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domingo, 28 de agosto de 2022

XXII Domingo do Tempo Comum/Ano C

XXII Domingo Tempo Comum | Ordem do Carmo pt

XXII Domingo do Tempo Comum

Palavra do Pastor

Dom Paulo Cezar Costa

Arcebispo de Brasília

Servidores humildes e abnegados

            A Palavra de Deus deste vigésimo segundo domingo (Lc 14, 1. 7-14) coloca diante de nós a humildade como virtude essencial do discípulo de Cristo. Jesus conta uma parábola para indicar este caminho para os discípulos. Ele estava na casa de um chefe dos fariseus e foi comer em sua casa. Jesus percebe a atitude dos convidados: a busca dos primeiros lugares, o ir sentar-se nos primeiros lugares. A partir daquela situação, Jesus mostra que a dinâmica do Reino de Deus exige uma atitude diferente, a humildade, o ir sentar-se nos últimos lugares. A imagem da festa de casamento relembra a Aliança de Deus com os homens, e, com a humanidade, relembra a nossa identidade de comensais do Reino de Deus, de discípulos de Jesus Cristo. Nessa festa de casamento, é preciso buscar os últimos lugares, ter uma atitude de humildade. E o próprio Jesus ensina: “Por que quem se eleva será humilhado e quem se humilha será elevado” (Lc 14, 11).

A exortação à humildade é bastante frequente na Palavra de Deus, principalmente no novo Testamento.  No antigo Testamento, o texto do Eclesiástico fez todo um elogio à humildade: “Na medida em que fores grande, deverás praticar a humildade, e, assim, encontrarás graça diante do Senhor. Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que Ele revela seus mistérios” (Eclo 3, 20). A humildade é o meio para se encontrar graças diante dos olhos de Deus: é aos humildes que Deus revela os Seus mistérios. Maria canta, no Magnificat, que Deus olhou a humildade de sua serva. Papa Francisco diz que a humildade é o DNA de Deus. Deus ama a humildade, Deus gosta dos humildes.  Humildade vem de húmus, terra e é nela que o homem encontra a sua real condição: feito do pó da terra, frágil, efêmero, contingente.

A segunda parte do Evangelho coloca diante de nós o cuidado para com os pobres, os necessitados, os últimos da vida da sociedade (Lc 14, 12 – 14). É o cristão e a comunidade de fé que não podem ignorar, mas devem assistir os pobres, os excluídos. Com as expressões: pobres, aleijados, coxos, cegos, o Evangelho quer individuar os pobres, os excluídos. Essas categorias e outras, na sociedade do tempo de Jesus, eram desassistidas, excluídas.

O Evangelho quer relembrar a nós, hoje, o imperativo de assistir aos pobres e aos excluídos. O grande perigo da nossa caminhada de fé é nos tornarmos cristãos burgueses. Falamos de pobre, dizemo-nos comprometidos com os pobres, mas quando nos encontramos com os pobres, com os necessitados, viramos a cara, trocamos de calçada para não os encontrar, fechamos o vidro do carro para não os tocar. Há muita gente falando dos pobres, mas, comprometendo-se com eles, são poucos. Há muitos cristãos e muita gente na sociedade com uma atitude burguesa diante dos pobres, muitas palavras, mas nenhuma ação.  Usando uma expressão do Papa Francisco, o desafio permanece sendo este: o de “tocarmos a carne sofredora de Cristo nos pobres, nos necessitados”. Quando nos dedicamos àqueles que não nos podem retribuir, esperamos a recompensa somente de Deus, na eternidade (Mt 25, 31 – 46).

Que esta Palavra de Deus nos ajude à conversão, a sermos servidores humildes e abnegados de Jesus Cristo e do seu Evangelho.

Fonte: https://arqbrasilia.com.br/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF