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quarta-feira, 13 de abril de 2022

Por que a mulher ungiu Jesus com um perfume caro?

Freedom Studio | Shutterstock
Por Philip Kosloski

O nardo era um óleo muito caro, mas também tem simbolismo ligado ao Cântico dos Cânticos.

Nos dias que antecedem a Paixão e morte de Jesus, ele se encontra em Betânia. Num jantar realizado para ele, entra uma mulher com um frasco de alabastro de óleo. Ela abre o recipiente e derrama o óleo sobre a cabeça de Jesus (ou, conforme alguns relatos, sobre seus pés), no gesto tradicional da unção. O Evangelho de Marcos menciona que este é um tipo específico de óleo, chamado “nardo” (Marcos 14,3).

Judas objeta contra esse “desperdício”, mas Jesus o repreende e diz que a mulher o ungiu para o seu sepultamento (cf. Mt 26,6).

Qual é o significado de usar o nardo para ungir Jesus?

Antes de tudo, é preciso destacar que o nardo era muito caro, como explica a Enciclopédia Católica: “A unção de nardo, um unguento muito caro, é mencionada em Marcos 14,3 (“um vaso de alabastro cheio de um perfume de nardo puro”). Estes unguentos eram tão apreciados, que eram mantidos em vasos de alabastro, e entre os egípcios acreditava-se que eles conservariam sua fragrância por séculos”.

O perfume pode ter vindo da Índia, tornando-o muito raro e de difícil acesso.

No entanto, há mais simbolismo naquele óleo.

O nardo só é mencionado em um outro livro da Bíblia, o Cântico dos Cânticos, que é escrito sob a forma de poesia de amor, expressando o amor de Deus por nós.

“Enquanto o rei descansa no seu divã,
o meu nardo exala o seu perfume.
O meu amado é para mim uma bolsa de mirra.”

Cântico dos Cânticos 1,12-13

Neste contexto, é fácil ver como a mulher de Betânia – que é tradicionalmente associada a Maria Madalena, embora ela não seja nomeada nos evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas – representa a mulher no Cântico dos Cânticos, derramando o nardo sobre seu amado Jesus, “o rei”.

Dom Prosper Gueranger confirma esta leitura em seu livro Liturgical Year (“Ano Litúrgico”), referindo-se ao “precioso nardo de Madalena, que é o emblema do amor generoso e compassivo”.

Quando lemos esta passagem dos Evangelhos, podemos nos colocar no lugar da mulher de Betânia e nos perguntar se amamos Jesus tanto quanto ela amou.

Tudo o que é mencionado nos Evangelhos está lá por uma razão, e embora possamos não compreendê-lo no início, quando nos aprofundarmos nas escrituras, encontraremos muitos níveis de significado.

Fonte: https://pt.aleteia.org/

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Pe. Manuel Pérez Candela

Pe. Manuel Pérez Candela
Pároco da Paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição - Sobradinho/DF