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domingo, 1 de novembro de 2020

Santa Catarina de Alexandria, Megalomártir († c.305)

Santa Catarina de Alexandria | ECCLESIA

Pedro Bargelline, no livro “Mille Santi Del Giorno” diz: “entre as santas que levam o nome de Catarina, a mais conhecida na literatura é Catarina de Sena; a mais célebre na história da espiritualidade é Catarina de Gênova; porém, a mais venerada universalmente, tanto pelo Ocidente quanto pelo Oriente é Santa Catarina de Alexandria”.

Nascida em Alexandria no Egito, foi virgem ilustre e não somente por nobreza de nascimento, formosura, riqueza, mas também por um grau de ciência incomum. Era filha do Rei Costus do Egito. Um dia sua mãe apresentou-a a um eremita. Vendo ele a graça e a inteligência de Catarina resolveu ensinar a ela tudo sobre a vida cristã. Assim ela renunciou as riquezas e a vida de conforto que vivia e resolveu oferecer-se a Cristo e gastar sua fortuna ajudando aos pobres e necessitados. Sua mãe sempre esteve do seu lado, apoiando e incentivando a que ela prosseguisse na sua vida devotada a Cristo.

Durante toda sua vida dedicou-se com especial zelo à prática da virtude e da virgindade. Fiel a Cristo, amou-O como verdadeiro esposo. Soube por isso resistir ao afago e a brutalidade do imperador Maxentius que, tendo ido à Alexandria exigia que também ela oferecesse sacrifícios aos deuses.


«Por que queres perder esta multidão com o culto aos deuses? Aprende a conhecer a Deus, criador do mundo e ao seu único filho Jesus Cristo, que com a cruz livrou a humanidade do inferno».
Narra-se que apenas com 18 anos ela animava os cristãos e assim falou ao imperador:

O imperador, impressionado pela coragem e formosura de Catarina convocou retóricos e filósofos para fazer mudar as idéias da jovem, mas aconteceu o contrário: a eloqüência da Santa convenceu de erros os próprios filósofos que se converteram ao cristianismo.

Derrotado em seus intentos o Imperador vingou-se, decretando a prisão de Catarina e, conta-se, durante o período em que permaneceu encarcerada foi nutrida milagrosamente por uma pomba e visitada por Jesus e pelos Anjos.

O imperador ordenou então que a jovem fosse dilacerada por uma roda munida de lâminas cortantes e ferros pontiagudos. Esta roda, porém, ao contato com o corpo da santa, despedaçou-se tendo seus pedaços atingido e esmagado alguns pagãos, ficando a virgem preservada do suplício. Após várias torturas, Catarina foi enfim decapitada.

A história diz que o corpo da Santa foi levado pelos anjos ao Monte Sinai onde, de fato, já antes do ano 1000 foi construído um famoso mosteiro. Neste mosteiro os monges acumularam uma rica biblioteca contendo preciosos códigos entre os quais, no século passado, foi encontrado um código do século IV escrito em grego contendo o antigo e novo testamentos, e que passou à história com o nome de Código Sinaítico, conservado no Museu de Londres.

Uma parte das relíquias da Santa foi levada por volta do ano 1000 a um convento Beneditino na França e se tornaram famosas pelo alto poder taumatúrgico.

As fontes literárias que documentam a vida e o culto da Santa estão na língua grega e remontam o século VI.

Sabe-se ainda por outra fonte que os anjos transladaram seus restos mortais, logo após seu martírio, para um sepulcro no monte onde Moisés tinha recebido as tábuas da Lei e onde atualmente se localiza o famoso mosteiro de Santa Catarina. Erguido no tempo do imperador Justiniano. Talvez, para preservá-las dos invasores árabes é que alguns séculos depois da morte algumas importantes relíquias da santa foram levadas para Mosteiro do Sinai. Com efeito, a primitiva denominação do Mosteiro era outra e o esquife da mártir não se encontra debaixo do altar-mor e no meio da Igreja mas no coro, à direita.

Outras fontes ainda revelam que durante 200 anos depois de sua morte, o seu corpo intacto foi escondido pelos cristãos até o dia em que o imperador Justiniano edificou um enorme mosteiro na Montanha do Sinai, no Egito onde o colocou. Isto ocorreu no ano 307 depois de Cristo.

Em louvor à Santa Catarina foram erguidos numerosos templos em toda a Europa; Literatura e arte andaram à porfia em celebrar os louvores e imortalizar a figura da Santa, símbolo de rara pureza, de singular beleza, de preclaro saber e de graça.

A Universidade de Paris escolheu-a como padroeira e é invocada como protetora dos estudantes e filósofos.

Na Igreja do Oriente venera-se Santa Catarina com o título de “megalomártir” (grande mártir) a virgem de Alexandria do Egito que ofereceu sua própria vida pela fé cristã no ano 305.

Tendo como sua padroeira esta Megalomártir do Cristianismo, o Estado de Santa Catarina foi presenteado pelo Arcebispado Grego Ortodoxo do Monte Sinai - Egito, com uma grande relíquia. Mons. Angelos Kontaxis, Archimandrita da Igreja Grega de Florianópolis acompanhando uma comitiva sob a direção do então governador do Estado, Dr. Esperidião Amin, esteve pessoalmente no Mosteiro Ortodoxo do Monte Sinai de onde, mais tarde, trouxe esta relíquia. O Poder Público do Estado providenciou a edificação de uma capela ecumênica, em estilo bizantino, situada em frente ao Palácio da Justiça, onde as relíquias foram depositadas para veneração dos fiéis.

REFERÊNCIAS:

BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.


Ecclesia

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF