vasta gama de episódios históricos da conturbada região. Ele evoca, por exemplo, a meia-noite de 9 de maio de 1949, quando soaram os sinos do mosteiro beneditino de Tokwon, perto de Wonsan, para anunciar que os invasores japoneses não mais controlavam o território.

O martírio do abade

Menciona ainda a captura de dom Bonifácio Sauer, bispo alemão e abade do mosteiro beneditino, levado pelos comunistas quando o próprio dom Victorinus era seminarista. As últimas palavras do abade para a comunidade foram:

“Como o Senhor chamou e como o Senhor permitiu, devemos encarar a morte junto com ​​mártires incontáveis. Peço-lhes que continuem neste lugar sem mim. Voltem e descansem em paz. Vamos nos encontrar no céu”.

O abade foi martirizado na prisão.

Expulsão

Os comunistas também expulsaram os monges e seminaristas. Victorinus esteve entre os que conseguiram chegar a Seul, onde pôde ser ordenado sacerdote pouco tempo depois. Ele ainda iria para Roma, onde prosseguiria seus estudos entre 1957 e 1960. Apesar da repressão, conseguiu visitar a família na Coreia do Norte, reencontrando um irmão e uma irmã em 1985.

Dom Victorinus foi o primeiro bispo de Suwon, em 1963, e, depois, arcebispo de Gwangju entre 1973 e 2000. Chegou a presidir a Conferência Episcopal da Coreia do Sul de 1975 a 1981.

…em algum lugar do norte

Até hoje, o emérito reza incansavelmente pela Igreja norte-coreana, que, reforça, continua “crescendo escondida como as árvores do seminário de Tokwon”. Ele descreve:

“Nas árvores brotam novos rebentos em cada galho todos os anos. Assim também crescem os católicos que se escondem em algum lugar do norte”.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF