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terça-feira, 21 de junho de 2022

A cultura do imediatismo e uma geração doente

Shutterstock
Por Talita Rodrigues

Já ouviu a frase: "Trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem”? Isso até soa bonito, mas quem adota esse tipo de comportamento pode adoecer.

Todos nós sabemos que vivemos na cultura do imediatismo. Tudo deve ser para ontem. Entre tantas outras comodidades, hoje, você tem na palma das suas mãos aplicativos para comprar livros em menos de três minutos, aplicativos que oferecem uma refeição no máximo em uma hora sem sair de casa.

Estamos mal acostumados. Por isso, essa cultura do imediatismo nos torna cada vez mais doentes. E a falta de sentido de viver se faz cada vez mais presente dentro dos consultórios de psicologia. 

Aposto que você já deve ter escutado aquelas frases: “trabalhe enquanto eles dormem, estude enquanto eles se divertem”. O fato é que isso até soa bonito, mas é extremamente doentio – e se você adota esse tipo de comportamento você adoece. 

A vida não é uma competição. A vida é como tem que ser PARA VOCÊ. Descanse e trabalhe, divirta-se e estude. Só não deixe a era e a cultura do imediatismo te consumir, a ponto de você perder as coisas mais essenciais desta vida: o seu propósito e o seu sentido de viver. 

Cultura imediatista e líquida

Vivemos em uma cultura imediatista e líquida, em que absolutamente nada foi feito para durar. Afinal de contas, nada exige esforço. É por isso que temos, por exemplo, relacionamentos de três meses assumindo um compromisso de noivado para um futuro matrimônio. E sinto muito desapontá-los, mas esse comportamento faz parte dessa onda imediatista e, por isso, a chance de não dar certo é grande. Relato isso aqui não por puro achismo, mas por experiência clínica. Todos os dias eu atendo corações quebrados e machucados. 

Estamos tão acostumados com o imediatismo que exigimos das pessoas com que nos relacionamos coisas imediatas. Não sabemos esperar e até – muitas vezes – perdemos a capacidade de perceber e respeitar o tempo do outro, que não é o mesmo tempo que o nosso.

Imediatismo e doença  

A era do imediatismo nos adoece. Somos uma geração doente, em busca de algo que nos dê um pouco mais de sentido, sem perceber que estamos indo na direção contrária do que buscamos. 

Mas é possível viver dentro de uma cultura assim e não deixar com que ela defina os padrões e comportamentos para a sua vida. Como? Volte um pouco, e comece a se lembrar das coisas difíceis, quando não existia iFood, Kindle, e entre tantos outros aplicativos que facilitavam um pouco mais a nossa vida.

Volte-se à essência. Volte-se à simplicidade e à luta para conquistar o que mais deseja. Será árduo, uma luta dura contra uma cultura que entrega coisas em um clique. 

Nunca se esqueça: é preciso voltar ao início. É preciso esforço. É preciso força para não ceder à cultura do imediatismo que só adoece.

Encontrar o propósito de viver

Uma espera, um descanso e o fato de não precisar competir com outras pessoas devolverão a você o sentido e o seu propósito de viver.

É na simplicidade que enxergamos que precisamos de pouco para ser feliz. 

Portanto, tenha a coragem de nadar contra a maré. Tenha a coragem de assumir a vida que você quer viver – e não ter vergonha disso. 

Chega de romantizar coisas que não devem ser romantizadas e que consomem a sua saúde. Assuma e banque com o que faz sentido para você – e você verá sua vida se transformar. 

Para ler mais conteúdos como este, clique aqui e siga a psicóloga Talita Rodrigues no Instagram.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF